sábado, 22 de maio de 2010

BARRO

Senhor:

Quase que não vejo a necessidade de Te pedir a humildade. Ser humilde é, para mim, um objectivo que persigo desde sempre. Cada vez mais longe, cada vez mais distante porque, pobre de mim, sou puxado por este barro duro e seco que é o meu carácter, que se recusa a ser moldado pelas Tuas divinas mãos.
Mas não Te importes, Senhor, não Te importes com este barro que não vale nada. Parte-o, esfrangalha-o nas Tuas mãos amorosas e, estou certo, daí sairá algo que se possa - que Tu possas - aproveitar. Não dês importância à minha prosápia, à minha vaidade, ao meu desejo incontido de protagonismo e evidência. A verdade, que Te confesso, é esta:

Não sei nada, não posso nada, não tenho nada, não valho nada, não sou absolutamente nada.

(AMA, meditação, 2002.08.07)

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