Como Te encontraremos,
Ao declinar do dia,
Se o teu caminho não cruzar
O nosso caminho?
Fica connosco,
Dá-nos a tua luz:
E a alegria vencerá
A escuridão da noite.
Venham às nossas mãos,
Para Ti estendidas,
As chamas acesas do Espírito,
Fonte da Vida;
E purifica no mais fundo
Do coração do homem
A tua imagem
Que a culpa escureceu.
Vimos romper o dia
Sobre o teu belo rosto,
E o sol abrir caminho
Em tua fronte:
Não deixes o vento da noite
Apagar o fogo novo
Que, ao passar, na manhã,
Tu nos deixaste.
(Breviário)
quinta-feira, 9 de julho de 2020
Não descuides a prática da correcção fraterna
Não descuides a prática da correção fraterna, manifestação clara da virtude sobrenatural da caridade. Custa; é mais cómodo eximir-se; é mais cómodo, mas não é sobrenatural! E darás contas a Deus destas omissões. (Forja, 146)
Quando nos apercebemos de que na nossa vida ou na dos outros alguma coisa corre mal, alguma coisa precisa do auxílio espiritual e humano, que nós, filhos de Deus, podemos e devemos prestar, uma clara manifestação de prudência consistirá em dar-lhe remédio oportuno, a fundo, com caridade e com fortaleza, com sinceridade. Não valem as inibições. É errado pensar que com omissões ou adiamentos se resolvem os problemas.
Sempre que a situação o requeira, a prudência exige que se aplique o remédio totalmente e sem paliativos, depois de pôr a chaga a descoberto.
Ao notar os menores sintomas do mal, sede simples, verazes, quer sejais vós a curar os outros, quer sejais vós a receber essa assistência. Nesses casos, deve-se permitir à pessoa que está em condições de curar em nome de Deus que aperte de longe a zona infectada e depois de mais perto, até sair todo o pus, de modo que o foco da infecção acabe por ficar bem limpo. Em primeiro lugar, temos que proceder assim connosco mesmos e com quem, por motivos de justiça ou caridade, temos obrigação de ajudar. Rezo nesse sentido especialmente pelos pais e por quem se dedica a tarefas de formação e de ensino. (Amigos de Deus, 157)
São Josemaría Escrivá
«QUE QUERES?»*
Sabes o que eu quero,
Senhor?
Deixa-me preparar a minha lista,
de pedidos vários,
de desejos que tenho em vista,
de coisas que preciso para mim,
talvez para os outros,
também,
de riquezas e alegrias,
de coisas boas,
enfim!
Mas a lista é tão comprida,
Senhor,
que desisto,
e não a faço,
talvez não a queira,
afinal,
na minha própria vida.
Sabes, então, o que eu quero,
Senhor,
o que eu quero,
por fim?
Quero apenas o que Tu queres,
todos os dias,
para mim!
* Mt 20, 21
Monte Real, 25 de Julho de 2018
Joaquim Mexia Alves
https://queeaverdade.blogspot.com/2018/07/que-queres.html
Senhor?
Deixa-me preparar a minha lista,
de pedidos vários,
de desejos que tenho em vista,
de coisas que preciso para mim,
talvez para os outros,
também,
de riquezas e alegrias,
de coisas boas,
enfim!
Mas a lista é tão comprida,
Senhor,
que desisto,
e não a faço,
talvez não a queira,
afinal,
na minha própria vida.
Sabes, então, o que eu quero,
Senhor,
o que eu quero,
por fim?
Quero apenas o que Tu queres,
todos os dias,
para mim!
* Mt 20, 21
Monte Real, 25 de Julho de 2018
Joaquim Mexia Alves
https://queeaverdade.blogspot.com/2018/07/que-queres.html
Sem esquecer os que nos estão próximo
Na sua constante atenção aos pobres e marginalizados, o Romano Pontífice reafirmou que se refere a todos os necessitados, próximos e distantes. O Evangelho é para todos! Este ir ao encontro dos pobres não significa que devemos tornar-nos “pauperistas”, ou uma espécie de «mendigos espirituais»! Não, não, não significa isto! Significa que devemos caminhar em direção à carne de Jesus que sofre, mas a carne de Jesus também sofre naqueles que não O conhecem com os seus estudos, com a sua inteligência, com a sua cultura. É lá que devemos ir! Por isso, gosto de usar a expressão «ir às periferias», às periferias existenciais. Todas, da pobreza física e real à pobreza intelectual, que é também real. Todas as periferias, todas as encruzilhadas: ir lá. E aí, lançar a semente do Evangelho, com a palavra e com o testemunho[9].
[8]. Ibid. (“Cartas de família”, III, n. 388).
[9]. Papa Francisco, Discurso à Assembleia diocesana de Roma, 17-VI-2013.
(D. Javier Echevarría na carta do mês de julho de 2014)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei
'Eu creio, eu faço'
«O que quiserdes que os outros vos façam, fazei-lho vós também.» Lc 6, 31
Neste ensinamento de Jesus Cristo está contida toda uma prática de vida cristã.
Com este ensinamento, Jesus Cristo, afirma-nos que o discípulo de Cristo é aquele que faz, e não aquele que não faz, é um discípulo activo, e não um seguidor passivo.
Quantas vezes nas nossas vidas, perante as dificuldades, as provações, nós afirmamos e perguntamos: «Mas eu não roubo, não mato, não faço mal a ninguém, porque é que me acontece isto?»
Deus permite que dificuldades e provações aconteçam de quando em vez nas nossas vidas, também para nos chamar a atenção precisamente para isso, ou seja, que nós não fazemos, que não somos activos, que não colocamos a render os dons que nos são dados, quando realmente o nosso testemunho de vida deveria ser fazer o bem aos outros, isto é, dar aos outros o que gostaríamos de receber, desejar para os outros o que desejamos para nós, enfim, fazer aos outros o que queremos para nós.
É que o não fazer o mal, não significa que façamos o bem!
É que o não fazer, significa uma inactividade, significa que não colocamos a render o que Deus nos deu, em talentos e em bens, sejam eles quais forem, espirituais ou materiais.
E isso fecha-nos aos outros, porque nos leva a viver apenas para nós, como se estivéssemos de quarentena com medo de apanhar uma qualquer epidemia, que neste caso seria o mal, o pecado.
Quem vive apenas para não fazer o mal, vive com medo, vive fechado para os outros, vive só, sem confiança e sem esperança.
Como podemos nós, se vivemos apenas para não fazer o mal, cumprir o mandamento que Jesus Cristo nos deixou:
«Dou-vos um novo mandamento: que vos ameis uns aos outros; que vos ameis uns aos outros assim como Eu vos amei.» Jo 13, 34
E se vivemos apenas para “não fazer”, que frutos teremos para apresentar ao Senhor, quando Ele nos perguntar o que fizemos com tudo o que Ele nos deu?
Seremos como aquele homem da “Parábola dos talentos”:
«Veio, finalmente, o que tinha recebido um só talento: 'Senhor, disse ele, sempre te conheci como homem duro, que ceifas onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste. Por isso, com medo, fui esconder o teu talento na terra. Aqui está o que te pertence.'» Mt 25,24-25
Se realmente cremos em Jesus Cristo, se realmente nos dispomos, (com abertura de coração e disponibilidade de vida), a segui-Lo, então temos que fazer o que Ele próprio fez e faz, então temos que fazer o que Ele nos ensina na Sua Palavra, e«fazermos aos outros, aquilo que queremos para nós».
Por isso me ocorreu o título deste texto: Eu creio, eu faço!
Segundo os especialistas da política e da economia, a crise económica que agora se sente, vai agravar-se, levando seguramente as dificuldades e provações, a muitas pessoas, a muitas famílias.
É então um tempo propício de testemunho cristão, (embora todos os tempos o sejam), em que partilhando o que Deus nos dá, com os outros, testemunharemos que a nossa fé não são só palavras, mas que elas se traduzem em atitudes e acções palpáveis.
Lembro-me então da passagem dos Actos dos Apóstolos 2, 42-47, e acredito que, se também assim vivermos a nossa fé, também nós teremos a «simpatia de todo o povo», e também «o Senhor aumentará, todos os dias, o número dos que entrarão no caminho da salvação».
Se esse nosso testemunho for verdadeiro e sincero, deixaremos de ouvir frases como, “os que vão à igreja são os piores”, porque a realidade do testemunho superará a descrença.
Mas reparemos que o testemunho deve ser verdadeiro e sincero, isto é, sem esperar outra recompensa que não seja a de fazer a vontade de Deus, e de a fazer com amor dedicado aos outros.
É que, perante as provações que muitos poderão atravessar, alguns de entre eles terão muita dificuldade em pedir e aceitar ajuda, pelo que nos é pedido também uma “dose extra” de amor, (que só pode vir de Deus), para com todo o discernimento podermos ajudar esses irmãos, sem os fazer sentirem-se humilhados, sem os fazer sentirem-se desprezados.
E mais ainda, pois podemos ser confrontados com o ter que ajudar alguém que já foi nosso “superior” em algum momento, e até nos tratou mal ou com desprezo quando o era, e então temos de combater a tentação de transformar a nossa ajuda, numa atitude de “vingança”, de modo a fazer sentir ao outro que agora estamos nós “por cima”, e “superiormente”, até com algum desprezo, lhe concedemos ajuda.
É que isso não é testemunho de caridade, de amor, é que isso não é «fazer ao outro o que quero que ele me faça», é que isso é apenas tentar mascarar o mal, com um bem.
E lembremo-nos sempre também que, a maior parte das vezes, para além da ajuda material, é ainda mais importante a ajuda sentimental, a ajuda espiritual, o acolher e amar a todos, e não apenas àqueles que vivem os nossos valores, que vivem a fé que nós vivemos.
Deus Pai revelou-se aos homens por Seu Filho Jesus Cristo, que nos ensinou a sermos filhos de Deus, templos do Espírito Santo, que nos conduz e ensina todas as coisas:
«mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse é que vos ensinará tudo, e há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse.» Jo 14,26
Concluída a Revelação em Jesus Cristo, hoje, pela graça do Espírito Santo, Deus continua a manifestar-se aos homens servindo-se dos seus filhos, que somos nós, congregados e chamados a vivermos o amor de Deus e a Deus, dando testemunho da Sua presença no meio de nós.
Por isso mesmo, passemos à prática verdadeiramente cristã, sempre envolvida na oração e nas celebrações em Igreja: Eu creio, eu faço!
Joaquim Mexia Alves