Face à situação grave e vergonhosa que a Igreja na Irlanda está a viver há já demasiados anos, Bento XVI tomou a decisão de dirigir aos católicos do país uma carta que pela sua coragem não tem precedentes: um documento evangélico para responder a um inaudito obscurecimento da luz do Evangelho, que o Papa quis publicar depois de se ter encontrado com os bispos irlandeses convocados em Roma. Declarando a sua profunda preocupação, Bento XVI afirma partilhar a perturbação, o assombro e a sensação de traição sentidos por muitos católicos por actos pecaminosos e criminosos e pelo modo como eles foram enfrentados pelas autoridades da Igreja no país.
A amargura e a severidade do texto papal evocam a carta, perdida, que o apóstolo Paulo recorda ter escrito aos Coríntios "com o coração contrito e com muitas lágrimas", não para aumentar a tristeza da sua comunidade mas para a sustentar com o seu amor. Assim o documento dirigido aos católicos da Irlanda foi escrito para não esconder o mal feito diante de Deus e diante dos homens e sobretudo para olhar em frente. Antes de tudo, porque a horrenda culpa dos abusos perpetrados contra menores seja reparada segundo a justiça e segundo o Evangelho.
Para fazer isto, os católicos irlandeses devem reconsiderar a sua grande e muitas vezes heróica história cristã, da qual nos últimos decénios a Igreja no país não soube ser digna, descuidando o património da tradição e confundindo a renovação querida pelo Vaticano ii. Em particular, não foi observado o direito canónico, que está ao serviço do Evangelho e da pessoa humana, com consequências desastrosas na admissão ao sacerdócio e na formação dos eclesiásticos, cobrindo por fim as faltas para evitar escândalos.
O diagnóstico lúcido e severo da carta é perfeitamente coerente com a obra quase tricenal do cardeal Ratzinger, resumido na sua exclamação durante a Via-Sacra a 25 de Março de 2005, poucos dias antes da morte de João Paulo II: "Quanta sujidade há na Igreja, e precisamente entre aqueles, no sacerdócio, que deveriam pertencer completamente a Ele!". E é coerente com quanto como Papa fez desde o dia da eleição, também para a Irlanda: já a 28 de Outubro de 2006 exortou os bispos do país a "estabelecer a verdade a respeito daquilo que aconteceu no passado, dar todos os passos que forem necessários para impedir que ele volte a ocorrer, assegurar que os princípios da justiça sejam plenamente respeitados e, sobretudo, dar alívio às vítimas e a todas as pessoas que foram atingidas por estes crimes hediondos". A quem sofreu os abusos o Papa dirige "com humildade" palavras claras e comovedoras, declarando mais uma vez vergonha e remorso, consciente de que para algumas vítimas agora é "difícil até entrar numa igreja" mas garantindo-lhes que poderão ser curadas precisamente pelas feridas de Cristo. E aos jovens recomenda que mantenham o olhar fixo em Jesus, "porque ele nunca trairá a vossa confiança". Confiança traída pelo contrário pelos culpados, que deverão responder a Deus e aos tribunais. A eles, e aos bispos que procederam mal, a carta dirige expressões muito severas para contribuir para um processo, que será longo, de penitência e cura. Com o olhar dirigido para o único Senhor que pode renovar todas as coisas.
Giovanni Maria Vian - Director
(© L'Osservatore Romano - 27 de Março de 2010)
sábado, 27 de março de 2010
Visita do Papa ultrapassa fronteiras da Igreja
D. Manuel Clemente, Pacheco Pereira e Helena Matos falam de Bento XVI e da actual «encruzilhada cultural»
A visita de Bento XVI a Portugal ultrapassa as fronteiras da Igreja Católica e será também um acontecimento relevante do ponto de vista cultura e civilizacional.
A posição foi defendida esta Sexta-feira, em Fátima, numa mesa-redonda intitulada «Visita do Papa Ratzinger numa encruzilhada cultural», na qual participam José Pacheco Pereira, D. Manuel Clemente e Helena Matos, com moderação de José Tolentino Mendonça.
Este último, director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, lembrou que “encruzilhada cultural é um sintagma caro a Bento XVI” e que “a cultura é hoje um campo decisivo para o que é a missão da Igreja.
Toelntino Mendonça, padre e poeta, diz que este é um Papa que se faz ouvir “para lá dos limites da Igreja”.
Já Pacheco Pereira sublinhou a importância de Bento XVI enquanto intelectual europeu. Elogiando o actual Papa, o deputado e historiador disse que a Igreja “tem de ultrapassar” uma ideia de sobrevivência “assente em mecanismos defensivos de religiosidade popular”.
Sobre esta questão falou D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, para quem o caso de Fátima é um “enorme fenómeno” de religiosidade popular, “um dos maiores da Europa”.
Neste contexto, precisou que a visita papal é um acontecimento fundamentalmente “religioso”, que exige um tratamento diferente.
O prelado defendeu a necessidade de “intensificar o núcleo criativo do Cristianismo”, com consequências no campo das artes e da solidariedade.
Já a jornalista Helena Matos admitiu que, no seu percurso, teve de rever a ideia de que os homens da Igreja falavam só de Deus. Em política, acrescentou, ignorar Deus é um erro “imperdoável”.
“Os Estados podem prescindir de Deus, mas os povos sofrem mais”, assegurou.
Cerca de 175 pessoas participaram no seminário de preparação da visita do Papa, destinado a profissionais da Comunicação Social, iniciativa da Comissão de Comunicação Social da Comissão Organizadora da viagem de Bento XVI a Portugal (11 a 14 de Maio).
(Fonte: site Agência Ecclesia)
A visita de Bento XVI a Portugal ultrapassa as fronteiras da Igreja Católica e será também um acontecimento relevante do ponto de vista cultura e civilizacional.
A posição foi defendida esta Sexta-feira, em Fátima, numa mesa-redonda intitulada «Visita do Papa Ratzinger numa encruzilhada cultural», na qual participam José Pacheco Pereira, D. Manuel Clemente e Helena Matos, com moderação de José Tolentino Mendonça.
Este último, director do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, lembrou que “encruzilhada cultural é um sintagma caro a Bento XVI” e que “a cultura é hoje um campo decisivo para o que é a missão da Igreja.
Toelntino Mendonça, padre e poeta, diz que este é um Papa que se faz ouvir “para lá dos limites da Igreja”.
Já Pacheco Pereira sublinhou a importância de Bento XVI enquanto intelectual europeu. Elogiando o actual Papa, o deputado e historiador disse que a Igreja “tem de ultrapassar” uma ideia de sobrevivência “assente em mecanismos defensivos de religiosidade popular”.
Sobre esta questão falou D. Manuel Clemente, Bispo do Porto, para quem o caso de Fátima é um “enorme fenómeno” de religiosidade popular, “um dos maiores da Europa”.
Neste contexto, precisou que a visita papal é um acontecimento fundamentalmente “religioso”, que exige um tratamento diferente.
O prelado defendeu a necessidade de “intensificar o núcleo criativo do Cristianismo”, com consequências no campo das artes e da solidariedade.
Já a jornalista Helena Matos admitiu que, no seu percurso, teve de rever a ideia de que os homens da Igreja falavam só de Deus. Em política, acrescentou, ignorar Deus é um erro “imperdoável”.
“Os Estados podem prescindir de Deus, mas os povos sofrem mais”, assegurou.
Cerca de 175 pessoas participaram no seminário de preparação da visita do Papa, destinado a profissionais da Comunicação Social, iniciativa da Comissão de Comunicação Social da Comissão Organizadora da viagem de Bento XVI a Portugal (11 a 14 de Maio).
(Fonte: site Agência Ecclesia)
Comentário ao Evangelho de Domingo feito por:
Proclo de Constantinopla (c. 390-446), bispo
Sermão 9, para o Dia de Ramos; PG 65, 772 (a patir da trad. Brésard, 2000 anos, ano C, p. 108)
«Bendito Aquele que vem, o nosso Rei»
O dia de hoje, meus bem-amados, é da maior importância. É um dia que nos solicita um grande desejo, uma pressa imensa, um alento vivo, para nos conduzir ao encontro do Rei dos Céus. Paulo, o mensageiro da Boa Nova, dizia-nos: «O Senhor está perto. Não vos inquieteis» (Fil 4, 5-6). [...]
Acendamos, pois, as lamparinas da fé; à semelhança das cinco virgens sensatas (Mt 25, 1ss.), enchamo-las do óleo da misericórdia para com os pobres; acolhamos a Cristo bem despertos, e cantemos-Lhe com as palmas da justiça na mão. Beijemo-Lo, derramando sobre Ele o perfume de Maria (Jo 12, 3). Oiçamos o cântico da ressurreição: que as nossas vozes se elevem, dignas da majestade divina, e brademos com o povo, soltando esse grito que se escapa das bocas da multidão: «Hossana nas alturas! Bendito seja Aquele que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel». É razoável chamar-Lhe «Aquele que vem», porque Ele vem sem cessar, porque Ele nunca nos falta: «O Senhor está próximo de quantos O invocam em verdade» (Sl 144, 18). «Bendito seja Aquele que vem em nome do Senhor».
O Rei manso e pacífico está à nossa porta. Aquele que tem o trono nos céus, acima dos querubins, senta-Se, cá em baixo, sobre uma burrinha. Preparemos a casa da nossa alma, limpemos as teias de aranha que são os mal-entendidos fraternos, que não haja em nós a poeira da maledicência. Difundamos às mãos-cheias a água do amor, e apaziguemos todas as feridas criadas pela animosidade; semeemos o vestíbulo dos nossos lábios com as flores da piedade. E soltemos então, na companhia do povo, esse grito que brota dos lábios da multidão: «Bendito seja Aquele que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel».
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Sermão 9, para o Dia de Ramos; PG 65, 772 (a patir da trad. Brésard, 2000 anos, ano C, p. 108)
«Bendito Aquele que vem, o nosso Rei»
O dia de hoje, meus bem-amados, é da maior importância. É um dia que nos solicita um grande desejo, uma pressa imensa, um alento vivo, para nos conduzir ao encontro do Rei dos Céus. Paulo, o mensageiro da Boa Nova, dizia-nos: «O Senhor está perto. Não vos inquieteis» (Fil 4, 5-6). [...]
Acendamos, pois, as lamparinas da fé; à semelhança das cinco virgens sensatas (Mt 25, 1ss.), enchamo-las do óleo da misericórdia para com os pobres; acolhamos a Cristo bem despertos, e cantemos-Lhe com as palmas da justiça na mão. Beijemo-Lo, derramando sobre Ele o perfume de Maria (Jo 12, 3). Oiçamos o cântico da ressurreição: que as nossas vozes se elevem, dignas da majestade divina, e brademos com o povo, soltando esse grito que se escapa das bocas da multidão: «Hossana nas alturas! Bendito seja Aquele que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel». É razoável chamar-Lhe «Aquele que vem», porque Ele vem sem cessar, porque Ele nunca nos falta: «O Senhor está próximo de quantos O invocam em verdade» (Sl 144, 18). «Bendito seja Aquele que vem em nome do Senhor».
O Rei manso e pacífico está à nossa porta. Aquele que tem o trono nos céus, acima dos querubins, senta-Se, cá em baixo, sobre uma burrinha. Preparemos a casa da nossa alma, limpemos as teias de aranha que são os mal-entendidos fraternos, que não haja em nós a poeira da maledicência. Difundamos às mãos-cheias a água do amor, e apaziguemos todas as feridas criadas pela animosidade; semeemos o vestíbulo dos nossos lábios com as flores da piedade. E soltemos então, na companhia do povo, esse grito que brota dos lábios da multidão: «Bendito seja Aquele que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel».
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho de Domingo dia 28 de Março de 2010 - Domingo de Ramos
São Lucas 22,14-71.23,1-56
14 Chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa com os Apóstolos e15 disse-lhes: «Desejei ardentemente comer convosco esta Páscoa, antes de sofrer,16 porque vos digo que não mais a comerei até que ela se cumpra no reino de Deus».17 Tendo tomado o cálice, deu graças, e disse: «Tomai e distribuí-o entre vós,18 porque vos declaro que não tornarei a beber do fruto da vide até que chegue o reino de Deus».19 Depois tomou um pão, deu graças, partiu-o e deu-lho, dizendo: «Isto é o Meu corpo, que é dado por vós; fazei isto em memória de Mim».20 Depois da ceia fez o mesmo com o cálice, dizendo: «Este cálice é a nova Aliança no Meu sangue, que é derramado por vós». 21 «Entretanto, eis que a mão de quem Me há-de entregar está à mesa comigo.22 Em verdade, o Filho do Homem vai, segundo o que está decretado, mas, ai daquele homem por quem será entregue!».23 Eles começaram a perguntar entre si qual deles seria o que haveria de fazer tal coisa. 24 Levantou-se também entre eles uma discussão sobre qual deles se devia considerar o maior.25 Jesus, porém, disse-lhes: «Os reis das nações dominam sobre elas, e os que têm autoridade sobre elas chamam-se benfeitores.26 Não seja assim entre vós, mas o que entre vós é o maior faça-se como o mais pequeno, e o que governa seja como o que serve.27 Porque, qual é maior, o que está à mesa, ou o que serve? Não é maior o que está sentado à mesa? Pois Eu estou no meio de vós como um que serve.28 Vós sois os que tendes permanecido comigo nas Minhas tribulações.29 Por isso Eu preparo o reino para vós, como Meu Pai o preparou para Mim,30 para que comais e bebais à Minha mesa, no Meu reino, e vos senteis sobre tronos a julgar as doze tribos de Israel.31 «Simão, Simão eis que Satanás vos reclamou para vos peneirar como o trigo;32 mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desfaleça; e tu, uma vez convertido, confirma os teus irmãos».33 Pedro disse-Lhe: «Senhor, eu estou pronto a ir contigo para a prisão e para a morte». 34 Jesus, porém, disse-lhe: «Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo, sem que tu, por três vezes, tenhas negado que Me conheces». Depois disse-lhes:35 «Quando Eu vos mandei sem bolsa, nem alforge, nem sandálias, faltou-vos, porventura, alguma coisa?».36 Eles responderam: «Nada». Disse-lhes pois: «Mas agora quem tem bolsa, tome-a, e também alforge, e quem não tem espada venda o seu manto e compre uma.37 Porque vos digo que é necessário que se cumpra em Mim isto que está escrito: “Foi posto entre os malfeitores”. Porque as coisas que Me dizem respeito estão perto do seu cumprimento».38 Eles responderam: «Senhor, eis aqui duas espadas». Jesus disse-lhes: «Basta». 39 Tendo saído foi, segundo o Seu costume, para o monte das Oliveiras. Seus discípulos seguiram-n'O.40 Quando chegou àquele lugar disse-lhes: «Orai, para não cairdes em tentação».41 Afastou-Se deles a distância de um tiro de pedra; e, posto de joelhos, orava,42 dizendo: «Pai, se quiseres, afasta de Mim este cálice; não se faça, contudo, a Minha vontade, mas a Tua».43 Então apareceu-Lhe um anjo do céu que O confortava. Entrando em agonia, orava mais intensamente.44 O Seu suor tornou-se como gotas de sangue que corriam até à terra.45 Tendo-Se levantado da oração e indo ter com os Seus discípulos, encontrou-os a dormir por causa da tristeza.46 Disse-lhes: «Porque dormis? Levantai-vos e orai para não cairdes em tentação».47 Estando Ele ainda a falar, eis que chega um tropel de gente. Aquele que se chamava Judas, um dos doze, vinha à frente. Aproximou-se de Jesus para O beijar.48 Jesus disse-lhe: «Judas, com um beijo entregas o Filho do Homem?».49 Os que estavam com Jesus, vendo o que ia acontecer, disseram-Lhe: «Senhor e se os feríssemos à espada?».50 E um deles feriu um servo do Sumo Sacerdote e cortou-lhe a orelha direita.51 Mas Jesus, tomando a palavra disse: «Deixai, basta». E tendo-lhe tocado na orelha curou-o.52 Disse depois Jesus aos príncipes dos sacerdotes, aos oficiais do templo e aos anciãos que tinham vindo contra Ele: «Viestes armados de espadas e varapaus como contra um ladrão.53 Quando Eu estava todos os dias convosco no templo nunca estendestes a mão contra Mim; porém, esta é a vossa hora e a do poder das trevas». 54 Prendendo-O, e levaram-n'O a casa do Sumo Sacerdote. Pedro seguia-O de longe.55 Tendo eles acendido fogo no meio do pátio e, sentando-se em roda, estava também Pedro sentado no meio deles.56 Uma criada, vendo-o sentado ao lume e fixando-o bem, disse: «Este estava também com Ele».57 Mas Pedro negou, dizendo: «Mulher, não O conheço».58 Daí a pouco, vendo-o outro, disse-lhe: «Tu também és um deles». Pedro disse: «Ó homem, não sou».59 Passado o intervalo de quase uma hora, um outro dizia com insistência: «Certamente que este também estava com Ele, pois é galileu».60 Pedro respondeu: «Ó homem, não sei o que dizes». Imediatamente, quando ele ainda falava, o galo cantou;61 e, tendo-Se voltado, o Senhor olhou para Pedro. Pedro então lembrou-se das palavras que lhe tinham sido ditas pelo Senhor: «Antes que o galo cante, Me negarás três vezes».62 E, saindo para fora, chorou amargamente. 63 Entretanto os homens que guardavam Jesus, escarneciam d'Ele, batendo-Lhe.64 Vendaram-Lhe os olhos e interrogavam-n'O: «Adivinha, quem é que Te bateu?».65 E proferiam muitas outras injúrias contra Ele. 66 Quando foi dia, juntaram-se os anciãos do povo, os príncipes dos sacerdotes e os escribas. Levaram-n'O ao seu tribunal e disseram-Lhe: «Se Tu és o Cristo, declara-o».67 Ele respondeu-lhes: «Se Eu vo-lo disser não Me acreditareis;68 também se vos fizer qualquer pergunta, não Me respondereis.69 Mas, doravante o Filho do Homem estará sentado à direita do poder de Deus».70 Então disseram todos: «Logo Tu és o Filho de Deus?». Ele respondeu: «Vós o dizeis, Eu sou».71 Então eles disseram: «Que necessidade temos ainda de testemunhas? Nós próprios o ouvimos da Sua boca!». 1 Levantando-se toda a multidão, levaram-n'O a Pilatos.2 Começaram a acusá-l'O, dizendo: «Encontrámos este homem sublevando a nossa nação, proibindo dar tributo a César e dizendo que é o Messias».3 Pilatos interrogou-O: «Tu és o rei dos judeus?». Ele, respondendo, disse: «Tu o dizes».4 Então Pilatos disse aos príncipes dos sacerdotes e ao povo: «Não encontro neste homem crime algum».5 Porém, eles insistiam cada vez mais, dizendo: «Ele subleva o povo, ensinando por toda a Judeia, desde a Galileia, onde começou, até aqui!».6 Pilatos, ouvindo falar da Galileia, perguntou se aquele homem era galileu.7 Quando soube que era da jurisdição de Herodes, remeteu-o a Herodes, que, naqueles dias, se encontrava também em Jerusalém.8 Herodes, ao ver Jesus, ficou muito contente porque havia muito tempo tinha desejo de O ver, por ter ouvido d'Ele muitas coisas, e esperava vê-l'O fazer algum milagre.9 Fez-Lhe muitas perguntas. Mas Ele nada respondeu.10 Estavam presentes os príncipes dos sacerdotes e os escribas, acusando-O com grande insistência.11 Herodes com os seus guardas desprezou-O, fez escárnio d'Ele, mandando-O vestir com uma túnica branca, e remeteu-O a Pilatos.12 Naquele dia ficaram amigos Herodes e Pilatos, porque antes eram inimigos um do outro. 13 Pilatos, tendo chamado os príncipes dos sacerdotes, os magistrados e o povo,14 disse-lhes: «Vós apresentastes-me este homem como amotinador do povo; ora, interrogando-O eu diante de vós, não encontrei n'Ele nenhuma culpa daquelas de que O acusais.15 Nem Herodes tão-pouco, porque no-l'O remeteu. Nada fez que mereça a morte.16 Por isso soltá-l'O-ei depois de castigado». 17 Omitido pela NeoVulgata18 Mas todo o povo exclamou a uma voz, dizendo: «Faz morrer Este e solta-nos Barrabás»;19 o qual tinha sido preso por causa de uma sedição levantada na cidade, e por homicídio.20 Pilatos, que desejava livrar Jesus, falou-lhes de novo.21 Eles, porém, tornaram a gritar: «Crucifica-O, Crucifica-O!».22 Ele disse-lhes pela terceira vez: «Mas, que mal fez Ele? Não encontro n'Ele causa alguma de morte; castigá-l'O-ei, pois, e O soltarei».23 Eles, porém, insistiam em altos gritos que fosse crucificado; e os seus gritos iam crescendo. 24 Então Pilatos decretou que se executasse o que eles pediam.25 Soltou-lhes aquele que tinha sido preso por causa de sedição e homicídio, como eles reclamavam, e entregou Jesus ao arbítrio deles. 26 Quando O levavam, agarraram um certo Simão de Cirene, que voltava do campo; e puseram a cruz sobre ele, para que a levasse atrás de Jesus.27 Seguia-O uma grande multidão de povo e de mulheres, que batiam no peito e O lamentavam.28 Porém Jesus, voltando-Se para elas, disse: «Filhas de Jerusalém, não choreis por Mim, mas chorai por vós mesmas e pelos vossos filhos.29 Porque eis que virá tempo em que se dirá: “Ditosas as estéreis e os seios que não geraram e os peitos que não amamentaram!”.30 Então começarão os homens a dizer aos montes: “Caí sobre nós” e às colinas: “Cobri-nos”.31 Porque, se isto se faz no lenho verde, que se fará no seco?».32 Eram também levados com Jesus outros dois, que eram malfeitores, para seremmortos. 33 Quando chegaram ao lugar que se chama Calvário, ali O crucificaram a Ele e aos ladrões, um à direita e outro à esquerda.34 Jesus dizia: «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem». Dividindo os Seus vestidos, sortearam-nos.35 O povo estava a observar. Os príncipes dos sacerdotes com o povo O escarneciam, dizendo: «Salvou os outros, salve-Se a Si mesmo, se é o Cristo, o escolhido de Deus».36 Também O insultavam os soldados que, aproximando-se d'Ele e oferecendo-Lhe vinagre,37 diziam: «Se és o rei dos Judeus, salva-Te a Ti mesmo!».38 Estava também por cima da Sua cabeça uma inscrição: «Este é o Rei dos Judeus». 39 Um daqueles ladrões que estavam suspensos da cruz, blasfemava contra Ele, dizendo: «Se és o Cristo, salva-Te a Ti mesmo e a nós».40 O outro, porém, tomando a palavra, repreendia-o, dizendo: «Nem tu temes a Deus, estando no mesmo suplício?41 Quanto a nós fez-se justiça, porque recebemos o castigo que mereciam as nossas acções, mas Este não fez nenhum mal».42 E dizia a Jesus: «Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no Teu reino».43 Jesus disse-lhe: «Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no paraíso». 44 Era então quase a hora sexta, e toda a terra ficou coberta de trevas até à hora nona;45 escureceu-se o sol e rasgou-se pelo meio o véu do templo. 46 Jesus, exclamando em alta voz, disse: «Pai, nas Tuas mãos entrego o Meu espírito». Dizendo isto, expirou. 47 O centurião, vendo o que tinha acontecido, glorificou a Deus, dizendo: «Na verdade este homem era justo!».48 E toda a multidão que assistiu a este espectáculo, e viu o que sucedera, retirava-se batendo no peito.49 Todos os conhecidos de Jesus, e as mulheres que O tinham seguido desde a Galileia, se mantinham à distância observando estas coisas. 50 Então um homem, chamado José, que era membro do Sinédrio, varão bom e justo,51 que não tinha concordado com a determinação dos outros, nem com os seus actos, oriundo de Arimateia, cidade da Judeia, que também esperava o reino de Deus,52 foi ter com Pilatos e pediu-lhe o corpo de Jesus.53 Tendo-O descido da cruz, envolveu-O num lençol e depositou-O num sepulcro aberto na rocha, no qual ainda ninguém tinha sido sepultado.54 Era o dia da Preparação e o sábado ia começar.55 Ora as mulheres, que tinham vindo da Galileia com Jesus, acompanharam José, e observaram o sepulcro e o modo como o corpo de Jesus fora nele depositado.56 Voltando, prepararam perfumes e unguentos. No sábado, observaram o descanso, segundo a Lei.
S. Josemaría nesta data em 1975
É Quinta-feira Santa, véspera das suas bodas de ouro sacerdotais. Mal havia iniciado um tempo de meditação começa orar em voz alta: “Adauge nobis fidem! Aumenta-nos a fé!, estava eu a dizer ao Senhor. Quer que eu lhe peça isto: que nos aumente a fé. Amanhã não vos direi nada; e agora nem sei o que vos vou dizer... Que me ajudeis a dar graças a Deus Nosso Senhor por este cúmulo imenso, enorme, de favores, de providência, de carinho... de pancadas! Que também são carinho e providência (...). Passados cinquenta anos, estou aqui como uma criança que balbucia: estou a começar, a recomeçar, como na minha luta interior de cada dia. E assim até ao fim dos dias que me restam: sempre a recomeçar. O Senhor assim o quer”.
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
Santa Sé perante a ONU: Proteger liberdade religiosa é defender os Direitos Humanos
O Observador Permanente da Santa Sé junto da ONU em Genebra, Arcebispo Silvano Tomasi, na sua intervenção na 13ª sessão do conselho de Direitos humanos sobre racismo, xenofobia e qualquer forma de intolerância, explicou que proteger a liberdade religiosa dos direitos humanos constitui uma parte fundamental na promoção dos direitos humanos.
Durante a sua intervenção desta semana, o Prelado referiu-se às constantes situações que ridicularizam a religião, suas personalidades e símbolos, assim como a generalizada percepção negativa da Igreja no âmbito público danificam a paz coexistente e ferem os sentimentos de muitos segmentos da família humana”.
Seguidamente indicou que o amparo da liberdade religiosa é parte dos Direitos humanos já que “os valores religiosos ajudam a orientar as pessoas ao que é certo e real”, D. Tomasi comentou que “como os sistemas religiosos são tão distintos e em alguns casos contraditórios, o respeito deverá nasce de uma fundação universal que é a pessoa humana”.
Por isso, prosseguiu o Prelado, “a legislação pertinente para o amparo religioso deverá estar orientada a obter o bem comum apoiada em valores, regras e princípios da natureza humana e que não esteja reflectida em uma religião específica.”
O Arcebispo continuou afirmando que “o estado não pode fazer o papel de árbitro num conflito religioso, decidindo sobre doutrinas religiosas: seria a negação da liberdade religiosa”.
O prelado assegurou que “um bom caminho para a paz coexistencial é a melhor atitude entre as religiões e culturas; isto pode obter-se mediante um melhorado diálogo entre as diferentes crenças, a sincera promoção do direito à liberdade religiosa em todos seus aspectos, e a franca e aberta discussão entre os representantes dos distintos sistemas religiosos”.
Para concluir, D. Tomasi apelou a todos os membros da ONU a transformarem os desafortunados incidentes de intolerância religiosa, numa oportunidade para um novo compromisso ao diálogo e reafirmar o direito e valor de pertencer a uma comunidade de fé.
(Fonte ‘ACI Digital’ com edição e adaptação de JPR)
Durante a sua intervenção desta semana, o Prelado referiu-se às constantes situações que ridicularizam a religião, suas personalidades e símbolos, assim como a generalizada percepção negativa da Igreja no âmbito público danificam a paz coexistente e ferem os sentimentos de muitos segmentos da família humana”.
Seguidamente indicou que o amparo da liberdade religiosa é parte dos Direitos humanos já que “os valores religiosos ajudam a orientar as pessoas ao que é certo e real”, D. Tomasi comentou que “como os sistemas religiosos são tão distintos e em alguns casos contraditórios, o respeito deverá nasce de uma fundação universal que é a pessoa humana”.
Por isso, prosseguiu o Prelado, “a legislação pertinente para o amparo religioso deverá estar orientada a obter o bem comum apoiada em valores, regras e princípios da natureza humana e que não esteja reflectida em uma religião específica.”
O Arcebispo continuou afirmando que “o estado não pode fazer o papel de árbitro num conflito religioso, decidindo sobre doutrinas religiosas: seria a negação da liberdade religiosa”.
O prelado assegurou que “um bom caminho para a paz coexistencial é a melhor atitude entre as religiões e culturas; isto pode obter-se mediante um melhorado diálogo entre as diferentes crenças, a sincera promoção do direito à liberdade religiosa em todos seus aspectos, e a franca e aberta discussão entre os representantes dos distintos sistemas religiosos”.
Para concluir, D. Tomasi apelou a todos os membros da ONU a transformarem os desafortunados incidentes de intolerância religiosa, numa oportunidade para um novo compromisso ao diálogo e reafirmar o direito e valor de pertencer a uma comunidade de fé.
(Fonte ‘ACI Digital’ com edição e adaptação de JPR)
Temas para reflexão
Estais lembrados do conto do cigano que foi confessar-se? Não passa de um conto, de uma historieta jocosa, porque da confissão não se fala nunca, além de que eu estimo muito os ciganos. Pobrezinho! Estava verdadeiramente arrependido: Padre, acuso-me de ter roubado uma corda... - pouca coisa, não é verdade? - e detrás havia uma mula, e detrás outra corda... e outra mula... E assim até vinte. Meus filhos, o mesmo se passa no nosso comportamento: mal nos concedemos a corda, vem o resto, vem uma arreata de más inclinações, de misérias que aviltam e envergonham.
(S. JOSEMARIA, Amigos de Deus, 15)
COMENTÁRIO:
“Não disse isto por si mesmo; mas, como era Sumo-sacerdote naquele ano, profetizou” quer-me parecer que, na verdade não existiu uma decisão concertada entre os judeus, de dar a morte a Jesus. Por inspiração divina – profetizou – o Sumo-sacerdote, limitou-se a indicar o que iria a acontecer. A esta luz, compreende-se que a Igreja, nomeadamente na pessoa de João Paulo II, tenha pedido desculpa aos judeus por tantos séculos de julgamento da humanidade como os “assassinos” de Cristo. Eles terão sido os instrumentos mas não os verdadeiros culpados, talvez por isso, Jesus pediu ao Pai que lhes perdoasse porque não “sabiam o que faziam”. O drama da Paixão do Senhor com a qual nos redimiu e, definitivamente, salvou, tem muito ainda por revelar, não obstante os dois milénios que já passaram, sempre se encontram coisas novas, ou melhor, se vê e entende de outra forma, aquilo que durante tanto tempo pareceu evidente. (AMA, comentário a Jo 11, 45-57, 2009.04.04)
TEMA: Política e serviço
Uma política para a pessoa e para a sociedade encontra o seu critério básico na consecução do bem comum como bem de todos os homens e de todo o homem.
Além disso, uma politica para a pessoa e para a sociedade encontra o seu rumo constante na promoção e defesa da justiça, entendida como «virtude» na qual todos devem ser educados, e como «força» moral que sustenta o empenho em favorecer os direitos e deveres de cada um sobre a base da dignidade pessoal do ser humano.
No exercício do poder político é fundamental aquele espírito de serviço que, unido à necessária competência e eficiência, é o único capaz de tornar «transparente» ou «limpa» a actividade dos homens políticos, como justamente, além do mais, as pessoas exigem. Isto urge a uma luta aberta contra algumas tentações, e a sua decidia superação, como recurso à deslealdade e à mentira, o desbaratar da fazenda pública para que redunde em proveito de uns poucos e com intenção de criar uma massa de gente dependente, o uso de meios equívocos ou ilícitos para conquistar, manter e aumentar o poder a qualquer preço. (JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Christifideles Laici, 30.12.1988, nr. 42)
Doutrina: Vida humana (Evangelium Vitae 21)
É sobretudo o problema da dor, o que mais pressiona a fé e a põe à prova. Como não identificar o gemido universal do homem na meditação do Livro de Job? O inocente esmagado pelo sofrimento é compreensivelmente levado a interrogar-se: «Por que razão foi concedida a luz ao infeliz, e a vida àquele cuja alma está desconsolada, os quais esperam a morte sem que ela venha e a procuram com mais ardor que um tesouro?». Mas, mesmo na escuridão mais densa, a fé encaminha para o reconhecimento confiante e adorador do «mistério»: «Sei que podes tudo e que nada Te é impossível». (JOÃO PAULO II, Evangelium vitae, 31)
Agradecimento: António Mexia Alves
(S. JOSEMARIA, Amigos de Deus, 15)
COMENTÁRIO:
“Não disse isto por si mesmo; mas, como era Sumo-sacerdote naquele ano, profetizou” quer-me parecer que, na verdade não existiu uma decisão concertada entre os judeus, de dar a morte a Jesus. Por inspiração divina – profetizou – o Sumo-sacerdote, limitou-se a indicar o que iria a acontecer. A esta luz, compreende-se que a Igreja, nomeadamente na pessoa de João Paulo II, tenha pedido desculpa aos judeus por tantos séculos de julgamento da humanidade como os “assassinos” de Cristo. Eles terão sido os instrumentos mas não os verdadeiros culpados, talvez por isso, Jesus pediu ao Pai que lhes perdoasse porque não “sabiam o que faziam”. O drama da Paixão do Senhor com a qual nos redimiu e, definitivamente, salvou, tem muito ainda por revelar, não obstante os dois milénios que já passaram, sempre se encontram coisas novas, ou melhor, se vê e entende de outra forma, aquilo que durante tanto tempo pareceu evidente. (AMA, comentário a Jo 11, 45-57, 2009.04.04)
TEMA: Política e serviço
Uma política para a pessoa e para a sociedade encontra o seu critério básico na consecução do bem comum como bem de todos os homens e de todo o homem.
Além disso, uma politica para a pessoa e para a sociedade encontra o seu rumo constante na promoção e defesa da justiça, entendida como «virtude» na qual todos devem ser educados, e como «força» moral que sustenta o empenho em favorecer os direitos e deveres de cada um sobre a base da dignidade pessoal do ser humano.
No exercício do poder político é fundamental aquele espírito de serviço que, unido à necessária competência e eficiência, é o único capaz de tornar «transparente» ou «limpa» a actividade dos homens políticos, como justamente, além do mais, as pessoas exigem. Isto urge a uma luta aberta contra algumas tentações, e a sua decidia superação, como recurso à deslealdade e à mentira, o desbaratar da fazenda pública para que redunde em proveito de uns poucos e com intenção de criar uma massa de gente dependente, o uso de meios equívocos ou ilícitos para conquistar, manter e aumentar o poder a qualquer preço. (JOÃO PAULO II, Exortação Apostólica Christifideles Laici, 30.12.1988, nr. 42)
Doutrina: Vida humana (Evangelium Vitae 21)
É sobretudo o problema da dor, o que mais pressiona a fé e a põe à prova. Como não identificar o gemido universal do homem na meditação do Livro de Job? O inocente esmagado pelo sofrimento é compreensivelmente levado a interrogar-se: «Por que razão foi concedida a luz ao infeliz, e a vida àquele cuja alma está desconsolada, os quais esperam a morte sem que ela venha e a procuram com mais ardor que um tesouro?». Mas, mesmo na escuridão mais densa, a fé encaminha para o reconhecimento confiante e adorador do «mistério»: «Sei que podes tudo e que nada Te é impossível». (JOÃO PAULO II, Evangelium vitae, 31)
Agradecimento: António Mexia Alves
Comentário ao Evangelho do dia feito por:
São Cirilo de Jerusalém (313-350), bispo e Doutor da Igreja
Comentário sobre a Carta aos Romanos, 15, 7 (a partir da trad. Breviário)
«Para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos»
Está escrito: «Nós, que somos muitos, constituímos um só corpo em Cristo» (Rom 12, 5), porque Cristo nos congrega na unidade, pelos laços do amor: «Ele que, de dois povos, fez um só, destruindo o muro de inimizade que os separava, anulando pela Sua carne a Lei, os preceitos e as prescrições» (Ef 2, 14-15). Temos, pois, de ter os mesmos sentimentos recíprocos: «Se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado, todos os membros se alegram com ele» (1Cor 12, 26). Por isso, prossegue São Paulo, «acolhei-vos uns aos outros, como Cristo também vos acolheu, para glória de Deus» (Rom 15, 7). Acolhamo-nos uns aos outros, se queremos ter os mesmos sentimentos, «suportando-nos uns aos outros com caridade, solícitos em conservar a unidade de espírito, mediante o vículo da paz» (Ef 4, 2-3) Foi assim que Deus nos acolheu em Cristo, que disse: «Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu o Seu Filho único» (Jo 3, 16). Com efeito, o Filho foi dado em resgate pela vida de todos nós, e nós fomos libertados da morte, resgatados da morte e do pecado.
São Paulo esclarece as perspectivas deste plano de salvação quando afirma que «Cristo Se fez servidor dos circuncisos, a fim de mostrar a veracidade de Deus» (Rom 15, 8). Porque Deus tinha prometido aos patriarcas, pais dos judeus, que abençoaria a sua descendência, que seria tão numerosa como as estrelas do céu. Foi por isso que o Verbo, que é Deus, Se manifestou na carne e Se fez homem. Ele mantém na existência toda a criação e assegura o bem de tudo quanto existe, pois é Deus. Mas veio a este mundo e encarnou, «não para ser servido, mas», como Ele próprio afirmou, «para servir e dar a vida em resgate pela multidão» (Mc 10, 45).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
Comentário sobre a Carta aos Romanos, 15, 7 (a partir da trad. Breviário)
«Para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos»
Está escrito: «Nós, que somos muitos, constituímos um só corpo em Cristo» (Rom 12, 5), porque Cristo nos congrega na unidade, pelos laços do amor: «Ele que, de dois povos, fez um só, destruindo o muro de inimizade que os separava, anulando pela Sua carne a Lei, os preceitos e as prescrições» (Ef 2, 14-15). Temos, pois, de ter os mesmos sentimentos recíprocos: «Se um membro sofre, todos os membros sofrem com ele; se um membro é honrado, todos os membros se alegram com ele» (1Cor 12, 26). Por isso, prossegue São Paulo, «acolhei-vos uns aos outros, como Cristo também vos acolheu, para glória de Deus» (Rom 15, 7). Acolhamo-nos uns aos outros, se queremos ter os mesmos sentimentos, «suportando-nos uns aos outros com caridade, solícitos em conservar a unidade de espírito, mediante o vículo da paz» (Ef 4, 2-3) Foi assim que Deus nos acolheu em Cristo, que disse: «Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu o Seu Filho único» (Jo 3, 16). Com efeito, o Filho foi dado em resgate pela vida de todos nós, e nós fomos libertados da morte, resgatados da morte e do pecado.
São Paulo esclarece as perspectivas deste plano de salvação quando afirma que «Cristo Se fez servidor dos circuncisos, a fim de mostrar a veracidade de Deus» (Rom 15, 8). Porque Deus tinha prometido aos patriarcas, pais dos judeus, que abençoaria a sua descendência, que seria tão numerosa como as estrelas do céu. Foi por isso que o Verbo, que é Deus, Se manifestou na carne e Se fez homem. Ele mantém na existência toda a criação e assegura o bem de tudo quanto existe, pois é Deus. Mas veio a este mundo e encarnou, «não para ser servido, mas», como Ele próprio afirmou, «para servir e dar a vida em resgate pela multidão» (Mc 10, 45).
(Fonte: Evangelho Quotidiano)
O Evangelho do dia 27 de Março de 2010
São João 11,45-56
45 Então, muitos dos judeus que tinham ido visitar Maria e Marta, vendo o que Jesus fizera, acreditaram n'Ele.46 Porém, alguns deles foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus tinha feito. 47 Os pontífices e os fariseus reuniram-se então em conselho e disseram: «Que fazemos, já que Este homem faz muitos milagres?48 Se O deixamos proceder assim, todos acreditarão n'Ele; e virão os romanos e destruirão a nossa cidade e a nossa nação!».49 Mas um deles, chamado Caifás, que era o Sumo Sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não sabeis nada,50 nem considerais que vos convém que morra um homem pelo povo e que não pereça toda a nação!».51 Ora ele não disse isto por si mesmo, mas, como era Sumo Sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação,52 e não somente pela nação, mas também para unir num só corpo os filhos de Deus dispersos.53 Desde aquele dia tomaram a resolução de O matar. 54 Jesus, pois, já não andava em público entre os judeus, mas retirou-Se para uma terra vizinha do deserto, para a cidade chamada Efraim e lá esteve com os Seus discípulos.55 Estava próxima a Páscoa dos judeus e muitos daquela região subiram a Jerusalém antes da Páscoa para se purificarem.56 Procuravam Jesus e diziam uns para os outros, estando no templo: «Que vos parece, não virá Ele à festa?».
45 Então, muitos dos judeus que tinham ido visitar Maria e Marta, vendo o que Jesus fizera, acreditaram n'Ele.46 Porém, alguns deles foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus tinha feito. 47 Os pontífices e os fariseus reuniram-se então em conselho e disseram: «Que fazemos, já que Este homem faz muitos milagres?48 Se O deixamos proceder assim, todos acreditarão n'Ele; e virão os romanos e destruirão a nossa cidade e a nossa nação!».49 Mas um deles, chamado Caifás, que era o Sumo Sacerdote naquele ano, disse-lhes: «Vós não sabeis nada,50 nem considerais que vos convém que morra um homem pelo povo e que não pereça toda a nação!».51 Ora ele não disse isto por si mesmo, mas, como era Sumo Sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus devia morrer pela nação,52 e não somente pela nação, mas também para unir num só corpo os filhos de Deus dispersos.53 Desde aquele dia tomaram a resolução de O matar. 54 Jesus, pois, já não andava em público entre os judeus, mas retirou-Se para uma terra vizinha do deserto, para a cidade chamada Efraim e lá esteve com os Seus discípulos.55 Estava próxima a Páscoa dos judeus e muitos daquela região subiram a Jerusalém antes da Páscoa para se purificarem.56 Procuravam Jesus e diziam uns para os outros, estando no templo: «Que vos parece, não virá Ele à festa?».