Obrigado, Perdão Ajuda-me

Obrigado, Perdão Ajuda-me
As minhas capacidades estão fortemente diminuídas com lapsos de memória e confusão mental. Esta é certamente a vontade do Senhor a Quem eu tudo ofereço. A vós que me leiam rogo orações por todos e por tudo o que eu amo. Bem-haja!

sábado, 13 de setembro de 2008

S. João Crisóstomo – Bispo e Doutor da Igreja (Século IV-V)

João Crisóstomo foi um grande orador no seu tempo. Todos os escritos dizem que multidões se juntavam ao redor do púlpito onde estivesse discursando. Tinha o dom da oratória e era considerado um homem muito culto, combinação de factores relevantes na pregação do Cristianismo.

S. João Crisóstomo nasceu em meados do século IV, em Antioquia (Síria, Ásia Menor) procedente de família muito rica e respeitada pela sociedade e pelo Estado. O seu pai foi comandante das tropas imperiais no Oriente, tendo falecido pouco tempo depois. Mas a sua mãe, Antusa, mulher piedosa e caridosa, canonizada Santa, providenciou que o filho fosse educado pelos maiores mestres do seu tempo, tanto na área científica como na espiritual.

Desde muito jovem, manifestou vocação religiosa e grande inteligência. Só não se tornou eremita no deserto por insistência da mãe. Mas, após a sua morte, já conhecido pela sabedoria, prudência e oratória eloquente, foi viver na companhia de um monge no deserto durante quatro anos.

Baptizou-se aos vinte anos e pelos trinta foi ordenado diácono. Passou dois anos retirado numa gruta sozinho, estudando as Sagradas Escrituras e, então, considerou-se pronto. Voltou para Antioquia e ordenou-se sacerdote.

A sua cidade vivia a efervescência de uma revolta contra o imperador Teodósio I. O povo quebrava estátuas do imperador e de membros da sua família. Teodósio, em troca, agia ferozmente contra tudo e contra todos. Membros do senado estavam presos, famílias inteiras tinham fugido e o povo só encontrava consolo nos discursos e pregações de S. João, chamado por eles de Crisóstomo, i.e.: "boca de ouro". Tanto que foi o incumbido de dar à população a notícia do perdão imperial.

Com o passar dos anos, a fama do santo aumentava e, quando morreu o Bispo de Constantinopla, João foi eleito para sucedê-lo.

Constantinopla era a grande capital do Império Romano, que havia transferido o centro da economia e cultura do mundo de então para a Ásia Menor.

Entretanto para João era apenas um local onde o clero estava mais preocupado com os poderes e luxos terrenos do que os espirituais. Lá reinavam a ambição, a avareza, a política e a corrupção moral. Como Bispo, abandonou, então, os discursos e dispôs-se a enfrentar a luta e, como consequência, a perseguição. Foi Patriarca de Constantinopla durante os últimos seis anos da sua vida.

Arranjou inimigos tanto entre o clero quanto na Corte. Todos, liderados pela imperatriz Eudóxia, conseguiram afastar S. João Crisóstomo do cargo e condená-lo ao exílio.

Porém, a expulsão da cidade provocou revolta tão intensa na população que o Bispo foi trazido de volta para reassumir seu cargo.

Dois meses depois, foi exilado pela segunda vez. Agora, já com a saúde muito debilitada, não tendo resistido e vindo a falecer a 14 de Setembro de 407 (ou 404?) algumas biografias situam a data da sua morte em 404, o exílio de Comane (Turquia).

As suas últimas palavras foram: "Senhor, seja feita a vossa vontade em todas as coisas, assim na terra como no céu."

A sua honra só foi limpa quando morreu a família imperial e voltou a paz entre o clero na Igreja, tendo o Papa ordenado o restabelecimento de sua memória.O corpo de João Crisóstomo foi trazido de volta a Constantinopla em 438, num longo cortejo em procissão solene.

Mais tarde, por volta de 1204, as suas relíquias foram trasladadas para Roma, onde repousam na Basílica de S. Pedro desde o século XVII.

Dos seus numerosos escritos destaca-se o pequeno livro "Sobre o sacerdócio", um clássico da espiritualidade monástica.

S. João Crisóstomo é venerado um dia antes da data de sua morte, em 13 de Setembro, com o título de Doutor da Igreja, sendo considerado um modelo para os oradores clérigos.

S. Pio X proclamou-o patrono dos oradores sagrados, pois deixou-nos cerca de 600 discursos e sermões cheios de realismo, força e espiritualidade inspirando-se muito no Apóstolo S. Paulo:

"Se alguma coisa sei, devo-a ao carinho com que leio diariamente as suas cartas."


(Diversas fontes com edição de JPR)


«Ainda que todo o mundo se perturbe, eu tenho a Sua resposta por escrito, leio a Sua Escritura: esta é a minha muralha, esta é a minha fortaleza.Que diz a Escritura? "Eu estou convosco todos os dias até ao fim do mundo". Cristo está comigo: a quem hei-de temer?»


(Homilias - S. João Crisóstomo)

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