Primeiras Vésperas da Solenidade de Maria Mãe de Deus


Na tarde deste 31 de Dezembro Bento XVI presidiu na Basílica de S. Pedro a celebração das primeiras Vésperas da solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus, que se concluiu com o Te Deum de acção de graças de fim de ano.

Na homilia da celebração o Papa salientou que comente contemplando o mistério do Verbo Incarnado o homem pode encontrar a resposta ás grandes interrogações da existência humana e descobrir assim a verdade sobre a própria identidade. Por isso a Igreja no mundo inteiro e na cidade de Roma está empenhada na promoção do desenvolvimento integral da pessoa humana. Neste contexto o Santo Padre manifestou apreço pela programação de uma serie de “encontros culturais na Catedral” que terão como tema a sua recente Encíclica Caritas in veritate.

Bento XVI fez votos de que se possa realizar cada vez mais uma sinergia entre a comunidade eclesial e a cidade para ajudar os jovens a projectar a própria vida; e que um contributo precioso neste âmbito importante possa derivar do encontro promovido pelo Vicariato de Roma e que se realizará em Março de 2010.

Louvando o Senhor pela ajuda que as comunidade cristãs souberam oferecer com generosidade a todos aqueles que bateram ás suas portas, Bento XVI proferiu palavras de encorajamento a prosseguir no empenho de aliviar as dificuldades com que se debatem ainda hoje tantas famílias provadas pela crise económica e pelo desemprego.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Na Basílica de S. Pedro, o Papa Bento XVI preside hoje a celebração das primeiras Vésperas da Solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus

Na tarde deste dia 31, na Basílica de S. Pedro, com inicia ás 18h00, o Papa Bento XVI presidirá a celebração das primeiras Vésperas da solenidade de Maria Santíssima Mãe de Deus, que se concluirá com o Te Deum de agradecimento de fim de ano…

No primeiro do ano, por ocasião da jornada mundial da Paz, Bento XVI preside na Basílica de S. Pedro a celebração eucarística, com inicio ás 10h00; ao meio dia o Santo Padre recitará a oração mariana do Angelus.

Ao mesmo tempo que decorria em Copenhaga a Conferência das Nações Unidas sobre alterações climáticas, foi apresentada aqui em Roma a Mensagem de Bento XVI para o Dia Mundial da Paz 2010, com o mote Se quiseres cultivar a paz, preserva a criação. Nesta mensagem, convida ao reforço da “aliança entre ser humano e ambiente”, cuja salvaguarda é essencial para a convivência pacífica da humanidade.

No sentido mais imediato, as alterações climáticas são realmente uma ameaça à paz, uma vez que os efeitos que delas decorrem – menos terras aráveis, falta de água, aumento de cheias e secas prolongadas – provocam já conflitos pelo acesso a recursos naturais cada vez mais escassos nalgumas partes do mundo, bem como um número crescente de “refugiados climáticos”, vítimas das catástrofes naturais e da subida do nível do mar nas zonas costeiras.

Mas há também uma forte dimensão de justiça: os países em desenvolvimento foram os que menos contribuíram para o actual estado do clima, porém são quem mais sofre hoje seus os efeitos nefastos.

À procura de soluções para a “crise ecológica”, Bento XVI separa os aspectos técnicos, onde têm a palavra os cientistas, dos aspectos éticos, aos quais é necessário responder com “uma nova solidariedade”. Em Copenhaga, na entrega de uma petição que juntou mais de 500 mil assinaturas de cristãos de todo o mundo, o comissário Yvo de Boer, responsável máximo das Nações Unidas nas negociações, reconheceu que o que está em causa nesta discussão é sobretudo um problema moral. E aqui os cristãos, legitimados pela sua visão do ambiente como criação de Deus que nos é confiada para preservar, devem ter uma voz activa na denúncia de abusos e na alteração de comportamentos pessoais.

O Papa apela ainda a uma profunda revisão do modelo de desenvolvimento actual, para que ele se passe a alicerçar em valores firmes, como a sobriedade e a solidariedade, que contrastam com o consumismo e o egoísmo que reinam no nosso tempo.


(Fonte: site Radio Vaticana)

Ano de 2010: o que tem de ser

Este ano inicia-se com uma espécie de chek list: a lista de todas as coisas que têm de acontecer.

O Governo vai ter de governar. Isto significa uma ideia de Portugal, uma perspectiva do futuro e uma mão-cheia de escolhas. Obriga a valores, imaginação, capacidade de decisão. O Governo não poderá governar no confronto histórico ou na nostalgia ideológica, tão-pouco o poderá fazer na colisão de um realismo imprescindível com profissões de fé assentes mais no preconceito do que na convicção.

A ser assim, ao Partido Socialista, de que saiu o Governo, competirá resolver algumas contradições internas geradas sobretudo pela óbvia discordância entre os guardiães do templo, a consciência histórica da resistência e as feridas ainda abertas com aqueles que, pela sua postura e discurso convenceram a maioria dos portugueses de que a esquerda ainda tinha soluções para os novíssimos problemas.

A oposição não poderá comportar-se como uma força de bloqueio primário ou, menos ainda, como um punhado de desmancha-prazeres, entre a birra e a traquinice. Pelo contrário a oposição tem, este ano, o dever de impedir que os portugueses tomem como inevitabilidades históricas aquilo que são apenas ideias, projectos ou metodologias discutíveis. Tem de combater aquilo que constitui hoje a pior ditadura que cresce no seio da nossa democracia: o totalitarismo das ideias feitas, a apropriação monopolista das consciências e dos sentimentos, escorada no défice de cidadania, no politicamente correcto e nalgum sensacionalismo mediático.

Assim sendo, todos em 2010 têm de cumprir uma agenda que não escamoteie ou maltrate as grandes questões nacionais. E, aqui, distinguir aquilo que sendo próprio está ainda no nosso livre arbítrio, daquilo que sendo alheio nos condiciona ou nos obriga, nos salva ou nos destrói neste mundo globalizado.

É preciso discutir se vamos condenar à regressão a nossa classe média; se vamos travar o processo de incapacitação e iliteracia dos portugueses; se vamos reconstruir uma solidariedade assente em direitos e deveres num quadro de responsabilização geral, arrumando de vez o logro da igualdade; se vamos deixar de confundir instrumentos com desígnios e a força com a violência.
É preciso encontrar um ponto de coexistência combativa com o desemprego, com a corrupção, com as novas formas de pobreza, com a diminuição dos rendimentos, com a falta de horizontes, eventualmente com o desespero de muitos. Com mais resultados e menos retórica, com mais eficácia e menos leis.

É urgente descobrir o essencial da nossa coesão ética, cultural e social e defendê-la num imperativo de colaboração geral e nacional.

É urgente estabelecer com clareza as nossas diferenças, fazer a síntese histórica, descobrir o futuro, olhar para o mundo exterior e escolher os modelos certos e reformistas. E não desperdiçar o tempo que já quase não temos.

Neste ponto suponho que deveria dar exemplos concretos. Simplesmente, hoje, os factos, duros, duríssimos, que pautam o quotidiano de um número crescente de portugueses tornam redundante a sua própria exemplificação. Todos sabemos o que não está feito ou está mal feito, o que deve ser prosseguido e o que pode ser melhorado, o que é urgente e o que pode esperar.

Não é possível disfarçar mais. Não em 2010. Não é possível passar ao lado das coisas, estando nelas histórica e responsavelmente.

Portugal precisa de um projecto e um desígnio. Se para isso não tivermos imaginação, tenhamos ao menos a coragem de reconhecer que assim é. E mudar já. Este ano.

Maria José Nogueira Pinto

(Fonte: DN online)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1973

No último dia do ano de 1973, diz: “Hoje daremos graças ao Senhor, pelos benefícios que recebemos no ano que termina. Para o que começa, vendo como estão as coisas deste mundo em que vivemos e o modo de proceder de tanta gente, queremos ter a rectidão de intenção de sermos humildes, de voltarmos sempre à verdade e de nos agarrarmos com mais força a Nosso Senhor. Pedir-me-eis talvez outras palavrinhas para este ano que vem, e eu desejaria antes que nos decidíssemos a servir de verdade, completamente. Então, dir-vos-ei, concretizando: servite Domino in laetitia! (“servi ao Senhor com alegria!”); e também: gaudete in Domino semper! (“alegrai-vos sempre no Senhor!”).

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/31-12-1937)

O novo plano de Obama contra a SIDA/AIDS

Em pleno debate sobre a reforma da saúde, o presidente Barack Obama surpreende a opinião pública dos Estados Unidos com a atribuição de fundos destinados a combater a SIDA/AIDS no mundo em desenvolvimento. A polémica centra-se na decisão de repartir o dinheiro para lutar também contra outras doenças como a pneumonia ou a diarreia. Segundo os responsáveis do plano, este novo ponto de vista permitiria salvar mais vidas.

Mas os activistas contra a sida mostram-se muito críticos com o plano. "Custa-me a acreditar, mas fez menos que George Bush", disse Gregg Gonsalves, um veterano activista em declarações ao New York Times (9-12-09). "No assunto da sida, Bush realmente deu um passo em frente. Fez avanços formidáveis. É deprimente que isto não se tenha passado com Obama".

Na verdade os planos contra a sida propostos por Bush nunca foram pacíficos. O ex Presidente era partidário de promover, juntamente com as doações destinadas ao fornecimento de tratamento antiretroviral aos infectados pelo VIH, a estratégia da abstinência entre os jovens.

Esta maneira de ver não agradava a todos os activistas. Mas, pelo menos, ficava claro que Bush se tinha envolvido no assunto dos antiretrovirais. Desde 2003, o seu plano de emergência (Pepfar) permitiu que o número de pessoas tratadas contra o vírus da sida nos países subsarianos tenha passado de 50.000 para 2,4 milhões.

Em face destes resultados, não é de estranhar que o Congresso decidisse em Março de 2008 continuar a financiar a luta contra a pandemia mediante este programa - que destinava também fundos a favor da abstinência - com uma doação de 50.000 milhões de dólares para os próximos cinco anos.

Com a mudança de Administração, o programa de Bush ficou suspenso. Como é lógico, havia muita expectativa para conhecer o novo plano de Obama contra a sida. E o resultado foi desconcertante.

De entrada, o plano reajusta o acesso aos antiretrovirais: o objectivo é que em 2014 pelo menos quatro milhões de afectados pelo VIH recebam os medicamentos. Isto reduz o ritmo que levava o Pepfar, pois passa de meio milhão de pessoas ajudadas para 320.000.

Mas, em contrapartida, o plano prevê que na parte dos fundos para a luta contra a sida se incluam também outras doenças como a pneumonia e a diarreia.

Por muito que custe aos activistas, a nova perspectiva de Obama tem a sua lógica. A Unicef há muitos anos que vem avisando que, enquanto a sida leva a parte de leão, outras doenças causam muito mais mortes, sobretudo em crianças.

É verdade que ainda mais de metade dos infectados com o vírus da sida não recebem tratamento, e em 2007 morreram dois milhões. Mas a pneumonia mata um número igual de crianças com menos de 5 anos, e a diarreia, outro milhão e meio. E os esforços para evitar tal mortandade infantil seriam muito menos dispendiosos.

Esta tem sido a política que tem guiado Eric Goosby, novo director da Pepfar, na elaboração do plano. "Se se dispõe de recursos limitados, não é razoável e ético atender primeiro os doentes?"

Goosby também assegura que o novo plano para combater a sida prestará mais atenção na prevenção da epidemia e nas estratégias para travar a transmissão do vírus de mãe para filho.

O plano Obama, pelo contrário, guarda silêncio sobre algumas questões controversas. Não diz nada acerca do dinheiro que vai destinar o Pepfar aos programas centrados na abstinência.

Aceprensa

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Guilherme de Saint-Thierry (c. 1085-1148), monge beneditino, depois cisterciense
A Contemplação de Deus, 10 (a partir da trad. AELF; cf. SC 61, pp. 91ss.)«O Verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina»
Sim, Tu amaste-nos primeiro, para que nós Te amássemos. Tu não necessitas do nosso amor, mas só poderemos atingir os Teus desígnios amando-Te. Por isso, «muitas vezes e de muitos modos falou Deus aos nossos pais, nos tempos antigos, por meio dos profetas. Nestes dias, que são os últimos, Deus falou-nos por meio do Seu Filho», (Heb 1, 1), o Seu Verbo. Foi por Ele que «a palavra do Senhor criou os céus, e o sopro da Sua boca, todos os astros» (Sl 32, 6). Para Ti, falar através do Teu Filho não é outra coisa que mostrares, fazeres ver com brilho quanto e como nos amas, dado que não poupaste o Teu próprio Filho, mas O entregaste por todos nós (Rom 8, 32). E também Ele nos amou e a Si mesmo se entregou por nós (Gal 2, 20).

Tal é a Palavra, o Verbo Todo-poderoso que nos diriges, Senhor. Enquanto todos mergulhavam no silêncio, ou seja, na profundidade do erro, Ele desceu das moradas reais (Sab 18, 14), para abater duramente o pecado e enaltecer suavemente o amor. E tudo quanto fez, tudo quanto disse na terra, até os opróbrios, até os escárnios e as bofetadas, até a cruz e o sepulcro, não eram mais que a Tua palavra pelo Teu Filho, palavra que nos incita ao amor, palavra que desperta em nós o amor por Ti.

Sabias com efeito, Deus, Criador das almas, que as almas dos filhos dos homens não podem ser forçadas a esta afeição, mas que é necessário provocá-las. Porque, onde houver constrangimento, não há liberdade; e onde não há liberdade, não há justiça. [...] Quiseste que Te amássemos, porque em justiça não podíamos ser salvos sem Te amar. E não podíamos amar-Te a menos que o amor partisse de Ti. Por conseguinte, Senhor, como apóstolo do Teu amor o digo, Tu amaste-nos primeiro (1Jo 4, 10), e primeiramente amas todos os que Te amam. Mas nós, nós amamos-Te pela afeição de amor que puseste em nós.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 31 de Dezembro de 2009

São João 1,1-18

No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o Verbo era Deus.
No princípio Ele estava em Deus.
Por Ele é que tudo começou a existir; e sem Ele nada veio à existência.
Nele é que estava a Vida de tudo o que veio a existir. E a Vida era a Luz dos homens.
A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam.
Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamava João.
Este vinha como testemunha, para dar testemunho da Luz e todos crerem por meio dele.
Ele não era a Luz, mas vinha para dar testemunho da Luz.
O Verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina.
Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo não o reconheceu.
Veio para o que era seu, e os seus não o receberam.
Mas, a quantos o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus.
Estes não nasceram de laços de sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade de um homem, mas sim de Deus.
E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco. E nós contemplámos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade.
João deu testemunho dele ao clamar: «Este era aquele de quem eu disse: 'O que vem depois de mim passou-me à frente, porque existia antes de mim.'»
Sim, todos nós participamos da sua plenitude, recebendo graças sobre graças.
É que a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram-nos por Jesus Cristo.
A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Bento XVI na última audiência geral de 2009 – “A fé deve ser aceite no seu conjunto e não fragmentada”


Todos, dos teólogos aos fiéis devem seguir o conjunto dos ensinamentos do Catecismo da Igreja católica, porque a fé não pode ser fragmentada: afirmou o Papa Bento XVI na última audiência geral do ano. O Santo Padre chamou a atenção para o perigo do actual emparcelamento de cada uma das verdades. A revelação cristã é um aparato completo – observou – citando também alguns padres da Igreja, e em particular Pedro Lombardo, teólogo do século XII e bispo de Paris.

Estas as palavras de Bento XVI falando em língua portuguesa:

Queridos irmãos e irmãs,

Pedro Lombardo ensinou na prestigiosa escola de Notre-Dame; magistério este, que motivou e modelou a obra-prima que nos deixou: Sentenças. Composto no século XII, seria o livro usado em todas as escolas de teologia até ao século XVI. O método teológico consistia em dar a conhecer, estudar e comentar o pensamento dos Padres da Igreja. Ele, depois de ter cuidadosamente recolhido as sentenças – isto é, as fontes patrísticas –, distribuiu-as num quadro sistemático e harmonioso, que inclui quase todas as verdades da fé católica. Face aos riscos actuais de fragmentação e desvalorização de algumas verdades, desejo sublinhar como seja uma exigência irrenunciável a apresentação orgânica da fé. Pois as diversas verdades iluminam-se mutuamente, aparecendo, na sua visão total e unitária, a harmonia do plano de salvação e a centralidade do mistério de Cristo.

Amados peregrinos de língua portuguesa, agradecido pelos votos, preces e sinais de amizade que tivestes para comigo nestes dias de festa em honra do Deus-Menino, de coração desejo a todos um Ano Novo feliz, colocando vossa vida e família sob a protecção da Virgem Maria, para serdes autênticos amigos do seu Filho Jesus e corajosos construtores do seu Reino no mundo. Assim Deus vos abençoe!

(Fonte: site Radio Vaticana)

Dados do INE mostram que "não há uma política de apoio à família"

Faltam políticas de apoio à família. É a reacção do Bispo de Viseu ao aumento dos nascimentos fora do casamento, ao mesmo tempo que está a diminuir a percentagem dos casais com filhos.

Os dados foram divulgados esta terça-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) e são referentes ao ano de 2008.

Na análise destes indicadores sociais, D. Ilídio Leandro desafia o Governo a orientar parte do seu tempo, do dinheiro público e da “criatividade que utiliza tanto em temas tão acessórios” para inverter a tendência das estatísticas e ajudar quem quer constituir família.

“Muitas vezes vê-se o Governo a tomar medidas que são favorecedoras… estou-me a referir ao aborto, ao divórcio e à oficialização de ligações que vão aumentar essa percentagem. Muitas vezes porque não há uma política de desenvolvimento e apoio à família, as pessoas vão buscando outras formas de realização dos seus próprios valores”, adverte o Bispo de Viseu.

(Fonte: site Rádio Renascença)

"Pode ser o suicídio do país"

Portugal pode começar a emagrecer já a partir deste ano. A taxa de imigração que ajudou a equilibrar a demografia até 2008 está a estagnar. E as famílias portuguesas continuam a optar por ter cada vez menos filhos. "Pode ser o suicídio do país."

Não é inesperado, mas "pode conduzir o país a uma catástrofe": em 2008, a população residente em Portugal cresceu 0,09%. Além de o valor ser inferior ao de 2007 (0,17%), resulta integralmente do crescimento imigratório, que também foi de 0,09%, indica o relatório do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre os indicadores sociais relativos ao ano passado e divulgado ontem (ver textos ao lado). Sem imigração, o país teria crescido zero.

É verdade que, ao contrário do que aconteceu nos últimos dois anos, o número de nados-vivos aumentou 2,1%. Mas a proporção de famílias com filhos continuou a diminuir - desta vez, quase um valor percentual. A agravar a situação, Portugal deixou de ser atractivo para os imigrantes. Daí que seja possível concluir, afirma ao JN a investigadora Norberta Amorim, do Núcleo de Estudos da População e Demografia, que, "se não houver uma inversão das mentalidades, o país, além de ainda mais envelhecido, vai começar a ter cada vez menos população".

E também vai deixar de poder contar com o contributo do fluxo imigratório. Até 2008, de acordo com o relatório sobre imigração, fronteiras e asilo, do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, residiam em Portugal mais de 440 mil estrangeiros, o que representa um crescimento de 1,04% (muito inferior a 2007, que teve 3,70%). Desse universo, a nacionalidade mais representativa é a brasileira (24%), seguida da Ucrânia (12%). Ora, é justamente nesses imigrantes que se verifica o decréscimo de interesse por Portugal, somando-se as tentativas para regressar a casa ou a outros países, onde as expectativas de melhorar as condições de vida sejam efectivas.

"A Ucrânia deu um salto qualitativo. Os partidos democráticos ganharam e o país começou a crescer. Os salários já não são tão maus e com o Europeu de 2012 haverá uma multiplicação de emprego", enuncia Paulo Sadokha, presidente da Associação dos Ucranianos em Portugal, para justificar a debandada. No entanto, esclarece, "não se trata apenas de haver pessoas a sair - ainda residem cá cerca de 53 mil ucranianos (em 2004 eram mais de 80 mil) -, mas de já não quererem entrar. Vêm apenas aqueles que querem unir-se às suas famílias".

O cenário é idêntico no que diz respeito ao Brasil, embora Ricardo Amaral, presidente da Associação Brasileira de Portugal, interprete o retorno "sem dramas" e com "naturalidade". "Portugal é o segundo país da Europa com mais brasileiros, cerca de 140 mil. Se saírem dez mil, não é significativo", desvaloriza. Apesar disso, reconhece que o Governo de Lula da Silva tornou o Brasil "mais apetecível para trabalhar". "E com o Mundial de 2016", antecipa, "o Rio de Janeiro será uma cidade nova".

Mas o crescimento de um país não pode depender da taxa de imigração, insiste Norberta Amorim. "Ele cresce quando as gerações se renovam. Isso não acontece desde que se instituiu a fecundidade controlada. Primeiro com a pílula e agora com o aborto facilitado". A investigadora realizou um trabalho na área de Guimarães e constatou que até aos anos 60/70 aquela era a região mais jovem da Europa. "Era uma sociedade conservadora, com disciplina religiosa e com vergonha de comprar contraceptivos". Curiosamente, acrescenta, "a mudança de mentalidade foi rapidíssima. E se não houver uma reversão, vai conduzir o país ao suicídio."

HELENA TEIXEIRA DA SILVA

(Fonte: Jornal de Notícias do Porto online, selecção do título da responsabilidade de JPR)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1933

“Todos os pecados da tua vida parecem ter-se posto de pé. – Não desanimes. – Pelo contrário, chama por tua Mãe, Santa Maria, com fé e abandono de criança. Ela trará o sossego à tua alma”, anota hoje.

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/30-12-5)

Homo Sapiens Gay

Criou-se a ideia errada de que existe um segunda espécie humana. Não se trata de homens e mulheres, dignos representantes do Homo sapiens, mas de uma outra forma humana que esteve olvidada e injustamente ostracizada pela sociedade ao longo dos tempos. Esta “espécie humana” distingue-se das outras, não pelo tamanho do crânio, cor dos olhos, cor da pele, da forma como se reproduz, ou de qualquer outra característica morfológica, mas pelo modo como decidiu viver na intimidade a sua sexualidade.

O Homo sapiens gay habitualmente reage com agressividade e violência à opinião contrária, vendo nela sempre um sinal persecutório. Neste caso, esta espécie sobrevaloriza a sua própria importância, entendendo que as suas ideias são as únicas correctas e as opiniões por si expressadas não podem ser contestadas. Presentemente o Homo sapiens gay deseja ardentemente casar entre si, reclamando um estatuto igual ao Homo Sapiens para uma condição intrinsecamente diferente. Mas quando se procura debater a necessidade de lhe conferir direitos especiais, o Homo sapiens gay adopta habitualmente o papel de vítima, remetendo o interlocutor para o papel de agressor. Portanto, o Homo sapiens gay é desconfiado relativamente ao Homo sapiens, mas não se coíbe de o doutrinar, manipular − a pretexto da sã convivência entre as duas espécies − e de o recrutar desde tenra idade nas escolas, usando para o efeito a educação sexual.

O Homo sapiens gay é invasivo porque infiltrou e tomou conta da comunicação social com o propósito de preparar o caminho para a sua missão evangelizadora: espalhar a doutrina gay. Simultaneamente, o Homo sapiens gay é inflexível e intolerante porque não aceita o diálogo e não admite uma opinião contrária à sua. Exige de forma inabalável que o Homo sapiens lhe reconheça especiais direitos, entre os quais o direito a ter aquilo que a natureza da sua escolha lhe negou: a reprodução. Atendendo a esta reivindicação, os filhos do Homo sapiens serão adoptados pelo Homo sapiens gay, numa espécie de oferenda e reconhecimento à sua superior capacidade de amar.

O Homo sapiens gay tem a crença de estar a ser explorado ou prejudicado pelo Homo sapiens em diversas áreas da sociedade, aspirando por isso a um estatuto especial; aspirando com o tempo a obter quotas de representatividade da sua espécie. O Homo sapiens gay é ambicioso e quer tudo. Tem uma postura reivindicativa permanente, transformando-o facilmente num fanático disposto a qualquer coisa para fazer valer a suas ideias, até à vitória final: o reconhecimento, por parte do Homo sapiens, do seu estado superior de evolução.

O Homo sapiens gay é uma falácia e não existe, configurando a maior aldrabice dos tempos modernos. Esta é uma manipulação malévola que tem como único objectivo confundir e instigar o nosso regresso à escuridão; o regresso à escuridão da caverna.

Fonte: Blogue 'O Inimputável' AQUI

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

São Pedro Crisólogo (c. 406-450), Bispo de Ravena, Doutor da Igreja
Sermão 147, sobre o mistério da Encarnação (a partir da trad. coll. Icthus, vol. 8, p. 114)

Ana vê por fim Deus no Seu Templo

Como é que o homem, com o seu olhar tão limitado, pode abranger o Deus que o mundo não pode abarcar? O amor não se incomoda de saber se uma coisa é adequada, conveniente ou possível. O amor [...] ignora a medida. Não se consola com o pretexto de que é impossível; a dificuldade não o detém [...]. O amor não consegue deixar de ver quem ama. [...] Como acreditar que se é amado por Deus sem O contemplar? Assim, o amor que deseja ver Deus, mesmo que não seja racional, é inspirado pela intuição do coração. Foi por isso que Moisés ousou dizer: «Se alcancei graça aos Teus olhos, revela-me as Tuas intenções (Ex 33, 13ss.), e o salmista: «Mostra-nos o Teu rosto» (cf. 79, 4). [...]

Por conseguinte, conhecendo o desejo que os homens têm de O ver, Deus escolheu, para Se tornar visível, um meio que beneficiasse todos os habitantes da terra, sem com isso prejudicar o céu. Pode a criatura que Deus fez semelhante a Ele neste mundo ser considerada pouco digna no céu?: «Façamos o ser humano à Nossa imagem, à Nossa semelhança» disse Deus (Gn 1, 26). [...] Se Deus tivesse retirado do céu a forma de um anjo, ter-Se-ia mantido invisível; se, em contrapartida, tivesse encarnado na terra numa natureza inferior à do homem, teria ofendido a divindade e teria rebaixado o homem, em vez de o elevar. Portanto, que ninguém, irmãos muito caros, considere uma ofensa a Deus o facto de Ele ter vindo aos homens como homem, e de ter encontrado este meio para ser visto por nós.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 30 de Dezembro de 2009

São Lucas 2,36-40

Havia também uma profetisa, Ana, filha de Fanuel, da tribo de Aser, a qual era de idade muito avançada. Depois de ter vivido casada sete anos, após o seu tempo de donzela,
ficou viúva até aos oitenta e quatro anos. Não se afastava do templo, participando no culto noite e dia, com jejuns e orações.
Aparecendo nessa mesma ocasião, pôs-se a louvar a Deus e a falar do menino a todos os que esperavam a redenção de Jerusalém.
Depois de terem cumprido tudo o que a Lei do Senhor determinava, regressaram à Galileia, à sua cidade de Nazaré.
Entretanto, o menino crescia e robustecia-se, enchendo-se de sabedoria, e a graça de Deus estava com Ele.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1931

Hoje acontece pela rua, algo que dará origem ao ponto n. 2 de Caminho. Anota-o no dia seguinte: “Na rua de Santa Engrácia, quando ia a casa de Romeo, lendo o cap. segundo de São Lucas, que era o que me correspondia ler, encontrei um grupo de operários. Ainda que eu fosse embrenhado na minha leitura, ouvi que diziam em voz alta algo, sem dúvida perguntando o que iria a ler o padre. E um daqueles homens respondeu também em voz alta: “a vida de Jesus Cristo”. Como os meus evangelhos são um livro pequeno, que trago sempre no bolso, e as capas estão forradas com pano, aquele operário acertou na sua resposta, mais que por casualidade, por providência. E pensei e penso que oxalá fossem tais as minhas atitudes e as minhas palavras que todos pudessem dizer ao ver-me ou ao ouvir-me falar: este lê a vida de Jesus Cristo”.

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/29-12-5)

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Orígenes (c. 185-253), presbítero e teólogo
Homilia 15 sobre São Lucas; PG 13, 1838-1839 (a partir da trad. Orval; cf SC 87)

«Deixarás ir em paz o Teu servo»

Simeão sabia que o único que pode libertar-nos da prisão do corpo, com a esperança da vida futura, é Aquele que ele tinha nos braços. Foi por isso que disse: «Agora, Senhor, segundo a tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo, porque enquanto não tive Cristo nos meus braços era como que prisioneiro, estava incapaz de me libertar das cadeias.» E note-se que isto não se aplica somente a Simeão, mas a todos os homens. Se alguém abandona este mundo e quer alcançar o Reino, tome Jesus nos braços, aperte-O ao peito, e poderá chegar com grande alegria aonde deseja ir. [...]

«Todos aqueles que são movidos pelo Espírito de Deus são filhos de Deus» (Rom 8, 14). Assim pois, foi o Espírito Santo que levou Simeão ao Templo. E tu, se desejas ter Jesus nos braços e tornar-te digno de sair dessa prisão, esforça-te por te deixares conduzir pelo Espírito, para chegares ao templo de Deus. Desde já te encontras no templo do Senhor Jesus, ou seja, na Sua Igreja, neste templo de pedras vivas (1P 2, 5). [...]

Assim pois, se vieres ao Templo conduzido pelo Espírito, encontrarás o Menino Jesus, toma-Lo-ás nos teus braços e dirás: «Agora, Senhor, segundo a Tua palavra, deixarás ir em paz o Teu servo». Esta libertação e esta partida têm lugar na paz. [...] Quem morre em paz, senão aquele que tem a paz de Deus, que sobrepuja todo o entendimento e guarda os corações e os pensamentos em Cristo (Fil 4, 7)? Quem se retira em paz deste mundo, senão aquele que compreende que Deus veio, em Cristo, reconciliar-Se com o mundo?

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 29 de Dezembro de 2009

Lucas 2,22-35

Quando se cumpriu o tempo da sua purificação, segundo a Lei de Moisés, levaram-no a Jerusalém para o apresentarem ao Senhor,
conforme está escrito na Lei do Senhor: «Todo o primogénito varão será consagrado ao Senhor»
e para oferecerem em sacrifício, como se diz na Lei do Senhor, duas rolas ou duas pombas.
Ora, vivia em Jerusalém um homem chamado Simeão; era justo e piedoso e esperava a consolação de Israel. O Espírito Santo estava nele.
Tinha-lhe sido revelado pelo Espírito Santo que não morreria antes de ter visto o Messias do Senhor.
Impelido pelo Espírito, veio ao templo, quando os pais trouxeram o menino Jesus, a fim de cumprirem o que ordenava a Lei a seu respeito.
Simeão tomou-o nos braços e bendisse a Deus, dizendo:
«Agora, Senhor, segundo a tua palavra, deixarás ir em paz o teu servo,
porque meus olhos viram a Salvação
que ofereceste a todos os povos,
Luz para se revelar às nações e glória de Israel, teu povo.»
Seu pai e sua mãe estavam admirados com o que se dizia dele.
Simeão abençoou os e disse a Maria, sua mãe: «Este menino está aqui para queda e ressurgimento de muitos em Israel e para ser sinal de contradição;
uma espada trespassará a tua alma. Assim hão-de revelar-se os pensamentos de muitos corações.»

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

“Diante de Deus tu és uma criança”

Diante de Deus, que é Eterno, tu és uma criança mais pequena do que, diante de ti, um miúdo de dois anos. E, além de criança, és filho de Deus. – Não o esqueças.

(S. Josemaría Escrivá - Caminho, 860)

Se reparardes bem, é muito diferente a queda de uma criança e a queda de uma pessoa crescida. Para as crianças, uma queda, em geral, não tem importância; tropeçam com tanta frequência! E se começam a chorar, o pai lembra-lhes: os homens não choram. Assim se encerra o incidente com o empenho do miúdo por contentar o seu pai.

(…) Se procurarmos portar-nos como eles, os tropeções e os fracassos – aliás inevitáveis – na vida interior, nunca se transformarão em amargura. Reagiremos com dor, mas sem desânimo, e com um sorriso que brota, como a água límpida, da alegria da nossa condição de filhos desse Amor, dessa grandeza, dessa sabedoria infinita, dessa misericórdia, que é o nosso Pai. Aprendi durante os meus anos de serviço ao Senhor a ser filho pequeno de Deus. E isto vos peço: que sejais quasi modo geniti infantes, meninos que desejam a palavra de Deus, o pão de Deus, o alimento de Deus, a fortaleza de Deus para se comportarem de agora em diante, como homens cristãos.

(S. Josemaría Escrivá - Amigos de Deus, 146)

Na presença de Deus (Editorial)

O findar do ano civil e para os cristãos a celebração do Natal de Cristo é ocasião de reflexão e balanços. Também para Bento XVI, que como de costume falou aos seus colaboradores mais estreitos (cardeais, membros da Cúria Romana, representantes pontifícios) relendo o ano sob uma luz que pode surpreender mas que é a única verdadeira, isto é, "na presença de Deus". E propondo a sua visão destes meses transcorridos a quem quiser prestar-lhe atenção.

O Papa escolheu as três grandes viagens internacionais do ano à África, à Terra Santa e ao coração da Europa para desenvolver uma reflexão sobre o ser humano que, consciente ou não, está precisamente diante de Deus. A preocupação de Bento XVI permanece de facto a de testemunhar esta realidade. Isto num ano em grande parte transcorrido "no sinal da África". Mas também durante a peregrinação ao país prometido a Moisés e onde Jesus passou anunciando e inaugurando o reino de Deus. E na visita à República Checa, no coração da Europa desde há vinte anos de novo livre e em paz, apesar de estar sob o peso de novas divisões, injustiças e intolerâncias.

Como sempre o Papa ressalta o essencial, sem contudo atenuar um realismo atento que muitas vezes falta a governantes e políticos. Ao contrário, este realismo é a característica principal da encíclica Caritas in veritate, assim como o foi da assembleia sinodal, que contudo não se atribuiu competências políticas impróprias. E o essencial consiste no facto de que o céu já não está fechado e que Deus está próximo. Por isto os católicos africanos vivem todos os dias o sentido da sacralidade, acolheram a primazia pontifícia como evidente "ponto de convergência para a unidade da Família de Deus" e celebram liturgias jubilosas e compostas que recordaram a Bento XVI a sobria ebrietas querida ao misticismo antigo, judaico e cristão.

A reconciliação, para o Papa, é urgente tanto em África como em qualquer outra sociedade, segundo um processo que pode inspirar-se no que foi iniciado na Europa depois da tragédia da última guerra mundial. Mas a reconciliação realiza-se, antes de tudo, no sacramento da penitência, que em grande parte desapareceu dos costumes dos cristãos porque se perdeu "a veracidade em relação a nós mesmos e a Deus", pondo a risco a humanidade e a capacidade de paz. E diante do mal é preciso permanecer vigilantes: eis por que Bento XVI falou de novo sobre a visita "perturbadora" realizada ao Yad Vashem, que recorda o extermínio de seis milhões de judeus e a vontade de expulsar do mundo o Deus de Abraão e de Jesus.

Mas a imagem que mais surpreende e que permanecerá deste grande discurso papal é a do "átrio dos gentios", reservado no Templo de Jerusalém aos pagãos que queriam rezar ao único Deus e que Jesus quis desimpedir de quem o tinha transformado num "covil de ladrões". À imitação de Cristo também hoje disse Bento XVI a Igreja deveria abrir um espaço para todos os povos e para quantos conhecem Deus de longe ou para os quais é desconhecido ou estranho. Para os ajudar a "estar em relação com o Deus", em cuja presença estão todas as criaturas humanas.

Giovanni Maria Vian - Director

(© L'Osservatore Romano - 26 de Dezembro de 2009)

Festa da Sagrada Família, em Madrid: "colocar acima de tudo o amor"



Vídeos em espanhol

Milhares de pessoas provenientes de Espanha e de diversos países europeus, incluindo Portugal, congregaram-se neste Domingo em Madrid para reivindicar “o modelo da verdadeira família: a Sagrada Família de Nazaré”.

O presidente da Conferência Episcopal Espanhola e arcebispo de Madrid, D. Antonio María Rouco Varela, presidiu à missa, acompanhado por cerca de três dezenas de bispos espanhóis e mais de uma dezena de cardeais e arcebispos europeus.

O Papa Bento XVI enviou uma saudação por videoconferência desde a praça de São Pedro, ao meio dia, antes da recitação da oração mariana do Angelus, onde apelou à defesa da família “baseada no casamento entre um homem e uma mulher”. Falando em castelhano, o Sumo Pontífice lembrou que Deus veio ao mundo “no seio de uma família, sendo esta instituição o caminho mais seguro para encontrar e conhecer” Deus.

A mensagem foi transmitida na capital espanhola, durante a missa ao ar livre.

Durante a celebração, o arcebispo de Madrid defendeu que “o modelo da família cristã é o que responde fielmente à vontade de Deus e, por isso, é ele que garante o bem fundamental e insubstituível da família para os seus membros, para toda a sociedade e, não em último lugar, para a Igreja”.

A homilia centrou-se na generosidade da família cristã, “capaz de colocar acima de tudo o amor” e de “abrir dia a dia, cruz a cruz, o caminho da verdadeira felicidade”.

“Em quem e onde é que as crianças, os deficientes, os doentes, os excluídos podem encontrar o dom da vida e o amor incondicional, senão em vós, pais e mães das famílias cristãs?”, perguntou o cardeal Rouco Varela, que não esqueceu as dificuldades que afectam a família em Espanha e na Europa, designadamente “a facilitação jurídica do divórcio até extremos impensáveis até há pouco tempo” e a eliminação cultural e legal “da consideração do matrimónio como a união irrevogável de um homem e de uma mulher, aberta à procriação dos filhos”.

O arcebispo de Madrid lamentou o surgimento “dessa outra linguagem dos diversos modelos de família, que parece assenhorear-se, de forma avassaladora e sem réplica alguma, da mentalidade e da cultura do nosso tempo” e que “não responde à verdade natural da família, tal como foi dada ao homem desde a criação”.

A nova lei do aborto, aprovada no Congresso Espanhol, foi outro dos temas abordados por D. Rouco Varela. “O directo à vida do bebé, ainda no ventre da sua mãe, vê-se lamentavelmente suplantado na consciência moral de um sector cada vez mais importante da sociedade e na legislação que a acompanha e a estimula, por um suposto direito ao aborto nos primeiros meses da gravidez”.

Diante deste panorama “à primeira vista obscuro e desolador”, o cardeal evocou a intervenção que João Paulo II proferiu no mesmo local em 1982, estimulando os participantes a “continuar a dizer ‘sim’ ao matrimónio e à família”, já que desta maneira “estais abrindo novamente a esteira para o verdadeiro porvir da Europa”.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Que Natal?

NÃO SEI PORQUÊ, mas o Natal faz-me lembrar um período pré-eleitoral ou eleitoral. É que ainda o Natal vem longe, e já nos torpedeiam com uma propaganda intolerável.

De paz? De fraternidade? De atenção aos marginalizados? De partilha de bens por tantos a quem falta tudo ou falta algo de especial? De trabalho, de casa, de pão, de melhor qualidade de vida? De uma reforma honesta que deixasse de vez de cheirar a esmola, não obstante o açúcar em que vem envolvido o seu aumento?

De um espaço de esperança a sério para tanto e tanto jovem que não vê jeito de encontrar o primeiro emprego?

De uma garantia de o único critério das relações entre homens (a começar e, sobretudo, pelos do Poder) seria a verdade e só a verdade?

De tudo isto é que nós precisávamos e tudo isto está n alma, na mensagem e no coração do Natal. MAS, E INFELIZMENTE, o que esta propaganda nos traz é gastos desnecessários, é festas alienantes, é publicidade enganadora e agressiva, é, no fundo, maior pobreza de bens e de humanidade.

E, enquanto que, nos “outros” períodos pré-eleitorais e eleitorais, já boa parte das pessoas reage com indiferença, aqui todos (ou quase) se deixam atingir.

Assim, o Natal é negócio. E no meio do negócio, Jesus Cristo não encontra lugar. Mesmo que o tal negócio se pretenda fazer “piedosamente” a Seu pretexto… O nosso mundo vive mergulhado numa profunda fome de Natal. Sentimos essa fome por todo o lado. Se fosse saciada esta fome de Natal, a sério, todos os outros bens viriam por acréscimo.

É que o Natal é Jesus. E Jesus, bem acolhido, é fonte e garantia de uma sociedade diferente.

Então, não brinquemos com o Natal. Não brinquemos com Jesus. A experiência diz-nos que esta brincadeira fica cara.

D. Manuel MartinsBispo Emérito de Setúbal


(Fonte: site Rádio Renascença)

A próxima guerra

No seu esforço para promover consenso na cimeira de Copenhaga sobre as alterações climáticas, o primeiro ministro britânico Gordon Brown afirmou que, no caso de falhar o acordo, haveria uma «catástrofe económica sem precedentes ... equivalente a duas guerras mundiais e a grande depressão» (Telegraph.co.uk; 7:30am 16/Dez/2009). Ninguém duvida das boas intenções da frase mas, mesmo assim, o que ele disse é um enorme disparate.

O mais significativo na declaração é o grau de banalização do horror inconcebível de uma guerra mundial que manifesta. Agora uma simples questão de temperaturas é considerada semelhante aos maiores morticínios da história. Mas esta não é uma afirmação estranha e até se pode considerar bastante representativa nos dias que correm. A cada momento se ouvem paralelos com as guerras mundiais. No ano passado por esta altura todos falavam de grande depressão como algo próximo. E ainda ninguém se lembrou de notar que, afinal, as semelhanças da crise acabaram por ser mínimas.

O problema de afirmações como estas não é o seu exagero e implausibilidade. Pelo contrário, elas são irresponsáveis precisamente porque podem ter razão. Este é o modo como, passado pouco mais de meio-século, vamos descendo devagar a escada que conduz a grandes catástrofes. Depois de 1945 toda a gente dizia "Nunca mais!". Hoje começa a dizer-se que "Talvez amanhã!". Não se deve ter dúvidas que banalizar algo é promovê-lo, como acontece com a corrupção, divórcio, aborto, etc.

A ligeireza destes discursos começa por manifestar alheamento. É evidente que quem fala assim não conhece aquilo de que fala. Se tivesse presente o que realmente implicaram duas guerras mundiais e a depressão nunca as invocaria sem tremer. Paradoxalmente, enquanto as afirma próximas, a própria maneira de falar mostra como estão remotas.

Por outro lado este tipo de conversa esquece a terrível probabilidade do horror. Uma situação como a que levou às desgraças de 1805, 1914 e 1939 pode repetir-se a qualquer momento. Por isso é que estas coisas não devem ser ditas de forma tão frívola. Hoje pode parece alarmismo dizer que é mesmo possível o mundo encontrar-se dentro de anos envolvido num conflito maciço. Mas é bom lembrar que em 1800, 1910 e 1930 também ninguém acreditava nisso.

A probabilidade nasce do facto que em última análise estas coisas não se devem a homens horríveis, como Napoleão ou Hitler, mas a pessoas normais como nós que, levadas ao desespero, dão poder a homens horríveis como eles. Sempre existem personalidades sádicas, sinistras e demoníacas. Felizmente só raramente levam a uma época sádica e demoníaca.

As pessoas também esquecem que o fanatismo com que os franceses seguiram Imperador e os alemães o Führer se deve aos enormes sucessos que eles conseguiram. Não foi o mal que seduziu a França de oitocentos e Alemanha dos anos 30. O caminho que conduz à calamidade global é bem conhecido. Primeiro o desespero. Depois o medo. Finalmente e definitivo, o orgulho.

É evidente que o aquecimento global, mesmo que seja tão terrível como alguns prevêem, nunca terá as consequências invocadas. Mas as crises atómicas do Irão e Coreia do Norte podem abrir a porta, como uma crise político-económica na Rússia ou China. Oportunidades de calamidade existem em todos os tempos.

Felizmente a história raramente se repete. Apesar de tolices como as referidas, o fantasma de 1939-45 ainda assombra suficientemente toda a gente para ninguém o tomar levianamente. Aliás, o mais provável é que a próxima guerra global venha de um lado inesperado, precisamente como as anteriores. Foi por não haver Napoleão que as potências entraram em conflito em 1914 e foi para evitar uma nova Grande Guerra que se apaziguou Hitler. Mas em todos os casos foi a fúria e ganância que dominaram todos os outros interesses.

O progresso e a sofisticação tecnológica não nos protegem da nossa própria crueldade. Mas ao menos garantem duas características da próxima guerra: será curta e os mais infelizes serão os sobreviventes…

João César da Neves

(Fonte: DN online)

S. Josemaría Escrivá nesta data em 1931

Escreve, absorto em oração: “Ó Jesus – dir-lhe-ei – quero ser uma fogueira de loucura de Amor! Quero que a minha simples presença seja bastante para incendiar o mundo, em muitos quilómetros em redor, com um incêndio inextinguível. Quero saber que sou teu. Depois, venha a Cruz : nunca terei medo da expiação... Sofrer e amar. Amar e sofrer. Magnífico caminho! Sofrer, amar e acreditar: fé e amor. Fé de Pedro. Amor de João. Zelo de Paulo”.

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/28-12-5)

Comentário ao Evangelho do dia feito por:

Santa Teresa Benedita da Cruz (Edith Stein) (1891-1942), carmelita, mártir, co-padroeira da Europa
Meditação para o dia 6 de Janeiro de 1941 (a partir da trad. Source cachée, p. 271)

Os Santos Inocentes, pobres como Cristo foi pobre

Pouco depois de Santo Estêvão, o primeiro mártir, temos as «flores martyrum», as flores dos mártires, esses pequenos botões que foram arrancados antes de estarem maduros para se oferecerem. De acordo com uma piedosa tradição, a graça adiantou-se ao desenvolvimento natural destas crianças inocentes, proporcionando-lhes a compreensão daquilo que estava a suceder-lhes, a fim de as tornar capazes de uma doação livre de si mesmas e lhes garantir a recompensa reservada aos mártires. Apesar disso, não se assemelham ao confessor da fé que já chegou ao estado adulto e que, com coragem heróica, abraça a causa de Cristo. Entregues sem defesa, assemelham-se antes às «ovelhas conduzidas ao matadouro» (Is 53, 7; Act 8, 32).

Elas são, pois, a imagem da pobreza extrema. O único bem que possuem é a própria vida, que nesta altura lhes arrebatam sem que elas ofereçam resistência. Rodeiam o presépio, para nos mostrar de que natureza é a mirra que devemos oferecer ao divino Menino: aquele que deseja pertencer-Lhe por completo terá de se entregar a Ele com total desprendimento de si mesmo, abandonando-se à vontade divina como estas crianças.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 28 de Dezembro de 2009

São Mateus 2,13-18

Depois de partirem, o anjo do Senhor apareceu em sonhos a José e disse-lhe: «Levanta-te, toma o menino e sua mãe, foge para o Egipto e fica lá até que eu te avise, pois Herodes procurará o menino para o matar.»
E ele levantou-se de noite, tomou o menino e sua mãe e partiu para o Egipto,
permanecendo ali até à morte de Herodes. Assim se cumpriu o que o Senhor anunciou pelo profeta: Do Egipto chamei o meu filho.
Então Herodes, ao ver que tinha sido enganado pelos magos, ficou muito irado e mandou matar todos os meninos de Belém e de todo o seu território, da idade de dois anos para baixo, conforme o tempo que, diligentemente, tinha inquirido dos magos.
Cumpriu-se, então, o que o profeta Jeremias dissera:
Ouviu-se uma voz em Ramá, uma lamentação e um grande pranto: É Raquel que chora os seus filhos e não quer ser consolada, porque já não existem.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Bento XVI almoça com sem-abrigo e famílias carenciadas






O Papa Bento XVI se aproximou da multidão que o esperava em um centro para sem-abrigo de Roma, e saudou as crianças que estenderam os braços, sem mudar o costume, depois da agressão de que foi vítima antes da Missa do Galo, na quinta-feira passada.

Precedido por uma importante escolta, composta por veículos e motos, Bento XVI visitou neste domingo o refeitório de Santo Egídio, no bairro popular de Trastevere, depois de celebrar o Angelus na praça de São Pedro.

Sorridente ao descer do veículo, o Papa parou para apertar as mãos das crianças que o aguardavam atrás das barreiras de segurança. Depois deu a volta para saudar a multidão.

Não se observou nenhuma mudança nos hábitos do Sumo Pontífice depois que uma mulher com problemas psiquiátricos o derrubou na quinta-feira à noite na Basílica de São Pedro.

Mais cedo, na praça de São Pedro, antes da bênção do Angelus, o Papa celebrou a família "baseada no casamento entre um homem e uma mulher".

O tema da segurança voltou a ganhar destaque após a agressão, mas o porta-voz de Bento XVI, o padre Federico Lombardi, já declarara que não é possível proteger o Papa em 100%, a não ser que se crie um muro entre ele e os fiéis, o que é "impensável".

Durante o episódio de quinta-feira, o cardeal francês Roger Etchegaray, de 87 anos, sofreu uma fractura de fémur. Ele foi operado neste domingo com êxito, segundo o Vaticano.

Copyright © 2009 AFP com edição ortográfica, linguística e alteração do título da responsabilidade de JPR

“Estou aqui convosco para vos transmitir a minha vizinhança, que vos quero bem e que ao vossos problemas não estão longínquos do meu pensamento, mas no âmago e no coração da na comunidade dos crente, e portanto no meu coração”

(Excerto discurso no final do almoço com tradução a partir do italiano de JPR)

Nota: Neste almoço além de sem-abrigo da cidade de Roma participaram, embora a notícia da AFP não o refira, famílias carenciadas.

Família, ícone de Deus, tem a missão de procriar, recordou o Papa neste Domingo, salientando que os filhos não são propriedade dos pais


Vídeo em espanhol
Ocorre neste Domingo a Festa da Sagrada Família e a ela Bento XVI dedicou as suas reflexões antes da recitação da oração mariana do Angelus do meio-dia, juntamente com os milhares de pessoas congregadas na Praça de S. Pedro.

“Deus quis revelar-se nascendo numa família humana, e portanto a família humana tornou-se ícone de Deus! – salientou o Papa. Deus é Trindade, é comunhão de amor, e a família é a sua primeira e imediata expressão. O homem e a mulher, criados à imagem de Deus, no matrimónio tornam-se numa única carne, isto é uma comunhão de amor que gera nova vida. A família humana é portanto ícone da Trindade tanto pelo amor interpessoal, como pela fecundidade do amor”.

O Santo Padre falou também da importância da educação cristã, começando por salientar que a família cristã está consciente de que os filhos são dom e projecto de Deus. Portanto não os pode considerar com uma posse própria, mas servindo neles o desenho de amor do Pai é chamada a educá-los á liberdade maior que é precisamente aquela de dizer “sim” a Deus para fazer a sua vontade.

Deste “sim” a Virgem Maria é o exemplo perfeito. A ela confiamos todas as famílias, rezando em particular pela sua preciosa missão educativa, disse o Papa.

Falando depois em língua espanhola Bento XVI saudou os pastores e fieis congregados em Madrid para celebrar a Sagrada Família de Nazaré e recordou o significado verdadeiro desta festa.

“Deus, vindo ao mundo no seio de uma família manifesta que esta instituição é caminho seguro para o encontrar e conhecer, assim como um apelo permanente a trabalhar pela unidade de todos à volta do amor. Daí que um dos maiores serviços que nós cristãos podemos prestar aos nossos semelhantes – salientou o Papa - é oferecer-lhes o nosso testemunho sereno e firme da família fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher, salvaguardando-a e promovendo-a pois ela é de suma importância para o presente e o futuro da humanidade. Efectivamente a família é melhor escola onde se aprende a viver aqueles valores que dignificam a pessoa e fazem grandes os povos. Peço a Deus – disse depois o Santo Padre – que nos vossos lares se respire sempre o amor de total entrega e fidelidade que Jesus trouxe ao mundo com o seu nascimento, alimentando-o e fortalecendo-o com a oração diária, a pratica constante das virtudes, a compreensão recíproca e o mutuo respeito.

(Fonte: site Radio Vaticana)

S. Josemaría Escrivá sobre a Festa de São João Evangelista

Festa de São João Evangelista. “Terás pensado alguma vez, com santa inveja, no Apóstolo adolescente, João, quem diligebat Jesus, que Jesus amava.
- Não gostarias de merecer que te chamassem “o que ama a Vontade de Deus”? Emprega os meios, dia a dia”, escreve em Forja.

(Fonte: http://www.pt.josemariaescriva.info/artigo/27-12-5)
Nota de JPR: hoje por ser o primeiro Domingo depois do Natal celebra-se a Festa da Sagrada Família, mas sempre que o dia 27 de Dezembro calha num outro dia da semana celebra-se a Festa de São João Evangelista.

Festa da Sagrada Família

Caríssimos Irmãos e Irmãs

1. Poucos dias depois do Natal, a Igreja contempla hoje a Sagrada Família. Na escola de Nazaré cada família aprende a ser o centro de amor, de unidade e de abertura à vida.

No nosso tempo, um mal-entendido sentido dos direitos por vezes perturba a própria natureza da instituição familiar e do vínculo conjugal. É preciso que, a todos os níveis se unam os esforços de quantos crêem na importância da família baseada no matrimónio. Trata-se de uma realidade humana e divina que deve ser defendida e promovida como bem fundamental da sociedade.

2. Os cristãos, recorda o Concílio Vaticano II, atentos aos sinais dos tempos, devem promover "activamente o bem do matrimónio e da família, quer pelo testemunho da sua vida pessoal, quer pela acção harmónica com todos os homens de boa vontade" (Gaudium et spes, 52). É necessário proclamar com alegria e com coragem o Evangelho da família. Para esta finalidade, elevemos a nossa oração comum a Jesus, a Maria e a José por todas as famílias, sobretudo pelas que se encontram em dificuldades materiais e espirituais.

João Paulo II – Excerto do Angelus de 28 de Dezembro de 2003

São João, Apóstolo e Evangelista

João, filho de Zebedeu e de Salomé, irmão de Tiago Maior, de profissão pescador, originário de Betsaida, como Pedro e André, ocupa um lugar de primeiro plano no elenco dos apóstolos. O autor do quarto Evangelho e do Apocalipse, será classificado pelo Sinédrio como indouto e inculto. No entanto, o leitor, mesmo que leia superficialmente os seus escritos, percebe não só o arrojo do pensamento, mas também a capacidade de revestir com criativas imagens literárias os sublimes pensamentos de Deus. A voz do juiz divino é como o mugido de muitas águas.

João é sempre o homem da elevação espiritual, mais inclinado à contemplação que à acção. É a águia que desde o primeiro bater das asas se eleva às vertiginosas alturas do mistério trinitário: "No princípio de tudo, aquele que é a Palavra já existia. Ele estava com Deus e ele mesmo era Deus."

Ele está entre os mais íntimos de Jesus e nas horas mais solenes de sua vida João está perto. Está a seu lado na hora da ceia, durante o processo, e único entre os apóstolos, assiste à sua morte junto com Maria. Mas contrariamente a tudo o que possam fazer pensar as representações da arte, João não era um homem fantasioso e delicado. Bastaria o apelido humorista que o Mestre impôs a ele e a seu irmão Tiago: "Filhos do trovão" para nos indicar um temperamento vivaz e impulsivo, alheio a compromissos e hesitações, até aparecendo intolerante e cáustico.

No seu Evangelho designa a si mesmo simplesmente como "o discípulo a quem Jesus amava." Também se não nos é dado indagar sobre o segredo desta inefável amizade, podemos adivinhar uma certa analogia entre a alma do Filho do homem e a do filho do trovão, pois Jesus veio à terra não só trazer a paz mas também o fogo. Após a ressurreição, João está quase constantemente ao lado de Pedro. Paulo, na epístola aos gálatas, fala de Pedro, Tiago e João como colunas na Igreja.

No Apocalipse, João diz que foi perseguido e degredado para a ilha de Patmos "por causa da palavra de Deus e do testemunho de Jesus Cristo". Conforme uma tradição unânime ele viveu em Éfeso em companhia de Maria e sob o imperador Domiciano foi colocado dentro de uma caldeira com óleo a ferver, mas saiu ileso e todavia com a glória de ter dado testemunho. Depois do exílio de Patmos voltou definitivamente para Éfeso, onde exortava continuamente os fiéis ao amor fraterno, resultando em três cartas, acolhidas entre os textos sagrados, assim como o Apocalipse e o Evangelho. Morreu carregado de anos em Éfeso durante o império de Trajano (98-117), onde foi sepultado.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Como Santo Estêvão, testemunhar fielmente o amor de Deus: Bento XVI no Angelus de 26 de Dezembro


Vídeo em espanhol

O testemunho que o cristão está chamado a dar de Cristo foi recordado por Bento XVI, neste dia 26 de Dezembro, solenidade de Santo Estêvão, o primeiro mártir cristão, feriado em Itália. Dirigindo-se, ao meio-dia, da janela dos seus aposentos, a milhares de romanos e turistas congregados na Praça de São Pedro, o Papa recordou também os crentes que, em qualquer parte do mundo, sofrem perseguição pela sua fé.

O exemplo de Santo Estêvão – observou o Pontífice – “ajuda-nos a penetrar mais a fundo no mistério do Natal e testemunha-nos a maravilhosa grandeza do nascimento daquele Menino no qual se manifesta a graça de Deus, que traz aos homens a salvação.

“Aquele que balbucia na manjedoura é de facto o Filho de Deus feito homem, que nos pede que testemunhemos com coragem o seu Evangelho, como fez Santo Estêvão, que, cheio do Espírito Santo, não hesitou em dar a vida por amor do seu Senhor”.

Bento XVI fez notar que, “como o seu Mestre, Estêvão morre perdoando aos seus perseguidores, e faz-nos compreender que a entrada do Filho de Deus no mundo dá origem a uma nova civilização, a civilização do amor, que não se rende perante o mal e a violência e abate as barreiras entre os homens, tornando-os irmãos na grande família dos filhos de Deus”.

“Estêvão é também o primeiro diácono da Igreja, que fazendo-se servo dos pobres por amor de Cristo, entra progressivamente em plena sintonia com Ele, seguindo - O até ao dom supremo de si. O testemunho de Estêvão, como o dos mártires cristãos, indica aos nossos contemporâneos tantas vezes distraídos e desorientados, em que hão-de pôr a sua confiança para dar sentido à vida”.

“De facto, o mártir é aquele que morre com a certeza de ser amado por Deus e, nada antepondo ao amor de Cristo, sabe ter escolhido a parte melhor. Configurando-se plenamente à morte de Cristo, tem consciência de ser germe fecundo de vida e de abrir no mundo caminhos de paz e de esperança”.

“Apresentando-nos hoje o diácono Santo Estêvão como modelo, a Igreja, ao mesmo tempo, indica-nos no acolhimento e no amor para com os pobres, uma das vias privilegiadas para viver o Evangelho e testemunhar aos homens de modo credível o Reino de Deus que vem.”

A concluir esta sua alocução antes do Angelus, neste dia 26 de Dezembro, ao meio-dia, feriado em Itália, Bento XVI evocou – citamos – “os tantos crentes que, em várias partes do mundo, são sujeitos a provações e sofrimentos, por causa da sua fé”. O Papa convidou os fiéis a empenharem-se em apoiá-los com a oração e a prosseguirem na fidelidade à sua vocação cristão, colocando sempre no centro da vida Jesus Cristo, nestes dias contemplado na simplicidade e humildade do presépio.

(Fonte: site Radio Vaticana)

Comentário ao Evangelho de Domingo feito por:

Santo António de Lisboa (c. 1195-1231), franciscano, Doutor da Igreja
Sermões para o domingo e as festas dos santos (a partir da trad. Eds. Franciscaines 1944, p. 66)

«Desceu com eles, voltou para Nazaré e era-lhes submisso»

«Era-lhes submisso». Que todo o orgulho derreta diante destas palavras, que toda a soberba se desfaça, que toda a desobediência se submeta. «Era-lhes submisso». Quem? Aquele que, com uma só palavra, tudo criou do nada. Aquele que, como diz Isaías, «mediu o mar com a concavidade da Sua mão, e mediu o céu com o Seu palmo; que mediu com o alqueire a massa terrestre e pesou as montanhas na báscula e as colinas na balança» (40, 12). Aquele que, como diz Job, «sacode a terra do seu lugar e abala as suas colunas, ordena ao sol e o sol não nasce, e guarda sob selo as estrelas. [...] Aquele que fez grandes e insondáveis maravilhas, prodígios incalculáveis» (9, 6-10). [...] É Ele, o grande e poderoso, que assim Se submete. E submete-se a quem? A um operário e a uma pobre virgem.

Oh «primeiro e último» (Ap 1, 17)! Oh Senhor dos anjos, submisso aos homens! O Criador do céu, submisso a um operário; o Deus da eterna glória, submisso a uma pobre virgem! Quem viu jamais coisa parecida? Quem ouviu jamais contar coisa semelhante?

Não hesiteis, pois, em obedecer, em ser submissos. [...] Descer, voltar para Nazaré, ser submisso, obedecer na perfeição: eis o cúmulo da sabedoria. [...] Eis a sabedoria com sobriedade. A pura simplicidade é «como as águas de Siloé, que correm tranquilas» (Is 8, 6). Há sábios nas ordens religiosas; mas foi através dos homens simples que Deus os congregou. Deus escolheu os loucos e os enfermos, os fracos e os ignorantes, para através deles congregar aqueles que eram sábios, poderosos e nobres, a fim de que ninguém se vanglorie diante de Deus (1Cor 1, 26-29), mas todos se gloriem Naquele que desceu, que voltou para Nazaré e que era submisso.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)