domingo, 22 de setembro de 2019

Tens erros... e que erros!!

Não te assustes nem desanimes, ao descobrires que tens erros... e que erros! Luta por arrancá-los. E, desde que lutes, convence-te de que é bom que sintas todas essas debilidades porque, se não, serias um soberbo: e a soberba afasta de Deus. (Forja, 181)

Jesus, se nós, que nos reunimos no teu Amor, fôssemos perseverantes! Se conseguíssemos traduzir em obras esses anseios de santidade que Tu próprio despertas nas nossas almas! Perguntemo-nos a nós próprios com frequência: para que estou eu na terra? E assim hão-de procurar acabar perfeitamente – com muita caridade – as tarefas que empreenderem em cada dia e cuidar das coisas pequenas. Debrucemo-nos sobre o exemplo dos santos: pessoas como nós, de carne e osso, com fraquezas e debilidades, que souberam vencer e vencer-se por amor de Deus; consideremos a sua conduta e – como as abelhas que destilam de cada flor o néctar mais precioso – aproveitemo-nos das suas lutas. Assim também havemos de aprender a descobrir muitas virtudes nos que nos rodeiam – dão-nos lições de trabalho, de abnegação, de alegria... – sem nos determos demasiado nos seus defeitos; só quando for imprescindível, para os ajudar com a correcção fraterna. (Amigos de Deus, 20)

São Josemaría Escrivá

Bom Domingo do Senhor!

Tenhamos também nós a certeza de que servimos um só Senhor Jesus Cristo, que com o Pai é um só Deus na unidade do Espírito Santo e assim estaremos a dar livremente por ato de fé e entrega a nossa adesão ao que o Senhor nos fala no Evangelho de hoje (Lc 16, 1-13).

Senhor, que saibamos sempre dar-Te graças e louvores e amar-Te incondicionalmente!

A FÉ É UMA CASA

Ser cristão não é ir à igreja todos os domingos. Ser cristão é saber que numa missa encontro mais uma casa. Com uma história, uma família, uma voz em comum, um código moral.

É fácil ser-se católico em Portugal, pelas tradições, pela cultura das origens. Somos um Estado laico com uma sociedade de legado judaico-cristão. A melhor roupa dos nossos avós seria a dominical, a minha geração fica de pijama. As nossas revoluções verdadeiramente democráticas nunca foram executadas em princípios religiosos, muito menos os romanos. Em 1910 perseguiram a Igreja. Em 1974 a ideologia era comunista, não havendo, mais uma vez, lugar para a cristandade no reconstruir. Pergunto-me agora se não teriam apresentado resultados menos temerosos se guiados ou, pelo menos, dispostos a ouvir algum conselho mais milenar.

Neste sentido, o preconceito quase geral justifica-se. Um mesmo que também possuía quando entrei pela primeira vez num Colégio de fundamentação jesuíta. Em três anos é evidente que a minha vida mudou e as várias partes que melhoraram se devem ao investimento no colégio, em ter a possibilidade de o frequentar.

Aí encontrei Deus. Comecei a fazer parte de uma paróquia, tive um ano de reuniões de preparação para o Crisma. A maneira inaciana de ensinar é especial. Cada aluno é um potencial. Assim, as dificuldades não são resolvidas em conjunto, existindo uma preocupação com cada indivíduo. Um reconhecimento da positividade dentro da diferença, e da presença de, por isso, sermos iguais. Há a criação de um sentido de respeito. É-me mais fácil respeitar alguém que conheço, não se vendo um ‘fosso’ nas relações entre professor e aluno. Vê-se sim uma amizade. Uma predisposição natural à interajuda entre toda a comunidade e isso é, de facto, um ideal essencialmente cristão. Jesus bem disse que nos devíamos amar a todos.

Torna-se inspirador. Os nossos heróis deixam de ser o Figo ou o Homem-Aranha. Porque houve um homem, chamado Pedro Arrupe, que quando a displicência americana bombardeou Hiroshima e Nagasaki, decidiu ignorar os avisos de perigo devido às radiações e partiu rumo ao desastre. Para ajudar o outro. Porque na sua consciência tão viva de Fé sabia que a sua vida não era mais importante que nenhuma outra. Que se salvasse dez teria valido a pena. E muitos salvou. E viveu para ajudar mais.

Eu encontrei Deus tarde. Ou talvez não. Encontrei-o – ou melhor, quis vê-Lo – quando teve que ser. Naquela altura em que passamos de jovem criança para jovem adulto. Quando começam a crescer liberdades e as correspondentes responsabilidades das mesmas. Quando as escolhas difíceis surgem, as perguntas sem resposta, a morte, o falhanço depois do esforço. A desilusão. O entender que o mundo não se trata, de todo, de um sítio fácil. Muito menos hoje, mas isso já há vinte anos presumo que se dissesse.

E foi numa dessas alturas em que senti algo mais que o ‘costume’. Que, no meio de não fazer ideia do que fazer, achei um aconchego, uma linha de luzes pequeninas a mostrar-me um caminho para aterrar. Penso, todavia, que não tem somente que ver com uma mão amiga, um apoio na tristeza. A Fé transforma-se em algo sempre presente. Se, quando choramos, Ele está sempre lá, também aprendi a celebrar com Ele, a reunir dentro de nós uma gratidão por poder existir. Porque vale a pena.

Deixa de contar apenas se hoje o meu copo está meio cheio ou meio vazio. O vazio deixa de ser uma falta para passar a motivação, uma força para o encher e partilhar. Nem preciso de olhar para o lado para ver que há tantos que nem copo têm.

Sebastião Reis Bugalho texto para a revista 'Caritas' em setembro de 2013

Jaculatória dos Três Pastorinhos de Fátima

Santíssima Trindade eu Vos adoro. Meu Deus, meu Deus eu Vos amo no Santíssimo Sacramento


Amar Jesus Cristo e crer na Santa Madre Igreja

«… Desprezar-me a mim mesmo e amar só a Jesus Cristo; aceitar e crer tudo o que professa e crê a Santa Madre Igreja. É isso que eu aceito e creio firme e verdadeiramente…»

(Da 2ª carta de S. João de Deus a Guterres Lasso)

«Se alguém disser: “Eu amo a Deus”, mas tiver ódio ao seu irmão, esse é um mentiroso; pois aquele que não ama o seu irmão, a quem vê, não pode amar a Deus, a quem não vê».

(1 Jo 4,20)

«Criastes-nos, Senhor para vós, e o nosso coração está inquieto até que descanse em vós»

(Santo Agostinho - Confissões 1,1)

A banca do amor

Santa Teresinha do Menino Jesus (1873-1897), carmelita, doutora da Igreja 
Carta 142, 6/7/1893, a sua irmã Celina


«Os meus pensamentos não são os vossos pensamentos», diz o Senhor [Is 55,8]. O mérito não consiste em fazer nem em dar muito, mas antes em receber, em amar muito. […] Está dito que é muito mais agradável dar do que receber [At 20,35], e é verdade, mas quando Jesus quer reservar para Ele a doçura de dar, não seria delicado recusar. Deixemo-lo receber e dar tudo o que quiser, a perfeição consiste em fazer a vontade dele, e a alma que se Lhe entrega inteiramente é chamada pelo próprio Jesus «sua Mãe, sua Irmã» e toda a sua Família [Mt 12,50]. E noutro lugar: «Se alguém Me ama, guardará a minha palavra (isto é, fará a minha vontade) e Meu Pai o amará, e viremos a ele e faremos nele a nossa morada» [Jo 14,23] Oh! Celina!… Como é fácil agradar a Jesus, encantar o seu coração: basta amá-lo sem olhar para nós mesmas, sem examinar demasiadamente os próprios defeitos. […]

A tua Teresa não se encontra neste momento nas alturas mas Jesus ensina-lhe a tirar proveito de tudo, do bem e do mal que encontra em si. Ensina-lhe a jogar à banca do amor, ou antes, joga Ele por ela sem lhe dizer como se faz porque isso é assunto dele e não de Teresa; o que ela tem de fazer é abandonar-se, entregar-se sem nada reservar para si, nem mesmo a alegria de saber quanto lhe rende a banca. […]

Com efeito, os directores [espirituais] fazem avançar na perfeição mandando praticar um grande número de actos de virtude, e têm razão, mas o meu director, que é Jesus, não me ensina a contar os meus actos; ensina-me a fazer tudo por amor, a não Lhe recusar nada, a ficar contente quando Ele me dá uma ocasião de Lhe provar que O amo, mas isto faz-se na paz, no abandono, é Jesus que faz tudo e eu não faço nada.