Parkfield é uma escola de ensino primário, situada num bairro pobre de Birmingham. Possui mais de 700 alunos com idades entre os 4 e os 11 anos. Recentemente, converteu-se numa notícia bombástica no Reino Unido porque os pais dos alunos se recusaram terminantemente a que os seus filhos assistissem a umas aulas sobre homossexualidade e transexualidade.
Houve manifestações à porta da escola, greve dos alunos durante alguns dias (promovida pelos pais) e muita polémica nos meios de comunicação. A escola acabou por suspender as aulas previstas até que se alcance um acordo com os pais.
No fundo, tudo se reduz a uma pergunta fundamental: quem decide aquilo que se ensina a crianças de 4 a 11 anos em assuntos que têm relação com temas morais e concepções do que é uma família?
É a escola ou são os pais?
A escola argumenta que o programa só pretende inculcar tolerância, igualdade e não discriminação dos gays e dos transexuais.
Os pais vêm o assunto de um modo completamente diferente.
Consideram que, com a desculpa de se inculcar tolerância, pretende-se promover a homossexualidade e a transexualidade como algo normal. E isto, dizem eles em alto e bom som, choca radicalmente com as suas convicções.
E acrescentam que enviam os seus filhos à escola para aprenderem inglês, matemática e ciências e não para que se lhes explique os direitos LGBT.
Se noutros lugares os alunos fazem greve para exigir medidas contra a mudança climática, as famílias de Parkfield fazem-no para que não se ensinem na escola valores contrários aos que procuram transmitir em casa.
Como diz Ahmed, um dos líderes do protesto, que é muçulmano, «moralmente não aceitamos que a homossexualidade seja uma relação sexual válida. Isto não é sermos homofóbicos, do mesmo modo que alguém que não acredita no Islão não é, por esse simples facto, islamofóbico».
Pe. Rodrigo Lynce de Faria