quinta-feira, 30 de abril de 2009
“Liberdade de educação e objecção de consciência num sistema democrático”
No anfiteatro maior (3.2.14) - edifício C3 da Faculdade de Ciências de Lisboa – Campo Grande
Sexta-feira, 8 de Maio 2009, 21H com Tradução simultânea
CONFERENCISTA: José Luis Bazán, Doutor em Direito pela Universidade de Navarra, onde foi professor de Filosófia do Direito e Direito Natural. Foi secretário da revista "Humana Iura" na mesma universidade, onde igualmente trabalhou no instituto de Direitos Humanos. Realizou cursos e conferências em diversas universidades e centros espanhóis e ibero-americanos sobre a sua área de especialização - Protecção Constitucional e Internacional de Direitos Humanos -. Actualmente é professor na Universidade Católica de Paris e coordena a assessoria jurídica de "Profesionales por la Ética".
Plataforma Portuguesa para a liberdade de Educação
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Mons. Hugo de Azevedo - "Uma lição de S. Nuno"
«Qual é o rei que, estando para entrar em guerra contra outro rei, não pondera primeiro se com 10.000 homens pode enfrentar aquele que vem contra ele com 20.000?» (Lc 14, 31). Esta comparação evangélica é lida muito apropriadamente na festa de S. Nuno Álvares Pereira. Grande cabo-de-guerra, soube derrotar os seus adversários com recursos muito inferiores aos de Castela, e com perdas mínimas do seu lado, usando tácticas modernas e bom sentido estratégico. Mas bem sabemos que isso seria insuficiente, se os seus soldados não estivessem tão motivados como ele para enfrentar os inimigos. Estes atacavam por obediência militar a legítimas ambições - segundo as normas dinásticas - dos seus chefes; os nossos, por amor à Pátria, à independência, à identidade nacional, que é direito superior.
Pensando em aplicar de algum modo o exemplo do santo à vida empresarial, diríamos que a principal superioridade do Condestável consistiu numa união perfeita entre ele e os «subordinados», muito mais estreita do que a dos chefes castelhanos com os seus.
Existe sempre união de interesses entre qualquer empresário e os seus empregados, mas costumam ser interesses diferentes: o empresário deseja enriquecer, ou ter êxito pessoal, ou realizar um projecto útil à sociedade; e os empregados desejam trabalhar e sustentar-se a eles e à família. O empregado procura o patrão que mais lhe garanta o salário, a estabilidade e o progresso na carreira, e por isso o segue e lhe obedece, e até o admirará, mas sem se identificar por completo com ele, e sempre disposto a abandoná-lo quando se lhe apresente outro melhor. Por isso, a autoridade do patrão é naturalmente precária, frágil, por mais qualidades de chefia que possua.
As ambições do empresário podem ser legítimas e, em princípio, são-no:
uma empresa sustentável e lucrativa é, sem dúvida uma riqueza para o país e uma fonte de bem-estar para muitas famílias. Simplesmente, a sua unidade habitualmente é fraca, e tantas vezes a vemos quebrar-se, inclusive nas mais potentes empresas. O ideal seria que os empregados sentissem que a primeira e maior ambição dos chefes eram eles mesmos e os seus lares. Quando os subordinados se revêem no patrão, sentindo-se realmente representados por ele, este não precisa de especiais qualidades de chefia, porque a sua autoridade é natural e indiscutível: a autoridade de quem os serve lealmente. Não se trata de paternalismo, nem de uma simples união de interesses diversos, mas do mesmo interesse, comum a uns e outros, e assumido por todos.
Os cavaleiros, besteiros, lanceiros e peões de Atoleiros ou Aljubarrota não obedeceram ao Condestável pelos seus talentos militares, mas pela determinação com que Nun’Álvares estava decidido a defender Portugal, custasse o que custasse, e ainda que fossem vencidos. Que era um chefe competente, verificou-se depois. Mas nunca o seria sem o mesmo amor à pátria dos que comandava.
Mais forte, portanto, do que a união de interesses é o interesse comum.
Mons. Hugo de Azevedo
In Praise of Folly (Louvor à Loucura)
In New York Times - 28. 04. 2009
http://www.nytimes.com/2009/04/28/opinion/28iht-edberwick.html?_r=1&scp=1&sq=in%20praise%20of%20folly&st=cse
The Vatican spokesman Federico Lombardi has good reason to feel nervous. On May 8, Pope Benedict XVI begins an eight-day visit to the Middle East. The pope doesn’t think much of spin doctors. But when he makes waves, it’s his director of communications who has to bail water out of the boat.
The pope has already caused Father Lombardi a number of headaches. In a press conference on the papal flight to Brazil last May, Benedict appeared to suggest that legislators who support laws allowing abortions should be excommunicated. That sparked a torrid debate in the world’s largest Roman Catholic country. The furor overshadowed the whole trip.
Not surprisingly, when the pope flew to Africa in March, Father Lombardi said firmly: No in-flight press conference. But en route to Cameroon, the pope told journalists that the distribution of condoms was contributing to the AIDS pandemic. International health organizations were enraged.
Benedict XVI made his first major blooper in September 2006, one day after the fifth anniversary of the 9/11 terrorist attacks. The former theology professor speculated that there might be a correlation between the subordinate role of reason in Islam and the violence committed in its name. His comments were intended as an invitation to inter-religious dialogue, based not on the feel-good approach of his predecessor John Paul II but on frank discussion of the differences between Islam and Christianity.
Perhaps nobody was more surprised and shocked than he when radical Muslims in the West Bank responded by burning down Catholic churches.
But that wasn’t the end of the story. An international group of 138 Islamic scholars wrote to the Vatican, requesting an opportunity to make their case. The pope met them and apologized for hurting Muslim sensibilities. Two years later an unprecedented Catholic-Muslim summit was held at the Vatican. It resulted in the creation of a permanent interfaith forum.
The work of this group, which includes scholars and leaders representing every Muslim country and every major school of Islam, has hardly been noticed by the media. And that’s probably a good thing. The discussions are delicate, and any progress will likely be incremental. But its mere existence is a sensation. This is the first time in their thousand years of coexistence that the world’s two largest monotheistic faiths, represented by high-ranking scholars, are discussing their differences in a spirit of mutual respect and genuine inquiry. And without Benedict XVI’s disparaging remarks in Regensberg, foolish by any standards of diplomacy, it wouldn’t have happened.
The pope’s second monumental blooper was lifting the excommunication in January of four ultra-conservative Catholic bishops, including that of Richard Williamson, who had denied the Holocaust. Jewish groups reacted with fury; many Catholics, with incredulity. In an unprecedented move, Chancellor Angela Merkel of Germany publicly asked the pope for “clarification” of his actions. Once again, Father Lombardi was bailing water for all he was worth.
The Vatican spokesman explained that the bishops had not been “fully reinstated,” that the lifting of excommunication was simply “a gesture of compassion,” an invitation to dialogue. Archbishop Robert Zollitsch, chairman of the German Catholic Bishops Conference, added that it was Benedict’s “nightmare” that the ultra-conservatives might take the final step and break with the Church during his pontificate.
There are no grounds for supposing that this pope will have any truck with anti-Semitism. He has actively promoted Catholic-Jewish relations for decades and publicly said there can be no place for anti-Semitism in the Church.
Nevertheless, his obsessive desire to preserve Church unity in this case was foolish — as foolish, in fact, as that shepherd in the Parable of the Lost Sheep, who left 99 of his flock to go in search of the one that had strayed. Incidentally, as the great 16th century Catholic Humanist Erasmus of Rotterdam pointed out, the Gospels are full of such foolishness.
At present it looks as though the pope’s “compassionate gesture” will not bear the desired fruit. But, paradoxically, it has focused attention on Nostra Aetate, a decree of the Second Vatican Council, which marked a new beginning in Catholic-Jewish relations in the mid-20th century. It teaches that Judaism has not been replaced by Christianity; God’s covenant with the Jewish people is eternal. And therefore Judaism has a special place alongside Christianity.
Some conservative elements within the Church have disputed that Nostra Aetate is binding because it is “merely” a decree, not a constitution or a declaration. That sophism is now exposed. And without Benedict XVI’s foolish gesture of goodwill toward Bishop Williamson, it might never have been.
Perhaps we should be less worried about the pope’s bloopers than the arbiters of political correctness would have us be. In his classic “Praise of Folly,” Erasmus concluded: “All men are fools, even the pious ones. Christ himself, though he was the wisdom of the Father, took on the foolishness of humanity in order to redeem sinners. Nor did he choose to redeem them in any other way but through the folly of the cross and through ignorant, sottish disciples.”
There’s no accounting for folly, except to recognize that it’s perhaps the most endearing and creative human quality. And in the long run, it can be a lot more productive than prudent diplomacy.
Reunião europeia da pastoral do turismo
Quais são hoje, na Europa, os desafios que se apresentam á Igreja na Pastoral do Turismo?Responde o arcebispo Agostinho Marchetto secretário do conselho pontifício para a pastoral dos migrantes e itinerantes:
"A Igreja, com a sua específica pastoral neste sector, deve procurar estar cada vez mais presente pastoralmente, embora isso pareça uma coisa óbvia. Deve colaborar com as entidades civis para oferecer aos visitantes um acolhimento de qualidade, além de um acolhimento espiritual, estando mais atenta aos desdobramentos sociais e éticos e, ao mesmo tempo, respeitosa do ambiente. Deve ainda prestar uma maior atenção especialmente ao chamado turismo religioso, ou seja, voltado a destinos muito queridos pela tradição eclesial, como podem ser edifícios de culto, museus diocesanos, pinturas, objectos sagrados, e outros, a fim de que seja respeitado o sentido original do lugar e das coisas. Ademais, cabe a nós estudar como melhor formar e ajudar os nossos turistas cristãos a fim de que sempre e em todos os lugares se comportem coerentemente com a própria fé e respeitem as pessoas que encontram, as culturas e as religiões, sem perder a identidade cristã."
(Fonte: site Radio Vaticana)
Permito-me salientar haver uma diferença entre Turismo Religioso, que comporta todos os aspectos referidos na notícia, e Peregrinação, a qual deverá respeitar igualmente a cultura e a ecologia, mas que tem como principal motivação a concretização da fé em locais particulares, desde logo a Terra Santa, berço do cristianismo, além dos Santuários Marianos e outros próprios de devoções particulares, e.g., uma visita à Turquia, à semelhança da Terra Santa, com o objectivo de seguir os passos de Paulo, deverá ser considerada uma Peregrinação.
Embora a Peregrinação possa englobar partes de Turismo Religioso, uma Peregrinação a Fátima de um estrangeiro que chega de avião a Lisboa, pode e deve incluir visita aos locais históricos relacionados com a nossa cultura cristã, seja na cidade de Lisboa, como na Batalha, Alcobaça ou Tomar.
Para terminar, saliento poder-se dizer, que a Peregrinação, como sendo a forma mais antiga de fazer turismo, pois desde sempre os cristãos se deslocaram a locais de culto específicos para aí se entregarem em devoção.
(JPR)
São Josemaría Escrivá nesta data em 1968
“Neste mês de Maio, que amanhã começa, quereria que cada um de nós começasse a fazer mais um pequeno sacrifício, um tempo mais de estudo, um trabalho mais bem acabado, um sorriso...; um sacrifício que seja um esforço da nossa piedade e uma prova da nossa entrega. Com generosidade, meu filho, deixa-te levar por Ela. Não podemos deixar de querer cada dia mais e mais ao Amor dos amores! E com Maria poderemos consegui lo, porque a nossa Mãe viveu docemente uma entrega total”.
(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/showevent.php?id=1442 )
A péssima fé
É por isso que essa gente aguenta calamidades sem se distrair do essencial: se Lisboa sofresse um terramoto de magnitude oito, os fundamentalistas ateus estariam no meio dos escombros, a criticar nos respectivos blogues as últimas declarações de um bispo qualquer sobre a homossexualidade. Não conheço católicos assim atentos à doutrina eclesiástica.
Ainda há dias, as notícias de que a economia nacional afocinhou para níveis quase inéditos foram, em alguns meios, ignoradas em favor de uma frase do cardeal patriarca acerca dos contraceptivos. Disse D. José Policarpo: "O preservativo é falível".Num ápice, as caixas de comentários on line encheram- se de comentários furiosos com a irresponsabilidade e o reaccionarismo do homem. Inchados com o seu íntimo esclarecimento, nenhum dos comentadores desmentiu um simples facto: o preservativo é falível.
A polémica, aliás, limitou-se a reproduzir à escala caseira a anterior polémica global que envolveu o Papa. O Papa disse: "Combater a sida (em África) com preservativos pode agravar o problema." Seguiram-se indignação, protestos e acusações de que Bento XVI aspira ao extermínio dos africanos. Nenhum dos indignados ouviu as inúmeras vozes locais que invocaram especificidades (culturais, económicas, sexuais, clínicas, etc.) para defender uma tese (naturalmente discutível): combater a sida em África com preservativos pode agravar o problema.
E, de qualquer modo, ninguém notou a irrelevância de tudo isto num continente em que os próprios políticos (e as políticas que produzem) chegam a recusar a existência de doenças venéreas. Na África do Sul, onde vive quase um terço dos africanos infectados com Sida, o presidente recém-eleito viu-se em 2006 julgado por violação de uma portadora de VIH. Acabou absolvido e a proclamar que o vírus mal contamina os homens e que, se contaminar, sai com um duche. Já o antecessor de Jacob Zuma, Thabo Mbeki, negava o vírus e nomeava ministras da Saúde avessas a medicamentos e crentes nas virtudes curativas do alho e do limão.
Talvez a sida se resolva mesmo com alho e limão, não sei. Sei que muitos profissionais da racionalidade não condenam o ANC, dono e senhor do território, pelo genocídio calculado de que acusam com furor uma religião sem poder real e seguida (ou "seguida") por 7% dos sul-africanos. Exotismo? Paternalismo? Oportunismo? Ideologia? Mandela? Seria útil perceber o critério que decide entre a aflição humanitária e a indiferença, mas suspeito tratar-se, ironicamente, de uma questão de fé. Boa ou má-fé, de acordo com o ponto de vista.
Alberto Gonçalves
(Fonte: DN online em http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1212680 )
A fé na vida dos polacos
O principal semanário católico da Polónia, "Niedziela", com sede em Czestochowa, publicou recentemente uma pesquisa sobre a importância da fé e sobre a defesa do ensinamento da Igreja por parte dos católicos polacos, no debate público e na vida quotidiana. A pesquisa foi realizada pelo instituto de Estatística da Igreja Católica sob a direcção do Padre Witold Zdaniewicz, a pedido do semanário católico. Segundo os resultados da pesquisa, enviados à Agencia Fides, para os católicos da Polónia a problemática da fé e a problemática moral que apresenta a Igreja tem grande importância e a fé não está relegada à esfera privada, mas tem uma dimensão pública.
Os sociólogos do Instituto de Estatística da Igreja Católica fizeram três perguntas principais aos católicos polacos: como apresentam os ensinamentos da Igreja sobre o aborto, como apresentam os ensinamentos da Igreja sobre a questão da fecundação "in vitro" e como apresenta a problemática da restituição dos bens da Igreja que o Estado confiscou durante o regime comunista.
64,9% dos entrevistados declaram que conhecem a argumentação e os ensinamentos da Igreja sobre o tema do aborto. 28,4% não sabe como expô-los no debate público e na vida quotidiana. 42, 5% dos entrevistados conhece a posição da Igreja sobre a questão da fecundação "in vitro". 43,4% não sabe sempre como explicar a argumentação da Igreja a esse respeito. Sobre a questão da restituição dos bens da Igreja confiscados pelo Estado durante o regime comunista, 53,5% dos católicos polacos não sabe como defender a posição da Igreja no debate público. Do relatório emerge que para a maioria dos católicos na Polónia a fé tem sua importância na vida pública e não se reduz somente à esfera privada.
(Fonte: H2O News com edição de JPR)
Comunicar as próprias convicções - III
Ética e política
Nas questões éticas, a consciência abre-se à verdade, que tem um evidente poder normativo sobre as próprias decisões; está em jogo a relação da consciência pessoal com a concepção que se tem do bem humano, às vezes relacionado com princípios religiosos; por sua vez, o âmbito jurídico e político refere-se às relações entre pessoas ou entre pessoas e instituições, que – enquanto reguladas pelas leis – estão submetidas ao poder coactivo que o Estado e os seus representantes podem usar legitimamente.
Estes dois âmbitos – ético e político – estão muito relacionados, e muitas vezes têm um desenvolvimento paralelo. O homicídio intencional, por exemplo, tem ao mesmo tempo uma grave culpa moral e um crime que o Estado tem o dever de perseguir e punir. Mas ainda neste caso, os dois âmbitos apresentam diferenças significativas. Basta pensar, por exemplo, no perdão. Uma coisa é o perdão da culpa moral e outra, bem diferente, o perdão do crime: é desejável que os parentes da vítima de um homicídio perdoem cristãmente ao culpado, mas não seria admissível que o Estado seguisse sistematicamente uma política de impunidade do homicídio intencional. Afirmar o contrário seria um abuso ideológico ou uma grave ofensa contra o bem comum.
Neste tipo de diferença torna-se necessário distinguir o plano ético do plano político no que se refere aos princípios morais do Evangelho. Para evitar más interpretações, há que oferecer um fundamento ético às mensagens de tipo moral, explicitando que tal verdade não pretende impor-se mediante o uso do poder político de coação; isto é compatível com a existência, noutro tipo de verdades éticas, de uma dimensão ético-política ou ético-jurídica. Nestes casos, deverá ser oferecida, além disso, uma justificação política ou jurídica, ou seja, deverá ser demonstrado não somente que o comportamento em questão é moralmente equivocado, mas também que existem razões específicas pelas quais o Estado a tem que proibir e punir. Razões que não são idênticas às razões éticas, porque não é missão do Estado perseguir a culpa moral, mas promover e tutelar o bem comum, prevenindo e punindo aquelas condutas que o lesionam (que prejudicam a segurança pública, a liberdade e os direitos dos outros, as instituições de interesse social como a família, etc.).
(Fonte: site Opus Dei - Portugal)
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
«Os vossos pais comeram o maná e morreram; mas quem come o pão do céu não morrerá»
O maná foi saboreado por todos aqueles que o comeram, mas diferentemente, segundo a diversidade do apetite daqueles que o tomaram, e nunca foi saboreado na sua totalidade, porque havia maior diversidade de sabores do que de gostos entre os israelitas (Sb 16,20-21). No céu, veremos e saborearemos toda a Divindade, mas nem os bem aventurados todos juntos O verão ou O saborearão totalmente. [...]
Assim, os peixes desfrutam a incrível imensidade do oceano, mas nenhum peixe, nem mesmo toda a multidão dos peixes, viu todas as praias ou molhou as suas escamas em todas as águas do mar; e os pássaros perdem-se a seu belo prazer na vastidão do ar, mas nunca nenhum pássaro, nem mesmo todo o conjunto dos pássaros, voou por todas as regiões do ar e nunca nenhum chegou à suprema região deste. Os nossos espíritos, à sua maneira e segundo toda a extensão dos seus desejos, nadarão no oceano e voarão no ar da Divindade, e rejubilarão eternamente por ver que este ar é tão infinito, este oceano tão vasto, que não pode ser medido pelas suas asas; e, rejubilando sem reserva nem excepção em todo este abismo infinito da Divindade, não poderão contudo igualar o seu gozo a esta infinitude, a qual permanece sempre infinitamente infinita acima a sua capacidade.
(Fonte: “Evangelho Quotidiano”)
O Evangelho do dia 30 de Abril de 2009
Naquele tempo,
disse Jesus à multidão:
«Ninguém pode vir a Mim,
se o Pai, que Me enviou, não o trouxer;
e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia.
Está escrito no livro dos Profetas:
‘Serão todos instruídos por Deus’.
Todo aquele que ouve o Pai e recebe o seu ensino
vem a Mim.
Não porque alguém tenha visto o Pai;
só Aquele que vem de junto de Deus viu o Pai.
Em verdade, em verdade vos digo:
Quem acredita tem a vida eterna.
Eu sou o pão da vida.
No deserto, os vossos pais comeram o maná e morreram.
Mas este pão é o que desce do Céu,
para que não morra quem dele comer.
Eu sou o pão vivo que desceu do Céu.
Quem comer deste pão viverá eternamente.
E o pão que Eu hei-de dar é a minha carne
que Eu darei pela vida do mundo».
quarta-feira, 29 de abril de 2009
Mais vale tarde…
Um estudo recente do Banco de Portugal confirma que a educação é uma das armas mais eficazes de combate à pobreza. Uma quase vacina. Em contrapartida, uma baixa escolaridade constitui um dos mecanismos mais eficientes na sua transmissão. Pais pobres e poucos escolarizados são um dos principais factores explicativos do abandono escolar precoce. Vítimas desse abandono, os seus filhos chegam ao mercado de trabalho desqualificados, ocupando empregos mal remunerados e prolongando, desta forma, a situação de pobreza das gerações passadas nas gerações seguintes.
Em Portugal, há, hoje, quase sessenta mil jovens entre os 16 e os 18 anos que deixaram a escola sem concluir o ensino secundário. Destes, mais de 40 mil não frequentam, sequer, nenhum tipo de formação. É o melhor indicador do fracasso do nosso sistema educativo e um dos mais preocupantes sobre o futuro do país.
É por isso que é bem-vinda a medida, anunciada pelo Governo, de aumento da escolaridade obrigatória para doze anos. Prevista no programa deste Governo como no programa de Governos anteriores.
Depois de anunciado, o aumento da escolaridade para nove anos, foram precisos dez anos para o assegurar. Neste caso, adianta-se, desde já, que só em 2012 a nova meta será realidade. Os custos passarão, por inteiro, para o Governo seguinte. Mas ao contrário de outras medidas que não devem ser tomadas em final de legislatura, esta agradece-se. Mais vale tarde do que nunca.
Graça Franco
(Fonte: site RR)
A Jordânia não é um lugar de passagem na visita do Papa
“A Jordânia viveu 3 visitas papais na sua História moderna: o Papa Paul VI visitou a Jordânia em 1964, o Papa João Paulo II em 2000 e agora o Papa Bento XVI iniciará a sua peregrinação apostólica à Terra Santa pela Jordânia. Mas a Jordânia não é um lugar de passagem, pelo contrário é um destino sagrado, um estado com uma viva comunidade cristã.”
Há muita expectativa à volta da visita de Bento XVI à Terra Santa. Qual é a sua importância? Quais são os objectivos? Qual será o impacto e consequências para Médio Oriente e a situação nesta região?Uma série de entrevistas procurará responder a estas perguntas que dizem respeito à visita papal de 8 a 15 de Maio. Nesta entrevista, o porta-voz oficial da Igreja católica na Jordânia para a comunicação social, e editor do site católico abouna.org, fala da importância da visita do Papa à Jordânia.
“A visita do Papa é importante desde muitos pontos de vista. Primeiro, para confirmar a presença cristã na Jordânia. Nós temos, graças a Deus, um bom número de cristãos de várias denominações. A maioria pertence à Igreja Ortodoxa mas existe também a Igreja Católica, que em todos os seus ramos tem mais de 80 ou 90 mil cidadãos católicos. Mas o Papa não vem apenas para os católicos, mas também para unir os cristãos.
Em segundo lugar, existe uma relação formal entre a Jordânia e o Vaticano desde 1994, e estas relações podem ser descritas como boas e amigáveis. Este ano, 2009, celebramos o 15º aniversário da criação das relações diplomáticas entre a Jordânia e a Santa Sé, uma relação que está destinada a uma maior cooperação para construir a paz, especialmente tendo em conta que a Jordânia é uma voz moderada no processo de paz do Médio Oriente, particularmente nos dois focos principais: o Iraque e a Palestina.”
(Fonte: H2O News)
Amar a Igreja e descobrir a sua beleza, foi o convite de Bento XVI durante a audiência geral
O imperador tinha limitado o culto dos ícones, considerando-o idolatra.Entre os três elementos pelos quais, a tantos séculos de distância é útil conhecer São Germano, Bento XVI indicou o convite a amar a Igreja. Da Igreja - observou – vemos talvez mais o pecado e o que é negativo, mas com a luz da fé podemos também hoje e sempre redescobrir na Igreja a beleza divina, é na Igreja que Deus se torna presente e permanece presente na adoração, é na Igreja – acrescentou – que fala connosco e que recebemos o perdão de Deus, que aprendemos a perdoar.
"Peçamos a Deus que nos ensine a ver na Igreja a sua beleza e a sua esperança no mundo, e nos ajude a ser também nós transparentes para a sua luz."
Bento XVI a concluir reafirmou a importância de redescobrir a beleza e a dignidade da liturgia e de a celebrar conscientes da beleza e dignidade de Deus, e fazer ver na liturgia um pouco do esplendor de Deus.
Esta a saudação do Papa em língua portuguesa:
Amados peregrinos de língua portuguesa, uma saudação afectuosa para todos, especialmente para os grupos do Brasil e de Portugal! Que a vossa amorosa adesão a Cristo e à Sua Igreja se robusteça ao professardes a fé nestes lugares santificados pelo testemunho dos Apóstolos Pedro e Paulo, que serviram Cristo e amaram a Igreja até ao martírio. A todos sirva de estímulo e conforto a Bênção que vos dou a vós, aos vossos familiares e comunidades eclesiais.
(Fonte: site Radio Vaticana)
São Josemaría Escrivá nesta data:
Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/showevent.php?id=1441)
Comunicar as próprias convicções - II
Verdade e liberdade
Em mais de uma ocasião, João Paulo II destacou que o conflito entre verdade e liberdade está presente em boa parte dos problemas que afectam a cultura do nosso tempo (2). A esse mesmo assunto se referiu Bento XVI com o conceito de relativismo (3). Diante das posições relativistas, tem-se a tentação de responder mostrando a sua contradição interna: quem considera que toda a verdade é relativa faz, na realidade, uma afirmação absoluta e, por isso, contradiz-se a si mesmo. Trata-se de uma crítica verdadeira, mas culturalmente pouco eficaz, porque não procura entender os pontos de apoio que sustentam os fundamentos relativistas, nem parece compreender a questão que tentam solucionar.
A partir de uma perspectiva ético-social, as posições relativistas têm o seu ponto de partida baseado no facto de que na sociedade actual existe uma pluralidade de projectos de vida e de concepções do bem, que parece propor uma disjuntiva: ou se renuncia à ideia de julgar os diferentes projectos de vida, ou há que abandonar o ideal ou o modus vivendi caracterizado pela tolerância. Por outras palavras, um modo de vida tolerante requereria admitir que qualquer concepção de vida tem o mesmo valor ou, pelo menos, tem o mesmo direito de existir como qualquer das outras; se isto não se admite, cai-se num fundamentalismo ético e social.
O raciocínio é bastante enganador, mas apresenta-se com aparência de verdade por causa de um facto inegável, que constitui o seu ponto de apoio: ao longo da história e, inclusive, na actualidade, não faltou quem oprimisse violentamente a liberdade das pessoas e dos povos em nome da verdade. Por isso, para que a mensagem evangélica seja rectamente entendida, torna-se necessário evitar qualquer palavra, raciocínio ou atitude que possa fazer pensar que um cristão coerente sacrifica a liberdade em nome da verdade. Se fosse dada esta impressão, ainda que involuntariamente, contribuir-se-ia para consolidar o pressuposto fundamental do relativismo: a ideia de que o amor à verdade e o amor à liberdade são incompatíveis, pelo menos na prática.
A comunicação de convicções cristãs e de conteúdos éticos necessita que seja demonstrada com obras, e não somente com palavras, que entre verdade e liberdade existe uma verdadeira harmonia; isto requer, por um lado, estar profundamente convencido do valor e do significado da liberdade pessoal. Mas, por outro, obriga a distinguir cuidadosamente o terreno ético do terreno político e jurídico. Em primeiro lugar, toda a chamada da autoridade se dirige à liberdade; em segundo lugar, o recurso à coação pode ser legítimo.
2 - Cf. por exemplo: Litt. enc. Redemptor hominis, 4-03-1979, n. 12; Litt. enc. Centesimus annus, 1-05-1991, nn. 4, 17 y 46; Litt. enc. Veritatis splendor, 6-08-1993, nn. 34, 84, 87 y 88; Litt. enc. Fides et ratio, 14-09-1998, n. 90.
3 - Cf. por exemplo: Discurso ao Convênio diocesano promovido pela diocese de Roma sobre o tema “Família e comunidade cristã: formação da pessoa e transmissão da fé”, 7-6-2005; Discurso ao Corpo Diplomático acreditado diante da Santa Sé, 8-01-2007; Discurso a uma Delegação da “Académie des Sciences Morales et Politiques” de Paris, 10-02-2007; Discurso inaugural da V Conferência do Episcopado Latinoamericano, 13-5-2007.
(Fonte: site Opus Dei - Portugal)
Santa Catarina de Sena - "Esta é a virgem sábia, uma das virgens prudentes: foi ao encontro de Cristo com a lâmpada acesa"
"Esta é a virgem sábia, uma das virgens prudentes: foi ao encontro de Cristo com a lâmpada acesa". A antífona de ingresso da Missa em honra de Santa Catarina de Sena faz clara referência à parábola das dez virgens, cinco sábias e sensatas e cinco néscias, que São Mateus nos propõe numa página evangélica tão rica de advertências espirituais. O evangelista coloca esta parábola, juntamente com a dos talentos, imediatamente antes da majestosa descrição do juízo universal, quase para nos recordar o que verdadeiramente vale na nossa vida, o que devemos fazer para orientar a nossa existência para o encontro definitivo com o Senhor, meta última e comum dos homens de todos os tempos. O nosso itinerário "cá em baixo" é uma peregrinação para o "alto".
Observava Santo Agostinho: "Nesta vida és um emigrante, a pátria está no alto; aqui és um hóspede, estás de passagem sobre esta terra e, então, canta e caminha". Caminhar cantando significava para Agostinho amar o Senhor reconhecendo o Seu rosto no rosto dos nossos companheiros de viagem. Santa Catarina fez isto e segundo as palavras do Canto ao Evangelho foi a "virgem sábia que o Senhor encontrou diligente: à chegada do Esposo entrou com ele para a sala das núpcias".
Os santos vivem na glória de Deus e são para nós intercessores para invocar e testemunhas para imitar. Com esta profunda convicção aproximamo-nos hoje de Santa Catarina de Sena, no dia da sua festa. Catarina é a "virgem sábia" que voltou para a casa do Pai com a jovem idade de 33 anos, depois de uma existência marcada pela incessante contemplação e pela intensa actividade apostólica. Desde os sete anos, na presença espiritual de Maria Santíssima, deu-se em esposa para sempre a Jesus, plenamente consciente do valor que o voto de virgindade e de amor exclusivo a Cristo comportava, como ela mesma confirmará em seguida ao seu confessor. Tanto é verdade que quando os pais, para a dissuadir do seu propósito, a submeteram a pesados trabalhos domésticos, a pequena Catarina "fabricou na sua alma uma cela interior da qual aprendeu a nunca mais sair". E íntima com Cristo manteve-se até ao último dos seus dias, que foram marcados pelo sofrimento e por provações quer físicas quer morais e místicas. Ao passar deste mundo para o Pai a 29 de Abril de 1380, foi recebida no triunfo das bodas celestes pelo seu Esposo, por Cristo crucificado e ressuscitado, por quem unicamente tinha vivido. Conservar, mesmo no alarido dos eventos humanos, um íntimo e incessante contacto com o seu Esposo divino era o empenho da sua vida.
Empenho que exortou também aos seus discípulos, imersos nas múltiplas actividades terrenas, a assumir, ao recomendar-lhes: "Construí uma cela na mente da qual nunca possais sair". Queridos irmãos e irmãs no Senhor, como seria diferente a nossa vida, quanta paz poderíamos difundir ao nosso redor se nos esforçássemos para nos manter sempre na presença de Deus "na cela interior do nosso coração"!
O segredo da santidade de Catarina de Sena está em ter sido "inflamada de amor divino", como nos recorda a hodierna liturgia, e em ter "unido a contemplação de Cristo crucificado e o serviço à Igreja": uma vida de contemplação e de fervor apostólico. Precisamente porque estava imersa em Deus pôde desenvolver uma enorme quantidade de actividades com iniciativas num amplo raio e intervir com coragem e decisão em situações delicadas; por isso pôde escrever e deixar-nos obras de elevada espiritualidade e mística, que ocupam um lugar significativo na história da literatura com o maravilhoso Diálogo da Divina Providência e, sobretudo, com as 381 Cartas que ela mesma, com impressionante capacidade e velocidade, ditou aos seus secretários. Ela pôde realizar tudo isto somente porque caminhava na luz de Deus, seguindo as pegadas de um grande mestre, São Domingos, do qual se diz como se sabe que falava com Deus ou falava de Deus. "Se caminharmos na luz rezaremos na antífona da comunhão como Deus está na luz, nós estamos em comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, purifica-nos de todo o pecado". Esta é a santidade: dom e obra de Cristo e do seu Espírito, e esforço incessante para não deixar "arrefecer" em nós e ao nosso redor aquele amor pelo Senhor do qual brota a autêntica comunhão e a verdadeira paz entre os homens na Igreja e no mundo. Santa Catarina recorda-nos com o seu testemunho que definitivamente a santidade é Amor.
Catarina de Sena, que viveu num período histórico cheio de controvérsias, foi chama ardente de amor por Cristo crucificado e pela Igreja. De facto, era a Idade Média tardia e tanto no campo civil como eclesiástico a Europa parecia dilacerada pelas lutas internas, por guerras entre Estados e cidades, por carestias e pestilências. Referem-nos os historiadores que Sena, cidade da santa, em 1347 passou de cerca de oitenta mil habitantes para quinze mil devido à peste negra. Na Igreja registavam-se divisões e cismas que punham em risco a própria sobrevivência da civilização católica diante do perigo cada vez mais urgente das invasões dos saracenos. O Papa, ausente de Roma, residia em Avinhão e este drama fez dizer ao sumo poeta Dante que a Igreja "casou com o reino da França". Neste clima de particular angústia para a Igreja, Catarina, tocada por uma graça especial, entreviu a sua vocação. Lê-se na sua biografia que a sua infância foi marcada por uma visão de Cristo, de cujo coração saía um raio luminoso que a alcançou e feriu. Outro episódio que a marcou de modo determinante, aos vinte anos, quando já tinha escolhido viver como as terciárias dominicanas. Numa noite de carnaval de 1367, continuava a pedir incessantemente a Jesus: "Casa comigo na fé!". E eis que lhe aparece o Senhor e lhe diz: "Agora que os outros estão a divertir-se eu estabeleço celebrar contigo a festa da tua alma". Improvisamente, narram os biógrafos, a corte do céu, com os Santos que Catarina mais amava, estava presente ali: Maria, a Virgem Mãe, pega na mão da jovem e une-a à do Filho. Jesus coloca-lhe um anel luminoso no dedo (que Catarina verá, ela somente, por toda a vida) e diz-lhe: "Eu te esposo a Mim na fé, a Mim o teu Criador e Salvador. Conservarás ilibada esta fé enquanto não vieres para o céu celebrar Comigo as bodas eternas". Jesus doa a esta jovem de vinte anos uma das experiências místicas mais intensas que uma criatura possa viver. O Amante divino para Catarina torna-se assim uma presença constante, e por este grande amor ela desafiará o mundo, inclusive quando ele parece surdo e distraído.
Depois dessa experiência, Catarina viverá somente outros treze anos dedicando-se e consumindo-se fisicamente na missão de reforma da Igreja e do mundo, encontrando Papas, Cardeais, Reis e Príncipes. Escreverá cartas pungentes nas quais usa frequentemente a expressão "Eu quero", com a conclusão: "Jesus doçura, Jesus amor" denominado em seguida como o "código de amor da cristandade". O desejo de fazer regressar o Papa a Roma concretiza-se em Gregório XI, mas eclode o grande cisma e Catarina continuará a trabalhar activamente contra o antipapa em favor do legítimo Pontífice Urbano VI. O seu amor pelo Papa por ela chamado "o meigo Cristo na terra" era tão grande que Catarina fez voto, na quaresma de 1380, de ir todas as manhãs a São Pedro para fazer companhia ao Esposo, permanecendo diante do mosaico desenhado por Giotto para o frontão da antiga basílica, no qual está representada a barca da Igreja no meio da tempestade. E a Santa continuava a exortar o Papa: "guiai a barca da santa Igreja" (Carta 357).
Queridos irmãos e irmãs no Senhor! Da vida e dos escritos de Catarina de Sena chega até nós todos um ensinamento muito actual nesta nossa época, isto é, a prioridade de rezar e trabalhar para a salvação das almas. Não foram estas porventura a finalidade e a paixão de toda a sua existência?
Às vezes, influenciados excessivamente pela cultura moderna, temos a sensação de que a nossa pastoral corre o risco de parecer preocupada, dizendo de maneira paradoxal, mais de fazer com que as pessoas estejam bem sobre esta terra do que orientar as almas decididamente para o encontro com Cristo, o único Redentor do homem. No Diálogo da Divina Providência, Catarina escreve que querendo remediar aos muitos males da humanidade Deus Pai misericordioso nos deu "a Ponte" do seu Filho, "para que ao passares pelo rio não afogues, este rio é o mar agitado desta tenebrosa vida". Consequentemente, o que nos deve interessar mais do que qualquer outra coisa é "agradar a Deus" e ficarmos unidos a Ele, como ela fez com o "seu celeste Esposo". Quem habita em Cristo, o Amigo, o Mestre, o Esposo, não conhece esmorecimento nem medo; antes, torna-se sólido na fé, fervoroso no amor e perseverante na esperança. Assim aconteceu para a nossa Santa; primeiramente ocorreu aos Apóstolos, às mulheres que no sepulcro, surpreendidas, viram o Senhor ressuscitado, aos discípulos de Emaús, que desconsolados repetiam: "pensávamos que fosse Ele a salvar-nos". Só o Senhor nos salva e nos redime. Ao longo dos séculos, Ele associa à obra da sua redenção os santos, ou seja, aqueles que aceitam a sua vontade e seguem fielmente o seu Evangelho. Como esta jovem, Catarina de Sena, que sonhava com uma Igreja santa, da qual se sentia "filha" e "mãe", com bispos e sacerdotes cheios de zelo. Queria a Igreja desse modo, não por uma visão triunfalista da cristandade, mas para que pudesse ser "fermento" de renovação social, ao comunicar aos homens "o sangue" de Cristo que gera a paz. Santa Catarina, intrépida reformadora dos frades e das monjas da Ordem de São Domingos, à qual era ligada como terciária, nos conduza a uma contemplação cada vez mais íntima dos mistérios insondáveis da vida divina; nos ajude a amar a Igreja com coração grande e apaixonado; nos apoie no nosso empenho quotidiano ao serviço do Evangelho, sempre atentos aos "sinais dos tempos" e à suprema vontade de Deus na qual se encontra a nossa paz. Assim seja.
Cardeal Tarcisio Bertone
Excerto homilia por ocasião de recorrência Litúrgica de Santa Catarina de Sena na Basílica de Santa Maria “sopra Minerva” no Domingo dia 29 de Abril de 2007
(Fonte: site da Santa Sé em http://www.vatican.edu/roman_curia/secretariat_state/card-bertone/2007/documents/rc_seg-st_20070429_santa-caterina_po.html , título da responsabilidade de JPR)
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
São Gregório de Nissa (c. 335-395), monge e bispo
Santa Catarina de Sena, virgem e Doutora da Igreja
O casamento é bom [...]; tu que és consagrada a Deus, honra também a mãe da qual nasceste. E tu, que és casada, honra aquela que nasceu de uma mãe sem ser ela própria mãe; não é mãe, mas é esposa Cristo. Que também a mulher casada pertença a Cristo; mas que a virgem consagrada seja totalmente d'Ele. Que a primeira não se prenda ao mundo; mas que a segunda se liberte totalmente dele. [...] «Nem todos compreendem esta linguagem, mas apenas aqueles a quem isso é dado», disse Jesus (Mt 19, 11).
Compreendeis a profundidade do pensamento Cristo? [...] Se transferes para Deus todo o fogo da tua alma, sem te deixares balançar entre o amor que passa e o amor que permanece, entre o amor visível e o invisível, é porque o próprio Deus te feriu com as setas da escolha; conheces a beleza do teu Esposo e podes cantar este hino: «Senhor, Tu és a minha alegria, o objecto de todos os meus desejos!» (Ct 5,16). Permanecerás totalmente em Cristo, até contemplares Cristo teu Esposo. [...] Mas, quando ouves Cristo declarar que «Nem todos compreendem esta linguagem, mas apenas aqueles a quem isso é dado», pensa que isso é dado àqueles que Ele escolheu e que abriram o seu coração a estas coisas. «Portanto, isto não depende daquele que quer, nem daquele que se esforça por alcançá-lo, mas de Deus, que é misericordioso» (Rm 9, 16).
(Fonte: “Evangelho Quotidiano”)
O Evangelho do dia 29 de Abril de 2009
Naquela ocasião, Jesus tomou a palavra e disse:
«Bendigo-te, ó Pai, Senhor do Céu e da Terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e aos entendidos e as revelaste aos pequeninos.
Sim, ó Pai, porque isso foi do teu agrado.
Tudo me foi entregue por meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai, como ninguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar.»
«Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, que Eu hei-de aliviar-vos.
Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração e encontrareis descanso para o vosso espírito.
Pois o meu jugo é suave e o meu fardo é leve.»
(Fonte: “Evangelho Quotidiano”)
terça-feira, 28 de abril de 2009
Bento XVI alenta a esperança em Abruzzo
Passar da emergência a um projecto estável de reconstrução e concreto no tempo. Aos lugares do terramoto de Abruzzo, Bento XVI levou uma mensagem de esperança para os sobreviventes, orações para os falecidos e um convite para reconstruir respeitando vida e a dignidade humana.
Bento XVI passou algumas horas da manhã de 28 de Abril entre as vítimas do sismo nos lugares principais da tragédia. A solidariedade que se manifestou para com as vítimas nas últimas semanas é um sentimento altamente cívico e cristão que indica a maturidade de uma sociedade.
O Papa destacou que, como comunidade civil, é necessário um sério exame de consciência a fim que o nível da responsabilidade não seja menosprezado em nenhum momento. Por fim, Bento XVI fez uma oração especial em L’Aquila antes do Regina Caeli.
Ó Maria, Nossa Mãe Amadíssima!
Tu, que estás junto das nossas cruzes,
como permaneceste junto à de Jesus,
sustém a nossa fé, para que mesmo ante a dor
conservemos o olhar fixo no rosto de Cristo
pelo qual, no extremo sofrimento da cruz,
mostrou-se o amor imenso e puro de Deus.
Mãe da nossa esperança, dá-nos os teus olhos para ver,
para além do sofrimento e da morte, a luz da ressurreição;
dá-nos o teu coração para continuar,
também na prova, a amar e servir.
Ó Maria, Virgem de Roio,
Nossa Senhora da Cruz, rogai por nós!
(Fonte: H2O News)
Bento XVI – em Onna aos desalojados em tendas (excertos)
Segui com apreensão as notícias compartilhando o vosso susto e as vossa lágrimas pelos defuntos, bem como pelas vossas preocupações de coração estupefacto por aquilo que haveis perdido repentinamente. Agora encontro-me aqui entre vós, desejo abraçar-vos afectuosamente um a um. […]
Poder-se-ia dizer, caros amigos, que vos encontreis, de um certo modo, no mesmo estado de ânimo dos dois discípulo de Emaús, de quem nos fala o Evangelista Lucas. Após o acontecimento trágico da Cruz, regressavam a casa desiludidos e tristes, pelo “fim” de Jesus, mas ao longo da estrada, Ele aproximou-se e pôs-se a conversar com eles. Apesar de não O reconhecerem com os olhos, alguma coisa despertou nos seus corações: as palavras daquele “Desconhecido” abrasou-lhes aquele ardor e aquela confiança que a experiência do Calvário houvera extinto.
(Fonte: blogue Papa Ratzinger com tradução de JPR)
Papa visita esta terça-feira região italiana abalada pelo sismo
Um forte sismo em L’Aquila destruiu grande parte desta cidade italiana, vitimando mortalmente 295 pessoas. Mais de 58 mil pessoas ficaram desalojadas.
Bento XVI chegará a Onna pelas 09h30, onde visitará o parque de tendas que abriga muitas das vítimas. Em L’Aquila, o Papa vai passar pela Casa do Estudante e a Basílica de Collemaggio, espaço em que prestará homenagem ao Papa Celestino V.
Por último, no quartel da Guarda Fiscal, terá um encontro com os representantes locais e das pessoas envolvidas nas operações de socorro.
Durante a visita o Papa vai sobrevoar de helicóptero algumas localidades mais afectadas pelo sismo. A partida está prevista para as 12h00. A sua chegada ao heliporto do Vaticano será por volta das 13h00.
(Fonte: site Radio Vaticana)
ÚLTIMA HORA: mau tempo impede helicóptero que transportava o Santo Padre de descolar, havendo portanto um significativo atraso no programa previsto, já que a deslocação se fará de automóvel.
Gripe suína - Igreja mexicana passa à acção
Esta organização da Igreja Católica está a ajudar as autoridades na difusão das medidas de prevenção da doença que já matou 149 pessoas naquele país.
“A Cáritas está a reforçar a difusão das medidas preventivas das autoridades na Cidade do México e a distribuir, de forma gratuita, embalagens higiénicas para lavar as mãos e mascaras para proteger a boca”, disse Henrique Guilherme Solli, coordenador geral da Cáritas do México para as situações de emergência, em declarações à Renascença.
A situação é preocupante, diz este responsável, que adianta que esta situação está já a ter um impacto negativo para o turismo no país.
A Conferência Episcopal Mexicana deverá emitir, ainda esta semana, uma mensagem aos católicos para os sensibilizar para as dificuldades criadas por esta situação.
RV/Domingos Pinto
(Fonte: site RR)
Exposta pela primeira vez a Bíblia carolíngia
No âmbito das celebrações para o Ano Paulino, os beneditinos da Abadia de São Paulo Fora dos Muros, em Roma, decidiram expor, pela primeira vez ao público, a Bíblia carolíngia, um precioso código em miniatura do século IX.
A mostra tem ingresso gratuito e permanecerá aberta até 29 de Junho. Ela permite admirar esta obra de arte sacra produzida provavelmente nos ambientes monásticos da França da época carolíngia e pedida por Carlos, o Calvo.
Em uma viagem misteriosa, o código teria chegado a Roma como provável dom deste soberano ao Papa João VIII, que o coroou imperador na noite de Natal do ano 875.
A seguir, por motivos de segurança, Gregório VII preferiu confiá-la aos monges da Abadia de São Paulo Fora dos Muros, onde permaneceu custodiada, quase ininterruptamente, por mais de mil anos.
Mas a obra revela também a mensagem no coração do Evangelho, que desafia o passar dos séculos.
Mons. Edmund Power, Abade de São Paulo Fora dos Muros:
“Temos consciência de que é um tesouro de nível cultural muito alto, porém mais importante é o seu valor sacramental. Não é um sacramento, mas um sacramental, no sentido que é um objecto físico que transmite algo da realidade de Deus, neste caso leva a Palavra de Deus”.
“Nós sabemos que a Palavra de Deus, no sentido da Bíblia, é somente um reflexo do único Verbo que é o próprio Jesus Cristo. Portando, tocando a sua Palavra, a Palavra de Deus, estamos indirectamente tocando Jesus Cristo”.
“Ao ver como os homens, os monges do século IX buscam expressar Paulo segundo sua cultura, vestido como um homem do século IX, percebe-se que a mensagem fundamental do Novo Testamento è perene, é sempre vivaz em todos os séculos. Esta é a beleza da continuidade da nossa fé: esta grande saga de amor”.
(Fonte: H2O News)
Jornadas sobre questões pastorais em Enxomil
Leia o seguimento no blogue Ubi Caritas em http://pejp.blogspot.com/2009/04/jornadas-sobre-questoes-pastorais-em.html
São Josemaría Escrivá nesta data em 1932
(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/showevent.php?id=1440 )
Comunicar as próprias convicções - I
Ensaio de Ángel Rodríguez Luño - publicação subdividida em V partes
Num encontro para comunicadores que a Conferência Episcopal Italiana promoveu em Novembro de 2002, João Paulo II mencionava o facto de que “as rápidas transformações tecnológicas estão a determinar, sobretudo no campo da comunicação social, uma nova condição para a transmissão do saber, para a convivência entre os povos, para a formação dos estilos de vida e das mentalidades. A comunicação gera cultura e a cultura transmite-se mediante a comunicação”. Esse nexo entre comunicação e cultura é uma das principais razões pelas quais o mundo da comunicação suscita grande atracção entre aqueles que se interessam pela ética.
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”As rápidas transformações tecnológicas estão a determinar, sobretudo no campo da comunicação social, uma nova condição para a transmissão do saber, para a convivência entre os povos e para a formação dos estilos de vida e das mentalidades” (1). A adequada maturidade moral pessoal não é independente da comunicação e da cultura, que se expressa nos fins e estilos de vida socialmente aceites, nas leis, na celebração dos acontecimentos e personagens do passado que melhor correspondem à identidade moral de uma sociedade.
A cultura possui algumas leis próprias, pelo que as ideias – e os sentimentos que fomentam – têm uma consistência e um desenvolvimento bastante autónomo. É como se as ideias, quando passam ao plano da cultura e da comunicação, se separassem das inteligências que as produziram e começassem a ter uma vida própria, desenvolvendo-se com uma força que depende somente de si mesma. Uma força que depende da sua consistência objectiva e do seu dinamismo intrínseco, talvez diferente da intenção que tinham as pessoas que as puseram em circulação.
Por isso, todos os que desejam influenciar a vida social com o espírito do Evangelho devem estar atentos à íntima relação entre comunicação e cultura; se se deseja intervir positivamente na criação e transmissão de modos de vida e de visões do homem, é preciso atender à consistência e ao previsível desenvolvimento das ideias, mais do que à pretensa intenção das pessoas. Uma atitude polémica, uma resposta brilhante ou feroz podem fazer calar um adversário, mas se não se entende o que se expôs, nem se apreciou a consistência das suas ideias e as possíveis linhas de desenvolvimento que estas tinham, provavelmente não se colaborou no crescimento cultural nem mesmo se ofereceu uma alternativa cultural adequada; e assim, as ideias que foram rejeitadas, reduzindo ao silêncio quem as promoveu, continuarão a ter uma vida longa. Somente se se consegue fazer uma proposta que conserve e supere o que de bom e de verdadeiro havia nas ideias que se considera justo combater, é que se dará um influxo cultural real.
1 - João Paulo II, Discurso ao Congresso nacional italiano de agentes da cultura e da comunicação, 9-11-2002, n. 2
(Fonte: site Opus Dei - Portugal)
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
«É meu Pai que vos dá o verdadeiro pão que vem do céu»
«Cantai ao Senhor um cântico novo!» (Sl 95, 1). Novo é o cântico, para se ajustar a realidades novas; Paulo escreveu: «Se alguém está em Cristo é uma criatura nova; o mundo antigo passou, foi feito um mundo novo» (2Cor 5, 17). Os que eram israelitas pelo sangue foram libertados da tirania dos egípcios graças ao mediador desse tempo, o muito sábio Moisés; foram libertados do trabalho penoso dos tijolos, dos suores inúteis das tarefas terrenas [...], da crueldade dos supervisores, da dureza inumana do faraó. Atravessaram o mar; no deserto comeram o maná; beberam água que jorrou do rochedo; passaram o Jordão a pé enxuto; foram introduzidos na Terra da promessa.
Ora, por nós, tudo isso foi renovado, e o mundo novo é incomparavelmente melhor que o antigo. Nós fomos libertados de uma escravatura, não terrena, mas espiritual; fomos libertados, não só das tarefas desta terra, mas da mancha dos prazeres carnais. Escapámos, não aos contramestres egípcios ou ao tirano ímpio e impiedoso, homem como nós, mas aos demónios malignos e impuros que incitam a pecar, e ao chefe da sua raça, Satanás.
Atravessámos as ondas da vida presente, como um mar, com o seu tumulto e as suas loucas agitações. Comemos o maná espiritual, o pão descido do céu, que dá a vida ao mundo. Bebemos a água que jorra da rocha, fazendo das águas vivas de Cristo as nossas delícias. Atravessámos o Jordão graças ao santo baptismo que fomos julgados dignos de receber. Entrámos na Terra prometida aos santos e preparada para eles, esta terra que o Senhor recorda ao dizer: «Bem-aventurados os mansos, porque possuirão a terra» (Mt 5, 4).
(Fonte: “Evangelho Quotidiano”)
O Evangelho do dia 28 de Abril de 2009
Naquele tempo,
disse a multidão a Jesus:
«Que milagres fazes Tu,
para que nós vejamos e acreditemos em Ti?
Que obra realizas?
No deserto os nossos pais comeram o maná,
conforme está escrito:
‘Deu-lhes a comer um pão que veio do céu’».
Jesus respondeu-lhes:
«Em verdade, em verdade vos digo:
Não foi Moisés que vos deu o pão que vem do Céu;
meu Pai é que vos dá o verdadeiro pão que vem do Céu.
O pão de Deus é o que desce do Céu
para dar a vida ao mundo».
Disseram-Lhe eles:
«Senhor, dá-nos sempre desse pão».
Jesus respondeu-lhes:
«Eu sou o pão da vida:
quem vem a Mim nunca mais terá fome,
quem acredita em Mim nunca mais terá sede».
segunda-feira, 27 de abril de 2009
Crise criou mais 50 milhões de pobres, estimam o FMI e Banco Mundial
Esta estimativa vem num comunicado conjunto ontem divulgado após a reunião em Washington de dirigentes destas duas instituições.
A crise internacional está a transformar-se em “catástrofe humana e num desastre nos países em desenvolvimento. E esses fenómenos poderão acentuar-se-á ainda mais. “A economia mundial deteriorou-se consideravelmente desde a nossa última reunião”, continua o comunicado. “Esta evolução tem consequências particularmente graves nos países em desenvolvimento, onde a crise financeira e económica se transforma em catástrofe humana e num desastre no plano do desenvolvimento”, refere o mesmo documento.
"Nós devemos atenuar o seu impacto nos países em desenvolvimento e facilitar a contribuição destes para a retoma mundial", afirmam.
Em conferência de imprensa à saída da reunião, o presidente do Banco Mundial, Robert Zoellick, mostrou-se reticente em relação ao cumprimento dos oito objectivos do milénio, aprovados pelos líderes do mundo em 2000 para reduzir a pobreza em 2015, e que incluem o retrocesso das grandes pandemias, da mortalidade infantil e do analfabetismo, bem como a igualdade dos sexos, a melhoria da saúde materna e a protecção do ambiente.
Os chefes de Estado e de Governo do G20, que agrupa os países mais industrializados e os emergentes, comprometeram-se, no passado 2 de Abril em Londres, a aumentar os recursos das instituições financeiras internacionais em mais de 1100 milhões de dólares, para fazer face aos efeitos da crise económica.
(Fonte: Publico online em http://economia.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1376866&idCanal=57 )
Está na hora de um esforço extra de solidariedade de todos os que não foram afectados para com os mais necessitados. São tantas as pequenas coisas que poderemos abdicar em prol da ajuda ao próximo e que estou certo nos darão alegria em fazê-lo se o oferecermos ao Senhor tendo em mente os seus ensinamentos «Amarás o teu próximo como a ti mesmo» (Mat 19,19).
(JPR)
São Josemaría Escrivá nesta data em 1954
Festa de Nossa Senhora de Montserrat. Sofre um choque anafiláctico e começa a ficar curado da diabetes de que sofre há 10 anos. “Quando estava quase a perder os sentidos, em poucos segundos, o Senhor fez-me ver a minha vida como se fosse um filme; enchi-me de vergonha por tantos erros, e pedi perdão a Deus. É impossível passar por mais. É como se tivesse morrido”.
(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/showevent.php?id=1439 )
Assinado "Memorando de Entendimento" entre Secretaria de Estado do Vaticano e a Liga Árabe
Sexta-feira, 24 de Abril, ao fim da tarde, Sua Santidade Bento XVI recebeu em audiência o Secretário-geral da Liga dos Países Árabes, Amre Moussa, o qual já antes, juntamente com o arcebispo Dominique Mamberti, Secretário para as Relações com os Estados, tinha procedido à firma de uma “Memorando de Entendimento” entre a Secretaria de Estado e aquela Organização árabe.
Segundo o comunicado oficial do Vaticano, “no decurso dos colóquios sublinhou-se a importância do Acordo, que visa favorecer uma colaboração cada vez maior entre as duas partes, a favor da paz e da justiça no mundo. Especial relevo foi dado ao papel do diálogo intercultural e inter-religioso.
Não faltou, finalmente, um intercâmbio de ideias sobre a situação internacional, sobretudo no Médio Oriente, e sobre a necessidade de encontrar uma solução justa para o conflito israelo-palestiniano e para os outros conflitos que afectam a região”.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
«À procura de Jesus»
Escutai, povos de todo o mundo; escutai, nações espalhadas por toda a superfície da terra; ouvi, tribos e raças diversas (cf. Ap 7, 9), todos vós que vos julgáveis abandonados e que vos consideráveis até agora miseráveis, ouvi e alegrai-vos: o vosso Criador não vos esqueceu. Ele não quis que a Sua cólera retivesse por mais tempo as Suas misericórdias; na Sua bondade, quer agora salvar, não só o pequeno número dos judeus, mas a imensa multidão. Escutai o santo profeta Isaías [...]: «Naquele dia, a raiz de Jessé será erguida como um sinal para os povos» (11,10). [...]
Como o próprio Jesus atestou, Ele é Aquele que «Deus Pai marcou com o Seu selo», para que seja um sinal. Mas um sinal de quê? Para que, exaltado no cimo do estandarte da cruz, qual serpente de bronze elevada no meio do campo (Nm 21), Ele volte para Si os olhares, não só do povo judeu, mas de todo o universo, e atraia para Si, pela Sua morte na cruz, o coração de todos os homens. Assim, ensiná-los-á a pôr nEle toda a esperança. Ao curar-lhes todas as fraquezas, ao perdoar-lhes todos os pecados, ao abrir a todos o Reino dos Céus encerrado há tanto tempo, mostrar-lhes-á que é verdadeiramente «Aquele que será enviado [...], Aquele que todas as nações aguardavam» (Gn 49, 10). Este sinal, Ele próprio o elaborou para os povos, a fim de «juntar os exilados de Israel e reunir os dispersos de Judá dos quatro cantos da terra» (Is 11, 12).
(Fonte: “Evangelho Quotidiano”)
O Evangelho do dia 27 de Abril de 2009
Depois de Jesus ter saciado os cinco mil homens,
os seus discípulos viram-n’O a caminhar sobre as águas.
No dia seguinte,
a multidão que permanecera no outro lado do mar
notou que ali só estivera um barco
e que Jesus não tinha embarcado com os discípulos;
estes tinham partido sozinhos.
Entretanto, chegaram outros barcos de Tiberíades,
perto do lugar onde eles tinham comido o pão,
depois de o Senhor ter dado graças.
Quando a multidão viu
que nem Jesus nem os seus discípulos estavam ali,
subiram todos para os barcos
e foram para Cafarnaum, à procura de Jesus.
Ao encontrá-l’O no outro lado do mar, disseram-Lhe:
«Mestre, quando chegaste aqui?»
Jesus respondeu-lhes:
«Em verdade, em verdade vos digo:
vós procurais-Me, não porque vistes milagres,
mas porque comestes dos pães e ficastes saciados.
Trabalhai, não tanto pela comida que se perde,
mas pelo alimento que dura até à vida eterna
e que o Filho do homem vos dará.
A Ele é que o Pai, o próprio Deus,
marcou com o seu selo».
Disseram-Lhe então:
«Que devemos nós fazer para praticar as obras de Deus?»
Respondeu-lhes Jesus:
«A obra de Deus
consiste em acreditar n’Aquele que Ele enviou».
domingo, 26 de abril de 2009
“O Papa e o mistério da lua” - importante Editorial do Director
Conhecedor da tradição, o Pontífice sabe que as vicissitudes da Igreja neste mundo são como as fases alternadas da lua, que continuamente cresce e decresce, cujo esplendor depende da luz do sol, ou seja, de Cristo. Assim, o mistério da lua descrito pelos antigos autores cristãos é o da Igreja, muitas vezes perseguida, com frequência obscurecida pela sujidade por causa dos pecados de muitos dos seus filhos como Joseph Ratzinger denunciou pouco antes da sua eleição mas que cresce sempre de novo, iluminada pelo seu Senhor.
Levar e mostrar a luz de Cristo à obscuridade do mundo como fez várias vezes o Bispo de Roma no escuro inicial da vigília pascal, com um gesto repetido em todos os recantos da terra é a tarefa essencial do Papa. Consciente de que em muitos Países, também nos de longa tradição cristã, esta luz corre o risco de se apagar, como escreveu na última carta aos bispos. Confirmando, com tonalidades de dolorosa admiração perante o falseamento dos factos, as prioridades menosprezadas do seu pontificado.
Antes de tudo, o testemunho e o anúncio de que Deus não está distante de cada pessoa humana e que é verdadeiramente, como repetem incessantemente as liturgias orientais, amigo dos homens. Por isso Bento XVI pede para não excluir o transcendente do horizonte da história, por isso pede com a mesma confiança dos seus predecessores para não se fechar pelo menos à possibilidade, razoável, de Deus. Que não é um deus qualquer ou, pior, um ídolo em sociedades materialistas nas quais a idolatria é semelhante à da antiguidade mas o Deus que se revelou a Moisés, isto é, a Palavra que se fez carne em Jesus.
Para falar de Deus, Bento XVI celebra-o na liturgia e explica-o como poucos bispos de Roma souberam fazer, solícito da paz na Igreja que deseja restabelecer, como fez com uma oferta de misericórdia e de reconciliação que está em perfeita continuidade com o Vaticano II em relação aos bispos lefebvrianos. Por isso o Papa deseja progredir no caminho ecuménico, por isso confirmou a vontade de amizade e de busca religiosa comum com o povo judaico, por isso acelera o confronto com as outras grandes religiões, com a atenção dirigida sobretudo às raízes culturais; de forma que este confronto dê frutos reais sobre temas concretos, do respeito da liberdade religiosa ao da dignidade da pessoa humana, como acontece agora com os muçulmanos.
Então fere que este proceder límpido seja ignorado e se continue a representar, sobretudo nalguns Países europeus, Bento XVI e os católicos em chave negativa e hostil. Como aconteceu com o obscurecimento da viagem em África e com o silêncio mediático face às homilias pascais. Mas o Papa não tem medo dos lobos. E não está sozinho porque é apoiado pelas orações da Igreja. Que, como a lua, sempre tira a sua luz do sol.
Giovanni Maria Vian
Saudação do Papa aos portugueses presentes na Praça de São Pedro para a canonização de S. Nuno de Santa Maria
No final da celebração, imediatamente antes da bênção, Bento XVI saudou especialmente, em diversas línguas, os peregrinos presentes. Estas as palavras pronunciadas em português, e dirigidas aos cerca de dois mil portugueses que se encontravam na Praça de São Pedro.
“Dirijo a minha saudação grata e deferente à Delegação oficial de Portugal e aos Bispos vindos para a canonização de Frei Nuno de Santa Maria, com todos os seus compatriotas que guardam no coração o testemunho do «Santo Condestável»: deste modo lhe chamavam já os pobres do seu tempo, vendo o sentido de compaixão e o despojamento de quem deu os seus bens aos mais desfavorecidos. Deixou-nos assim uma nobre lição de renúncia e partilha, sem as quais será impossível chegar àquela igualdade fraterna característica duma sociedade moderna, que reconhece e trata a todos como membros da mesma e única família humana.
Em particular saúdo os Carmelitas, a quem um dia se prendeu o olhar e o coração deste militar crente, vendo neles o hábito da Santíssima Virgem e no qual depois ele próprio se amortalhou. Ao desejar a abundância dos dons do Céu para todos os peregrinos e devotos de São Nuno, deixo-lhes este apelo: «Considerai o êxito da sua carreira e imitai a sua fé» (Heb 13, 7).”
(Fonte: site Radio Vaticana)
São Nuno de Santa Maria já foi canonizado por Bento XVI. Louvado seja o Senhor!
Do novo Santo português, a breve biografia esboçada no livro distribuído aos participantes na celebração destaca o espírito contemplativo, a pobreza, a humildade e a caridade, a devoção à Eucaristia e a Nossa Senhora, citando-se Bento XV, que o beatificou em 1918.O rito de canonização, em latim, teve lugar na parte inicial da Missa, logo a seguir ao acto penitencial. O Prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, D. Angelo Amato, acompanhado pelos postuladores das causas, pede que os cinco beatos sejam inscritos no “álbum dos Santos” e “como tal sejam invocados por todos os cristãos”.
Nessa altura, procedeu-se à leitura da breve biografia de cada um dos novos Santos e canta-se a Ladainha de todos os santos. Bento XVI proferiu, em seguida, a Fórmula de canonização. Foram então colocadas junto ao altar as relíquias dos novos Santos e a assembleia repete “Aleluia”. O Arcebispo Amato e os postuladores agradeceram ao Papa. O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos pediu que fosse redigida a Carta Apostólica a respeito das canonizações que acabaram de ter lugar. Bento XVI respondeu “Decernimus”, ou seja, “ordenamo-lo”. As Leituras são as deste III Domingo do Tempo pascal. A primeira foi proclamada em português e a segunda em inglês. Como nas mais solenes celebrações presididas pelo Papa, o Evangelho foi cantado duas vezes, primeiro em latim e depois em grego.
Seguiu-se, na homilia, a referência do Papa, em português, ao Beato Nuno, partindo das palavras do Salmo Responsorial – “Sabei que o Senhor fez em mim maravilhas. Ele me ouve, quando eu o chamo”:
“Estas palavras do Salmo Responsorial exprimem o segredo da vida do bem-aventurado Nuno de Santa Maria, herói e santo de Portugal. Os setenta anos da sua vida situam-se na segunda metade do século XIV e primeira do século XV, que viram aquela nação consolidar a sua independência de Castela e estender-se depois pelos Oceanos – não sem um desígnio particular de Deus –, abrindo novas rotas que haviam de propiciar a chegada do Evangelho de Cristo até aos confins da terra. São Nuno sente-se instrumento deste desígnio superior e alistado na militia Christi, ou seja, no serviço de testemunho que cada cristão é chamado a dar no mundo.
Características dele são uma intensa vida de oração e absoluta confiança no auxílio divino. Embora fosse um óptimo militar e um grande chefe, nunca deixou os dotes pessoais sobreporem-se à acção suprema que vem de Deus. São Nuno esforçava-se por não pôr obstáculos à acção de Deus na sua vida, imitando Nossa Senhora, de Quem era devotíssimo e a Quem atribuía publicamente as suas vitórias. No ocaso da sua vida, retirou-se para o convento do Carmo por ele mandado construir.
Sinto-me feliz por apontar à Igreja inteira esta figura exemplar nomeadamente pela presença duma vida de fé e oração em contextos aparentemente pouco favoráveis à mesma, sendo a prova de que em qualquer situação, mesmo de carácter militar e bélica, é possível actuar e realizar os valores e princípios da vida cristã, sobretudo se esta é colocada ao serviço do bem comum e da glória de Deus.”
A concluir a homilia, a referência a duas novas Santas, ambas italianas. Antes de mais Gertrudes Comensóli (de Bréscia, norte de Itália, no século XIX), que “desde pequenina sentiu uma particular atracção por Jesus presente na Eucaristia”. “A adoração de Cristo eucarístico tornou-se o objectivo principal da sua vida, poderíamos quase dizer a condição habitual da sua existência”.
“Foi de facto diante da Eucaristia que santa Gertrudes compreendeu a sua vocação e missão na Igreja: dedicar-se sem reservas à acção apostólica e missionária, especialmente a favor da juventude”.
Finalmente, evocada Caterina Volpicelli, que viveu em Nápoles, em finais do século XIX, “tempo de crise espiritual e social”:
“Também para ela o segredo foi a Eucaristia. Às suas primeiras colaboradoras recomendava que cultivassem ma oração uma intensa vida espiritual e sobretudo o contacto vital com Jesus eucarístico”.
O Papa concluiu dando graças a Deus pelo dom da santidade que refulge nos cinco novos canonizados:
Deixemo-nos atrair pelo seu exemplo, deixemo-nos guiar pelos seus ensinamentos, para que também a nossa existência se torne um cântico de louvor a Deus, seguindo os passos de Jesus, adorado com fé no mistério eucarístico e servido com generosidade no nosso próximo”.
(Fonte: site Radio Vaticana com edição [tempo dos verbos de futuro para passado] de JPR)
Amar o planeta e o próximo, também é sabermos respeitar e defender os nossos recursos naturais
«No corrente ano, presta-se atenção sobretudo à água, um bem extremamente precioso que, se não for compartilhado de maneira equitativa e pacífica, infelizmente vai tornar-se um motivo de tensões duras e conflitos ásperos.»
Bento XVI – Excerto homilia proferida perante meio milhão de jovens na Esplanada de Montoroso no Loreto a 2 de Setembro de 2007
São Josemaría Escrivá nesta data em 1934
(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/showevent.php?id=1438 )
Visita televisiva guiada dos tesouros do Vaticano
Uma nova série de televisão permite aos telespectadores explorar a riqueza da arte nos Museus do Vaticano sem viajar até Roma. A maior rede de televisão religiosa do mundo, EWTN, em colaboração com a Fundação de Belas Artes Primavera e os patrocinadores de arte dos Museus do Vaticano criou Catholic Canvas, uma série de dez episódios que leva a audiência a fazer uma visita profissional guiada através da arte sacra.
A produtora Mary Shovlain disse que o objectivo dos programas é deixar para trás as más interpretações da arte sacra por parte de historiadores de arte seculares e se centra na mensagem evangelizadora dos artistas mais talentosos da história. As séries são apresentadas pela professora Liz Lev da Universidade Duquesne na Itália, que presta especial atenção ao significado religioso de cada obra.
Os episódios estão divididos em temas teológicos como os anjos, Maria, a Paixão, a Ressurreição e o Juízo Final. Cada episódio se conclui com a mensagem do Reverendo Mark Haydu, diretor internacional dos Patronos de arte dos Museus do Vaticano, sobre como se está ajudando a restaurar e preservar as valiosas obras de arte nos museus. Algo sobressaliente nas séries é a cobertura detalhada da Capela Sistina.
EWTN pôde filmar por quatro dias o interior da capela para esta séria, uma oportunidade que nunca se tinha concedido a nenhuma rede de televisão. Catholic Canvas será apresentado pela primeira vez na EWTN em Novembro. Serão feitas várias reprises desta transmissão cada semana.
(Fonte: H2O News)
S. Nuno Álvares Pereira
Nuno Álvares Pereira é canonizado hoje em Roma na Praça de S. Pedro em cerimónia presidida por Bento XVI
O novo Santo português
No limiar da celebração de canonização, em Roma, a 26 de Abril, a Agência ECCLESIA apresenta um amplo dossier/destacável com informação sobre a sua vida, o processo de canonização e, por último, as representações iconográficas do Santo Condestável, pela pena de D. Carlos Azevedo. Acrescenta-se a análise a esta canonização pelo Cardeal Saraiva Martins e a opinião de António Bagão Félix, Inês Dentinho e Guilherme d’Oliveira Martins. Incluem-se ainda o testemunho do vice-postulador da causa, do Geral da Ordem do Carmo e de Guilhermina de Jesus, a mulher miraculada por intercessão do Condestável.
Nascido a 24 de Junho de 1360, em Cernache do Bonjardim (actual distrito de Castelo Branco), o novo santo português foi um dos portugueses que mais profundamente marcaram a história do nosso país. Filho de D. Álvaro Gonçalves Pereira, Prior dos Hospitalários de Portugal, e de D. Iria Gonçalves de Carvalhal, dama da Infanta Dona Beatriz (filha de D. Fernando), Nuno Álvares Pereira foi 3º conde Ourém, 7º de Barcelos e 2º de Arraiolos. Falecido em 1431, no Carmo de Lisboa, sabe-se que D. Duarte pediu para que se organizasse o seu processo de canonização em 1437, ou seja, apenas seis anos após a sua morte.
Primórdios
Adquiriu o título de «Condestável do Reino» devido aos méritos na guerra de 1385 entre Portugal e Castela. No Arquivo da Casa de Bragança existia, até ao terramoto de 1755, o diploma original no qual o Mestre de Avis, D. João I, lhe concedia o título de «Condestabre» do reino e, para lhe agradecer, o rei faz-lhe a doação do Condado de Ourém e de outras terras nomeadas. (Cf. Tarouca, Carlos da Silva – O «Santo Condestável» pode ser canonizado?. Brotéria. Lisboa. XLIX (1949) 129-140.) Na Torre do Tombo (Lisboa) existe também um documento – a cópia coeva, em pública forma, da carta do mesmo rei, com a qual, no Porto, a 8 de Novembro faz a doação ao mesmo D. Nuno Álvares Pereira, Condestável e Conde de Ourém, do Condado de Barcelos (Cf. Tarouca, Carlos da Silva).
Com esta documentação fica excluída qualquer dúvida a respeito da sua identidade e dos mais importantes feitos da sua vida. Para provar que D. Nuno e o Condestável eram a mesma pessoa basta recorrer a uma carta do Papa Urbano VI para o bispo de Viseu, a 8 de Dezembro de 1386, cujo original existia até ao referido terramoto no Carmo de Lisboa. Nela, o Papa chama Nuno, Conde de Barcelos, ao fundador do convento. Esta não é a única carta de Urbano VI ao Condestável. Segundo o cronista do Carmo, Pereira de Sant´Anna, o Papa envia-lhe dois documentos – assinados a 26 de Novembro de 1387 – onde realça: “Revalidava o que antes obtivera, para contrair matrimónio com a senhora D. Leonor de Alvim, sem embargo de parentesco” e a outra concede-lhe privilégios de missas para o conde, esposa e família.
Recorrendo ao artigo de Carlos da Silva Tarouca, encontram-se provas que D. Duarte pediu a canonização de D. Nuno Álvares Pereira. No Códice Ashburnham 1792 da Biblioteca Laurenziana de Florença existem dois volumes de originais, pertencentes à correspondência original que ao abade beneditino D. João Gomes chegava de Portugal. Neste códice encontra-se a carta original (publicada pelo Pe. Domingos Maurício: Brotéria VII-1928) de D. Duarte ao abade de Florença e seu conselho. Assinado a 21 de Julho de 1437, neste documento o rei português queixava-se de ainda não ter recebido “O desembargo que saiu do canonizamento do Santo Condestabre per que se tire a inquirição que sobre isto se costuma fazer”. Conclui-se que o Papa mandou começar o processo de canonização de D. Nuno Álvares Pereira.
O documento contém também mais informações que ajudam a compreender o início deste processo. Nele, D. Duarte envia a D. João Gomes (abade beneditino) a oração litúrgica – feita pelo infante D. Pedro (faleceu em 1449) – e o esboço do panegírico que devia ser pronunciado por ocasião da canonização. Tanto D. Duarte como os irmãos tomavam a sério o processo de canonização do condestável. Para prová-lo, existe uma cópia, tirada pelo cronista-mor do reino, Gomes Eanes Azurara, onde são elencados os milagres atribuídos à sua intercessão.
A «oração litúrgica» do Infante D. Pedro é um documento de importância capital, sendo a única fonte coeva, que fala claramente da santidade de vida. Este Códice da Cartuxa de Évora – actualmente está na Torre do Tombo – é a única fonte que conservou a data da morte do Beato Nuno: Dia de Páscoa de 1431, isto é, 1 de Abril.
Nascimento do culto
Em relação ao início do culto que se prestava ao Santo Condestável, Jorge Cardoso no «Hagiológia Lusitano» (Cardoso, George – Agiologio Lusitano III. Lisboa, 1666) e, sobretudo, José Pereira de Sant´Ana na sua «Crónica dos Carmelitas» (Sant´Anna, Joseph Pereira – Chronica dos Carmelitas da Antiga e Regular Observância I. Lisboa, 1745) relatam, longamente, além da sua vida virtuosa, os altares e imagens que lhe eram dedicados, as missas que se celebravam em sua honra, as trasladações das suas relíquias, as peregrinações ao seu túmulo, e as muitas graças e milagres que eram atribuídas à sua intercessão.
Perante tais relatos pensou-se logo em obter do Papa a confirmação deste culto pela beatificação e canonização. Sabe-se que D. Duarte estimava muito o condestável. Quando era infante visitava-o com frequência no Convento do Carmo e tomou a iniciativa de pedir a sua canonização (Cf. Maurício, Domingos – Para a história do culto do B. Nun´Alvres. Brotéria. Lisboa. VII. 1928).
Como o desejo não foi realizado, nos reinados de D. João IV e D. Pedro II, os prelados da corte enviaram uma súplica ao Papa a pedirem a canonização de D. Nuno Álvares Pereira, súplica que foi corroborada pelos monarcas.
«Ventilou-se esta questão nas Cortes de 1674, as últimas que se reuniram antes da revolução de 1820. Privado el-rei D. Afonso VI do governo em 1667, o regente seu irmão convocou Cortes que se reuniram em 20 de Janeiro de 1674, na sala dos Tudescos do Paço da Ribeira. O braço da nobreza reuniu separadamente, no dia 22, no Mosteiro de Santo Elói, para eleger os trinta na forma costumada; e eleitos os trinta, passaram a ter as suas sessões ás segundas, quartas e sextas-feiras em S. Roque, na Capela de Nossa Senhora do Pópulo. Foi na 12ª Sessão, segunda-feira, 22 de Março, que se discutiu a questão da canonização de Nuno Álvares Pereira.» (Martins, Oliveira – A vida de Nun`Alvares. Lisboa: Guimarães Editores, 1955)
O processo não teve o andamento desejado. Somente nos fins do século XIX, as diligências ganharam novo fôlego com as instâncias do Postulador Geral da Ordem dos Carmelitas. Em 1894, o então Cardeal Patriarca, D. José Sebastião Neto, nomeou juiz da causa o arcebispo de Mitilene, D. Manuel Baptista da Cunha, futuro arcebispo de Braga. Dadas as vicissitudes “dos últimos tempos da Monarquia e princípios da República, o processo só terminou no tempo do Patriarca D. António Mendes Belo” (Leite, António – A caminho da canonização do beato Nun´Álvares. Brotéria. Lisboa. LXX (1960). 617-627).
Enviado o processo para Roma, e feitas as diligências na Sagrada Congregação dos Ritos (actual Congregação para as Causas dos Santos), Bento XV, pelo decreto «Clementissimus Deus» da mesma congregação, com data de 23 de Janeiro de 1918, confirmava o culto prestado a Nun´Álvares, increvendo-o no número dos beatos (O texto do decreto encontra-se na «Acta Apostolicae Sedis», 10 (1918) 102 - 196).
Como é natural, a beatificação do santo condestável trouxe um grande incremento no seu culto. Em todas as dioceses começou a celebrar-se a sua festa litúrgica, 6 de Novembro.
Nas comemorações do VIII centenário da fundação da nacionalidade, em 1940, o governo português e os bispos das dioceses pediram ao Papa para que fosse reassumida a causa da canonização do Beato Nuno. Pio XII satisfez o pedido através de um decreto da Sagrada Congregação dos Ritos, com data de 28 de Maio de 1941 (O texto do decreto encontra-se na «Acta Apostolicae Sedis», 33 (1941) 399 - 400).
O número de testemunhos episcopais acerca da santidade de Nuno Álvares é considerável, sendo vários os tornados públicos a seguir à beatificação, nos centenários do nascimento e da morte, e na peregrinação das Relíquias pelo País, em 1960, atura em que foi publicada uma Pastoral Colectiva do Episcopado.
O processo de canonização do Beato Nuno foi reaberto a 13 de Julho de 2003, nas ruínas do Convento do Carmo, com sessão presidida por D. José Policarpo. O cardeal Patriarca definiu nessa celebração o Beato Nuno de Santa Maria como um modelo a seguir por todos os que exercem funções de responsabilidade. “Ele é um exemplo de um cristão que exerceu as suas missões civis com a coerência de um cristão” – sublinhou.
A 1 de Maio de 2004, nas comemorações dos 150 anos do Dogma da Imaculada Conceição, o Santuário de Vila Viçosa recebeu as relíquias do beato. Na homilia da celebração, D. Maurílio de Gouveia, então arcebispo de Évora, disse aos peregrinos que, nas constantes deslocações e correrias por caminhos de Portugal, D. Nuno dava “um testemunho inquebrantável da fé cristã; norteavam-no os critérios do Evangelho; alimentava-o a oração e, sobretudo, a Eucaristia”. E acrescentou: “Trabalhou, como poucos, talvez como ninguém, pela defesa e pelo progresso do seu torrão natal”.
A notícia esperada surgiu a 21 de Fevereiro de 2009, quando Bento XVI anunciou a canonização do «Condestabre». Um caminho longo – cerca de 578 anos - que culmina, a 26 deste mês, com a inscrição de Nuno Álvares Pereira no álbum dos santos.
Luis Filipe Santos
Dossier Luís Filipe Santos 22/04/2009 10:47 10058 Caracteres 1586 Santo Condestável
(Fonte: site Agência Ecclesia)