sábado, 9 de março de 2013

“Foi entregue, segundo o desígnio determinado e a previsão de Deus” (At 2, 23)

Meditemos com calma no Credo. O chamado “Símbolo dos Apóstolos”, que se pode rezar especialmente durante a Quaresma, afirma que Nosso Senhor Jesus Cristo padeceu sob Pôncio Pilatos, foi crucificado, morto e sepultado, desceu aos infernos, ao terceiro dia ressuscitou dos mortos [5]. O mesmo ensina, com ligeiras variantes, o símbolo da fé que se reza habitualmente na Missa, seguindo a formulação dos primeiros Concílios ecuménicos. O Catecismo da Igreja Católica ensina que «a morte violenta de Jesus não foi fruto do acaso, nem coincidência infeliz de circunstâncias várias. Faz parte do mistério do desígnio de Deus, como Pedro explica aos judeus de Jerusalém logo no seu primeiro discurso, no dia de Pentecostes: “Foi entregue, segundo o desígnio determinado e a previsão de Deus” (Act 2, 23)» [6]. O próprio Jesus o tinha antes explicado: É por isto que meu Pai me tem amor: por Eu oferecer a minha vida, para a retomar depois. Ninguém ma tira, mas sou Eu que a ofereço livremente. Tenho poder de a dar e poder de a retomar. Tal é o encargo que recebi de meu Pai [7]. Assim, o abismo de malícia, que o pecado encerra, foi vencido por uma Caridade infinita. Deus não abandona os homens (…). Esse fogo, esse desejo de cumprir o decreto salvador de Deus-Pai, enche toda a vida de Cristo, desde o Seu nascimento em Belém. Os discípulos ouvem-No repetir incansavelmente, ao longo dos três anos que com Ele conviveram, que o Seu alimento é fazer a Vontade d'Aquele que O enviou, até que, no meio da tarde da primeira Sexta-Feira Santa, se consumou a Sua imolação: inclinando a cabeça, entregou o espírito. Com estas palavras, o Apóstolo S. João descreve-nos a morte de Cristo: Jesus, sob o peso da Cruz com todas as culpas dos homens, morre por causa da força e da vileza dos nossos pecados [8].

[5]. Missal Romano, Símbolo apostólico.
[6]. Catecismo da Igreja Católica, n. 599.
[7]. Jo 10, 17-18.
[8]. S. Josemaria, Cristo que passa, n. 95.


(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de março de 2013)

© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

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