quarta-feira, 21 de novembro de 2018

Não desejar a mulher do próximo; Não cobiçar as coisas alheias

LocutorCom o último Mandamento, que ouvimos na leitura inicial da Audiência, o percurso apontado pelo Decálogo atinge o seu objetivo final: o coração do homem. Todos os mandamentos têm como finalidade assinalar a fronteira da vida, isto é, o limite para além do qual o homem se destrói a si mesmo e ao próximo, arruinando a sua relação com Deus. O último Mandamento ensina que todas as transgressões nascem duma raiz interior comum: os desejos maus. E estes «saem – como afirma Jesus – do interior do coração do homem» (cf. Mc 7, 21). Por isso, a viagem feita através do Decálogo não teria alguma utilidade, se não chegasse a tocar o nível mais fundo do coração do homem. O ponto de chegada desta viagem é o coração e, se este não for libertado, o resto pouco vale. Mas o homem não pode, sozinho, libertar-se dos desejos maus que habitam no seu coração. É em vão que o ser humano pensa purificar o próprio coração, num esforço titânico da vontade. Mesmo animado da melhor vontade, São Paulo confessa: «Em mim, que quero fazer o bem, só o mal está ao meu alcance» (Rm 7, 21). Por isso, é em vão que alguém pensa corrigir-se a si mesmo, sem o dom do Espírito Santo. É preciso abrir-se a uma relação com Deus, na verdade e na liberdade: só assim os nossos esforços podem dar fruto. Bem-aventurados aqueles que tendo reconhecido os próprios desejos maus, com um coração arrependido e humilhado, se apresentam diante de Deus e dos homens, não como justos, mas como pecadores. As últimas palavras do Decálogo fazem-nos reconhecer como mendigos da misericórdia de Deus, o único que pode curar o coração.

Santo Padre:
Cari pellegrini di lingua portoghese, vi saluto tutti, in particolare il gruppo «Canção Nova» di Curitiba, i membri della Corte di Giustizia di Pernambuco, i fedeli di São Caetano do Sul e di Santo André, nonché i pellegrini di Fatima. Vi incoraggio a prendere come modello per la vostra vita personale e sociale la Vergine Maria, che oggi veneriamo nella sua Presentazione a Dio. Il segreto della sua pace e del suo coraggio si trova in questa certezza: «Nulla è impossibile a Dio». Allo stesso modo, i vostri cuori possano trovare fiducia e conforto nella misericordia che il Signore riversa, senza stancarsi mai, su voi e sulle vostre famiglie. Pregate per me. Grazie.

LocutorQueridos peregrinos de língua portuguesa, a todos vos saúdo, em particular o grupo «Canção Nova» de Curitiba, os membros do Tribunal de Justiça de Pernambuco, os fiéis de São Caetano do Sul e de Santo André, bem como os peregrinos de Fátima. Animo-vos a tomar por modelo da vossa vida pessoal e social a Virgem Maria, que hoje veneramos na sua Apresentação a Deus. O segredo da sua paz e coragem está nesta certeza: «A Deus, nada é impossível». De igual modo possam, os vossos corações, encontrar confiança e conforto na misericórdia que o Senhor derrama, sem nunca se cansar, sobre vós e vossas famílias. Rezai por mim. Obrigado.

Salve, Mãe do Verbo de Deus

Salve, estrela do mar,
Mãe do Verbo de Deus,
Virgem pura entre as virgens,
Feliz porta do Céu.

Saudada pelo Arcanjo:
«Ave, cheia de graça».
Dá-nos a tua paz,
Mudando o nome de «Eva».

Quebra ao preso as cadeias,
Dá aos cegos a vista,
Afugenta a desgraça,
Traz-nos todos os bens.

Mãe de Deus, nossa Mãe,
Ouça os nossos pedidos
Aquele que por nós
Quis chamar-Se teu Filho.

Virgem incomparável,
Mãe de misericórdia,
Liberta-nos da culpa,
Faz-nos mansos e castos.

Dá-nos a vida pura
E o seguro caminho,
Para que, vendo o teu Filho,
Sempre nos alegremos.

Glória a Deus, Pai eterno,
Glória ao Filho, Senhor,
Com o Espírito Santo,
Agora e para sempre.

Salve Regina



Salve, Regina, Mater misericordiae,
vita, dulcedo, et spes nostra, salve.
ad te clamamus exsules filii Hevae,
ad te suspiramus, gementes et flentes
in hac lacrimarum valle.
Eia, ergo, advocata nostra, illos tuos
misericordes oculos ad nos converte;
et Jesum, benedictum fructum ventris tui,
nobis post hoc exsilium ostende.
O clemens, O pia, O dulcis Virgo Maria.

Hino à Virgem Maria

A imortal Sabedoria
Já Vos escolheu, Maria,
Antes do mundo e da história.
Ó celeste maravilha:
Sois Esposa e sois Filha
Do Senhor da eterna glória.

Oferenda consagrada,
Ao Senhor apresentada
Como incenso vespertino,
Que da terra aos Céus se eleva
E dissipa toda a treva,
Anunciando o Sol divino.

Sois a Porta do Oriente,
Sois a nova Sarça ardente,
Virgem fiel, Santa Maria!
bandeira do puro amor,
Espelho do bem maior,
Causa da nossa alegria.

Concebida sem pecado,
Sois o Templo imaculado
Em que o Verbo Se encarnou:
O Espírito de Deus
Sobre Vós baixou dos Céus,
Virgem-Mãe Vos consagrou.

Flor da nova humanidade,
Tesouro da divindade,
Arca da eterna Aliança:
Estrela certa dos povos,
Aurora dos tempos novos,
Manhã clara da esperança.

Rogai por nós lá dos Céus,
P’ra sermos templos de Deus,
Em espírito e verdade:
Templos onde se levante
Louvor e glória constante
A Santíssima Trindade.

Evangelho do dia 21 de novembro de 2018

Estando eles a ouvir estas coisas, Jesus acrescentou uma parábola, por estar perto de Jerusalém e porque julgavam que o reino de Deus se havia de manifestar em breve. Disse pois: «Um homem nobre foi para um país distante tomar posse de um reino, para depois voltar. Chamando dez dos seus servos, deu-lhes dez minas, e disse-lhes: Negociai com elas até eu voltar. Mas os seus concidadãos aborreciam-no e enviaram atrás dele deputados encarregados de dizer: Não queremos que este reine sobre nós. «Quando ele voltou, depois de ter tomado posse do reino, mandou chamar aqueles servos a quem dera o dinheiro, a fim de saber quanto tinha lucrado cada um. Veio o primeiro e disse: Senhor, a tua mina rendeu dez minas. Ele disse-lhe: Está bem, servo bom; porque foste fiel no pouco, serás governador de dez cidades. Veio o segundo e disse: Senhor, a tua mina rendeu cinco minas. Respondeu-lhe: Sê tu também governador de cinco cidades. Veio depois o outro e disse: Senhor, eis a tua mina que guardei embrulhada num lenço, porque tive medo de ti, que és um homem austero, que tiras donde não puseste e recolhes o que não semeaste. Disse-lhe o senhor: Servo mau, pela tua mesma boca te julgo. Sabias que eu sou um homem austero, que tiro donde não pus e recolho o que não semeei; então, porque não puseste o meu dinheiro num banco, para que, quando eu viesse, o recebesse com os juros? Depois disse aos que estavam presentes: Tirai-lhe a mina, e dai-a ao que tem dez. Eles responderam-lhe: Senhor, ele já tem dez. Pois eu vos digo que àquele que tiver, se lhe dará; mas àquele que não tem, ainda mesmo o que tem lhe será tirado. Quanto, porém, àqueles meus inimigos, que não quiseram que eu fosse seu rei, trazei-os aqui e degolai-os na minha presença!». Dito isto, ia Jesus adiante, subindo para Jerusalém.

Lc 19, 11-28