quinta-feira, 16 de janeiro de 2020

A dor de corrigir

Esconde-se uma grande comodidade – e às vezes uma grande falta de responsabilidade – naqueles que, constituídos em autoridade, fogem da dor de corrigir, com a desculpa de evitar o sofrimento alheio. Talvez poupem desgostos nesta vida..., mas põem em jogo a felicidade eterna – a deles e a dos outros – pelas suas omissões que são verdadeiros pecados. (Forja, 577)

O santo, para a vida de muitos, é "incómodo". Mas isto não significa que tenha de ser insuportável.

O seu zelo nunca deve ser amargo; a sua correcção nunca deve ferir; o seu exemplo nunca deve ser uma bofetada moral, arrogante, na cara do próximo. (Forja, 578)

Portanto, quando nos apercebemos de que na nossa vida ou na dos outros alguma coisa corre mal, alguma coisa precisa do auxílio espiritual e humano, que nós, filhos de Deus, podemos e devemos prestar, uma clara manifestação de prudência consistirá em dar-lhe remédio oportuno, a fundo, com caridade e com fortaleza, com sinceridade. Não valem as inibições. É errado pensar que com omissões ou adiamentos se resolvem os problemas.

Sempre que a situação o requeira, a prudência exige que se aplique o remédio totalmente e sem paliativos, depois de pôr a chaga a descoberto. Ao notar os menores sintomas do mal, sede simples, verazes, quer sejais vós a curar os outros, quer sejais vós a receber essa assistência. Nesses casos, deve-se permitir à pessoa que está em condições de curar em nome de Deus que aperte de longe a zona infectada e depois de mais perto, até sair todo o pus, de modo que o foco da infecção acabe por ficar bem limpo. Em primeiro lugar, temos que proceder assim connosco mesmos e com quem, por motivos de justiça ou caridade, temos obrigação de ajudar. Rezo nesse sentido especialmente pelos pais e por quem se dedica a tarefas de formação e de ensino. (Amigos de Deus, 157)

São Josemaría Escrivá

Uso do corpo

O nosso corpo, seja qual for, com seus encantos, desencantos, qualidades, deficiências e possibilidades é fundamental para conquistarmos nossa realização humana. Sua aparência nem seus pendores ou limites são toda a razão de ser da vida. O corpo é um dom prodigalizado por Deus para realizarmos o bem em todas as dimensões. Isso depende de como o usamos para a consecução de seus objetivos mais elevados. Há quem o tenha cheio de saúde e qualidades mas pode não usá-lo para a realização de felicidade progressiva na perspectiva humana e ética. Com menos atributos, mas encaminhando-o na direcção do próprio bem, com direccionamento para metas mais elevadas, a pessoa o tem com mais proveito na vida.

S. Paulo alude ao uso da corporeidade com respeito a valores transcendentes, de modo a ser assumido dentro dos parâmetros éticos e morais: “Ou ignorais que o vosso corpo é santuário do Espírito Santo, que mora em vós e que vos é dado por Deus?... Então, glorificai a Deus com o vosso corpo” (1 Cor 6, 19.20).

O narcisismo faz a pessoa olhar para seu corpo como uma ilha, absolutizando sua aparência e considerando sua auto-afirmação sem a valorização devida de parâmetros altruístas. O olhar para si, sem a referência de valores relacionados ao ser pessoa dependente de Deus e dos outros, pode levar o ser humano a absolutizar o próprio corpo e relativizar ideais de vida que levem ao uso do corpo para atingir os mesmos.

A estética e o cuidado com o corpo são importantes instrumentos para a auto-afirmação, mas relacionados com valores transcendentes, que levam cada um a usar o corpo para fazer o bem ao semelhante. O próprio Jesus nos ensina a oblatividade, até com renúncias para darmos vida ao outro, mesmo se tivermos de dar a nossa própria. Nosso cuidado com o corpo é importante, mas para atingir os objectivos mais elevados da vida.

Muito nos é colocado, inclusive pela grande média, sobre o prazer buscado pelo corpo em vista da felicidade pessoal. O uso do sexo se torna o foco diuturno desse encaminhamento. Basta não se pegar doença, o resto tudo vale, conforme esse endereçamento. No entanto, o bom senso nos leva a saber fazer opções na vida. Nem tudo o que traz prazer imediato é o que nos leva à realização de um objectivo mais elevado na vida. Nessa perspectiva, muitas renúncias se fazem em vista de se atingirem metas e conquistas mais realizadoras. Caso contrário, os instintos mais cruéis regeriam nossa vida sem parâmetro ético, moral e humano.

Sodoma e Gomorra têm sido famigeradas referências até fracas em relação ao que se faz hoje, muitas vezes, com o uso desenfreado do sexo. Se fôssemos meros animais, sem algo espiritual e imortal, seríamos levados ao gozo imediato, sem atingirmos nossa realização plena de seres humanos criados à imagem e semelhança de Deus.

O apóstolo Paulo ainda lembra: “O corpo não é para a imoralidade, mas para o Senhor” (1 Cor 6, 13). É preciso estarmos atentos para não fazermos de nossa fé apenas afirmada em actos religiosos para dentro de nós ou do templo. Precisamos olhar para o projecto de Deus a respeito do corpo, do sexo, do matrimónio e de todo o convívio humano. O uso do corpo apenas como busca de prazer e bem estar, sem levar em conta sua relação com Deus e o outro, não leva ao êxito a vida humana com parâmetros realmente humanos. A juventude precisa ser formada para não cair na armadilha do hedonismo que se pauta pelo sexo puramente animalesco.

D. José Alberto Moura, CSS – Bispo de Uberlândia (MG)

(Fonte: site CNBB – Conferência Nacional dos Bispos Brasileiros)

Rezar pelos sacerdotes sempre e hoje em particular por um bom amigo

Todos os cristãos têm o dever e a obrigação de acarinhar os Sacerdotes, mesmo quando erram, e quem somos nós para lhes atirar a primeira pedra… não se trata ser clericalista, mas de lhes reconhecer, que através do Sacramento da Ordem ficaram investidos como representantes de Jesus Cristo Deus Nosso Senhor em unidade com Pai e o Espírito Santo e que é através deles, que o Senhor nos acolhe pelo Batismo, nos confirma, Se oferece na Sagrada Eucaristia, nos abençoa e perdoa os nossos pecados, além de serem seus intermediários no ministério de outros Sacramentos.

São Josemaría no ponto 66 do Caminho ensina-nos “O Sacerdote - seja quem for - é sempre outro Cristo”.

Ora sucede, que hoje é o aniversário natalício de um "jovem" sacerdote que muito respeito e admiro pela seu percurso de vida, pela sua solidez na fé e pela alegria que nos transmite através de um inteligente e incisivo sentido de humor. Por ele e todos os sacerdotes peço ao Senhor que por intercessão da Virgem Maria os proteja e lhes dê a paz e saúde aqui na terra.

JPR