quinta-feira, 30 de abril de 2020

Senhor, que eu não volte a voar pegado à terra

– Meu Senhor Jesus: faz com que sinta, que secunde de tal modo a tua graça, que esvazie o meu coração..., para que o enchas Tu, meu Amigo, meu Irmão, meu Rei, meu Deus, meu Amor!

(São Josemaría Escrivá - Forja, 913)

Vejo-me como um pobre passarinho que, acostumado a voar apenas de árvore em árvore ou, quando muito, até à varanda de um terceiro andar..., um dia, na sua vida, meteu-se em brios para chegar até ao telhado de certa casa modesta, que não era propriamente um arranha-céus...

Mas eis que o nosso pássaro é arrebatado por uma águia – que o julgou erradamente uma cria da sua raça – e, entre as suas garras poderosas, o passarinho sobe, sobe muito alto, por cima das montanhas da terra e dos cumes nevados, por cima das nuvens brancas e azuis e cor-de-rosa, mais acima ainda, até olhar o sol de frente... E então a águia, soltando o passarinho, diz-lhe: anda, voa!...


– Senhor, que eu não volte a voar pegado à terra, que esteja sempre iluminado pelos raios do divino Sol – Cristo – na Eucaristia, que o meu voo não se interrompa até encontrar o descanso do teu Coração!

(São Josemaría Escrivá - Forja, 39)

ESTADO DE EMERGÊNCIA CRISTÃ

Uma proposta diária de oração pessoal e familiar.

43º Dia. Quinta-feira da terceira semana da Páscoa, 30 de Abril de 2020.

Meditação da Palavra de Deus (Jo 6, 44-51)

Ninguém pode vir a Mim!

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: ‘Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou não o trouxer; e Eu ressuscitá-lo-ei no último dia.” Como é que Nosso Senhor pode dizer que ninguém pode ir a Ele se, ainda ontem, a todos dizia: “Vinde a Mim”! (cf. Mt 11, 25-30)?!

A resposta é clara: o dom da fé não pode ser alcançado pela razão, nem pela força da vontade, nem sequer pelas boas obras. É uma graça de Deus e, por isso, como explicou Nosso Senhor, ninguém O pode conhecer, se tal não lhe for dado pelo Pai do Céu: “Ninguém pode vir a Mim, se o Pai, que Me enviou, não o trouxer”.

Uma manifestação muito comum da soberba humana é pensar que podemos fazer tudo, ou que basta nos propormos um objectivo, para que o alcancemos. Com certeza que é muito bom que sejamos activos e procuremos pôr todos os meios necessários para alcançar o que de bom pretendemos. Muitas vezes, esses meios materiais e humanos serão suficientes, mas as obras de Deus fazem-se com meio sobrenaturais, que não estão ao alcance da nossa razão e da nossa vontade.

Que posso fazer eu para que aquela pessoa acredite em Cristo?! Que posso eu fazer para que O ame? A que meios posso recorrer para que se converta?! Ou para que não se desvie do bom caminho? Ou, tendo-se extraviado, como o filho pródigo, regresse à casa paterna sem mais demora?!

Em termos humanos, talvez não possa fazer quase nada, porque mesmo o discurso mais persuasivo e as lágrimas mais sinceras e pungentes são insuficientes. Mas todos os cristãos temos uma arma secreta que, essa sim, é sempre eficaz: a oração.

Por isso, quando alguém não corresponde à graça que para ela pedimos a Deus, não é só ela que fracassa, mas nós também, porque a sua não conversão pode ser sinal da insuficiência, ou imperfeição, da nossa fé e da nossa oração.

O Senhor prometeu que a oração, quando verdadeira e perseverante, como justa e insistente foi a súplica da pobre viúva ao juiz iníquo, é sempre eficaz. Devemos rezar sempre, até alcançar o bem pedido e, depois também, em acção de graças. 
  
Intenções para os mistérios luminosos do Santo Rosário de Nossa Senhora:

1º - O Baptismo de Jesus no Jordão. João Baptista considerava-se indigno de baptizar Cristo, mas Jesus disse que ele era o maior, entre os nascidos de mulher. Peçamos a Nossa Senhora que nos conceda a humildade de instrumentos.

2º - A auto-revelação de Jesus nas bodas de Caná. A primeira resposta de Jesus a Maria parecia negativa, mas como sua Mãe insistiu, o milagre aconteceu. Que Nossa Senhora nos ajude a ser perseverantes na oração.

3º - O anúncio do Reino de Deus como convite de Jesus à conversão. A melhor oração pela conversão dos outros é a nossa própria conversão. Que Maria nos alcance essa graça!

4º - A Transfiguração de Jesus. Que o Senhor console os que estão a passar por um deserto espiritual, para que a aridez que sofrem os não afaste da vida de oração. 

5º- A instituição da Eucaristia, expressão sacramental do mistério pascal. Não basta ir à Missa, ou assistir à Missa, ou participar na Missa! É preciso vivê-la, não só no momento da sua celebração, mas durante as 24 horas do dia.    

Para ler, meditar e partilhar! Obrigado e até amanhã, se Deus quiser!

Com amizade,
P. Gonçalo Portocarrero de Almada

Oração pela unidade

“Senhor Jesus Cristo, que quando estavas sofrendo oraste pelos teus discípulos para que fossem um até o final, como és Tu com o Pai e o Pai contigo, derrubai os muros de separação que dividem os cristãos de diversas denominações. Ensina a todos que a Sé de Pedro, a Santa Igreja de Roma, é o fundamento, o centro e o instrumento desta unidade. Abri seus corações à Verdade, por tanto tempo esquecida, de que nosso Santo Padre, o Papa, é Teu Vigário e Representante. E assim como no Céu existe uma só companhia santa, assim sobre esta terra haja uma só comunhão que professe e glorifique o Teu Santo Nome”

Beato John Henry Newman (1801-1890)

SACRÁRIOS VIVOS...

Sacrário Karlskirche (Viena)
Os sacrários são normalmente peças de muita beleza exterior, mesmo aqueles que primam pela simplicidade.

No entanto o seu interior é, normalmente, apenas constituído por paredes nuas, sem qualquer decoração.

Assim poderemos dizer, que os sacrários são muito belos por fora, mas despidos de beleza por dentro.

No entanto tudo se transforma quando no sacrário está Jesus Cristo Sacramentado!

Podemos afirmar então, que a maior beleza do sacrário está no seu interior, e que já não interessa sequer aquilo que ele é por fora.

Aliás os sacrários têm um fim, que é conterem, guardarem dentro de si, Jesus Cristo Sacramentado.

E sabemos que eles estão a cumprir essa missão quando há uma luz, sempre acesa, que nos diz que ali está Jesus Cristo Sacramentado.

Se assim não for, a luz está apagada e os sacrários para nada servem, a não ser para decoração, para museus, e não nos suscitam mais nada, a não ser a apreciação da sua beleza, ou a falta dela.

Enfim não nos detemos neles, e nada acrescentam às nossas vidas!

Nós somos muitas vezes assim, como os sacrários!

Arranjamo-nos exteriormente, não só cuidando do aspecto do corpo e do que vestimos, mas também tantas vezes aparentando uma maneira de ser que nada tem a ver connosco, (com o que nós realmente somos), e no interior somos apenas paredes nuas, sem qualquer beleza, sem luz, porque não nos preocupamos em ser amor para nós e para os outros, porque em nós não mora Jesus Cristo, fonte do Amor.

Podemos conversar com quem quisermos, mas as nossas conversas são apenas palavras, não deixam rasto, nada acrescentam às vidas que por nós passam.

No entanto, quando nos abrimos a Ele, e deixamos que Ele faça em nós morada, o aspecto exterior conta pouco ou nada, porque a expressão que transmitimos é a beleza do amor, há uma luz acesa em nós, e as conversas que possamos ter, o testemunho de vida, deixa sempre uma impressão indelével, que leva muitas vezes os outros a deterem-se e pensarem nas suas próprias vidas.

Tal como os sacrários também nós temos um fim!

Esse fim é sermos sacrários vivos, ou seja, enquanto os sacrários na igreja “apenas” contêm Jesus Cristo Sacramentado, mas estão ali, estáticos, sem nada nos transmitirem de si próprios, nós poderemos ser sacrários vivos, ou seja, levarmos Jesus Cristo aos outros, transmitirmos tudo o que Ele faz em nós, dar testemunho da Sua presença viva em nós e no meio de nós.

Os sacrários na igreja podem “conter” Jesus Cristo Sacramentado, mas não mudam, são sempre do modo como foram feitos.

Nós se formos sacrários vivos vamos sendo moldados, aperfeiçoados, pela presença de Jesus Cristo em nós, e essa mudança reflecte-se em nós e de nós para os outros.

Enquanto nos sacrários na igreja, a luz indica a presença de Jesus Cristo Sacramentado no seu interior, em nós, quando somos sacrários vivos, a luz é o Próprio Jesus Cristo que brilha em nós!

Faz do teu coração um Sacrário vivo, onde more sempre Jesus Cristo!

Joaquim Mexia Alves

21.09.2007

São Pio V

Miguel Guisleri foi uma figura de extrema importância para a vida da Igreja Católica. Nascido em Bosco Marengo na província da Alexandria, em 1504, aos catorze anos ingressou na vida religiosa entrando na ordem dominicana.

A partir daí a sua vida desenvolve-se, pois alcançaria rapidamente todos os degraus de uma excepcional carreira. Foi professor, prior do convento, superior provincial, bispo de Mondovi e finalmente Papa, aos 62 anos, com o nome de Pio V.

Promoveu diversas reformas na Igreja através do Concilio de Trento, como, por exemplo, a obrigação de residências para bispos, a clausura dos religiosos, o celibato e a santidade de vida dos sacerdotes, as visitas pastorais dos Bispos, o incremento das missões, a correção dos livros litúrgicos e a censura das publicações.

A sua autoridade e prestígio pessoal impunham a sua personalidade de pulso firme e de atitudes rigorosas, como a que tomou em relação à invasão dos turcos, pondo fim aos seus avanços a sete de Outubro de 1571, na famosa batalha de Lepanto.

Apesar do seu carácter marcante, apresentava sinais de um homem bondoso e condescendente para com os humildes, paterno, às vezes, e extremamente severo com aqueles que faziam parte do corpo da Igreja.

Mesmo sabendo das consequências que sofreria a Igreja, não pensou duas vezes ao excomungar a rainha Elizabete I. Morreu em 1 de Maio de 1572, na lucidez de seus setenta e oito anos. A sua canonização chegaria em 1712 e a sua memória fixada a 30 de Abril.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)