domingo, 21 de julho de 2019

Acompanhavam-no os Doze e algumas mulheres

São João Paulo II (1920-2005), papa 
Discurso de 29/04/1979 (trad. © copyright Libreria Editrice Vaticana, rev.)


É particularmente comovente meditar sobre a posição de Jesus a respeito da mulher. Ele deu provas de uma audácia surpreendente para aqueles tempos em que, no paganismo, a mulher era considerada objecto de prazer, de lucro e de trabalho e, no judaísmo, marginalizada e aviltada.

Jesus mostrou sempre a máxima estima e o máximo respeito para com a mulher, para com cada mulher, e foi particularmente sensível aos sofrimentos femininos. Ultrapassando as barreiras religiosas e sociais do seu tempo, Jesus restabeleceu a mulher na sua plena dignidade de pessoa humana diante de Deus e diante dos homens.

Como não recordar os seus encontros com Marta e Maria (Lc 10,38-42) com a Samaritana (Jo 4,1-42), com a viúva de Naim (Lc 7,11-17), com a mulher doente de hemorragia (Mt 9,20-22) e com a pecadora (Jo 8,3-9) em casa de Simão, o fariseu (Lc 7,36-50)? A sua simples enumeração faz vibrar o coração de comoção. E como não recordar sobretudo que Jesus quis associar aos Doze algumas mulheres (Lc 8,2-3), que O acompanhavam e serviam, e que O confortaram durante a via-sacra e aos pés da Cruz? E, depois da ressurreição, Jesus apareceu às piedosas mulheres e a Maria Madalena, encarregando-a de anunciar aos discípulos a sua Ressurreição (Mt 28,8). Desejando encarnar e entrar na nossa história humana, Jesus quis ter uma Mãe, Maria Santíssima, elevando assim a mulher ao cume mais alto e admirável da dignidade: Mãe do Deus Encarnado, Imaculada, elevada ao Céu, Rainha do Céu e da Terra.

Por isso vós, mulheres cristãs, como Maria Madalena e as outras mulheres do Evangelho, deveis anunciar e testemunhar ter Cristo ressuscitado verdadeiramente, ser Ele a nossa única e verdadeira consolação! Tende, por isso, em conta a vossa vida interior, reservando todos os dias um pequeno oásis de tempo para meditar e para rezar.

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