sexta-feira, 15 de abril de 2022
À hora de Noa, Jesus exclamou com voz forte: Meu Deus, meu Deus, porque Me abandonastes?
LEITURA BREVE Is 53, 6-7
Todos nós, como ovelhas, andávamos errantes; cada qual seguia o seu caminho. E o Senhor fez cair sobre Ele as culpas de todos nós. Maltratado, resignou-Se e não abriu a boca. Como cordeiro levado ao matadouro, como ovelha muda ante aqueles que a tosquiam, Ele não abriu a boca.
V. Fez-me habitar nas trevas,
R. Como os mortos há muito esquecidos.
Sexta-feira Santa: A Morte na Cruz
Levaram, pois, Jesus consigo. Este, carregando com a cruz, saiu para o chamado lugar do Crânio, que em hebraico se diz Gólgota. Lá O crucificaram e, com Ele, mais dois: um de cada lado e Jesus no meio. Pilatos escreveu também um letreiro e colocou-o na cruz. Tinha escrito: “Jesus de Nazaré, o Rei dos Judeus” (Jo 19, 16-19).
Não sabem o que fazem
Agora crucificam o Senhor e, junto d’Ele, dois ladrões, um à direita e outro à esquerda. Entretanto, Jesus diz: Pai, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem (Lc 23, 34).
Foi o Amor que levou Jesus ao Calvário. E já na Cruz, todos os Seus gestos e todas as Suas palavras são de amor, de amor sereno e forte.
Com gesto de Sacerdote Eterno, sem pai nem mãe, sem genealogia (cfr. Heb 7, 3), abre os Seus braços à humanidade inteira.
Juntamente com as marteladas que cravam Jesus, ressoam as palavras proféticas da Escritura Santa: trespassaram as Minhas mãos e os Meus pés, contaram todos os Meus ossos. E eles mesmos olham para Mim e contemplam (Ps 21, 17-18).
- Ó Meu Povo! Que te fiz Eu, ou em que te contristei? Responde-Me (Miq 6, 3).
E nós, desfeita a alma pela dor, dizemos sinceramente a Jesus: sou Teu e entrego-me a Ti, e cravo-me na Cruz gostosamente, sendo nas encruzilhadas do mundo uma alma entregue a Ti, à Tua glória, à Redenção, à co-redenção da humanidade inteira ».
Via Sacra, XI Estação
Injuriam-nO e troçam d’Ele
Na parte alta da Cruz, está escrita a causa da condenação: Jesus Nazareno, Rei dos Judeus (Jo 19, 19). E todos os que passam por ali O injuriam e se mofam d’Ele.
- Se é o rei de Israel, desça agora da cruz (Mt 27, 42).
Um dos ladrões vem em Sua defesa:
- Este não fez nenhum mal (Lc 23, 41).
Depois dirige a Jesus uma petição humilde, cheia de fé:
- Senhor, lembra-Te de mim, quando entrares no Teu reino (Lc 23,42).
- Em verdade te digo que hoje mesmo estarás coMigo no paraíso (Lc 23, 43).
Junto da Cruz está Sua Mãe, Maria, com outras santas mulheres. Jesus olha-a e olha, depois, para o discípulo que ama, e diz a Sua Mãe:
- Mulher, aí tens o teu filho.
Depois, diz ao discípulo:
- Aí tens a tua Mãe (Jo 19, 26-27).
Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste?
Apaga-se a luminária do céu e a terra fica mergulhada nas trevas. São cerca das três, quando Jesus exclama:
- Elí, Elí, lamma sabachtani?! Isto é: Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste (Mt 27, 46).
Depois, sabendo que todas as coisas estão prestes a ser consumadas, para que se cumpra a Escritura, diz:
- Tenho sede (Jo 19, 28).
Os soldados empapam uma esponja em vinagre e, atando-a a uma cana de hissope, aproximam-Lha da boca. Jesus sorve o vinagre e exclama:
- Tudo está consumado (Jo 19, 30)
O véu do templo rasga-se e treme a terra, quando brada o Senhor com grande voz:
- Pai, nas Tuas mãos encomendo o Meu espírito (Lc 23, 46).
E expira.
Fonte de vida interior
Ama o sacrifício que é fonte de vida interior. Ama a Cruz que é altar do sacrifício. Ama a dor até beber, como Cristo, as fezes do cálice ».
Via Sacra, XII Estação
A morte do Salvador
Cobriu-se a terra de luto,
Rasgou-se no templo o véu,
Até as pedras se abriram
Quando o Salvador morreu.
Os amigos contemplaram
Seu coração trespassado,
O sangue e água manando
P’ra nos lavar do pecado.
O discípulo que assiste
Ao instante derradeiro
Deixou este testemunho
Que é fiel e verdadeiro.
O centurião confessa:
Jesus é o Filho de Deus;
E o Pai eterno O contempla
Na majestade dos Céus.
Glória a Cristo, que na cruz
Nossas almas resgatou
Com o preço do seu sangue
Que por elas derramou.
Adoremos e louvemos,
A Santíssima Trindade
Que pelos séculos reina
No esplendor da eternidade.
(Breviário)
Rasgou-se no templo o véu,
Até as pedras se abriram
Quando o Salvador morreu.
Os amigos contemplaram
Seu coração trespassado,
O sangue e água manando
P’ra nos lavar do pecado.
O discípulo que assiste
Ao instante derradeiro
Deixou este testemunho
Que é fiel e verdadeiro.
O centurião confessa:
Jesus é o Filho de Deus;
E o Pai eterno O contempla
Na majestade dos Céus.
Glória a Cristo, que na cruz
Nossas almas resgatou
Com o preço do seu sangue
Que por elas derramou.
Adoremos e louvemos,
A Santíssima Trindade
Que pelos séculos reina
No esplendor da eternidade.
(Breviário)
Sábado Santo, textos de S. Josemaría Escrivá - Jesus é descido da Cruz e entregue a sua Mãe
Chegada já a tarde, como era a parasceve, isto é, a véspera do sábado, José de Arimateia, responsável membro do Sinédrio, que também esperava o reino de Deus, foi corajosamente procurar Pilatos e pediulhe o corpo de Jesus. Pilatos admirou-se d’Ele já estar morto e, mandando chamar o centurião, preguntou-lhe se já tinha morrido. Informado pelo centurião, ordenou que o corpo fosse entregue a José. Este, depois de comprar um lençol; tirou Jesus da cruz e envolveu-O nele. Em seguida, depositou-O num sepulcro cavado na rocha e rolou uma pedra contra a porta do sepulcro (Mc 15, 42-46).
Situados agora no Calvário, quando Jesus já morreu e não se manifestou ainda a glória do seu triunfo, temos uma boa ocasião para examinar os nossos desejos de vida cristã, de santidade para reagir com um acto de fé perante as nossas debilidades e, confiando no poder de Deus, fazer o propósito de pôr amor nas coisas do nosso dia-a-dia. A experiência do pecado tem de nos conduzir à dor, a uma decisão mais madura e mais profunda de sermos fiéis, de nos identificarmos deveras com Cristo, de perseverarmos, custe o que custar, nessa missão sacerdotal que Ele encomendou a todos os seus discípulos sem excepção, que nos impele a sermos sal e luz do mundo.
Cristo que passa, 96
É a hora de recorreres à tua Mãe bendita do Céu, para que te acolha nos seus braços e te consiga do seu Filho um olhar de misericórdia. E procura depois fazer propósitos concretos: corta de uma vez, ainda que custe, esse pormenor que estorva e que é bem conhecido de Deus e de ti. A soberba, a sensualidade, a falta de sentido sobrenatural aliar-se-ão para te sussurrarem: isso? Mas se se trata de uma circunstância tonta, insignificante! Tu responde, sem dialogar mais com a tentação: entregar-me-ei também nessa exigência divina! E não te faltará razão: o amor demonstra-se especialmente em coisas pequenas. Normalmente, os sacrifícios que o Senhor nos pede, os mais árduos, são minúsculos, mas tão contínuos e valiosos como o bater do coração.
Amigos de Deus, 134
(Fonte: site de S. Josemaría Escrivá http://www.pt.josemariaescriva.info/)
«A Sexta-Feira Santa é o dia da esperança maior, a esperança que maturou na Cruz»
O amor que Deus nos tem - e nos deu sobre a Cruz - é a única força capaz de transformar o mundo. Sabemos que é precisamente na Cruz do Senhor, no amor sem limites, que está a nascente da graça, da libertação, da paz, da salvação.
Desde quando Jesus desceu ao sepulcro, o túmulo e a morte já não são um lugar sem esperança, onde a história se conclui na falência total, onde o homem toca o extremo limite da sua impotência.
Jesus é o grão de trigo que cai na terra, se rompe, morre e por isso pode dar fruto. Desde o dia em que Cristo aí foi elevado, a Cruz, que aparece como o sinal do abandono, da solidão, da falência – tornou-se um novo início: da profundidade da morte se eleva a promessa da vida eterna. Na Cruz brilha já o esplendor vitorioso da alva do dia de Páscoa.
(Bento XVI - Sexta-Feira Santa, de 2010 na conclusão da Via Sacra do Coliseu de Roma)