quinta-feira, 26 de dezembro de 2019

Jesus ainda está à procura de pousada

Jesus nasceu numa gruta em Belém, diz a Escritura, "porque não havia lugar para eles na estalagem". Não me afasto da verdade teológica, se te disser que Jesus ainda está à procura de pousada no teu coração. (Forja, 274)

Não me afasto da mais rigorosa verdade se vos digo que Jesus continua agora a buscar pousada no nosso coração. Temos de Lhe pedir perdão pela nossa cegueira pessoal, pela nossa ingratidão. Temos de Lhe pedir a graça de nunca mais Lhe fechar a porta das nossas almas.

O Senhor não nos oculta que a obediência rendida à vontade de Deus exige renúncia e entrega porque o amor não pede direitos: quer servir. Ele percorreu primeiro o caminho. Jesus, como obedecestes Tu? Usque ad mortem, mortem autem crucis, até à morte e morte de Cruz. É preciso sair de nós mesmos, complicar a vida, perdê-la por amor de Deus e das almas... Tu querias viver e que nada te acontecesse; mas Deus quis outra coisa... Existem duas vontades: a tua vontade deve ser corrigida para se identificar com a vontade de Deus, e não torcida a de Deus para se acomodar à tua.

Com alegria, tenho visto muitas almas que jogaram a vida – como Tu, Senhor, "usque ad mortem"! – para cumprir o que a vontade de Deus lhes pedia, dedicando os seus esforços e o seu trabalho profissional ao serviço da Igreja, pelo bem de todos os homens.

Aprendamos a obedecer, aprendamos a servir. Não há maior fidalguia do que entregar-se voluntariamente ao serviço dos outros. Quando sentimos o orgulho que referve dentro de nós, a soberba que nos leva a pensar que somos super-homens, é o momento de dizer que não, de dizer que o nosso único triunfo há-de ser o da humildade. Assim nos identificaremos com Cristo na Cruz, não aborrecidos ou inquietos, nem com mau humor, mas alegres, porque essa alegria, o esquecimento de nós mesmos, é a melhor prova de amor. (Cristo que passa, 19)

São Josemaría Escrivá

Estêvão primeiro Mártir do Senhor Jesus

Cristo é a Vida que desceu à terra
E sobre a morte conseguiu vitória
E, subindo de novo para o Pai,
Vive na glória.

Servo fiel, Estêvão O seguiu,
Chamado a partilhar da mesma sorte;
No martírio, por Deus fortalecido,
Venceu a morte.

Os inimigos lhe arremessam pedras,
Para quebrar a sua fortaleza,
E o santo Mártir, corajoso e forte,
Por eles reza.

Primeiro Mártir do Senhor Jesus,
Que vives na presença do Senhor,
Dispensa aos teus devotos, hoje e sempre,
O teu favor.

Com os Mártires suba o nosso canto
Em louvor da Santíssima Trindade,
Que a Santo Estêvão concedeu a glória
Da eternidade.

Santo Estêvão – Primeiro Mártir

Santo Estêvão, protomártir da fé Cristã, e um dos mais reverenciados de todos os mártires. Estefan é um nome obviamente grego e tem sido postulado que ele era um Helenita, significando os judeus que nasceram em uma terra distante de Palestina e que falavam grego como sua língua nativa. Contra esta teoria, temos a tradição que começou no século 5° que Santo Estêvão era um nome equivalente do Aramaico "Kelil", talvez o nome original de São Estêvão, o qual foi escrito na sua tumba encontrada em 415. Que Santo Estêvão teria origem judaica ficou mais patente ainda na lista dos decanos nos "Atos dos Apóstolos"(6:5) onde lista apenas Nicolau como sendo da Antioquia, o que significaria que os demais diáconos seriam judeus.

Virtualmente nada se conhece de sua vida antes de ser convertido. A primeira menção a ele de fato ocorre nos Atos (6:5) quando ele é escolhido para ser um dos sete diáconos dos Apóstolos e tem a missão de trabalhar com os pobres. Santo Estêvão foca a sua atenção nos convertidos Helenistas e dá uma prova de grande pregador, com o dom de descrever o poder da graça e o poder de fazer milagres.

Seu martírio foi contado nos Atos (6-7) e ocorreu porque ele acabou tendo uma posição proeminente como pregador e trouxe a inimizade de um grupo de judeus em Jerusalém. Levado a presença de Sanhedrin ele defendeu-se com paixão e eloquência (At 7:2-53) mas não fez nada para suavizar a ira dos seu inimigos. Foi arrastado para fora da cidade e apedrejado até a morte de acordo com a Lei Moisaica.

Os seu executores colocaram suas mantas sob a guarda de Saul de Tarso (futuro São Paulo) que estaria "consentindo na sua morte (8-2)".

As últimas palavras de Santo Estêvão terão sido:"Senhor não lhes imputeis este pecado".

Pedindo ainda perdão para seus atacantes, ele foi enterrado como um homem devoto e sua morte teria sido muito lamentada. O seu túmulo foi esquecida até ser descoberta por Lucian tendo uma Igreja sido construída em sua honra perto em Damasco, pela imperatriz Eudoxia (455-460).