quarta-feira, 1 de abril de 2009

Papa insta ao restabelecimento da ética nas finanças

Bento XVI apelou ao G20 para restabelecer a ética no mundo financeiro e não esquecer os países mais pobres, particularmente África, numa carta ao Primeiro-ministro britânico, Gordon Brown.

O Papa considera que "todas as medidas propostas para debelar a crise devem procurar oferecer a estabilidade às famílias e aos trabalhadores, assim como, através de regulações e controlos apropriados, a restaurar a ética no mundo financeiro".

Na missiva datada de 30 de Março, cujo texto foi divulgado ontem pelo Vaticano, Bento XVI sublinha que acaba de chegar de uma viagem a África, onde, escreve: "Tive ocasião de ver em primeira mão a realidade da grande pobreza e da marginalização, que a crise pode agravar dramaticamente".

Esta crise "despertou o espectro de uma anulação ou de uma redução drástica dos programas de assistência, em particular para a África e os países menos desenvolvidos (...) A ajuda ao desenvolvimento não é a causa da crise e, se há uma preocupação de justiça, não deve ser vítima dela", sublinha.

Londres recebe quinta-feira uma cimeira dos representantes das 20 primeiras economias industriais e emergentes.


Saída da crise atingida “conjuntamente”


O Papa nota que esta cimeira "está limitada à convocação de Estados que representam 90% do PIB mundial e 80% do comércio mundial".

"Esta situação deve suscitar uma reflexão profunda entre os participantes na cimeira, na medida em que aqueles cuja voz tem menos força na cena política são precisamente aqueles que mais sofrem os efeitos de uma crise na qual não têm nenhuma responsabilidade", assinala.

"A saída da crise actual global só pode ser atingida conjuntamente, evitando as soluções marcadas pelo egoísmo nacionalista e o proteccionismo", acrescenta.

Bento XVI apela ao G20 para fazer uma reflexão sobre as causas profundas da actual situação."As crises financeiras acontecem quando - particularmente devido ao declínio de uma conduta ética correcta - aqueles que trabalham no sector económico perdem confiança nos seus modos de operar e nos seus sistemas financeiros", sublinha.


Cx/Lusa


(Fonte: site RR)

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