sexta-feira, 6 de dezembro de 2019

Não deixes de rezar, eu escuto-te

Os santos, anormais?... Chegou a hora de acabar com esse preconceito! Havemos de ensinar, com a naturalidade sobrenatural da ascética cristã, que nem sequer os fenómenos místicos são anormais; têm a naturalidade própria desses fenómenos, tal como outros processos psíquicos ou fisiológicos têm a sua(Sulco, 559)

Eu falo da vida interior de cristãos normais e correntes, que habitualmente se encontram em plena rua, ao ar livre; e que na rua, no trabalho, na família e nos momentos de diversão estão unidos a Jesus todo o dia. E o que é isto senão vida de oração contínua? Não é verdade que compreendeste a necessidade de ser alma de oração, numa intimidade com Deus que te leva a endeusar-te?(...)

A princípio custará. É preciso esforçarmo-nos por nos dirigir ao Senhor, por lhe agradecermos a sua piedade paternal e concreta para connosco. A pouco e pouco o amor de Deus torna-se palpável – embora isto não seja coisa de sentimentos – como uma estocada na alma. É Cristo que nos persegue amorosamente: Eis que estou à porta e chamo. Como anda a tua vida de oração? Não sentes às vezes, durante o dia, desejos de falar mais devagar com Ele? Não Lhe dizes: logo vou contar-te isto e aquilo; logo vou conversar sobre isso contigo?

Nos momentos dedicados expressamente a esse colóquio com o Senhor o coração expande-se, a vontade fortalece-se, a inteligência – ajudada pela graça – enche a realidade humana com a realidade sobrenatural. E, como fruto, sairão sempre propósitos claros, práticos, de melhorares a tua conduta, de tratares delicadamente, com caridade, todos os homens, de te empenhares a fundo – com o empenho dos bons desportistas – nesta luta cristã de amor e de paz.

A oração torna-se contínua como o bater do coração, como as pulsações. Sem essa presença de Deus não há vida contemplativa. E sem vida contemplativa de pouco vale trabalhar por Cristo, porque em vão se esforçam os que constroem se Deus não sustenta a casa. (Cristo que passa, 8)

São Josemaría Escrivá

MENINO JESUS E PAI NATAL

Hoje é dia de São Nicolau.

São Nicolau de Mira ou São Nicolau de Bari é um Santo conhecido por vários milagres, mas também pela sua caridade e afinidade com as crianças.
As histórias e lendas foram transformando a sua verdadeira história, dando origem ao Pai Natal, aquele que distribui os presentes no Natal e que em muita casa e lugar substitui, errada e infelizmente, o Menino Jesus.

Pois, mas isto acontece porque, segundo as lendas, é o Pai Natal que distribui presentes, aqueles que se aguardam, aqueles que queremos e julgamos que nos fazem felizes.
Presentes, afinal, que representam sempre alguma coisa material, alguma coisa deste mundo, e como tal, coisas efémeras, que acabam, e até mesmo as crianças, passados os primeiros tempos com os brinquedos, deles se fartam e querem outros mais novos.

Ora, quem nos traz os verdadeiros presentes, os presentes de que mais necessitamos, que mais nos podem ajudar, que mais podem transformar as nossas vidas, é Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador.

É que Ele que nos traz presentes tais como a paz, a caridade, a serenidade, a alegria, o perdão, a conversão, a salvação, tudo embrulhado num belo papel de presente chamado AMOR.
E o presente da família, da reconciliação, da união fraterna.

O presente de dar, sem esperar receber!

Deixemos que a mitologia tome conta do Pai Natal, e vivamos nós a realidade do Nascimento de Jesus Cristo, Nosso Senhor e Salvador, que veio para nós e permanece connosco até ao fim dos tempos.

Um Presente de Deus, que é o próprio Deus!

Monte Real, 6 de Dezembro de 2017

Joaquim Mexia Alves