quinta-feira, 25 de março de 2010

Temas para reflexão

São João relata que Jesus lavou os pés aos discípulos, antes da Última Ceia. Temos que estar limpos, na alma e no corpo, para nos aproximamos a recebê-lo com dignidade. Para isso deixou-nos o sacramento da Penitência.
(D. Xavier ECHEVARRIA, Prelado do Opus Dei, Temas para a Quaresma, 2009)

COMENTÁRIO:

[Em resposta às] aspirações do espírito humano em busca de Deus..., a "plenitude do tempo" põe em relevo a resposta do próprio Deus... O envio de Seu Filho, consubstancial ao Pai, como homem "nascido de mulher" (Ga 4,4), constitui a etapa culminante e definitiva da revelação que Deus faz de Si mesmo à humanidade... A mulher encontra-se no coração deste acontecimento salvífico. Na sua essência, a revelação que Deus faz de Si mesmo, a saber, a unidade insondável da Trindade, está contida na Anunciação de Nazaré. (…)
Maria é filha, mas é também fácil compreendê-lo na perspectiva de todos os caminhos por onde a humanidade procura desde sempre uma resposta às questões fundamentais e ao mesmo tempo definitivas que mais a obcecam. Não é verdade que, na Anunciação de Nazaré, se encontra o início da resposta definitiva pela qual o próprio Deus vai ao encontro da inquietação do coração humano? Não se trata aqui apenas de palavras de Deus reveladas pelos profetas mas, no momento desta resposta, o Verbo faz-se realmente carne (Jo 1,14). Maria atinge uma tal união a Deus que ultrapassa todas as expectativas do espírito humano. Ultrapassa mesmo as expectativas de todo o Israel e, em particular, das filhas desse povo eleito que, em virtude da promessa, podiam esperar que uma deles se tornasse um dia a mãe do Messias. Contudo, qual, de entre elas, podia supor que o Messias prometido seria o "Filho do Altíssimo"? A partir da fé monoteísta no tempo do Antigo Testamento, era dificilmente imaginável. Só pela força do Espírito Santo que "veio sobre ela" é que Maria pôde aceitar o que "é impossível aos homens mas possível a Deus" (Mc 10,27). (JOÃO PAULO II, Mulieris dignitatem)

TEMA: Sim a Deus

Olhando para Maria, compreendemos três coisas: que a felicidade consiste em dizer sempre SIM a Deus, que temos de ser fiéis em todas as circunstâncias da nossa vida, que a fidelidade é feita de desprendimento dos próprios planos e coisas e de uma disponibilidade absoluta para receber com alegria a Vontade de Deus, para avançar todos os dias um pouco mais neste nosso caminho para Deus. (Francisco Fernández CARVAJAL, A Tibieza, Éfeso, Ediç. Prumo, Lda 1990, nr. 220)

Doutrina: Vida humana (Evangelium Vitae 19)

Uma parte significativa da sociedade actual revela-se tristemente semelhante àquela humanidade que Paulo descreve na Carta aos Romanos. É feita «e homens que sufocam a verdade na injustiça» : tendo renegado Deus e julgando poder construir a cidade terrena sem Ele, «desvaneceram nos seus pensamentos», pelo que «se obscureceu o seu insensato coração»; «considerando-se sábios, tornaram-se néscios», fizeram-se autores de obras dignas de morte, e «não só as cometem, como também aprovam os que as praticam». Quando a consciência, esse luminoso olhar da alma, chama «bem ao mal e mal ao bem» (Is 5, 20), está já no caminho da sua degeneração mais preocupante e da mais tenebrosa cegueira moral. (JOÃO PAULO II, Evangelium vitae, 24ª)

FESTA: Anunciação do Senhor

Nota Histórica

Deus que no decorrer dos séculos, tinha encarregado os profetas de transmitir aos homens a Sua palavra, ao chegar a plenitude dos tempos, determina enviar-lhes o Seu próprio Filho, o Seu Verbo, a Palavra feita Carne.
Contudo, o Pai das misericórdias quis que a Incarnação fosse precedida da aceitação por parte daquela que Ele predestinara para Mãe, para que, assim como uma mulher contribuiu para a morte, também outra mulher contribuísse para a vida» (Lumen gentium, 56).
No momento da Anunciação, através do Anjo Gabriel, Deus expõe portanto, a Maria os Seus desígnios. E Maria, livre, consciente e generosamente, aceita a vontade do Senhor a seu respeito, realizando-se assim o mistério da Incarnação do Verbo. Nesse momento, com efeito, a segunda Pessoa da Santíssima Trindade começa a Sua existência humana. O filho de Deus faz Se Filho do Homem. O Deus Altíssimo torna-Se o «Deus connosco».
Ao celebrar este mistério, precisamente nove meses antes do Natal, a Solenidade da Anunciação orienta-nos já para o Nascimento de Cristo. No entanto, a Incarnação está intimamente unida à Redenção. Por isso, as Leituras (especialmente a segunda) introduzem-nos já no Mistério da Páscoa.
Essencialmente festa do Senhor, a Anunciação não pode deixar de ser, ao mesmo tempo, uma festa perfeitamente mariana. Na verdade, foi pelo sim de Maria que a Incarnação se realizou, a nova Aliança se estabeleceu e a Redenção do mundo pecador ficou assegurada. (SNL)

Agradecimento: António Mexia Alves

Sem comentários:

Enviar um comentário