A recente visita de Bento XVI ao Santuário de Lourdes veio alertar-nos para uma dimensão, que pelo menos em Portugal não era devidamente valorizada, refiro-me ao elevadíssimo número de voluntários que acompanham os doentes em peregrinação àquele Santuário.
Esta entrega aos que necessitam de todo o tipo de apoio, é uma grande lição de Caridade e uma forma de ajudar o próximo digna do nosso maior respeito, diria mesmo que é uma grande lição de amor em perfeita sintonia com Jesus Cristo Nosso Senhor.
A Virgem Santíssima, nossa Mãe e Rainha, escolheu, há 150 anos, Lourdes através de Santa Bernardete para nos deixar uma mensagem de esperança e carinho para com os enfermos, não nos deixemos cair em nacionalismos bacocos e jamais nos esqueçamos que Nossa Senhora é só uma, seja em Fátima, Aparecida, Guadalupe, Loreto ou Lourdes, amemo-la pois com todo o nosso coração e saibamos recorrer à sua intercessão para nos ajudar e proteger na saúde e na doença.
Ainda sobre esse enorme contributo que é o voluntariado, deixo-vos referência a algumas curiosidades que fazem parte da minha vivência pessoal e profissional, nomeadamente no caso italiano, que devido à proximidade geográfica constitui o maior contingente de visitantes habituais de Lourdes e aonde organizações de voluntariado, como a UNITALSI, com sede no Vicariato de Roma, organiza com frequência comboios especiais para doentes, para já não falar a nível diocesano, dos UDP (Ufficio Diocesano di Pellegrinaggi) que são incansáveis e todos os anos organizam peregrinações totalmente dedicadas a enfermos.
Na Alemanha, mais concretamente na Baviera, conheço um Operador Turístico de Peregrinações, “Bayerisches Pilgerbüro”, pertencente às Dioceses Bávaras, que se constituiu como empresa sem fins lucrativas, e em que todas as mais-valias criadas, se destinam a subvencionar obras sociais da Igreja, nomeadamente equipamentos de transporte de doentes permitindo-lhes deslocarem-se a Lourdes e outros locais de culto.
Voltando ao Santuário de Lourdes, permito-me deixar aqui um alerta de carácter pessoal, sugerindo-vos que ultrapassem a dimensão meramente terrena e imediatista, que é visível nas múltiplas actividades de carácter comercial existentes ou mesmo nos métodos de obtenção de receitas do próprio Santuário, os quais são no mínimo ‘sui generis’, e se deixem mergulhar em sintonia com Bento XVI, na profunda espiritualidade e culto Mariano, pois nem Nossa Senhora nem os peregrinos têm culpa dos eventuais erros cometidos pelos homens.
(JPR)
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