segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Cristiano Ronaldo e a cláusula de rescisão do seu filho

Não há muito tempo, o jogador de futebol Cristiano Ronaldo anunciou através da Internet a sua recente paternidade e com ela a intenção de tomar a seu cargo "em exclusivo" o seu filho, libertando de toda a responsabilidade a mãe, que ao que parece preferiu manter o seu anonimato.

Apesar dos títulos da imprensa sensacionalista anglo-saxónica, não existe uma certeza absoluta de que o jogador tivesse planificado o feliz acontecimento recorrendo a uma "mãe de aluguer" ou executando aquilo que agora é denominado uma "subrogação gestacional", procedimento, por outro lado, somente permitido nalguns estados dos Estados Unidos -onde teve lugar o parto e na Europa em países como a Grã-Bretanha ou a Grécia. Muito menos fica claro que o desejo de anonimato da mãe tenha sido precedido por uma transferência milionária, estratégia por outro lado bastante imprudente por ser inviável, como se pode comprovar diariamente nos programas televisivos do "coração".

Não existe tal certeza, mas se algo deixou claro o dianteiro do Real Madrid é que ele irá tomar conta da educação do seu filho, para o que contará com a inestimável ajuda da sua mãe e da sua irmã, não recorrendo à sua actual noiva, a modelo russa Irina Shayk. Trata-se portanto de um projecto pessoal do próprio Ronaldo em que retira ao seu filho desde o seu nascimento o direito de ter uma mãe, um direito acolhido no Princípio n. 6 da declaração dos Direitos da Criança, aprovada pela ONU em 1959, onde se afirma que a criança "sempre que possível, deverá crescer com o amparo e sob a responsabilidade dos seus pais e (...) salvo circunstâncias excepcionais, a criança de tenra idade não deverá ser separada da sua mãe".

É possível que a estrela dos relvados pense que o dinheiro consegue tudo. Mas a história recente do seu actual clube deveria bastar-lhe para chegar à conclusão de que se as contratações milionárias não asseguram o sucesso, no caso do seu filho muito menos substituem a importância da figura materna. E se não for assim, que pergunte à sua própria mãe se ela teria aceite abdicar do seu filho da mesma maneira.

Aceprensa

Nota de JPR: Parabéns Aceprensa por haverdes colocado o dedo na ferida, Cristiano Ronaldo infelizmente em contra-corrente aos bonitos testemunhos dos colegas de profissão Wayne Rooney, Káká e Sneijder, deu um triste exemplo ao mundo daquilo que nunca deveria ser feito, desde criança que ouvia na minha família dizer-se ‘o dinheiro não trás felicidade e portanto esta não se compra’.

Sem comentários:

Enviar um comentário