terça-feira, 24 de setembro de 2019

Põe tudo nas mãos de Deus

Além da sua graça abundante e eficaz, Nosso Senhor deu-te a cabeça, as mãos, as faculdades intelectuais, para que faças frutificar os teus talentos. Deus quer realizar milagres constantes – ressuscitar mortos, dar ouvido aos surdos, vista aos cegos, possibilidades de andar aos coxos... –, através da tua atuação profissional santificada, convertida em holocausto grato a Deus e útil às almas. (Forja, 984)

A tua barca – os teus talentos, as tuas aspirações, os teus êxitos – não vale para nada, a não ser que a ponhas à disposição de Jesus Cristo, que permitas que Ele possa entrar nela com liberdade, que não a convertas num ídolo. Sozinho, com a tua barca, se prescindires do Mestre, sobrenaturalmente falando, encaminhas-te diretamente para o naufrágio. Só se admitires, se procurares a presença e o governo de Nosso Senhor, estarás a salvo das tempestades e dos reveses da vida. Põe tudo nas mãos de Deus: que os teus pensamentos, as aventuras boas da tua imaginação, as tuas ambições humanas nobres, os teus amores limpos, passem pelo coração de Cristo. De outra forma, mais tarde ou mais cedo, irão a pique com o teu egoísmo. (Amigos de Deus, 21)

São Josemaría Escrivá

A Igreja é una porque é «um povo reunido com a unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo»

S. Josemaria que, no seu dia-a-dia amou com loucura a Santa Igreja, ensinou-nos a fazer também assim. Desde o preciso momento da fundação do Opus Dei, viu claramente que, para dar a Deus toda a glória, para pôr Cristo no cume das atividades humanas o caminho ficava delineado com aquela aspiração: Omnes cum Petro ad Jesum per Mariam! Temos de chegar todos juntos a Jesus por Maria, em unidade de intenções e de ideais com o Romano Pontífice, Vigário de Cristo na Terra. E em Caminho S. Josemaria deixou escrito para todos os católicos: "Et unam, sanctam, catholicam et apostolicam Ecclesiam!"... – Compreendo essa tua pausa, quando rezas, saboreando: creio na Igreja, Una, Santa, Católica e Apostólica... [8].

A Igreja é una porque é «um povo reunido com a unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo» [9], e esta unidade é configurada pelo triplo vínculo da fé, do culto – especialmente pela Eucaristia – e da comunhão hierárquica. Ao mesmo tempo é católica: está aberta a todas as nações, a todas as raças, a todas as culturas. A abundante variedade de ritos litúrgicos, de tradições teológicas e espirituais, de disciplina, não só não prejudicam minimamente essa unidade, mas manifestam-na. Por isso, «reconhecendo, por um lado, que fora da estrutura da Igreja de Cristo se encontram muitos elementos de santificação e de verdade que, como dons próprios da mesma Igreja, conduzem à unidade católica (cfr. Lumen Gentium, n. 8), e acreditando, por outro lado, na ação do Espírito Santo que suscita o desejo dessa unidade em todos os discípulos de Cristo» [10], é preciso afirmar que a salvação se comunica aos homens por meio da Igreja. «Cremos que a Igreja é necessária para a salvação. Porque só Cristo é o Mediador e o caminho da salvação que se nos torna presente no Seu Corpo, que é a Igreja (cfr. Lumen Gentium, n. 14). Mas o projeto divino de salvação abarca todos os homens» [11].

[8]. S. Josemaria, Caminho, n. 517.
[9]. S. Cipriano, A oração dominical, 23 (PL 4, 553).
[10]. Paulo VI, Símbolo da fé (Credo do Povo de Deus), 30-VI-67, n. 22.
[11]. Ibid., n. 23.

(D. Javier Echevarría na carta do mês de julho de 2013)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

Maria fala e pensa com a Palavra de Deus

O Magnificat — um retrato, por assim dizer, da sua alma — é inteiramente tecido com fios da Sagrada Escritura, com fios tirados da Palavra de Deus. Desta maneira se manifesta que Ela Se sente verdadeiramente em casa na Palavra de Deus, dela sai e a ela volta com naturalidade. Fala e pensa com a Palavra de Deus; esta torna-se palavra Dela, e a sua palavra nasce da Palavra de Deus. Além disso, fica assim patente que os seus pensamentos estão em sintonia com os de Deus, que o Dela é um querer juntamente com Deus. Vivendo intimamente permeada pela Palavra de Deus, Ela pôde tornar-se mãe da Palavra encarnada.

Enfim, Maria é uma mulher que ama. E como poderia ser de outro modo? Enquanto crente que, na fé, pensa com os pensamentos de Deus e quer com a vontade de Deus, Ela não pode ser senão uma mulher que ama. Isto mesmo o intuímos nós nos gestos silenciosos que nos referem os relatos evangélicos da infância. Vemo-lo na delicadeza com que, em Caná, se dá conta da necessidade em que se acham os esposos e a apresenta a Jesus. Vemo-lo na humildade com que aceita ser esquecida no período da vida pública de Jesus, sabendo que o Filho deve fundar uma nova família e que a hora da Mãe chegará apenas no momento da cruz, que será a verdadeira hora de Jesus (cf. Jo 2, 4; 13, 1). Então, quando os discípulos tiverem fugido, Maria permanecerá junto da cruz (cf. Jo 19, 25-27); mais tarde, na hora de Pentecostes, serão eles a juntar-se ao redor Dela à espera do Espírito Santo (cf. Act 1, 14).

Bento XVI, Encíclica 'Deus Caritas est', § 41

Evangelho do dia 24 de setembro de 2019

Foram ter com Ele Sua mãe e Seus irmãos, e não podiam aproximar-se d'Ele por causa da multidão. Foram dizer-Lhe: «Tua mãe e Teus irmãos estão lá fora e querem ver-Te». Ele respondeu-lhes: «Minha mãe e Meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática».

Lc 8, 19-21