sábado, 21 de fevereiro de 2009

Novos documentos de GRANDE RELEVÂNCIA para o conhecimento da verdade provam a amizade de Pio XII pelo povo judeu

Documentos descobertos recentemente provam que Pio XII teve gestos de amizade e protecção para com o povo judeu antes, durante e depois da 2ª Guerra Mundial. Divulgou ontem, através de um comunicado, a Fundação Pave The Way (PWTF), que se dedica a promover o diálogo entre as religiões.

As descobertas foram realizadas pelo historiador alemão Michael Hesemann, autor da obra The Pope Who Defied Hitler. The Truth About Pius XII («O Papa que desafiou Hitler. A verdade sobre Pio XII»). Hesemann, assessor da PWTF, revela ter encontrado uma série de documentos no Arquivo Secreto do Vaticano que confirmam numerosas intervenções do Papa Pacelli a favor dos judeus.

Uma das descobertas é a de uma intervenção do arcebispo Pacelli, então Núncio Apostólico na Baviera, datada de 1917, através do governo alemão, para pedir que os judeus da Palestina fossem protegidos frente ao Império Otomano da Turquia.

O Dr. Hesemann mostra também que em 1917, o futuro Pio XII utilizou sua influência pessoal para que o então representante da Organização Sionista Mundial, Nachum Sokolov, fosse recebido pessoalmente por Bento XV para falar sobre uma pátria judaica na Palestina.

Em 1926, Dom Pacelli animou os católicos alemães a apoiarem o Comité Pró Palestina, que apoiava os colonatos judaicos na Terra Santa.

Estas descobertas unem-se às provas oferecidas pelo próprio presidente da PTWF, Gary Krupp, das quais o Congresso sobre Pio XII celebrado em Setembro de 2008 em Roma, apresentou mais de 300 páginas de documentos originais, que contêm detalhes de como se levou a cabo a ordem do Papa, durante a guerra, de esconder os judeus em Roma.

Estes documentos, que podem ser consultados e transferidos no site da Fundação http://www.ptwf.org/, recolhem, entre outros, um manuscrito de uma freira, datado de 1943, que detalha as instruções recebidas do Papa, assim como uma lista de judeus protegidos.

Outro dos documentos é um relatório do US Foreign Service, do cônsul americano em Colónia, que informa sobre o «novo Papa» em 1939. O diplomata mostra-se surpreso pela «extrema aversão» de Pacelli a Hitler e ao regime nazi, e o seu apoio aos bispos alemães em sua oposição ao nacional-socialismo, e a sua oposição à supressão das Juventudes Católicas alemãs.

Também é apresentado um documento de 1938, assinado pelo então Secretário de Estado Eugenio Pacelli, no qual este se opõe ao projecto de lei polaco de declarar ilegal o sacrifício kosher, ao entender que esta lei «suporia uma grave perseguição contra o povo judeu».

Já como Papa, durante a guerra, Pio XII escreveu um telegrama ao então regente da Hungria, almirante Miklós Horthy, para que evitasse a deportação dos judeus, e este acedeu, o que se estima tenha salvo cerca de 80 mil vidas. Ao governo brasileiro pediu que aceitasse a 3 mil «não arianos».

Outro dos documentos que PTWF apresenta, é uma entrevista com Dom Giovanni Ferrofino, secretário do núncio no Haiti, Dom Maurilio Silvani. O prelado afirma que duas vezes por ano recebia um telegrama cifrado da parte de Pio XII que remetia ao general Trujillo, Presidente da República Dominicana, para pedir-lhe em nome do Papa 800 vistos para os judeus, com o qual se estima que pelo menos 11 mil judeus tenham sido salvos por esta via.

Também se apresentam provas de que o Vaticano falsificou secretamente certidões de baptismo para permitir que muitos judeus migrassem como «católicos».


Uma descoberta pessoal

O empenho da PWTF obedece à própria determinação de seu presidente, Gary Krupp, judeu americano, que reconhece que cresceu «desprezando Pio XII», até que leu o livro de Dan Kurzman, A Special Mission: Hitler's Secret Plot to Seize the Vatican and Kidnap Pope Pius the XII. Nele se recolhe o testemunho do general Karl Wolff, que detalha o plano de Hitler de assaltar o Vaticano e raptar o Papa Pio XII. Sabe-se que havia espiões no Vaticano e franco atiradores alemães a menos de 200 jardas das janelas papais.

A contenção nas declarações públicas do Papa, que foi fonte de críticas contra ele, explica-se pelo aumento dos castigos nos campos de concentração, testemunhado por ex-prisioneiros, cada vez que altos cargos eclesiásticos falavam contra o regime nazi.

Outra descoberta que fez Krupp mudar de sentimentos, segundo suas próprias declarações, foi a prova de que «O Vigário», a famosa obra do comunista alemão Rolf Hochhuth, apoiou-se em documentos com origem no Vaticano manipulados, como parte de um complô secreto da KGB para desacreditar a Santa Sé. Esta informação foi revelada pelo Tenente General Ion Mihai Pacepa, o agente da KGB de mais alto escalão que desertou.

Gary Krupp assegurou estar «surpreso ao pesquisar pessoalmente artigos do New York Times e do Palestine Post entre 1939 e 1958. Não pude encontrar nem um só artigo negativo sobre Pio XII».

O esclarecimento sobre a figura de Pio XII foi assumido como objectivo pela PWTF para «eliminar um obstáculo que afecta 1 bilião de pessoas» para o entendimento entre judeus e católicos. «Por justiça, nós, judeus, devemos ser conscientes dos esforços desse homem, num período em que o resto do mundo havia nos abandonado».

«É o momento de reconhecer Pio XII pelo que fez, não pelo que não disse», acrescenta Krupp, que considera que a causa de que esta «lenda negra» permaneça é, por um lado, «a rejeição dos críticos de Pio XII de consultar e ler a documentação recentemente desclassificada do Arquivo Secreto Vaticano», e por outro, «a negativa da maior parte dos meios de comunicação de dar cobertura às informações positivas sobre Pio XII».


(Fonte: Zenit em http://www.zenit.org/article-20884?l=portuguese com edição de JPR)

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