«Pegar ou largar. Bento XVI não é do género de negociar as suas decisões. Vai directo pela estrada que Deus lhe indicou, mesmo que o preço seja a solidão”
(Excerto editorial “L’Espresso” de Sandro Magister– tradução JPR)
«Mas que quem é disse que o termo “restauração” é negativo?
Certo! Da forma como é entendido pelos media é sinónimo de obscurantismo, mas a mim recorda-me antes o trabalho do escultor, do restaurador de obras de arte.
Neste sentido, Bento XVI desejando pôr ordem na Igreja, está realmente trabalhando com o escopro e o pincel de um artista»
(Comentário da autora do blogue “Papa Ratzinger” ao editorial do diário “Il Messaggero” de Giovanni Sabbatucci – tradução de JPR)
segunda-feira, 23 de março de 2009
Bento XVI ao despedir-se de Angola apela às autoridades públicas para que dêem satisfação às aspirações dos mais necessitados
Nas palavras de despedida, no aeroporto de Luanda, Bento XVI agradeceu a todas ao Presidente da República e às restantes autoridades angolanas, assim como aos Pastores e responsáveis das comunidades eclesiais. Uma especial palavra de reconhecimento reservou ainda o Papa aos meios de comunicação social, aos serviços de segurança e a todos os voluntários, que (disse) “com generosidade, eficiência e discrição, contribuíram para o bom êxito” da visita.
“Estou grato a Deus por ter encontrado uma Igreja viva e, apesar das dificuldades, cheia de entusiasmo, que soube carregar a sua cruz e a dos outros, testemunhar perante todos a força salvífica da mensagem evangélica. Ela continua a anunciar que chegou o tempo da esperança, empenhando-se na pacificação dos ânimos e convidando ao exercício duma caridade fraterna que saiba abrir-se ao acolhimento de todos, no respeito das ideias e sentimentos de cada um. É hora de me despedir para voltar a Roma, triste por vos deixar, mas feliz por ter conhecido de perto um povo corajoso e decidido a renascer. Não obstante as resistências e os obstáculos, este povo pretende construir o seu futuro caminhando por sendas de perdão, justiça e solidariedade”.
Num “apelo final”, Bento XVI quis ainda “pedir que a justa realização das aspirações fundamentais das populações mais necessitadas constitua a preocupação principal de quantos ocupam cargos públicos, visto que a sua intenção – estou certo – é desempenhar a missão recebida, não para si mesmos, mas em vista do bem comum”.
“O nosso coração não pode estar em paz, enquanto virmos irmãos sofrerem por falta de alimento, de trabalho, de um tecto ou de outros bens fundamentais. Entretanto para se oferecer uma resposta concreta a estes nossos irmãos em humanidade, o primeiro desafio a vencer é o da solidariedade: solidariedade entre as gerações, solidariedade entre países e entre continentes que dê origem a uma partilha cada vez mais equitativa das riquezas da terra entre todos os homens”.
De Luanda, o Papa quis estender o olhar para a África inteira, recordando que no próximo mês de Outubro no Vaticano, terá lugar a II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos dedicada a este continente. Neste contexto, Bento XVI invocou ainda a protecção e ajuda de Deus aos inúmeros refugiados e deslocados africanos que (disse) “vagueiam à espera de um retorno a casa”. “É como filhos e filhas que Deus vos ama. Ele vela sobre os vossos dias e noites, sobre as vossas fadigas e aspirações” – assegurou.
(Fonte: site Radio Vaticana)
“Estou grato a Deus por ter encontrado uma Igreja viva e, apesar das dificuldades, cheia de entusiasmo, que soube carregar a sua cruz e a dos outros, testemunhar perante todos a força salvífica da mensagem evangélica. Ela continua a anunciar que chegou o tempo da esperança, empenhando-se na pacificação dos ânimos e convidando ao exercício duma caridade fraterna que saiba abrir-se ao acolhimento de todos, no respeito das ideias e sentimentos de cada um. É hora de me despedir para voltar a Roma, triste por vos deixar, mas feliz por ter conhecido de perto um povo corajoso e decidido a renascer. Não obstante as resistências e os obstáculos, este povo pretende construir o seu futuro caminhando por sendas de perdão, justiça e solidariedade”.
Num “apelo final”, Bento XVI quis ainda “pedir que a justa realização das aspirações fundamentais das populações mais necessitadas constitua a preocupação principal de quantos ocupam cargos públicos, visto que a sua intenção – estou certo – é desempenhar a missão recebida, não para si mesmos, mas em vista do bem comum”.
“O nosso coração não pode estar em paz, enquanto virmos irmãos sofrerem por falta de alimento, de trabalho, de um tecto ou de outros bens fundamentais. Entretanto para se oferecer uma resposta concreta a estes nossos irmãos em humanidade, o primeiro desafio a vencer é o da solidariedade: solidariedade entre as gerações, solidariedade entre países e entre continentes que dê origem a uma partilha cada vez mais equitativa das riquezas da terra entre todos os homens”.
De Luanda, o Papa quis estender o olhar para a África inteira, recordando que no próximo mês de Outubro no Vaticano, terá lugar a II Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos dedicada a este continente. Neste contexto, Bento XVI invocou ainda a protecção e ajuda de Deus aos inúmeros refugiados e deslocados africanos que (disse) “vagueiam à espera de um retorno a casa”. “É como filhos e filhas que Deus vos ama. Ele vela sobre os vossos dias e noites, sobre as vossas fadigas e aspirações” – assegurou.
(Fonte: site Radio Vaticana)
Alguns lugares-chave da vida das sociedades africanas (2)
2. A área socioeconómica
24. No mundo dos negócios, alguns dirigentes de empresas e certas corporações de homens e mulheres de negócios manifestam uma vontade firme de sanear e de reorganizar a economia dos seus países: as vias de comunicação em certas regiões, até mesmo a nível continental, melhoraram; instituições financeiras são criadas por Africanos, etc. Enfim, descobre-se uma vontade de criar riquezas para reduzir a pobreza e a miséria, melhorar a saúde das populações.
25. Estes esforços são ainda minimizados pelo mau funcionamento das instituições estatais que supostamente deveriam acompanhar os actores económicos. Porque falta um mercado interno africano susceptível de criar um ambiente económico favorável à produção local, os preços das produções locais, muitas vezes fixados pelos clientes, são baixos. Os pequenos produtores dificilmente têm acesso aos créditos e o mau estado das infra-estruturas de comunicação impede um escoamento fluido dos seus produtos. Acresce ainda que os jovens das aldeias, perante a inexistência de uma política agrária, não têm condições para aí ficarem. E a cidade não é a resposta uma vez que as taxas de desemprego aumentam. Os trabalhadores recebem salários indecentes, quando não se dá o caso de nem sequer receberem nada. Em certas regiões, a escravatura subsiste ainda. Os impostos são excessivamente elevados e, por vezes, abusivos. E a ajuda internacional às instituições preocupadas com a sorte das populações é, muitas vezes, subordinada a condições inaceitáveis. Quanto às matérias-primas, são exploradas com licenças das quais se ignoram os critérios de atribuição; a grande parte das receitas financeiras são desviadas por alguns gerando uma repartição desigual das riquezas na sociedade.
26. Os programas de reestruturação das economias africanas, propostos pelas instituições financeiras internacionais, revelaram-se muitas vezes funestas. As reestruturações “impostas” tiveram como consequência, por um lado, a fragilização das economias africanas e, por outro, a degradação do tecido social, causando o aumento das taxas de criminalidade, o alargamento do fosso entre ricos e pobres, o êxodo das zonas rurais e a superpopulação das cidades.
27. A crise alimentar e energética já bateu à porta do nosso continente e manifestam a urgência de soluções globais e de reacções éticas face às desordens organizadas dos mercados.
28. As multinacionais não cessam de invadir gradualmente o continente em busca de recursos naturais. Esmagam as companhias locais, adquirem milhares de hectares, expropriando as populações de suas terras, com a cumplicidade dos dirigentes africanos. Causam dano ao meio ambiente e desfiguram a criação que condiciona a nossa paz e o nosso bem-estar e com a qual as populações vivem em harmonia.
29. A crise financeira que atinge hoje as instituições financeiras afecta também o continente a vários níveis:
-os investimentos estrangeiros directos correm o risco de diminuir;
-as instituições financeiras africanas muito dificilmente beneficiarão do crédito das bancas ocidentais para, por sua vez, emprestarem às empresas e aos particulares, de tal modo que a economia real será afectada;
-a ajuda ao desenvolvimento arrisca-se a sofrer as devidas consequências, pois os projectos financiados com fundos estrangeiros (em dificuldade) poderão ser suspensos, e os vínculos dos países desenvolvidos relativamente aos países pobres correm igual risco;
-nos mercados desenvolvidos, devido à recessão, a procura de produções africanas (sobretudo de matérias primas) poderá baixar.
Uma reflexão se impõe acerca do facto de que a África (exceptuando a África do Sul) seja excluída da busca de soluções para o sistema financeiro internacional actual.
INSTRUMENTUM LABORIS II, 2, 24-29
(Fonte: site da Santa Sé)
24. No mundo dos negócios, alguns dirigentes de empresas e certas corporações de homens e mulheres de negócios manifestam uma vontade firme de sanear e de reorganizar a economia dos seus países: as vias de comunicação em certas regiões, até mesmo a nível continental, melhoraram; instituições financeiras são criadas por Africanos, etc. Enfim, descobre-se uma vontade de criar riquezas para reduzir a pobreza e a miséria, melhorar a saúde das populações.
25. Estes esforços são ainda minimizados pelo mau funcionamento das instituições estatais que supostamente deveriam acompanhar os actores económicos. Porque falta um mercado interno africano susceptível de criar um ambiente económico favorável à produção local, os preços das produções locais, muitas vezes fixados pelos clientes, são baixos. Os pequenos produtores dificilmente têm acesso aos créditos e o mau estado das infra-estruturas de comunicação impede um escoamento fluido dos seus produtos. Acresce ainda que os jovens das aldeias, perante a inexistência de uma política agrária, não têm condições para aí ficarem. E a cidade não é a resposta uma vez que as taxas de desemprego aumentam. Os trabalhadores recebem salários indecentes, quando não se dá o caso de nem sequer receberem nada. Em certas regiões, a escravatura subsiste ainda. Os impostos são excessivamente elevados e, por vezes, abusivos. E a ajuda internacional às instituições preocupadas com a sorte das populações é, muitas vezes, subordinada a condições inaceitáveis. Quanto às matérias-primas, são exploradas com licenças das quais se ignoram os critérios de atribuição; a grande parte das receitas financeiras são desviadas por alguns gerando uma repartição desigual das riquezas na sociedade.
26. Os programas de reestruturação das economias africanas, propostos pelas instituições financeiras internacionais, revelaram-se muitas vezes funestas. As reestruturações “impostas” tiveram como consequência, por um lado, a fragilização das economias africanas e, por outro, a degradação do tecido social, causando o aumento das taxas de criminalidade, o alargamento do fosso entre ricos e pobres, o êxodo das zonas rurais e a superpopulação das cidades.
27. A crise alimentar e energética já bateu à porta do nosso continente e manifestam a urgência de soluções globais e de reacções éticas face às desordens organizadas dos mercados.
28. As multinacionais não cessam de invadir gradualmente o continente em busca de recursos naturais. Esmagam as companhias locais, adquirem milhares de hectares, expropriando as populações de suas terras, com a cumplicidade dos dirigentes africanos. Causam dano ao meio ambiente e desfiguram a criação que condiciona a nossa paz e o nosso bem-estar e com a qual as populações vivem em harmonia.
29. A crise financeira que atinge hoje as instituições financeiras afecta também o continente a vários níveis:
-os investimentos estrangeiros directos correm o risco de diminuir;
-as instituições financeiras africanas muito dificilmente beneficiarão do crédito das bancas ocidentais para, por sua vez, emprestarem às empresas e aos particulares, de tal modo que a economia real será afectada;
-a ajuda ao desenvolvimento arrisca-se a sofrer as devidas consequências, pois os projectos financiados com fundos estrangeiros (em dificuldade) poderão ser suspensos, e os vínculos dos países desenvolvidos relativamente aos países pobres correm igual risco;
-nos mercados desenvolvidos, devido à recessão, a procura de produções africanas (sobretudo de matérias primas) poderá baixar.
Uma reflexão se impõe acerca do facto de que a África (exceptuando a África do Sul) seja excluída da busca de soluções para o sistema financeiro internacional actual.
INSTRUMENTUM LABORIS II, 2, 24-29
(Fonte: site da Santa Sé)
D. Álvaro del Portillo no 15º aniversário da sua partida para a Casa do Pai
Além do temperamento próprio (e todos os «temperamentos» são bons) e além de tantos auxílios interiores inescrutáveis, porque só Deus os sabe, o ambiente familiar foi decisivo para ele, aliás, como é para toda a gente. Mas o que também o que chama particularmente a atenção é verificar que desde muito cedo Nosso Senhor lhe vai exigindo heroicidade, a que ele responde com toda a lhaneza, com aquela simplicidade evangélica recomendada por Cristo: «Somos inúteis servos; não fizemos mais do que o que devíamos fazer» (Lc 17,10)
(Introdução à biografia “Missão cumprida” pelo Mons. Hugo de Azevedo)
(Introdução à biografia “Missão cumprida” pelo Mons. Hugo de Azevedo)
Programa de Segunda-feira dia 23 de Março da visita do Santo Padre a Angola
07.30 - Missa privada na Capela da Nunciatura Apostólica.
10.00 - Cerimónia de despedida no Aeroporto Internacional "4 de Fevereiro" de Luanda Discurso do Papa
10.30 Partida do Aeroporto Internacional "4 de Fevereiro" de Luanda para o Aeroporto Ciampino (Roma).
Itália
Roma
18.00 Chegada ao Aeroporto de Ciampino
(Fonte: site Agência Ecclesia)
10.00 - Cerimónia de despedida no Aeroporto Internacional "4 de Fevereiro" de Luanda Discurso do Papa
10.30 Partida do Aeroporto Internacional "4 de Fevereiro" de Luanda para o Aeroporto Ciampino (Roma).
Itália
Roma
18.00 Chegada ao Aeroporto de Ciampino
(Fonte: site Agência Ecclesia)
O Evangelho do dia 23 de Março de 2009
São João 4, 43-54
Naquele tempo,
Jesus saiu da Samaria e foi para a Galileia.
Ele próprio tinha declarado
que um profeta nunca era apreciado na sua terra.
Ao chegar à Galileia, foi recebido pelos galileus,
porque tinham visto quanto Ele fizera em Jerusalém,
por ocasião da festa,
a que também eles tinham assistido.
Jesus voltou novamente a Caná da Galileia,
onde convertera a água em vinho.
Havia em Cafarnaum um funcionário real
cujo filho se encontrava doente.
Quando ouviu dizer que Jesus viera da Judeia para a Galileia,
foi ter com Ele
e pediu-Lhe que descesse a curar o seu filho,
que estava a morrer.
Jesus disse-lhe:
«Se não virdes sinais e prodígios, não acreditareis».
O funcionário insistiu:
«Senhor, desce, antes que meu filho morra».
Jesus respondeu-lhe:
«Vai, que o teu filho vive».
O homem acreditou nas palavras que Jesus lhe tinha dito
e pôs-se a caminho.
Já ele descia,
quando os servos vieram ao seu encontro
e lhe disseram que o filho vivia.
Perguntou-lhes então a que horas tinha melhorado.
Eles responderam-lhe:
«Foi ontem à uma da tarde que a febre o deixou».
Então o pai verificou que àquela hora Jesus lhe tinha dito:
«O teu filho vive».
E acreditou, ele e todos os de sua casa.
Foi este o segundo milagre que Jesus realizou,
ao voltar da Judeia para a Galileia.
Naquele tempo,
Jesus saiu da Samaria e foi para a Galileia.
Ele próprio tinha declarado
que um profeta nunca era apreciado na sua terra.
Ao chegar à Galileia, foi recebido pelos galileus,
porque tinham visto quanto Ele fizera em Jerusalém,
por ocasião da festa,
a que também eles tinham assistido.
Jesus voltou novamente a Caná da Galileia,
onde convertera a água em vinho.
Havia em Cafarnaum um funcionário real
cujo filho se encontrava doente.
Quando ouviu dizer que Jesus viera da Judeia para a Galileia,
foi ter com Ele
e pediu-Lhe que descesse a curar o seu filho,
que estava a morrer.
Jesus disse-lhe:
«Se não virdes sinais e prodígios, não acreditareis».
O funcionário insistiu:
«Senhor, desce, antes que meu filho morra».
Jesus respondeu-lhe:
«Vai, que o teu filho vive».
O homem acreditou nas palavras que Jesus lhe tinha dito
e pôs-se a caminho.
Já ele descia,
quando os servos vieram ao seu encontro
e lhe disseram que o filho vivia.
Perguntou-lhes então a que horas tinha melhorado.
Eles responderam-lhe:
«Foi ontem à uma da tarde que a febre o deixou».
Então o pai verificou que àquela hora Jesus lhe tinha dito:
«O teu filho vive».
E acreditou, ele e todos os de sua casa.
Foi este o segundo milagre que Jesus realizou,
ao voltar da Judeia para a Galileia.