quinta-feira, 7 de outubro de 2021

A necessidade de descansar

Narra São Marcos, no capítulo VI do seu Evangelho, que, quando os Apóstolos regressaram da missão que Jesus lhes tinha confiado, Ele lhes disse: «Vinde comigo para um lugar solitário e descansai um pouco» (Mc 6, 30-31).


Foi Deus que nos fez seres necessitados de descanso. Os anjos não necessitam de descansar, e aqueles que já estão no Céu também não. Mas nós, sim: faz parte da nossa natureza nesta etapa da nossa vida aqui na terra.


Descansar não é um luxo, nem uma forma de egoísmo. É uma necessidade e é também um dever. Porque se não descansarmos não poderemos trabalhar tudo o que Deus espera de cada um de nós.


Mas, atenção: quantas pessoas, hoje em dia, não sabem descansar!


Talvez porque confundem o descanso com a evasão, com não fazer nada ou com deixarem-se levar simplesmente pelo mais primário, fácil e apetecível. É a isso que poderíamos chamar um “descanso pagão”.


Nós, cristãos, pelo contrário, descansamos “com Jesus”. Não tiramos férias de Deus na nossa vida, porque Ele é o sentido de tudo o que fazemos: também do descanso.


Assim como um marido não tira férias da mulher e dos filhos, mas tira férias com a mulher e com os filhos, porque são parte importantíssima do sentido da sua vida.


O descanso comporta sempre uma certa mudança de ares.


Afastar-se um pouco da realidade quotidiana para regressar “renovado” não tem nada a ver com “fugir da realidade”. Descansar não é o mesmo que “fugir de si mesmo”. Por isso, há uma virtude que é essencial para descansarmos de um modo cristão: a sobriedade.


A sobriedade tira-nos a ansiedade que leva a viver mendigando evasões e sofrendo cada vez que é preciso deixá-las.


A sobriedade permite-nos “descansar em liberdade”, com um descanso simples, alegre, nas pequenas coisas do dia a dia. 

Pe. Rodrigo Lynce de Faria



Nossa Senhora do Rosário

A festa de Nossa Senhora do Rosário foi instituída pelo papa Pio V, em 1571, quando se celebrava o aniversário da batalha naval de Lepanto. Segundo consta, os cristãos saíram vitoriosos porque invocaram o auxílio da Santa Mãe de Deus, rezando o rosário. A origem do terço é muito antiga. Remonta aos anacoretas orientais que usavam pedrinhas para contar suas orações vocais. O Venerável Beda sugerira aos irmãos leigos, pouco familiarizados com o Saltério latino, que se utilizassem de grãos enfiados em um barbante na recitação dos pai-nossos e ave-marias. Segundo a lenda, em 1328 Nossa Senhora apareceu a São Domingos, recomendando-lhe a reza do rosário para a salvação do mundo. Rosário significa coroa de rosas oferecidas à Nossa Senhora. Os promotores e divulgadores da devoção do rosário no mundo inteiro foram os dominicanos. Somos hoje, portanto, convidados a meditar sobre os mistérios de Cristo Jesus, associando-nos como Maria Santíssima à encarnação, paixão e gloriosa ressurreição do Filho de Deus.

Diz o Papa João Paulo II na sua Carta Apostólica "Rosarium Virginis Mariae": "O Rosário, de facto, ainda que caracterizado pela sua fisionomia mariana, no seu âmago é oração cristológica. Na sobriedade dos seus elementos, concentra a profundidade de toda a mensagem evangélica, da qual é quase um compêndio. Nele ecoa a oração de Maria, o seu perene Magnificat pela obra da Encarnação redentora iniciada no seu ventre virginal. Com ele, o povo cristão frequenta a escola de Maria, para deixar-se introduzir na contemplação da beleza do rosto de Cristo e na experiência da profundidade do seu amor. Mediante o Rosário, o crente alcança a graça em abundância, como se a recebesse das mesmas mãos da Mãe do Redentor."
________________________________________
Avé Maria, cheia de graça o Senhor é convosco.
Bendita sois vós entre as mulheres
e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.
Santa Maria, Mãe de Deus,
rogai por nós pecadores.
Agora e na hora da nossa morte. Amén.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Hino a Nossa Senhora

Quem Vos escolheu,
Rainha dos Céus,
Foi o mesmo Deus
Que de Vós nasceu:
De Vós procedeu
Vossa eterna vida,
Virgem escolhida.

Muito alcançastes,
Muito merecestes,
Porque muito amastes,
Muito padecestes:
Virgem que nos destes
O Autor da vida,
Virgem escolhida.

Os vossos louvores
Não podem ser ditos,
Que são infinitos,
Cada vez maiores:
Destes fruto e flores,
Destes-nos a vida,
Virgem escolhida.

O Sol, as estrelas,
Os lírios, as rosas,
Sendo mais formosas,
Vós o sois mais que elas:
Das coisas mais belas
Fostes escolhida
Para nos dar vida.