quarta-feira, 4 de outubro de 2017

Nada nos há de abalar

Gratidão total a Deus que, apesar de variadas dificuldades, nunca nos abandona. Está sempre connosco! Portanto, quando as dificuldades surgem, temos de sorrir no meio da dureza de algumas circunstâncias, repetindo ao Senhor: gratias tibi, Deus, gratias tibi! [4]. S. Josemaria ouviu um dia, no fundo da sua alma: si Deus nobiscum, quis contra nos?[5]se Deus está connosco, nem o ambiente secularizado e até mesmo agressivo, nem a falta de meios materiais ou de saúde, nem a precariedade do emprego em muitos sítios, nem as complicações familiares ou fora de casa – nada! – nos há de abalar.
Estes tempos não são piores do que os anteriores. Já S. Agostinho avisava: «Porque hás de então pensar que qualquer época passada foi melhor do que a atual? Desde o primeiro Adão até ao Adão de hoje, esta é a perspetiva humana: trabalho e suor, espinhos e cardos» [6].
O dia 2 de outubro é também muito adequado para vermos se, individualmente, atuamos como o instrumento que Deus espera que sejamos. Assimilemos na nossa alma a oração pessoal de S. Josemaria na data que celebramos: quando acordei esta manhã, pensei que quereríeis que vos dissesse algumas palavras e devo ter ficado vermelho, porque me senti afogueado. Então, indo com o meu coração para Deus, vendo que resta tanto por fazer, e pensando também em vós, fiquei persuadido de que eu não dei tudo o que devo à Obra. Ele, sim. Deus sim [7].
[4] S. Josemaria, Meditação, 2-X-1962 (AGP, biblioteca, P09, p. 57).
[5] Cfr Rm 8, 31.
[6] S. Agostinho, Sermão Caillau-Saint Yves 2, 92 (PLS 2,441-442, cit. in Liturgia horarum, segunda Leitura da quarta-feira da vigésima semana do Tempo Comum).
[7] S. Josemaria, Meditação, 2-X-1962 (AGP, biblioteca, P09, p.60).

(D. Javier Echevarría excerto da carta do mês de outubro de 2016)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

Missionários de esperança (audiência)

Locutor: O cristão é um missionário de esperança; e não por mérito próprio mas graças a Jesus, grão de trigo que, caído em terra, morreu para dar muito fruto. Não é um arauto ou um profeta de desgraças, como se tudo tivesse terminado no calvário ou na sepultura. O essencial do seu anúncio é Jesus, que Se entregou à morte pelos nossos pecados e que Deus ressuscitou na manhã de Páscoa. Os discípulos ficaram abatidos depois da sua crucifixão e sepultura; aquela pedra, rolada contra a entrada do sepulcro, pusera termo a três anos de vida esperançosa e entusiasmante na companhia do Mestre vindo de Nazaré; parecia o fim de tudo, e alguns começavam já a deixar Jerusalém para regressar a casa. Mas Jesus ressuscitou. Este facto inesperado transformou a mente e o coração dos discípulos, uma transformação que ficará completa quando receberem a força do Espírito Santo no dia de Pentecostes. Desde então, há um «extra» que habita a existência cristã, inexplicável pela simples força de vontade ou por um cego otimismo; até parece que os crentes têm, por cima das suas cabeças, «um bocado de céu» a mais, que o mundo nem sequer consegue intuir. Assim a tarefa dos cristãos neste mundo é abrir espaços de salvação, como se fossem células de regeneração capazes de voltar a fazer correr seiva vital onde tudo parecia morto e perdido para sempre. Quando o céu se apresenta todo nebuloso, é vista como uma bênção a pessoa que sabe falar do sol. Por isso o verdadeiro cristão não é lamuriento nem mal-humorado, mas sempre irradia esperança com o seu modo de acolher, sorrir e amar. A força da ressurreição irrompeu nele, convencendo-o de que nenhum mal é infinito, nenhuma noite é sem fim, nenhum homem é caso definitivamente perdido, nenhum ódio é invencível pelo amor.

Santo Padre:
Saluto cordialmente i pellegrini di lingua portoghese, in modo speciale i fedeli della parrocchia «Ressurreição do Senhor, de Jardim», convenuti qui, spinti dal desiderio di affermare e consolidare la propria fede e adesione a Gesù Cristo. Il Signore vi ricolmi di gioia e lo Spirito Santo illumini le decisioni della vostra vita; possiate adempiate fedelmente al volere del Padre celeste. Pregate per me; non vi mancherà la mia preghiera e la Benedizione di Dio.

Locutor: Saúdo cordialmente os peregrinos de língua portuguesa, com menção especial dos fiéis da paróquia Ressurreição do Senhor, de Jardim, que aqui vieram movidos pelo desejo de afirmar e consolidar a sua fé e adesão a Cristo: o Senhor vos encha de alegria e o Espírito Santo ilumine as decisões da vossa vida, para realizardes fielmente a vontade do Pai celeste a vosso respeito. Rezai por mim. Não vos faltará a minha oração e a Bênção de Deus.

São Josemaría Escrivá nesta data em 1972

Começa uma viagem por Espanha e Portugal onde, durante dois meses, faz uma intensa catequese, reunindo-se com milhares de pessoas para lhes falar de Deus. Num encontro com estudantes, no Colégio Universitário da Moncloa, diz: “Ser um bom cristão quer dizer ser um bom estudante, alegre, com as qualidades dos jovens, que são muitas. Quando ouço falar mal da juventude actual, zango-me: porque fazeis o mesmo que todos nós fizemos, os que já não somos tão jovens, quando o éramos. De modo que não há razão para vos preocupardes. As virtudes dos jovens são muitas e, além disso, tendes ânimo, entusiasmo. Estudai, não percais o bom humor, e empregai a vossa simpatia para levar a todos os ambientes a doutrina de Cristo”.

O Evangelho do dia 4 de outubro de 2017

Indo eles pelo caminho, veio um homem que Lhe disse: «Seguir-Te-ei para onde quer que fores». Jesus respondeu-lhe: «As raposas têm suas tocas e as aves do céu têm seus ninhos, porém, o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça». A um outro disse: «Segue-Me». Mas ele disse: «Senhor, permite-me que eu vá primeiro sepultar meu pai». Mas Jesus replicou: «Deixa que os mortos sepultem os seus mortos; tu vai anunciar o reino de Deus». Um outro disse-Lhe: «Senhor, seguir-Te-ei, mas permite que vá primeiro dizer adeus aos de minha casa». Jesus respondeu-lhe: «Ninguém que, depois de ter metido a mão no arado olha para trás, é apto para o reino de Deus».

Lc 9, 57-62