sábado, 10 de junho de 2017

O Evangelho de Domingo dia 11 de junho de 2017

«Porque Deus amou de tal modo o mundo, que lhe deu Seu Filho Unigénito, para que todo aquele que crê n'Ele não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus não enviou Seu Filho ao mundo para condenar o mundo, mas para que o mundo seja salvo por Ele. Quem n'Ele acredita, não é condenado, mas quem não acredita, já está condenado, porque não acredita no nome do Filho Unigénito de Deus. 

Jo 3, 16-18

Pio XII, o Papa dos judeus

Durante a perseguição nazi contra os judeus, o Padre Joaquim Carreira, então reitor do Pontifício Colégio Português, em Roma, tudo fez para os defender, seguindo o exemplo do Papa Pio XII.

No dia 30 de Maio passado, o Pontifício Colégio Português, em Roma, que aloja os padres lusitanos que, na cidade eterna, aprofundam a sua formação teológica, foi condecorado com a mais honrosa distinção concedida a instituições que, durante o regime nazi, protegeram judeus. Era então reitor dessa instituição, agora agraciada pela Fundação Raoul Wallenberg com o título de ‘Casa da Vida’, monsenhor Joaquim Carreira, que já foi declarado Justo entre as Nações, pelo Museu do Holocausto, em Jerusalém. O Padre Carreira não só pôs em risco a sua própria vida como também a de toda a comunidade de sacerdotes e seminaristas que então vivia no Colégio Português, para salvar outras vidas, nomeadamente a dos judeus que aí foram acolhidos.

A cerimónia, a que presidiu o cardeal patriarca de Lisboa, D. Manuel Clemente, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, contou com a presença de Ruth Dureghello, presidente da Comunidade Hebraica de Roma, e do último refugiado ainda vivo, o socialista Dr. Luigi Priolo, que foi secretário-geral do senado italiano e que, sendo maçon, obviamente não é católico. Segundo o actual reitor, Priolo, que na altura era um jovem filho de um opositor do regime fascista italiano e, por isso, tinha a cabeça a prémio, tem muita estima pelo Colégio Português, porque sabe que lhe deve a vida. Há um mês e meio morreu outro dos protegidos pelo P. Joaquim Carreira, cuja filha declarou: “Nós devemos a nossa vida ao Colégio Português e às pessoas que lá viviam nessa altura. Se o meu pai não tivesse sido admitido, teria sido morto e nós não estaríamos aqui”.

Supõe-se que, durante a ocupação nazi da capital italiana, o Colégio Português albergou e defendeu, sob a bandeira nacional, uma meia centena de judeus que, graças a essa protecção, não foram deportados para campos de extermínio.

Não é de estranhar esta atitude solidária, se se tiver em conta que o Cristianismo nasceu no seio do judaísmo, não como uma sua derivação heterodoxa, mas como a sua plenitude, pela realização cabal das profecias messiânicas. Jean Marie Lustiger, cardeal arcebispo de Paris, já falecido, era judeu de origem polaca e, quando se converteu ao catolicismo, fez questão de sublinhar que não renegava as suas origens. Também a filósofa Edith Stein, que viria a ser canonizada como Santa Teresa Benedita da Cruz, nome que assumiu quando professou como religiosa carmelita descalça, também assim entendeu a sua conversão ao Cristianismo e, por isso, mesmo já sendo católica, acompanhava a sua mãe às celebrações religiosas na sinagoga. Aliás, precisamente por ser judia, emigraria para a Holanda, onde foi capturada pelo exército nazi, que a enviou para um campo de concentração, onde morreu, como tantos outros judeus e cristãos.

A perseguição contra os judeus pelo regime nazi foi ocasião para que muitos cristãos manifestassem a sua solidariedade para com esse povo fraterno. A distinção agora muito justamente outorgada ao Pontifício Colégio Português, em Roma, bem como o título de Justo entre as Nações conferido ao seu benemérito ex-reitor, monsenhor Joaquim Carreira, são uma prova desse bom relacionamento em circunstâncias particularmente dramáticas. Também o cônsul Aristides de Sousa Mendes, católico, seria recordado pela sua acção em defesa dos judeus perseguidos em França, depois da capitulação e ocupação desse país pelo exército de Hitler.

Mais significativa foi, contudo, a acção do Papa Pio XII que, ao contrário do que uma caluniosa campanha historicamente desprovida de qualquer fundamento quis fazer crer, nunca foi o ‘Papa de Hitler’. Muitos judeus, aliás, reconheceram-no na altura pois, como agora recordou o professor José Maria C. S. André: “de uma maneira geral, os líderes judaicos históricos, como o primeiro presidente de Israel, Chaim Weizmann, os ex-primeiros-ministros Golda Meir e Moshe Sharett, o rabino chefe de Israel, Isaac Herzog, e o secretário-geral do Congresso Hebraico Mundial, Leon Kubowitzky exprimiram o seu reconhecimento a Pio XII”.

Assim o testemunhou também Albert Einstein, em artigo publicado em plena perseguição nazi, na revista Time, em Dezembro de 1940: «Só a Igreja enfrenta verdadeiramente a campanha hitleriana de supressão da verdade. Até hoje, nunca me tinha interessado pela Igreja, mas agora sinto uma enorme estima e admiração pela Igreja, porque só ela tem a coragem de defender a verdade intelectual e a liberdade moral e de perseverar nesse combate. Aquilo que eu antes desprezava, agora admiro sem reservas». É óbvio que este seu apreço pela Igreja católica é um reconhecimento explícito da acção benemérita de Pio XII e de tantos sacerdotes, religiosos e leigos que, por obediência e fidelidade ao Papa, protegeram e salvaram inúmeros judeus, bem como outros inimigos dos regimes fascista e nazi.

Foi ainda graças ao apoio prestado pelo Papa Pio XII aos judeus que o então rabino de Roma, Elio Toaff, não só se converteu ao catolicismo, como quis ser baptizado com o nome próprio do pontífice que tudo fizera para salvar o seu povo da ameaça do holocausto. Se Pio XII tivesse sido, como alguns caluniosamente sugeriram, o ‘Papa de Hitler’, teria sido tão absurdo que Elio Toaff optasse pelo nome de Eugénio como se tivesse sido baptizado Adolf, ou Benito …

É pena que a memória deste pontífice continue refém de uma campanha ideológica não apenas profundamente anticristã como também anti-histórica, porque contrária à verdade dos factos: o cônsul israelita em Milão, Pinchas Lapide, disse que Pio XII “foi o instrumento de salvação de 700 mil, talvez até 860 mil hebreus que, de outra forma, teriam morrido às mãos dos nazis”.

É de esperar que, em breve, não só a própria Igreja exalte este bem-aventurado exemplo de justiça e de heróica solidariedade, mas também Israel, por elementar justiça e indeclinável dever de gratidão, reconheça o Papa Pio XII como Justo entre as Nações.

Pe. Gonçalo Portocarrero de Almada in Observador
(seleção de imagem 'Spe Deus')

São Josemaría Escrivá nesta data em 1971

Celebra-se a solenidade do Corpo de Deus, e comenta: “Hoje dá-me uma particular alegria agradecer aos Anjos a corte que fazem a Jesus Sacramentado, em todos os Sacrários, faça-se festa ou não se faça festa em honra de Jesus Sacramentado. É um costume meu de sempre, mas hoje dá-me contudo mais presença de Deus (…). Quando celebrava a Missa esta manhã, disse a Nosso Senhor com o pensamento: eu Te acompanho em todas as procissões do mundo e em todos os Sacrários onde Te honram, e em todos os lugares onde estejas e não te honrem”.

O primado da verdade na vida

Ao longo do meu caminho espiritual, senti muito intensamente o problema de saber se, no fundo, não é presunção dizer que podemos conhecer a verdade, em virtude de todas as nossas limitações. Também me interroguei até que ponto não seria talvez melhor pôr essa categoria em segundo plano. Ao aprofundar essa questão, pude observar, e também compreender, que a renúncia à verdade não resolve nada: pelo contrário, conduz à ditadura da arbitrariedade. Tudo o que resta só pode então ser decidido por nós e é substituível. O homem perde a dignidade quando não é capaz de conhecer a verdade, quando tudo não passa de produto de uma decisão individual ou coletiva.

Assim, vi como é importante que não se perca o conceito de verdade, mas permaneça como categoria central, não obstante as ameaças e os riscos que sem dúvida envolve.
Como exigência que nos é feita, não nos dá direitos, mas, pelo contrário, requer a nossa humildade e a nossa obediência, como também nos pode pôr no caminho daquilo que é comum a todos os homens. A partir de um longo confronto com a situação espiritual em que nos encontramos, este primado da verdade foi lentamente tornando-se visível para mim; como disse, não pode ser simplesmente entendido de forma abstracta, mas precisa estar envolvido em sabedoria.

(Cardeal Joseph Ratzinger em ‘O sal da terra’, pág. 55)

O Evangelho do dia 10 de junho de 2017 (fora de Portugal)

Dizia-lhes ainda nos Seus ensinamentos: «Guardai-vos dos escribas, que gostam de andar com roupas largas, de serem saudados nas praças e de ocuparem as primeiras cadeiras nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes, que devoram as casas das viúvas, sob o pretexto de longas orações. Serão julgados com maior rigor». Estando Jesus sentado defronte do cofre das esmolas, observava como o povo deitava ali dinheiro. Muitos ricos deitavam em abundância. Tendo chegado uma pobre viúva, lançou duas pequenas moedas, que valem um quarto de um asse. Chamando os Seus discípulos, disse-lhes: «Em verdade vos digo que esta pobre viúva deu mais que todos os outros que deitaram no cofre, porque todos os outros deitaram do que lhes sobrava, ela porém deitou do seu necessário tudo o que possuía, tudo o que tinha para viver».

Mc 12, 38-44

O Evangelho do dia 10 de junho de 2017 - Santo Anjo da Guarda de Portugal

Naquela mesma região, havia uns pastores que velavam e faziam de noite a guarda ao seu rebanho. Apareceu-lhes um anjo do Senhor e a glória do Senhor os envolveu com a sua luz e tiveram grande temor. Porém, o anjo disse-lhes: «Não temais, porque vos anuncio uma boa nova, que será de grande alegria para todo o povo: Nasceu-vos hoje na cidade de David um Salvador, que é o Cristo, o Senhor. Eis o que vos servirá de sinal: Encontrareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura». E subitamente apareceu com o anjo uma multidão da milícia celeste louvando a Deus e dizendo: «Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens, objecto da boa vontade de Deus».

Lc 2, 8-14