domingo, 24 de maio de 2020

Amar a Cristo...

Jesus Cristo, Filho de Deus, Tu és a nossa alegria e razão de existir, frequentemente pedimos-Te ajuda, reconhecemo-nos como abusadores, e por isso hoje apenas Te queremos louvar na Santíssima Trindade e manifestar-Vos a nossa gratidão sem limites.

Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo, Vós que sois um só Deus, sois a razão de ser da nossa fé!

JPR

Bendita monotonia de Ave-Marias!

Eu entendo que cada Ave-Maria, cada saudação a Nossa Senhora, é um novo bater de um coração apaixonado. (Forja, 615)

"Virgem Imaculada, bem sei que sou um pobre miserável, que não faço senão aumentar todos os dias o número dos meus pecados...". Disseste-me noutro dia que falavas assim com a nossa Mãe.

E aconselhei-te, convicto, a rezar o Terço: bendita monotonia a das Ave-Marias que purifica a monotonia dos teus pecados! (Sulco, 475)

O Terço não se pronuncia só com os lábios, mastigando as Ave-Marias umas atrás das outras. Assim cochicham as beatas e os beatos. Para um cristão, a oração vocal há-de enraizar-se no coração, de modo que, durante a recitação do Terço, a mente possa penetrar na contemplação de cada um dos mistérios. (Sulco, 477)

Deixas sempre o Terço para depois, e acabas por omiti-lo por causa do sono. Se não dispões doutro tempo, reza-o pela rua, e sem que ninguém o note. Além disso, ajudar-te-á a ter presença de Deus. (Sulco, 478)

São Josemaría Escrivá 

MISTÉRIOS DO EVANGELHO Nono Mistério

Cura de enfermos

Jesus Cristo É o Taumaturgo por excelência!
Dos milagres que operou na Sua vida pública, os Evangelhos relatam com maior frequência as curas de enfermos de toda a ordem e gravidade – desde a cura da lepra a uma simples febre (Cfr. Sogra de Simão Pedro, Mc 1, 30) - porque, para Jesus, a pessoa que sofre move o Seu Coração Amantíssimo e como que O impele a prestar-lhe assistência.
Lembro-me em criança participar na chamada Missa dos Doentes, nos dias treze de cada mês de Maio a Outubro, em Fátima. Eu era, e facto doente, portador de uma leucemia grave para a qual na época havia poucos ou nenhuns recursos. Olhava à minha volta e via as dezenas de pessoas de várias idades e padecendo de vários males, desde os paralíticos aos cegos e outros tolhidos por doenças graves e prolongadas. Todos aguardavam o momento em que, no fim da Santa Missa, o celebrante se aproximava com a Custódia para abençoar todos, enquanto pelos altifalantes ecoavam preces. Lembro particularmente uma que me ficou gravada para sempre: “Senhor, se quiseres, podes curar-me!”.
Uma “repetição” da súplica que um leproso Lhe dirigiu. (Cfr. Mat 8, 2) Uma das caracteristicas principais desta súplica do leproso, é a confiança total e absoluta que deposita no Senhor: «se quiseres…».
Esta expressão: «se quiseres…», infere mais que confiança,vai mais longe. É uma afirmação da total dependencia do homem em relação a Jesus. Da sua vontade à Vontade do Salvador.
Poderia, talvez, dizer: ‘Senhor, eu quero que me cures, que me devolvas a saúde, que restabeleças o meu corpo doente. Mas, eu sei que Tu sabes muito melhor que eu o que me convém e, portanto, submeto-me completamente à Tua Vontade’.
Mas… então…
Ah! Sim! Então comparo-me a Jesus Cristo em Getsamini:  Numa angústia indízível, suando sangue: «Pai, se possível afasta este cálice mas não se faça o que Eu quero, senão o que Tu queres». (Mat 14, 36)
Não se podem estabelecer comparações dos milagres de Jesus que os Evangelhos nos relatam. Os “espectaculares”, como as multiplicações de pães e peixes, as pescarias assombrosas, a s “ordens” ao mar e ao vento, ou, as mais discretas como a cura de uma simples febre como a da sogra de Pedro.
Mas, todos estes milagres - que não são todos quantos Jesus operou, São João confessa que não caberiam no mundo os livros necessários para os relatar, - ficarão, porém, sempre muito atrás do número e “importância” de outros: os operados no espírito como, o perdão dos pecados.
De facto, o pecado é o maior mal, a doença mais grave que pode acontecer-nos.
Separa-nos de Deus, afasta-nos de Cristo, impede a nossa salvação eterna.
Haverá maior mal?
E, no entanto, o Senhor perdoa-nos sempre que, arrependidos e contritos, Lhe pedimos perdão. 
(AMA, 2019)

Hino à Ascensão do Senhor (Breviário)

Aquele que Se ergueu no firmamento,
Como o Sol vencedor da noite escura,
Virá de novo no final dos tempos,
Para julgar a humana criatura.

Cristo Jesus, o vencedor da morte,
Junto do Pai Eterno está sentado;
De glória e majestade é o seu trono,
Por todo o universo é aclamado.

O Verbo criador de todo o mundo
Venceu a morte, renovou a vida;
Criará novos Céus e nova Terra,
Nova Jerusalém será erguida.

Ó Igreja de Cristo peregrina,
Ele é o Sol que à tua frente avança;
Proclama Jesus Cristo glorioso,
Anuncia a palavra da esperança.

O Rei universal vem ao encontro
Da sua Esposa, a nova Humanidade;
Será vencida a morte para sempre,
Viveremos por toda a eternidade.

Aclamai Jesus Cristo,
Cantai o Homem Novo,
Vós que sois sua Igreja,
Vós que sois o seu Povo.

Bom Domingo do Senhor!

Sejamos também nós daqueles que adoram o Senhor para além de qualquer dúvida como sucedeu a alguns de que nos fala o Evangelho de hoje (Mt 28, 16-20) na certeza que o Ele estará connosco até ao fim do mundo.

Louvada seja Deus Nosso Senhor, Jesus Cristo, que nos pede para o proclamarmos e divulgarmos!

À Ascensão do Senhor

Depois que triunfou no alto madeiro
Da morte e do inferno que venceu,
O nosso bom Jesus, manso Cordeiro,
Que por nós nele a vida ofereceu,

Levou cativo o nosso cativeiro,
Subindo para o Céu, donde desceu:
Em pago de nos dar a liberdade
Dêmos-Lhe nós a nossa saudade.

Imitemos aqueles valorosos,
Na sua saudosa despedida,
Que d’Ele, que subia, saudosos,
Não lhes lembrava já coisa da vida.

Dêmos-Lhe com suspiros piedosos
Em doce pranto a alma consumada,
Pois Ele no-la pôs em liberdade;
Dêmos-Lhe nós a nossa saudade.

(Hino, Breviário)

Ascensão do Senhor

«Depois da Ascensão os primeiros discípulos permanecem reunidos no Cenáculo em volta da Mãe de Jesus, em fervorosa expectativa do dom do Espírito Santo, prometido por Jesus (cf. At 1, 14).[…]

«E a Praça de São Pedro apresenta-se hoje quase como um "cenáculo" ao ar livre, repleta de fiéis»
[…]
Nos seus discursos de despedida dos discípulos, Jesus insistiu muito sobre a importância da sua "ida para o Pai", coroamento de toda a sua missão: de facto, Ele veio ao mundo para reconduzir o homem para Deus, não a nível ideal como um filósofo ou um mestre de sabedoria mas realmente como pastor que deseja reconduzir as ovelhas ao redil. Este "êxodo" para a pátria celeste, que Jesus viveu em primeira pessoa, Ele enfrentou-o totalmente por nós. Foi por nós que desceu do Céu e por nós a ele ascendeu, depois de se ter feito em tudo semelhante aos homens, humilhado até à morte de cruz, e depois de ter tocado o abismo da máxima distância de Deus. Precisamente por isso o Pai se gloriou n'Ele e O "exaltou" (Fl 2, 9), restituindo-Lhe a plenitude da sua glória, mas agora com a nossa humanidade. Deus no homem o homem em Deus: esta é já uma verdade não teórica mas real. Por isso a esperança cristã, fundada em Cristo, não é uma ilusão mas, como diz a Carta aos Hebreus, "nela nós temos uma âncora da nossa vida" (Hb 6, 19), uma âncora que se introduz no Céu onde Cristo nos precedeu.

E do que tem mais necessidade o homem de todos os tempos, a não ser disto: de uma ancoragem firme para a própria existência? Eis então de novo o sentido maravilhoso da presença de Maria entre nós. Dirigindo o olhar para ela, como os primeiros discípulos, somos imediatamente inseridos na realidade de Jesus: a Mãe remete para o Filho, que deixou de estar fisicamente entre nós, mas aguarda-nos na casa do Pai. Jesus convida-nos a não permanecer a olhar para o alto, mas a estar juntos, unidos na oração, para invocar o dom do Espírito Santo. De facto, só quem "renasce do alto", isto é, do Espírito de Deus, está aberto à entrada no Reino dos céus (cf. Jo 3, 3-5), e a primeira "renascida do alto" é a Virgem Maria. Portanto, a ela nos dirigimos na plenitude da alegria pascal.

(Bento XVI – Regina Coeli de Domingo dia 4 de Maio de 2008)

«Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos»

São John Henry Newman (1801-1890), presbítero, fundador do Oratório em Inglaterra
PPS, vol.6, n.º10


O regresso de Cristo a Seu Pai é ao mesmo tempo fonte de pesar, por ser sinónimo da Sua ausência, e fonte de alegria, por significar a Sua presença. Brotam da doutrina da Ressurreição e da Ascensão estes paradoxos cristãos, mencionados com frequência nas Escrituras, a saber, que nos afligimos sem por isso pararmos de rejubilar, como «nada tendo e, no entanto, tudo possuindo» (2 Cor 6,10).

Na verdade, é esta a nossa condição presente: perdemos a Cristo, e encontramo-Lo; não O vemos e, apesar disso, podemos discerni-Lo; estreitamos-Lhe os pés (Mt 28,9) e Ele diz-nos «Não Me detenhas» (Jo 20,17). Mas como? Acontece que, tendo perdido a percepção sensível e consciente da Sua pessoa, já não nos é possível vê-Lo, ouvi-Lo, falar-Lhe, segui-Lo de terra em terra; no entanto, usufruimos espiritual, imaterial, interior, mental e realmente da Sua visão e da Sua posse, uma posse envolvida por maior realidade e por maior presença do que alguma vez na vida tiveram os Apóstolos, precisamente por ser espiritual e invisível.

Todos nós sabemos que, neste mundo, quanto mais um objecto está perto de nós, tanto menos conseguimos aperceber-nos dele e compreendê-lo. Cristo está tão perto de nós, na Igreja, que não somos sequer capazes de O fixar com o olhar, ou até de O distinguir; apesar disso, Ele instala-Se em nós e assim toma posse da herança por Ele adquirida; não Se nos apresenta, e todavia atrai-nos a Si e faz de nós Seus correligionários. [...] Não O vemos sequer, mas no entanto, pela fé, sentimos a Sua presença, porque Ele está ao mesmo tempo acima de nós e em nós. Por conseguinte, sentimos pesar, porque não temos consciência dessa presença, e ao mesmo tempo alegria, porque sabemos a Quem possuímos: «Sem O terdes visto, vós O amais; sem o ver ainda, credes Nele e vos alegrais com uma alegria indescritível e irradiante, alcançando assim a meta da vossa fé: a salvação das [vossas] almas» (1 Pe 1,8-9).