sábado, 6 de agosto de 2022

A Transfiguração do Senhor

O Céu. "Nem olho algum viu, nem ouvido algum ouviu, nem passaram pelo pensamento do homem as coisas que Deus preparou para aqueles que O amam". Não te incitam à luta estas revelações do Apóstolo? (Caminho, 751)

E transfigurou-Se diante deles. E o Seu rosto ficou refulgente como o Sol e as Suas vestes tornaram-se brancas como a neve (Mt 17, 2).

Jesus: ver-Te, falar contigo! Permanecer assim, contemplando-Te; abismado na imensidade da Tua formosura, e nunca, mais deixar de Te contemplar! Ó Cristo, quem Te pudesse ver! Quem Te visse, para ficar ferido de amor por Ti!

E eis que da nuvem uma voz dizia: Este é o meu Filho dilecto em quem pus toda a minha complacência: ouvi-O (Mt 17, 5).

Senhor nosso, aqui nos tens, dispostos a escutar tudo o que nos quiseres dizer. Fala-nos; estamos atentos à Tua voz. Que as Tuas palavras, caindo na nossa alma, inflamem a nossa vontade, para que se lance fervorosamente a obedecer-Te!

Vultum tuum, Domine, requiram (S 26,8) – buscarei, Senhor, o Teu rosto. Encanta-me cerrar os olhos, e considerar que chegará o momento – quando Deus quiser – em que poderei vê-lo, não como num espelho, e sob imagens obscuras…, mas face a face (1 Cor 13, 12). Sim, o meu coração está sedento do Deus, do Deus vivo; quando irei e verei a face de Deus? (S 41, 3). (Santo Rosário. 4. º Mistério luminoso)

São Josemaría Escrivá

A “segunda” Transfiguração do Senhor ao Apóstolo São João

Todos sabemos que João, conjuntamente com Pedro e Tiago, presenciou a Transfiguração do Senhor (cfr. Mt 17, 1-8, Mc 9, 2-8, Lc 9, 28-36). Há dias, meditando no 4º Mistério Luminoso do Terço, ou seja, na Transfiguração, ocorreu-me fazer uma ponte da aparição do anjo do Senhor em sonho que João nos narra no Apocalipse, «o que vês escreve-o num livro…» (Ap 1, 11) e a Jerusalém Celeste por ele vista (cfr. Ap 21, 1-7.9-27; 22, 1-5), que mais não é que uma descrição do Reino dos Céus a que todos ambicionamos chegar. A partir daí, meditei que de certa forma o Senhor se Transfigurou, ainda que em sonho e através de um anjo, por uma “segunda” vez perante João e lhe fez ver de novo a Luz do Seu Reino.

A nós cabe-nos em oração de entrega total, ambicionar que o Senhor nos conceda a humildade de O bem servir e assim sermos merecedores de estar entre os eleitos.

JPR

Seguir Jesus de casa às costas

Há tempos ao meditar na Transfiguração do Senhor de que nos fala o Evangelho de hoje (Mt 17, 1-9) quando Pedro se oferece para erguer três tendas, uma para Jesus Cristo, outra para Elias e outra para Moisés, vi confirmada a extraordinária entrega de si próprios por parte dos Apóstolos.

Se tomarmos os Santos Evangelhos «… o Filho do Homem não tem onde reclinar a cabeça» (Mt 8, 20) e os raros episódios em que nos é narrado que o Senhor ficou em casa de alguém, Marta, Maria e Lázaro ou Zaqueu permito-me concluir, ainda que o Senhor quando enviou os Apóstolos lhes tenha dito para aceitarem a hospedagem em casa daqueles que os recebessem, que trariam consigo o necessário para montar uma tenda sempre que precisassem, nomeadamente quando se refugiavam com Jesus na montanha.

Só nos é possível imaginar, quão boa era a companhia do Mestre, para que tudo tenham deixado e de tudo tenham abdicado, para assim O poderem seguir e com Ele tudo aprender.

Falo por mim, frequentemente comodista, e peço ao Senhor que me conceda a humildade e o espírito de entrega para abdicar, sem me lastimar, de tudo o que Ele entender que eu deva fazer, abrindo-me o coração à Sua vontade e não me deixando dominar pela fraqueza.

JPR

Festa da Transfiguração do Senhor

A Festa da Transfiguração do Senhor remonta ao século V, no Oriente. Na Idade Média estendeu-se por toda Igreja Universal, especialmente com o papa Calisto III. O episódio foi relatado pelos evangelistas Mateus, Marcos e Lucas. Presentes estavam os apóstolos Pedro, João e Tiago. Jesus transfigurou-se diante deles, seu corpo ficou luminoso e resplandecentes as suas vestes. Com isto, Jesus quis manifestar aos discípulos que Ele era realmente o Filho de Deus, enviado pelo Pai. Jesus é o cumprimento de todas as promessas de Deus; é Deus connosco, a manifestação da ternura e da misericórdia do Pai entre os homens. A sua paixão e morte não serão o fim, mas tudo recobrará sentido quando Deus Pai o ressuscitar e o fizer sentar-se à Sua direita, na Sua glória. Tudo isto é dito de uma maneira plástica - luz, brancura, glória, nuvem ... que indicam a presença de Deus.

O caminho necessário para a ressurreição é, contudo, o caminho da cruz, da paixão e morte, da entrega total de Sua vida pelo perdão dos pecados.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)