domingo, 25 de maio de 2014

«O mundo não [O] pode receber, porque não O vê nem O conhece; vós é que O conheceis, porque permanece junto de vós, e está em vós»

Paulo VI (1897-1978), papa de 1963 a 1978 
Audiência Geral de 1972/05/17


«O Espírito sopra onde quer», diz Jesus na sua conversa com Nicodemos (Jo 3,8). Não podemos pois traçar, no plano doutrinal e prático, normas restritas no que respeita à intervenção do Espírito Santo na vida dos homens. Ele pode manifestar-Se nas formas mais livres e mais inesperadas: «Ele brinca sobre a superfície da terra» (Prov 8,31). […] Mas, para aqueles que querem captar as ondas sobrenaturais do Espírito Santo, há uma regra, uma exigência que é habitualmente imposta: a vida interior. É dentro da alma que se dá o encontro com este hóspede inexprimível, «doce hóspede da alma», como diz o maravilhoso hino litúrgico de Pentecostes. O homem torna-se «templo do Espírito Santo», rediz São Paulo (1Cor 3,16; 6,19).

O homem de hoje, e também o cristão, incluindo aqueles que são consagrados a Deus, tende a secularizar-se. Mas não pode, não deve nunca esquecer esta exigência básica da vida interior, se quer que a sua vida continue a ser cristã e animada pelo Espírito Santo. O Pentecostes foi precedido por uma novena de recolhimento e de oração. O silêncio interior é necessário para escutar a palavra de Deus, para sentir sua presença, para ouvir o chamamento de Deus.

Hoje, o nosso espírito está muito voltado para o exterior […]; não sabemos meditar, não sabemos orar; não sabemos silenciar todo o barulho que fazem em nós os interesses externos, as imagens, as disposições de ânimo. Não há no coração um espaço tranquilo e sagrado para a chama do Pentecostes. […] A conclusão é óbvia: temos de dar à vida interior o seu lugar próprio no programa da nossa vida, um lugar privilegiado, silencioso, puro; temos de nos reencontrar para que o Espírito vivificante e santificante possa habitar em nós.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

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