sábado, 19 de março de 2022

S. José, um homem normal

"José era efetivamente um homem corrente, em quem Deus confiou para fazer coisas grandes", por isso S. Josemaría Escrivá apresentava-o como modelo de pai que soube encontrar a Deus no dia-a-dia. Apresentamos alguns textos a propósito dos 7 Domingos de S. José, que precedem a festa do dia 19 de Março.

Falámos hoje da vida de oração e do afã de apostolado. Queremos porventura melhor mestre nesta matéria do que S. José? Se quereis que vos dê um conselho, dir-vos-ei – com palavras que venho a repetir incansavelmente desde há muitos anos: Ite ad Joseph, recorrei a S. José; ele vos mostrará caminhos concretos e meios humanos e divinos para chegar a Jesus. E em breve ousareis, tal como ele, segurar nos braços, beijar, vestir e cuidar deste Menino Deus que nasceu para nós. Em sinal de veneração, os Magos ofereceram a Jesus ouro, incenso e mirra; José deu-lhe plenamente o coração jovem, cheio de amor. Cristo que passa, 38

José era um artesão da Galileia, um homem como tantos outros. E que pode esperar da vida um habitante de uma aldeia perdida, como era Nazaré? Apenas trabalho, todos os dias, sempre com o mesmo esforço. E, no fim da jornada, uma casa pobre e pequena, para recuperar as forças e recomeçar o trabalho no dia seguinte.

José era efetivamente um homem corrente, em quem Deus confiou para realizar coisas grandes. Soube viver exatamente como o Senhor queria todos e cada um dos acontecimentos que compuseram a sua vida. Por isso, a Sagrada Escritura louva José, afirmando que era justo. E, na língua hebreia, justo quer dizer piedoso, servidor irrepreensível de Deus, cumpridor da vontade divina ; outras vezes significa bom e caritativo para com o próximo. Cristo que passa, 40

O nosso Pai e Senhor São José é Mestre da vida interior. – Põe-te sob o seu patrocínio e sentirás a eficácia do seu poder. Caminho, 560

De São José diz Santa Teresa, no livro da sua vida: «Quem não achar Mestre que Ihe ensine a orar, tome este glorioso Santo por mestre, e não errará no caminho». – O conselho vem de uma alma experimentada. Segue-o. Caminho, 561

A vocação de José

São Josemaría Escrivá (1902-1975), presbítero, fundador
Homilia de 19/03/63 in «Cristo que passa», §§ 54-56

Para São José, a vida de Jesus foi uma contínua descoberta da sua vocação. [...] Aqueles primeiros anos [foram] cheios de circunstâncias aparentemente contraditórias: glorificação e fuga, majestade dos magos e pobreza da gruta, canto dos Anjos e silêncio dos homens. Quando chega o momento de apresentar o Menino no Templo, José, que leva a modesta oferenda de um par de rolas, vê como Simeão e Ana proclamam que Jesus é o Messias. «Seu pai e Sua mãe ouviram com admiração», diz São Lucas (2, 33). Mais tarde, quando o Menino fica no templo sem que Maria e José o saibam, ao encontrá-Lo de novo depois de O procurarem três dias, o mesmo evangelista narra que «se maravilharam» (2, 48).

José surpreende-se, José admira-se. Deus vai-lhe revelando os Seus desígnios e ele esforça-se por compreendê-los. Como toda a alma que quer seguir de perto Jesus, rapidamente descobre que não é possível andar com passo ronceiro, que não pode viver da rotina. Porque Deus não Se conforma com a estabilidade num nível conseguido, com o descanso no que já se tem. Deus exige continuamente mais e os Seus caminhos não são os nossos caminhos humanos. São José, como nenhum outro homem antes ou depois dele, aprendeu de Jesus a estar atento para conhecer as maravilhas de Deus, a ter a alma e o coração abertos.

Mas, se José aprendeu de Jesus a viver de um modo divino, atrever-me-ia a dizer que, no aspecto humano, ensinou muitas coisas ao Filho de Deus. [...] José amou Jesus como um pai ama o seu filho, dando-Lhe tudo que de melhor tinha. José, cuidando daquele Menino como lhe tinha sido ordenado, fez de Jesus um artesão: transmitiu-Lhe o seu ofício. [...] José foi, no aspecto humano, mestre de Jesus; conviveu com Ele diariamente, com carinho delicado, e cuidou dele com abnegação alegre. Não será esta uma boa razão para considerarmos este varão justo (Mt 1, 19), este Santo Patriarca, no qual culmina a Fé da Antiga Aliança, Mestre de vida interior?

UMA ORAÇÃO ANTIGA A SÃO JOSÉ

Ó São José, cuja proteção é tão grande, tão forte, tão imediata diante do trono de Deus: a vós confio todas as minhas intenções e desejos.

Ajudai-me, São José, com a vossa poderosa intercessão e obtende-me todas as bênçãos espirituais por intercessão do vosso Filho adotivo, Jesus Cristo, Nosso Senhor, de modo que, ao confiar-me, aqui na terra, ao vosso poder celestial, Vos tribute o meu agradecimento e homenagem.

Ó São José, eu nunca me canso de contemplar-Vos com Jesus adormecido nos vossos braços. Não ouso aproximar-me enquanto Ele repousa junto do vosso coração. Abraçai-O em meu nome e beijai por mim o seu delicado rosto, e pedi-Lhe que me devolva esse beijo quando eu exalar o meu último suspiro.

São José, Padroeiro das almas que partem, rogai por mim!

Nota do Publicador (que não é este blogue): reproduzimos aqui, sem comentário ou garantia, a seguinte declaração que acompanha habitualmente esta oração:

Esta oração foi encontrada no ano 50 depois de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo. Em 1505, foi enviada pelo Papa ao Imperador Carlos quando ia para a batalha [de Lepanto]. Todo aquele que ler esta oração ou a ouvir ler ou a guardar consigo, não morrerá de morte repentina ou afogado, nem qualquer veneno terá poder sobre ele, não cairá nas mãos do inimigo, nem se queimará no fogo, nem será vencido em combate.

Recite-se durante nove manhãs por qualquer intenção que se deseje. Não consta que tenha falhado alguma vez.

(Oração enviada a MMPR pela Madre do Carmelo de Nossa Senhora Rainha do Mundo, no Patacão em Faro.)

Que o Senhor nos torne humildes como São José

Um santo humilde e humilde trabalhador que teve a honra de ser o custodio do Redentor. São Mateus caracteriza São José com uma palavra: era um justo…justo é o homem que se encontra imerso na Palavra de Deus que vive na Palavra de Deus, que vive a lei não como jugo mas como alegria, vive a Lei como Evangelho.

São José, encontrava-se imergido na Palavra de Deus escrita, transmitida na sabedoria do seu povo. E precisamente assim estava preparado e chamado a conhecer o Verbo Incarnado. Esta permanece para sempre a sua missão: ser o guardião da Igreja, de nosso Senhor.

Entreguemo-nos neste momento à sua custodia; rezemos para que nos ajude no nosso humilde serviço; caminhemos com coragem sob esta protecção: Estamos gratos pelos humildes santos, peçamos ao Senhor que nos torne também humildes no nosso serviço e assim, santos na companhia dos santos.

(Bento XVI - discurso de agradecimento no final dos Exercícios Espirituais em 19.03.2011)