quarta-feira, 10 de agosto de 2022

A Igreja Templo do Espírito Santo onde Deus age

A Igreja não é um enredo de coisas e de interesses, mas é o Templo do Espírito Santo, o Templo onde Deus age, o Templo onde cada um de nós, com o dom do Batismo, é uma pedra viva. Isto diz-nos que na Igreja ninguém é inútil (…). Ninguém é secundário [15].

Enquanto membros do mesmo Corpo místico, os cristãos podem e devem ajudar-se entre si para chegar à santidade, mediante a Comunhão dos santos, que confessamos no Símbolo apostólico. Para além de se referir a que todos os fiéis participam das magnalia Dei, das riquezas de Deus (a fé, os sacramentos, os vários dons espirituais), «a expressão “Comunhão dos santos” designa também a comunhão entre as pessoas santas (sancti), isto é, entre aqueles que estão unidos pela graça a Cristo morto e ressuscitado» [16]: os santos do paraíso, as almas que se purificam no Purgatório, os que ainda travam na terra as batalhas da luta interior. Formamos uma só família, a família dos filhos de Deus, em louvor da Santíssima Trindade: com que probidade cuidamos dela?

S. Josemaria enchia-se de consolação com a meditação desta verdade de fé, pela qual nenhum batizado se pode sentir só: nem na sua luta espiritual, nem nas suas dificuldades materiais. Vemos esta convicção no Caminho: Comunhão dos Santos. - Como to hei de dizer? - Sabes o que são as transfusões de sangue para o corpo? Pois assim vem a ser a Comunhão dos Santos para a alma [17]. Pouco depois, acrescenta: Terás mais facilidade em cumprir o teu dever, se pensares na ajuda que te prestam os teus irmãos e na que lhes deixas de prestar se não fores fiel [18].

[15]. Papa Francisco, Discurso na Audiência geral, 26-VI-2013.
[16]. Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, n. 195.
[17]. S. Josemaria, Caminho, n. 544.
[18]. S. Josemaria, Caminho,n. 549.

(D. Javier Echevarría na carta do mês de agosto de 2013)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

São Lourenço, Diácono e Mártir

São Lourenço sofreu o martírio durante a perseguição de Valeriano, em 258. Era o primeiro dos sete diáconos da Igreja romana. A sua função era muito importante o que fazia com que, depois do papa, fosse o primeiro responsável pelas coisas da Igreja. Como diácono, São Lourenço tinha o encargo de assistir o papa nas celebrações; administrava os bens da Igreja, dirigia a construção dos cemitérios, olhava pelos necessitados, pelos órfãos e viúvas. Foi executado quatro dias depois da morte de Sisto II e de seus companheiros.

Preso, foi intimado a comparecer diante do prefeito Cornelius Saecularis, a fim de prestar contas dos bens e das riquezas que a Igreja possuía. Pediu, então, um prazo para fazê-lo, dizendo que tudo entregaria. Confessou que a Igreja era muito rica e que a sua riqueza ultrapassava a do imperador. Foram-lhe concedidos três dias. São Lourenço reuniu os cegos, os coxos, os aleijados, toda sorte de enfermos, crianças e velhos. Anotou-lhes os nomes ... Indignado, o governador concedeu-o a um suplício especialmente cruel: amarrado sobre uma grelha, foi assado vivo e lentamente. No meio dos tormentos mais atrozes, ele conservou o seu "bom humor cristão". Dizia ao carrasco: "Vira-me, que deste lado já está bem assado ... Agora está bom, está bem assado. Podes comer!..."

Roma cristã venera o hispano Lourenço com a mesmo veneração e respeito com que honra os primeiros apóstolos. Depois de São Pedro e São Paulo, a festa de São Lourenço foi a maior da antiga liturgia romana. O que foi Santo Estêvão em Jerusalém, foi São Lourenço em Roma.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)