sábado, 14 de agosto de 2010

Torrnar os outros felizes

Dois homens, ambos muito doentes, ocupavam a mesma enfermaria de um hospital.

A um deles era permitido sentar-se na sua cama cada tarde, durante uma hora, para ajudá-lo a drenar o líquido dos seus pulmões. A sua cama dava para a única janela da enfermaria.

O outro homem tinha que estar todo o tempo com a boca para cima.

Os dois conversavam durante horas. Falavam das suas mulheres e das suas famílias, os seus lares, os seus trabalhos, a sua estada no serviço militar, onde tinham estado de férias.

E cada tarde, quando o homem da cama junto à janela podia sentar-se, passava o tempo descrevendo ao seu vizinho todas as coisas que podia ver pela janela.

O homem da outra cama começou a desejar que chegassem essas horas, em que o seu mundo se enchia e tomava vida com todas as actividades, cores do mundo exterior.

A janela dava para um parque com um lago precioso.

Patos e cisnes brincavam na água, enquanto as crianças brincavam com os seus papagaios de papel.

Os jovens enamorados passeavam de mão dada, entre flores de todos as cores de arco-íris.

Grandes árvores adornavam a paisagem, e podia-se ver à distância uma bela vista da linha da cidade.

O homem da janela descrevia tudo isto com um detalhe muito meticuloso, o do outro lado da enfermaria fechava os olhos e imaginava a idílica cena.

Una tarde de muito calor, o homem da janela descreveu um desfile que passava.
Ainda que o outro homem não pudesse ouvir a banda, podia vê-lo, com os olhos da sua mente, exactamente como o descrevia o homem da janela com as suas palavras mágicas.

Passaram-se dias e semanas. Uma manhã a enfermeira de dia entrou com água para lhes dar banho encontrando-se com o corpo sem vida do homem da janela, que tinha morrido placidamente enquanto dormia. Encheu-se de pena e chamou os ajudantes do hospital para levar o corpo.

Logo que o considerou apropriado, o outro homem pediu para ser trasladado para a cama ao lado da janela. A enfermeira mudou-o solícita e, depois de se assegurar que estava cómodo, saiu da enfermaria.

Lentamente, e com dificuldade, o homem se ergueu-se sobre o cotovelo, para lançar o seu primeiro olhar para o mundo exterior; por fim teria a alegria de o ver. Esforçou-se para se virar devagar e olhar pela janela ao lado da cama... e encontrou-se com uma parede branca.

O homem perguntou à enfermeira o que poderia ter motivado o seu companheiro morto a descrever coisas tão maravilhosas através da janela.
A enfermeira disse-lhe que o homem era cego e que não teria podido ver nem a parede, e disse-lhe:

- Talvez só quisesse animá-lo a si".

Epilogo: É uma enorme felicidade fazer felizes os outros, seja qual for situação própria. A dor partilhada é metade da pena, mas a felicidade, quando se partilha, é dupla.

Se quer sentir-se rico, conte só todas as coisas que tem e que o dinheiro não pode comprar.

"Hoje é uma oferta, por isso se lhe chama o presente"

(FLUVIUM, 2006.04.04, trad. do castelhano por AMA)

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