domingo, 10 de maio de 2020

Maria procura o Filho que se perdeu

Três dias e três noites procura Maria o Filho que se perdeu... Oxalá possamos dizer, tu e eu, que a nossa vontade de encontrar Jesus também não conhece descanso. (Sulco, 794) 

Que dor a de sua Mãe e a de S. José, porque – no regresso de Jerusalém – não vinha entre os parentes e amigos! E que alegria a sua, quando o vêem, já de longe, doutrinando os mestres de Israel! Mas reparai nas palavras, aparentemente duras, que saem da boca do Filho, ao responder a sua Mãe: por que me buscáveis?.

Não era razoável que o procurassem? As almas que sabem o que é perder Cristo e encontrá-lo podem compreender isto... Por que me buscáveis? Não sabíeis que devo ocupar-me nas coisas de meu Pai?. Não sabíeis, porventura, que eu devo dedicar totalmente o meu tempo ao meu Pai celestial?

Este é o fruto da oração de hoje: que nos persuadamos de que o nosso caminhar na terra – em todas as circunstâncias e em todos os momentos – é para Deus; que é um tesouro de glória, uma imagem do Céu; que é, nas nossas mãos, uma maravilha que temos de administrar, com sentido de responsabilidade perante os homens e perante Deus, sem necessidade de mudar de estado, no meio da rua, santificando a nossa profissão ou o nosso ofício, a vida de família, as relações sociais e todas as actividades que parecem à primeira vista só terrenas. (Amigos de Deus, 53–54)

São Josemaría Escrivá

Bom Domingo do Senhor!

Com humildade, fé e amor sabemos que estando com o Filho estamos com Deus Pai como Jesus explicou a Filipe e nos narra o Evangelho de hoje (Jo 14, 1-12), que tal nunca se desvaneça na nossa existência.

Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo…

Herança de Marx

A problemática deixada atrás de si pelo marxismo continua a existir hoje: a dissolução das certezas primordiais do homem sobre Deus, sobre si mesmo e sobre o universo. Esta dissolução da consciência dos valores morais intangíveis é o nosso problema neste exato momento.

Cardeal Joseph Ratzinger in ‘Fundamentos espirituales de Europa’

Rogações ou Ladainhas

Ambas as palavras significam súplicas, orações, pedidos... e designam as preces solenes que a Igreja estabeleceu que se recitassem ou cantassem nos três dias que precedem a festa da Ascensão. O fim foi implorar a Deus que lance a sua bênção sobre a terra, para esta dar ao homem, que a trabalha, a abundância dos seus dons e riquezas, e afaste do povo cristão os flagelos.

Quando, no século V, calamidades públicas traziam em alvoroço a diocese de Viena, no Delfinado (França actual), o bispo local mandou que se fizesse uma procissão de penitência nos três dias anteriores à Ascensão, a fim de aplacar a cólera do Céu. É a forma modelo do tríduo: súplicas, salmos, orações, missa própria... organizam-se para atrair as bênçãos da bondade divina sobre os bens da terra.

Esta tradição alargou-se a toda a Igreja e, após o Concílio Vaticano II, foi-lhe dada particular importância como momento privilegiado para se viver a penitência. A reforma do Missal Romano permite aos bispos locais definir as datas em que se deve celebrar esta atitude de súplica e confiança do povo de Deus.

cf. Missal Romano, anotações de D. Crisóstomo d'Aguiar

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

Confiemos a Maria

Agora, no Céu, onde vive glorificada em corpo e alma, a Santíssima Virgem segue cada um de muito perto, cumprindo à letra o encargo que Jesus lhe deu na pessoa de S. João: mulher, aí tens o teu filho [12]. Confiemos-lhe cada fase da nossa existência pessoal e eclesial, também a da nossa passagem final, recomenda Bento XVI. Maria ensina-nos a necessidade da oração e indica-nos que só com um vínculo constante, íntimo e cheio de amor com o seu Filho podemos sair da «nossa casa», de nós mesmos, com coragem, para alcançar os confins do mundo e anunciar por toda a parte o Senhor Jesus, Salvador do mundo [13].

[12] Jo 19, 26.
[13] Bento XVI, Discurso na Audiência geral, 14-III-2012.

(D. Javier Echevarría na carta de mês de Maio de 2012)

S. João de Ávila, presbítero, †1569

João de Ávila nasceu em Almodôvar do Campo, em Castilla la Nueva, Espanha. Estudou filosofia e teologia na universidade de Alcalá. Foi considerado como um dos mais influentes e eloquentes chefes religiosos da Espanha do século XVI. Foi amigo de Santo Inácio de Loyola e conselheiro espiritual de Santa Teresa, bem como de São Francisco de Borja. Ordenado já sacerdote mostrou tal eloquência  que o Arcebispo de Sevilha lhe pediu que se dedicasse à evangelização em seu país. Trabalhou durante 9 anos nas missões de Andaluzia  Foi acusado perante a Santa Inquisição de Sevilha por pregar o rigorismo e a exclusão dos ricos do Reino dos Céus. Logo após ser libertado, dedicou-se a missionar em todas as regiões de Espanha, principalmente nas cidades. Os mais famosos escritos são as suas cartas e o tratado "Audi Filia".

Foi beatificado em 1894. A Companhia de Jesus celebra sua festa como se fosse um dos seus membros, já que João sempre venerou esta ordem e o seu fundador. Foi sepultado em Montilha.

Foi canonizado em 1970 por Paulo VI.

Bento XVI proclamou-o como Doutor da Igreja em 2011. A proclamação de São João de Ávila como Doutor da Igreja Universal significa o reconhecimento da doutrina do santo com o grau de "eminente". A Igreja propõe aos fiéis seguir os ensinamentos dos Doutores, como excepcionais mestres da fé.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

«Quem Me vê, vê o Pai.»

Santo Ireneu de Lyon (c. 130-c. 208), bispo, teólogo e mártir
Contra as heresias, IV, 5

O esplendor de Deus dá vida: portanto, quem vê a Deus tomará parte na vida. Eis por que razão Aquele que é intangível, incompreensível e invisível Se oferece para ser visto, compreendido e tocado pelos homens; para poder dar a vida aos que Lhe tocam e O vêem. Porque, se a Sua grandeza é insondável, a Sua bondade também é inexprimível e é graças a ela que Ele se deixa ver e dá vida aos que O vêem.

É impossível viver sem a Vida; não há vida sem a participação em Deus; e essa participação em Deus consiste em ver a Deus e em gozar da Sua bondade. Assim, portanto, os homens verão a Deus para que vivam [...], segundo o que Moisés disse no Deuteronómio: «Hoje mesmo damo-nos conta de que Deus pode falar ao homem e este continuar vivo!» (Dt 5, 24). Deus é invisível e inexprimível [...], mas todos os seres aprendem pelo seu Verbo que há um só Deus Pai, que contém todas as coisas e dá existência a todas as coisas, como diz o Senhor: «A Deus jamais alguém O viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem O deu a conhecer» (Jo 1, 18).