quarta-feira, 21 de abril de 2010

A cruz do DMJ - Dia Mundial da Juventude começa seu caminho pelas dioceses da Espanha


A cruz que o Papa João Paulo II deu aos jovens de todo o mundo está actualmente percorrendo as dioceses da Espanha em preparação ao Dia Mundial da Juventude, que se realizará em Madrid em 2011.

No final de Março, depois de visitar toda a diocese de Madrid, a cruz chegou à diocese de Getafe, onde realizou uma ampla peregrinação pelos principais povoados.

Para os jovens, levar a Cruz tornou-se numa ocasião de encontro com Jesus Cristo e de testemunho de sua fé.

Os preparativos para o Dia Mundial estão-se intensificando.

"Podemos dizer agora que temos esta cruz, que presidiu muitos Dias Mundiais desde aquele primeiro que foi realizado em Roma, podemos sentir diante desta cruz o amor de Deus, um amor que nunca falha".

"Temos muita sorte porque foi para a Polónia, à Austrália, em todos os lados, e tê-la connosco creio que seja uma grande sorte. Eu queria levá-la um pouco para dar testemunho e para entender tudo o que Jesus Cristo sofreu na cruz".

"Este acontecimento é muito importante para preparar os jovens de Getafe para o Dia Mundial da Juventude de 2011".

"É uma preparação e um aquecimento de motores para acolher o Dia Mundial. Além disso, tem que pensar que somos uma sede que recebe a cruz, porque recebe o Dia, porque é toda Madrid e nós unidos a Madrid e a Alcalá, temos aqui que ser acolhedores".


(Fonte: H2O News)

22 Abril - 21h00 - "UM MILHÃO DE TERÇOS POR PORTUGAL"



A apresentação do projecto "UM MILHÃO DE TERÇOS POR PORTUGAL", que nasceu da enorme vontade de pôr em prática o pedido de Nossa Senhora em Fátima, é já amanhã, Quinta-feira, dia 22 de Abril, às 21.00 horas na Basílica dos Mártires, no Chiado (à frente da Brasileira).
Rezamos juntos o TERÇO, com a participação especial dos SIMPLUS que nos vão acompanhar ao longo dos mistérios.

"Obrigado por não me ter abortado": Jovem argentino de 23 anos perdoa à sua mãe que o abandonara ao nascer

Maurício tem 23 anos e após ter criado no Facebook um grupo chamado "Procuro a minha Mãe" finalmente encontrou-a e pôde reunir-se com ela que o houvera abandonado à nascença. As suas primeiras palavras à mulher que agora tem 50 anos foram: "Obrigado por ter tido a valentia de me gerar durante sete meses e de não ter abortado".

No Sábado pela tarde Maurício conversou por telefone com sua mãe. Ela, muito emocionada, disse-lhe: "meu filho; sou eu, a tua mãe. Não me odeies. Perdoa-me. Recordei-te sempre, nunca me esqueci de ti".

O emotivo encontro em Córdoba, Argentina, cheio de abraços e silêncios, deu-se ao dia seguinte. Em declarações ao jornal argentino “Clarín” o jovem comentou: "senti-me pleno, nunca tinha experimentado a serenidade da alma. Por fim pude encerrar a minha história".

"A única coisa que consegui a dizer foi que estava tudo bem e que a perdoava", disse Maurício.

No encontro, explica o jovem de 23 anos, a mãe contou-lhe que não tinha outros filhos, que seu pai foi "um acidente" na sua vida e que tinha reconstruído sua vida com outra pessoa. Sem ressentimento, ele ofereceu-lhe uma mensagem de gratidão: "Obrigado por ter tido a valentia de me gerar durante sete meses e não ter abortado".

Ao relatar a história que finalmente levou a este esperado encontro, no meio de seus "novos parentes", Maurício assinala que "eles contaram-me que minha mãe estava a viver em Córdoba capital. Disse-lhes que não queria problemas, só precisava agradecer-lhe porque ela me deixou nascer".

Agora, comenta o jovem, o grupo de Facebook vai se chamar "Já a encontrei".

(Fonte: ‘ACI Digital’ com adaptação e deição de JPR)

“Não desperdicemos a nossa vida. Não deixemos que ela passe em vão” – entrevista sobre a visita do Papa ao Pe. Rodrigo Lynce de Faria

Nasceu em Lisboa há 38 anos. É licenciado em Engenharia Mecânica pela Universidade do Minho e doutorado em Teologia pela Universidade de Navarra. Viveu 8 anos no Brasil, 2 em Itália e 3 em Espanha. Chama-se Pe. Rodrigo Lynce de Faria e é um dos colaboradores habituais do nosso jornal.

Pertence à Prelatura do Opus Dei (Instituição da Igreja Católica fundada por São Josemaría Escrivá em 1928) e vive actualmente em Viseu onde é capelão do Clube do Moinho e do Centro Cultural Monte Fuste. Também dá aulas de Teologia Moral, Teologia Espiritual e cursos monográficos de outros temas relacionados com a Ciência Sagrada. Foi ordenado sacerdote em Roma no ano 2001.

O que é que o levou a decidir-se a ser padre?

Um chamamento de Deus. Houve alturas da minha vida em que não “sonhava” que esta seria a minha futura “profissão”. No entanto, a vida dá muitas voltas e Deus serve-se de vários acontecimentos para indicar-nos a Sua Vontade. No meu caso, essa Vontade é que eu seja sacerdote. É um dom de Deus tão grande que não o troco por nada deste mundo.

É melhor ser padre do que ser casado?

Não é melhor nem pior: é diferente. O melhor para cada um é aquilo que Deus quer. Tenho uma grande admiração pelas pessoas casadas. Em primeiro lugar, tenho uma grandíssima admiração pelos meus pais. Agradeço a Deus que os tenha chamado pelo caminho do casamento. Se isso não tivesse acontecido, eu não estaria aqui, nem os meus irmãos existiriam. Gosto muito da minha família e ela está fundada no dom de Deus que é o casamento.

Como é que, na perspectiva da Igreja Católica, vê as outras religiões?

Gostaria de começar por esclarecer que as minhas respostas têm sempre uma perspectiva pessoal. Não tenho nenhuma pretensão de falar em nome da Igreja Católica. Como é que eu vejo as outras religiões? Com muito respeito e admiração. Todas as religiões – se o são de verdade – representam uma procura de Deus por parte do homem. Isso é sempre algo grandioso e positivo. Nós, católicos, acreditamos que o Cristianismo é uma procura do homem por parte de Deus. Jesus Cristo não é somente um homem especial. É Deus que se fez homem para nos salvar.

Não será que, nos dias de hoje, a religião atrai menos as pessoas do que antigamente?

Quem atrai não é a religião, é Deus. Por isso, hoje em dia, como em todos os tempos, Deus continua a atrair cada um de nós a um encontro pessoal com Ele. É verdade que parece à primeira vista que, nos dias de hoje, as pessoas são menos religiosas. Penso que é só uma aparência. Todos nós necessitamos de acreditar em que a nossa vida tem um sentido. Necessitamos de acreditar em que não caminhamos simplesmente para o cemitério, para o vazio, para o nada. O sentido da nossa vida é Deus.

Pensa que a sociedade actual está a perder os seus valores?

Quem perde os valores não é a sociedade, são as pessoas. Nesse sentido, há pessoas que os perdem e outras que os conquistam e conservam. No entanto, a pergunta é muito oportuna porque parece que há mais pessoas que os perdem. Porque é que isto acontece? Talvez porque muitas pessoas vivem sem nenhum sentido. Simplesmente vão vivendo. E assim, acabam por chegar à conclusão que o único sentido que tem esta vida é aproveitar intensamente o momento presente. Com esta mentalidade, torna-se muito difícil conservar os princípios éticos (isso são os valores), sobretudo quando parece que eles “limitam” a liberdade da pessoa e a impedem de ser feliz. Será que isto é mesmo assim? Acho que não. Os valores – se o são de verdade – não tiram a liberdade de uma pessoa, mas protegem-na da degradação.

Não estará a Igreja Católica desactualizada em relação aos novos ideais que surgem na sociedade?

A Igreja possui dois mil anos de existência e é mais sábia do que possa parecer à primeira vista. Não se pede à Igreja que mude a sua doutrina conforme as épocas históricas, mas que permaneça fiel àquilo que recebeu de Jesus Cristo. A mensagem da Igreja é uma mensagem de salvação e, nesse sentido, é profundamente actual. Se a mensagem fosse adulterada, deixava de ser verdadeira. Também é actual – e sempre o foi – que há pessoas que recusam essa mensagem. É uma demonstração evidente de que o ser humano é verdadeiramente livre e que Deus é o primeiro a respeitar essa liberdade.

Acha que o Papa Bento XVI tem respondido de forma apropriada aos desafios e às polémicas que têm surgido?

A missão do Papa não é responder aos desafios e polémicas que sempre surgirão na História da Humanidade. A sua missão é pregar a doutrina de Jesus Cristo e indicar a todos o caminho para chegar até Deus. Ao fazer isto, o Papa resolve indirectamente vários desafios e polémicas que surgem precisamente porque muitos homens e mulheres recusam-se a deixar que Deus entre plenamente na suas vidas. Têm medo de que Ele lhes tire a felicidade. E é precisamente o contrário. Quando abrem as portas do coração a Deus, não perdem nada do que torna esta vida bela, feliz e entusiasmante. Encontram, não uma felicidade superficial, frívola e efémera, mas uma felicidade genuína.

Acha oportuna a visita do Papa a Portugal no próximo mês de Maio?

Muito oportuna. É um presente de Deus que o Vigário de Cristo (esta é a identidade do Papa) passe pelo nosso país. Talvez um presente muito oportuno nesta situação difícil em que muitas pessoas vivem: dificuldades económicas, dificuldades familiares, falta de uma verdadeira esperança em muitos corações.

O Papa vem só para estar com os católicos?

Claro que não. O Papa vem para estar com todos. Estar com ele é algo impressionante. É completamente diferente de o ver somente na televisão. Porque Deus concede muitas graças através da presença do Papa. Em várias ocasiões, tive oportunidade de perguntar a diferentes pessoas o que significou para elas estar com o Papa. As respostas tinham algo em comum: estar com o Papa (mesmo cercado de milhares de pessoas) foi algo inesquecível, único, aproximou-me de Deus, mudou a minha vida.

Que mensagem final gostaria de deixar aos jovens que lerão esta entrevista?

A nossa vida é única. É um dom de Deus. Está nas nossas mãos e depende das nossas decisões. Que fazer para que a nossa vida não passe inutilmente? Jesus Cristo é o único capaz de nos dar uma resposta porque é o único que nos pode garantir a vida eterna. Não desperdicemos a nossa vida. Não deixemos que ela passe em vão.

Entrevista concedida ao jornal "Voz do Sado" publicada no dia 24 de Março de 2010

A vocação mais profunda de Malta é a vocação cristã, isto é, a vocação universal da paz! Bento XVI durante a audiência geral


Poucos dias após a sua viagem a Malta, no passado fim-de-semana, Bento XVI dedicou a alocução da audiência geral desta quarta-feira a essa visita, evocando os principais momentos do programa e traçando um breve balanço desta actividade pastoral.

Ouçamos antes de mais, as palavras pronunciadas em língua portuguesa:

“Queridos irmãos e irmãs,

No sábado e domingo passados, Deus concedeu-me poder visitar Malta que celebra os mil novecentos e cinquenta anos do naufrágio de São Paulo nas suas costas e os sucessivos três meses de permanência evangelizadora do Apóstolo na ilha. Assim nasceu uma comunidade cristã fiel ao Evangelho que se esforça por conjugá-lo com as complexas questões do nosso tempo. Sinal disso é, por exemplo, o facto de o povo maltês se manter firme no respeito pela vida nascitura e pela sacralidade do matrimónio, decidindo não introduzir o aborto nem o divórcio no ordenamento jurídico do País. Com um vivo sentido de Deus e da Igreja, muitos jovens abraçam o chamamento de Jesus para ser presbíteros, aceitando partir para terras distantes a exemplo de São Paulo que levara o Evangelho aonde não tinha ainda chegado.


Amados peregrinos brasileiros de Curitiba e do Estado de São Paulo, quis partilhar convosco esta experiência que vivi com a Igreja de Malta e Gozo, na esperança de contar com a vossa oração e solidariedade por eles. Assim me ajudareis a levar o peso da missão que o Senhor há cinco anos me confiou. Nesta comunhão de sentimentos, vos agradeço e formulo votos de felicidades para vossas famílias e comunidades cristãs, e a todos abençoo
”.

Na alocução mais desenvolvida, em italiano, o Papa começou por evocar e agradecer o caloroso acolhimento que lhe foi reservado pela população e pelas autoridades de Malta. “A história deste povo – sublinhou - desde há quase dois anos que é inseparável da fé católica, a qual caracteriza a sua cultura e as suas tradições”.

“É-se espontaneamente levado a dar graças a Deus, e a agradecer também a São Paulo, que, no meio daquela violenta tempestade, manteve a confiança e a esperança, transmitindo-as aos companheiros de viagem. Foi a partir daquele naufrágio, ou melhor, da sucessiva permanência de Paulo em Malta, que nasceu uma fervorosa e sólida comunidade cristã, que passados dois mil anos permanece fiel ao Evangelho e se esforça por conjugá-lo com as complexas questões da época contemporânea.”

“Está claro que isto nem sempre é fácil, nem óbvio – reconheceu o Papa – mas os malteses sabem encontrar na visão cristã da vida as respostas aos novos desafios”.

Referindo a celebração da Eucaristia, domingo de manhã, Bento XVI declarou ter sido “motivo de alegria, mas também de consolação” sentir todo o calor deste povo que dá “a sensação de uma grande família, irmanada pela fé e pela visão cristã da vida”.

O Papa não deixou de referir o comovente encontro tido com algumas pessoas adultas que, nos tempos da infância ou da adolescência, foram vítimas de abusos da parte de membros do clero:

“Quis encontrar-me com algumas pessoas vítimas de abusos da parte de expoentes do clero. Com eles partilhei o seu sofrimento e foi comovidamente que com eles rezei, assegurando a acção da Igreja”.

Sendo uma ilha, com uma população que parece uma grande família, Malta não é, contudo, uma sociedade isolada do mundo – advertiu o Papa. Tal se vê claramente, por exemplo, no facto de haver padres malteses dispersos por todo o mundo. As famílias e as paróquias de Malta souberam educar os jovens ao sentido de Deus e da Igreja. Foi assim que muitos jovens responderam à chamada ao sacerdócio, abraçando um certo número deles o empenho missionário “ad gentes”, com o espírito apostólico que animava São Paulo. “A fé reforça-se quando é oferecida aos outros!” – proclamou convictamente Bento XVI.

Evocando as fortificações tão presentes no panorama de Malta, o Papa observou que a ilha teve que se defender dos ataques que a sua posição estratégica suscitava nas diferentes potências políticas e militares. Contudo, a vocação de Malta é a paz:

“A vocação mais profunda de Malta é a vocação cristã, isto é, a vocação universal da paz! A célebre cruz de Malta, que todos associam a esta nação, foi tantas vezes desfraldada no meio de conflitos e disputas. Mas nunca perdeu, graças a Deus, o seu significado autêntico e perene: é um sinal do amor e da reconciliação, e é esta a verdadeira vocação dos povos que acolhem e abraçam a mensagem cristã!”

Como tinha feito localmente, em Malta, Bento XVI recordou que, como encruzilhada natural, Malta encontra-se no centro da rota das migrações:

“Como outrora São Paulo, arribam às costas de Malta homens e mulheres, por vezes impelidos por condições de vida muito duras, ou por violências e perseguições, e isso comporta, naturalmente, complexos problemas no plano humanitário, político e jurídico, problemas de não fácil solução, mas que há que tentar resolver com perseverança e tenacidade, conjunto as intervenções a nível internacional. E assim é bem que se faça em todas as nações que têm os valores cristãos na raiz das suas Cartas constitucionais e das suas culturas”.

(Fonte: site Radio Vaticana)

S. Josemaría nesta data em 1974

Tiram-lhe esta fotografia a conversar com uma das participantes num congresso internacional universitário que se realiza em Roma por esses dias. Acerca da universidade tinha dito numa entrevista: “É necessário que a Universidade incuta nos estudantes uma mentalidade de serviço: serviço à sociedade, promovendo o bem comum através do trabalho profissional e da actuação pública. Os universitários devem ser responsáveis, sentir uma sã inquietação pelos problemas dos demais e um espírito generoso que os leve a enfrentar estes problemas e a procurar encontrar para eles a melhor solução. É missão da Universidade dar tudo isto aos estudantes”.

(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)

Malícia

«A “malícia” em sentido próprio consiste, para Tomás de Aquino, na revolta voluntária contra Deus, no ódio a Deus; uma posição verdadeiramente absurda, unicamente possível quando a tibieza, o não contra o amor de Deus, se transformou até um centro duma existência. Aqui se vê que a “preguiça” (falsa humildade) e o orgulho se encontram»

(“Olhar para Cristo” – Joseph Ratzinger)

Tornar Deus próximo

Por ocasião do 5º aniversário da eleição de Bento XVI

Completam-se cinco anos da eleição do Cardeal Joseph Ratzinger como sucessor de São Pedro à frente da Igreja. João Paulo II falecera a 2 de Abril de 2005. As televisões realizaram uma cobertura informativa sem precedentes. E, no meio daquele clima de emoção e de carinho pelo Pontífice falecido, que ainda enchia as ruas de Roma, no dia 19 de Abril de 2005 vimos pela primeira vez a figura amável do novo Papa na varanda central da Basílica de São Pedro.

Como é que Bento XVI vê a sua missão de cabeça da Igreja universal? Na Eucaristia do início do seu Pontificado, explicava que a tarefa do Pastor poderia parecer penosa, mas apresenta-se, na realidade, como una tarefa "aprazível e grande, porque se trata de um serviço à alegria de Deus, que quer estar presente no mundo". E afirmou, nessa mesma ocasião, que "não há nada mais formoso do que ser alcançados, surpreendido, pelo Evangelho, por Cristo", e "nada mais belo do que conhecê-Lo e comunicar aos outros a amizade com Ele" (Homilia, 24-IV-2005). Assim entende o Papa a sua missão: comunicar aos outros a alegria que procede de Deus. Suscitar no mundo um novo dinamismo de compromisso na resposta humana ao amor de Deus.

Nestes cinco anos de Pontificado, não faltaram ao Papa ataques provocados por aqueles que estão empenhados em afastar o Criador do horizonte da sociedade dos homens; nem estiveram ausentes os sofrimentos perante a incoerência e os pecados de algumas pessoas chamadas a ser "sal da terra" e "luz do mundo" (Mt 5,14-16). Nada disso nos deve admirar, pois as dificuldades fazem parte do itinerário normal do cristão, já que o discípulo não é mais do que o mestre, como Jesus Cristo anunciou: "Se me perseguiram a mim, também a vós vos hão-de perseguir." (Jn 15, 20). E, ao mesmo tempo, não esqueçamos o que o Senhor acrescentou: "Se tiverem guardado a minha doutrina, também hão-de guardar a vossa" (idem).

Entre os motivos de gratidão para com Bento XVI, gostaria de realçar a sua acção para dar a conhecer o Deus próximo. Esta expressão — tirada do título de um livro do Cardeal Ratzinger sobre a Eucaristia — é também um modo afectuoso de falar do Criador, que a fé nos mostra amável e próximo, interessado pela sorte das suas criaturas, como afirmava um santo dos nossos dias. Na realidade, São Josemaria recordava com frequência que, no meio da intensa actividade quotidiana, por vezes "vivemos como se o Senhor estivesse lá longe, onde brilham as estrelas, e não consideramos que também está sempre ao nosso lado. E está como um pai amoroso – quer mais a cada um de nós do que todas as mães do mundo podem querer a seus filhos – ajudando-nos, inspirando-nos, abençoando… e perdoando" (Caminho, 267).

Reside aqui o optimismo indestrutível do cristão, animado pelo Espírito Santo, que nunca desampara a Igreja. Historia docet: quantas vezes, ao longo de vinte séculos, se elevaram vozes agoirentas, anunciando o fim da Igreja de Cristo! Contudo, com a força do Paráclito, superadas as provações, logo ela apareceu mais jovem e mais bela, mais cheia de energia para conduzir os homens pelos caminhos da salvação. Assim o temos visto nestes anos: a autoridade moral e intelectual do Papa, a sua proximidade e interesse pelos que sofrem, a sua firmeza na defesa da Verdade e do Bem, sempre com caridade, fortaleceu homens e mulheres de todos os credos. O Romano Pontífice continua a ser uma luz que ilumina as intrincadas vicissitudes terrenas.

No cumprimento do meu múnus episcopal, milhares de pessoas de boa vontade — católicos e não católicos, também numerosos não cristãos — me confidenciaram que as respostas sólidas e plenas de esperança de Bento XVI face aos diversos dramas da humanidade representaram para eles uma confirmação no Evangelho, ou um motivo de aproximação à Igreja e, principalmente, um renovado interesse por uma aproximação ao "Deus próximo" que o Papa proclama. São muitos os que se sentem diariamente enriquecidos por esta alegre pregação de Bento XVI, condimentada pela luz da fé, exposta com todos os recursos da inteligência, com uma linguagem cristalina e com o testemunho da sua relação pessoal com Jesus Cristo. Que o Senhor no-lo conserve por muitos anos como guia da Igreja, para bem de toda a humanidade.

(Fonte: site de São Josemaría Escrivá AQUI)

CONHECER BENTO XVI - O Papa aponta três temas irrenunciáveis para os católicos em política

Reconhecer a tradição cristã da Europa só pode enriquecer a UE

Há três temas irrenunciáveis para a Igreja e para os católicos na vida política, explicou Bento XVI em 30 de Março [de 2006]: a defesa da vida em todas as suas fases, o reconhecimento da família baseada no matrimónio e a liberdade de ensino.

Bento XVI expôs estas teses numa audiência a cerca de 500 parlamentares do Partido Popular Europeu, reunidos em Roma no seu congresso.

No seu discurso, o Papa reivindicou o direito das Igrejas a fazer ouvir a sua voz no debate público sobre temas que se referem à dignidade humana: "Quando as Igrejas ou comunidades eclesiais intervêm no debate público, manifestando dúvidas ou recordando certos princípios, isso não constitui uma forma de intolerância ou uma interferência porque tais intervenções são unicamente destinadas a iluminar as consciências, permitindo que elas se movam livre e responsavelmente segundo as exigências autênticas da justiça, mesmo quando isso pudesse entrar em conflito com situações de poder e com interesses pessoais".

No caso da Igreja Católica, apontou a necessidade de prestar particular atenção a três princípios que considera "não negociáveis":

• "tutela da vida em todas as suas fases, desde o primeiro momento da concepção até à morte natural";
• "reconhecimento e promoção da estrutura natural da família, como união entre um homem e uma mulher baseada no matrimónio, e a sua defesa das tentativas de a tornar juridicamente equivalente a formas de uniões que, na realidade, a danificam e contribuem para a sua desestabilização obscurecendo o seu carácter particular e o seu papel social insubstituível";
• "tutela do direito dos pais de educar os próprios filhos".

Bento XVI esclareceu que estes princípios não são verdades de fé, mas estão inscritos na natureza humana. Por conseguinte, " a acção da Igreja de os promover não assume um carácter confessional, mas dirige-se a todas as pessoas, prescindindo da sua filiação religiosa."

(...)

Bento XVI disse aos parlamentares que o apoio "à herança cristã pode contribuir de modo significativo para derrubar aquela cultura tão difundida na Europa que limita na esfera privada e subjectiva a manifestação das próprias convicções religiosas". Esta atitude "não só implica o repúdio do papel público do cristianismo, mas mais em geral, exclui o compromisso com a tradição religiosa da Europa".

Para Bento XVI, o compromisso da União Europeia com os valores desta tradição só pode enriquecê-la . ""Seria um sinal de imaturidade, ou até de debilidade optar por se opor a ela, ou por ignorá-la, em vez de dialogar com ela. Neste contexto, é necessário reconhecer uma certa intransigência secularista demonstra ser inimiga da tolerância e duma visão sadia da laicidade do Estado e da sociedade".

Aceprensa

Temas para reflexão

Meditação:

Como eu desejaria, Senhor, agradecer-Te a graça desta Comunhão, de um forma tão completa e decisiva que ficasse para todo o sempre gravado na minha alma este momento.
Não posso... sou tão pouca coisa... Mas ponho, aqui, nas minhas mãos abertas, o meu coração todo inteiro: É Teu, Senhor, é para Ti, todo absolutamente. De nada me serve a menos que esteja cheio de Ti, repleto de amor por Ti, meu Senhor e meu Deus.
Como eu desejaria, Senhor, ficar aqui para sempre, com esta doce sensação da Tua presença na minha alma. A tranquila posse que tomas de todo o meu ser e que eleva e dá uma dimensão única e irrepetível.
Como eu desejaria, Senhor, ter as palavras gravadas a fogo na minha fronte, para que as visses como um desejo declarado de entrega submissa e pronta à Tua Santíssima Vontade. Sim, nada mais querer que fazer a Tua Vontade Santa em todas as coisas.
Como eu desejaria, Senhor, ter o dom de reconhecimento e agradecimento pela torrente de graças que sobre mim derramas com tão generosa abundância.
Não é meu merecimento, nem sequer direito receber-vos assim, inteiro e disponível, tão humilde e discreto! Não! É a Tua bondade infinita que me traz, diariamente, este alimento sem o qual não sobreviveria um segundo.
Fica, Senhor, comigo, o resto deste dia e não me deixes cair em tentação. Amém.
(AMA, acções de graças da Comunhão, 1999)

Tema: Eucaristia a maior felicidade

Jesus Cristo durante a Sua vida mortal, não passou jamais por qualquer lugar sem derramar as Suas bênçãos em abundância, do que deduziremos quão grandes e preciosos devem ser os dons de que participam os que têm a dita de O receber na Sagrada Comunhão; ou melhor dito, que toda a nossa felicidade neste mundo consiste em receber Jesus Cristo na Sagrada Comunhão.
(S. JOÃO MARIA VIANEY, Sermão sobre a Comunhão)

Doutrina: Evangelium Vitae, 43 c

"Isto mesmo ensina, com linguagem clara e eloquente, o texto sagrado ao mencionar o grito jubiloso da primeira mulher, a «mãe de todos os viventes»; consciente da intervenção de Deus, Eva exclama: «Gerei um homem com o auxílio do Senhor». Assim, na geração, através da comunicação da vida dos pais ao filho transmite-se, graças à criação da alma imortal, a imagem e semelhança do próprio Deus. Neste sentido, se exprime o início do «livro da genealogia de Adão»: «Quando Deus criou o homem, fê-lo à semelhança de Deus. Criou-os varão e mulher, e abençoou-os. Deu-lhes o nome de Homem no dia em que os criou. Com cento e trinta anos, Adão gerou um filho à sua imagem e semelhança, e pôs-lhe o nome de Set». Precisamente neste papel de colaboradores de Deus, que transmite a sua imagem à nova criatura, está a grandeza dos cônjuges, dispostos «a colaborar com o amor do Criador e Salvador, que por meio deles aumenta cada dia mais e enriquece a sua família». À luz disto, o bispo Anfilóquio exaltava o «matrimónio santo, eleito e elevado acima de todos os dons terrenos», porque «gerador da humanidade, artífice de imagens de Deus.
(JOÃO PAULO II, Evangelium Vitae, 43 c)

Festa: Stº Anselmo, Doutor da Igreja

Nota Histórica

Nasceu em Aosta (Piemonte) no ano 1033. Entrou na Ordem de S. Bento no mosteiro de Le Bec (França), ensinou Teologia aos seus irmãos de hábito, ao mesmo tempo que ia progredindo com ardor no caminho da perfeição. Transferido para a Inglaterra, foi eleito bispo de Cantuária e combateu valorosamente pela liberdade da Igreja, o que lhe causou por duas vezes o exílio. Escreveu muitas obras de grande valor teológico e místico. Morreu no ano 1109.
(SNL)

Agradecimento: António Mexia Alves

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Balduíno de Ford ( ? – c. 1190), abade cisterciense
O Sacramento do altar, II, 3 (a partir da trad. SC 93, pp. 255s.)

«Eu sou o pão da vida»

Cristo diz «Quem vem a Mim não mais terá fome e quem crê em Mim jamais terá sede» [...]. E o salmista diz: «O pão, que lhe robustece as forças», e «o vinho, que alegra o coração do homem» (103, 15). Para os que crêem n'Ele, Cristo é alimento e bebida, pão e vinho. Pão que fortifica e robustece [...], bebida e vinho que alegra [...]. Tudo o que em nós é forte e sólido, jubiloso e alegre para cumprirmos os mandamentos de Deus, suportarmos o sofrimento, executarmos a obediência e defendermos a justiça, tudo isso é força deste pão e alegria deste vinho. Felizes os que agem com força e com alegria! E, dado que ninguém o pode fazer sozinho, felizes aqueles que avidamente desejam praticar o que é justo e honesto, e pôr em todas as coisas a força e a alegria dadas por Aquele que disse: «Felizes os que têm fome e sede de justiça» (Mt 5, 6). Se Cristo é o pão e a bebida que asseguram agora a força e a alegria dos justos, não o será Ele muito mais no céu, quando aos justos Se der por completo?

Notemo-lo, nas palavras de Cristo [...], este alimento que fica para a vida eterna é chamado «pão do céu», verdadeiro pão, pão de Deus, pão da vida. [...] Pão de Deus para o distinguir do pão que é feito e preparado pelo padeiro [...]; pão da vida, para o distinguir desse pão perecível que não é a vida nem a dá, apenas a conserva, com dificuldade e por algum tempo apenas. Este, pelo contrário, é a vida, dá a vida, conserva uma vida que nada deve à morte.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 21 de Abril de 2010

São João 6,35-40

35 Jesus respondeu-lhes: «Eu sou o pão da vida; aquele que vem a Mim não terá jamais fome, e aquele que crê em Mim não terá jamais sede.36 Porém, já vos disse que vós Me vistes e que não credes.37 Tudo o que o Pai Me dá virá a Mim; e aquele que vem a Mim não o lançarei fora.38 Porque desci do céu não para fazer a Minha vontade, mas a vontade d'Aquele que Me enviou.39 Ora a vontade d'Aquele que Me enviou é que Eu não perca nada do que Me deu, mas que o ressuscite no último dia.40 A vontade de Meu Pai que Me enviou é que todo o que vê o Filho e crê n'Ele tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia».