A concepção virginal de Jesus trata-se de uma obra divina no seio de Maria semelhante à criação. Isto é impossível de aceitar para o não crente, tal como o era para os judeus e para os pagãos, entre os quais se inventaram toscas histórias acerca da concepção de Jesus, como a que a atribui a um soldado romano chamado Pantheras. Na realidade, esse personagem é uma ficção literária sobre a qual se inventa uma lenda para fazer troça dos cristãos. Do ponto de vista da ciência histórica e filológica, o nome Pantheras (ou Pandera) é um a paródia viciada da palavra parthénos (que em grego significa virgem). Aqueles povos, que utilizavam o grego como língua de comunicação em grande parte do império romano de oriente, ouviam os cristãos falar de Jesus como do Filho da Virgem (huiós parthénou), e quando queriam troçar deles chamavam-no «o filho de Pantheras». Tais histórias, ao fim e ao cabo, apenas testemunham que a Igreja acreditava na virgindade de Maria, ainda que parecesse impossível.
(Excerto dos textos elaborados por uma equipa de professores de Teologia da Universidade de Navarra, dirigida por Francisco Varo)