sábado, 31 de agosto de 2019

Recomeçar de novo!

O convencimento da tua "massa ruim" – o conhecimento de ti próprio – dar-te-á a reação sobrenatural que fará enraizar cada vez mais na tua alma a alegria e a paz perante a humilhação, o desprezo, a calúnia... Depois do "fiat" – Senhor, o que Tu quiseres! –, o teu raciocínio nesses casos deve ser: "Só disseram isso? Vê-se que não me conhecem; de outro modo não teriam ficado por aí". Como estás convencido de que mereces pior tratamento, ficarás grato àquela pessoa, e alegrar-te-ás com o que faria sofrer outro. (Sulco, 268)

Estamos a experimentar constantemente a nossa ineficácia. Mas, às vezes, parece que todas estas coisas se juntam e se nos manifestam com um relevo maior, para que nos apercebamos de quão pouco somos. Que fazer?

Expecta Dominum, espera no Senhor; vive de esperança, sugere-nos a Igreja, com amor e com fé. Viriliter age , porta-te varonilmente. Que importa que sejamos criaturas de lodo, se temos a esperança posta em Deus? E se alguma vez a alma sofre uma queda, um retrocesso – não é necessário que isso aconteça – aplica-se-lhe o remédio, como se procede normalmente com a saúde do corpo, e recomeça-se de novo!

(...) Perante as nossas misérias e os nossos pecados, perante os nossos erros – mesmo que sejam, pela graça de Deus, de pouca monta – recorramos à oração e digamos ao nosso Pai: Senhor, na minha pobreza, na minha fragilidade, neste meu barro de vasilha quebrada, põe-me, Senhor, uns gatos e – com a minha dor e o Teu perdão – serei mais forte e mais gracioso do que dantes! Uma oração consoladora para a repetirmos quando se parta este nosso pobre barro. (Amigos de Deus, 94–95)

São Josemaría Escrivá

O Evangelho de Domingo dia 1 de setembro de 2019

Entrando Jesus, um sábado, em casa de um dos principais fariseus, para comer, eles estavam a observá-l'O. Disse também uma parábola, observando como os convidados escolhiam os primeiros lugares à mesa: «Quando fores convidado para um banquete nupcial, não te coloques no primeiro lugar, porque pode ser que outra pessoa de mais consideração do que tu tenha sido convidada pelo dono da casa, e que venha quem te convidou a ti e a ele e te diga: Cede o lugar a este; e tu, envergonhado, vás ocupar o último lugar. Mas, quando fores convidado, vai tomar o último lugar, para que, quando vier quem te convidou, te diga: Amigo, vem mais para cima. Então terás com isto glória na presença de todos os convidados; porque todo aquele que se exalta será humilhado, e quem se humilha será exaltado».

Lc 14, 1. 7-11

A "PREOCUPAÇÃO" E O "TRABALHO" DE DEUS


Hoje de manhã, quando estava nas minhas orações matinais vieram ao meu coração, estes dois pensamentos:
Temos um Deus cuja única “preocupação” é a nossa salvação.
Temos um Deus que “trabalha” a tempo inteiro para nós.

Fiquei, logicamente, a pensar nisto.

Realmente, deixando de lado o conceito muito humano de “preocupação” e “trabalho”, a verdade é que podemos afirmar isto mesmo, ou seja, Deus “preocupa-se exclusivamente com a nossa salvação e “trabalha” exclusivamente para isso mesmo!

E como o conceito de tempo, (dias, noites, horas, minutos, etc.), não se aplica a Deus, podemos mesmo afirmar, julgo eu, que esta Sua “preocupação” e “trabalho” é constante e eterna.

E sendo assim, como é, como podemos nós não agradecer e louvar em permanência o nosso Deus, em todos os momentos da nossa vida, fazendo dela uma oferta permanente ao Senhor?
E sendo assim, como é, como podemos nós sequer pensar em prescindir deste Deus que nos ama de tal forma?

Realmente há algum amor maior do que o amor do nosso Deus, que se entrega totalmente e exclusivamente, (humanamente falando), à criatura que criou e ama eternamente?

De tal modo a Sua “preocupação” é total com o homem e a sua salvação, que não hesitou em vir ter com o próprio homem, fazendo-se igual à criatura criada, em todas as coisas, excepto no pecado.

Aliás, sendo o pecado uma rotura com o amor de Deus, o Deus feito homem nunca poderia romper consigo próprio.

Mas é fantástico, extraordinário, percebermos e reconhecermos, que o nosso Deus depois de nos ter criado se dedicou inteiramente a amar-nos, a fazer-nos conhecer o amor, a ensinar-nos o caminho da salvação.

Que posso eu temer deste mundo, se o meu Deus está comigo?

Que posso eu temer das tentações, se o meu Deus está comigo e nunca me abandona?

E aqui está outra coisa extraordinária de Deus: nunca nos abandona!

Podemos renegá-Lo, desprezá-Lo, colocá-Lo fora da nossa vida, mas Ele não deixa de se “preocupar”, de “trabalhar”, de estar connosco, amando-nos e mostrando-nos o caminho da salvação.

Não contente com tudo isto, (perdoem-se-me as expressões humanas), e como para Ele o tempo não existe, faz-se presente à vista, ao toque, e até como alimento, transubstanciando-se todos os dias na humildade, do mais humilde dos alimentos: o Pão.

E nós em vez de O procurarmos para recebermos do Seu amor e Lhe darmos o amor que coloca em nós, vamos apenas e a maior parte das vezes pedindo e pedindo, mais como queixando-nos, do que aceitando as adversidades de um caminho, que sendo difícil, nos leva à meta mais almejada que é a vida eterna na felicidade do gozo de Deus.

Realmente, se Deus nos criou por amor, se nos ama com total dedicação e entrega, (e acreditamos e sabemos que assim é), como poderá Ele não saber do que necessitamos para em cada dia, em cada momento, correspondermos ao Seu amor!

Preocupamo-nos, queixamo-nos, vivemos tristes e acabrunhados, vivemos com medo de tanta coisa, desde espíritos, superstições até horóscopos desfavoráveis, quando afinal nada disso tem qualquer valor, ou pode sequer interferir connosco, se estivermos unidos ao nosso Deus que é vivo e presente nas nossas vidas em todos os momentos.

A nossa vida deve ser então e sempre «Procurar antes o seu Reino, porque tudo o mais nos será dado por acréscimo.» Lc 12,31

Obrigado meu Deus, por cada um e eu próprio sermos a Tua preocupação e trabalho permanentes.
Obrigado por teres criado cada um e eu próprio para Ti e para vivermos e usufruirmos do Teu amor.
Coloca meu Deus, no coração de cada um e no meu coração, essa certeza inabalável de que estás sempre connosco e que “todos os cabelos da nossa cabeça estão contados por Vós”. (Mt 10,30)
Louvado sejas, meu Senhor e meu Deus.

Monte Real 29 de Janeiro de 2010

Joaquim Mexia Alves
http://www.queeaverdade.blogspot.com/

A dignidade do trabalho

Qual é o significado da palavra « decente » aplicada ao trabalho? Significa um trabalho que, em cada sociedade, seja a expressão da dignidade essencial de todo o homem e mulher: um trabalho escolhido livremente, que associe eficazmente os trabalhadores, homens e mulheres, ao desenvolvimento da sua comunidade; um trabalho que, deste modo, permita aos trabalhadores serem respeitados sem qualquer discriminação; um trabalho que consinta satisfazer as necessidades das famílias e dar a escolaridade aos filhos, sem que estes sejam constrangidos a trabalhar; um trabalho que permita aos trabalhadores organizarem-se livremente e fazerem ouvir a sua voz; um trabalho que deixe espaço suficiente para reencontrar as próprias raízes a nível pessoal familiar e espiritual; um trabalho que assegure aos trabalhadores aposentados uma condição decorosa.

Bento XVI - Caritas in veritate [63]

Recomeçar ...

Detalhe retábulo Santuário de Torreciudad
«(…), José era artesão da Galileia, um homem como tantos outros. E que pode esperar da vida um habitante de uma aldeia perdida, como era Nazaré? Apenas trabalho, todos os dias, sempre com o mesmo esforço. E, no fim da jornada, uma casa pobre e pequena, para recuperar as forças e recomeçar o trabalho no dia seguinte».

(São Josemaría Escrivá - Cristo que passa, 40)

Muitos de vós, neste lado do Atlântico ou se preferirem no hemisfério norte, recomeçarão amanhã dia 1 de setembro os seus afazeres profissionais após o gozo de um merecido período de férias.

Aos Pais com filhos em idade escolar, sei que é período complicado do ponto de vista económico, mas a o vosso equilíbrio na selecção do material escolar, o vosso bom senso e uma “ajudinha” com a intercessão da Virgem Santíssima, Nossa Mãe, far-vos-á felizes de verem os vossos filhos reiniciarem ou começarem pela primeira vez o ano escolar.

A todos desejo um ótimo mês de Setembro e que o Senhor por intercessão de Nossa Senhora nos proteja e ajude.

JPR

Evangelho do dia 31 de agosto de 2019

«Será também como um homem que, estando para empreender uma viagem, chamou os seus servos, e lhes entregou os seus bens. Deu a um cinco talentos, a outro dois e a outro um, a cada qual segundo a sua capacidade, e partiu. O que tinha recebido cinco talentos, logo em seguida, foi, negociou com eles, e ganhou outros cinco. Do mesmo modo, o que tinha recebido dois, ganhou outros dois. Mas o que tinha recebido um só, foi fazer uma cova na terra, e nela escondeu o dinheiro do seu senhor. «Muito tempo depois, voltou o senhor daqueles servos e chamou-os a contas. Aproximando-se o que tinha recebido cinco talentos, apresentou-lhe outros cinco, dizendo: “Senhor, entregaste-me cinco talentos, eis outros cinco que lucrei”. Seu senhor disse-lhe: “Está bem, servo bom e fiel, já que foste fiel em poucas coisas, dar-te-ei a intendência de muitas; entra no gozo do teu senhor”. Apresentou-se também o que tinha recebido dois talentos, e disse: “Senhor, entregaste-me dois talentos, eis que lucrei outros dois”. Seu senhor disse-lhe: “Está bem, servo bom e fiel, já que foste fiel em poucas coisas, dar-te-ei a intendência de muitas; entra no gozo do teu senhor”. «Apresentando-se também o que tinha recebido um só talento, disse: “Senhor, sei que és um homem duro, que colhes onde não semeaste e recolhes onde não espalhaste. Tive receio e fui esconder o teu talento na terra; eis o que é teu”. Então, o seu senhor disse-lhe: “Servo mau e preguiçoso, sabias que eu colho onde não semeei, e que recolho onde não espalhei. Devias pois dar o meu dinheiro aos banqueiros e, à minha volta, eu teria recebido certamente com juro o que era meu. Tirai-lhe, pois, o talento, e dai-o ao que tem dez talentos, porque ao que tem, dar-se-lhe-á, e terá em abundância; mas ao que não tem, tirar-se-lhe-á até o que tem. E a esse servo inútil lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes”.

Mt 25, 14-30