segunda-feira, 10 de abril de 2017

Reflexões Quaresmais

Quaresma – 40ª Reflexão

Senhor, entramos hoje na Semana Santa, na Semana Maior, aquela que nos leva e faz viver a Tua Paixão, Morte e Ressurreição.

Muitos de nós, (e talvez cada um de nós em determinados momentos), apenas quer viver a Tua Ressurreição, e outros de nós, (e talvez cada um de nós em determinados momentos), apenas se quer manter na Tua Morte e Ressurreição.
E, no entanto, a Tua Paixão e Morte, carecem de sentido sem a Ressurreição.
E seria preciso o Teu sacrifício e entrega total, Senhor?

A verdade é que desde o Teu Natal que tudo vai levando à Tua entrega na Cruz, que leva à Ressurreição.
Apesar de todos os sinais, de todos os milagres, de todos os prodígios, eles, (aqueles que Te seguiam), continuavam sem entender e mesmo na Última Ceia continuavam a perguntar-se qual deles seria o maior, o mais importante, quando é que farias Tu, Senhor, a Sua vontade e não a vontade de Deus!

E nós que Te seguimos agora, neste tempo, continuamos sem entender também quando nos dizes que temos de “nascer de novo”, que temos de “nascer do Alto”, que temos de “perder a nossa vida para a salvar”, porque continuamos à espera que o Teu Reino seja afinal o reino das nossas vontades.

Temos a verdade à nossa frente, mas, como Pilatos, continuamos a perguntar - “quid est veritas?” – e Tu, Senhor, continuas a responder-nos com a Tua Paixão, Morte e Ressurreição.

Queria, Senhor, quero entrar em mim nesta Semana Santa, fazer silêncio de tudo na minha vida, e deixar-me amar por Ti, deixar-me guiar pelo Teu Espírito Santo, envolvido no amor do Pai, e por isso peço-Te:
Ensina-me e ajuda-me, Senhor, a “nascer de novo”, a “nascer do Alto”, a “perder a minha vida para a salvar”, por Ti, para Ti e em Ti.
Ajuda-me, Senhor, a entender e a viver verdadeiramente a Verdade que és Tu, Senhor.

Nas Tuas mãos, Senhor, me entrego, para contigo morrer e ressuscitar!

Marinha Grande, 21 de Março de 2016

Joaquim Mexia Alves na sua página no Facebook

VIA SACRA

xi estação

jesus é pregado na cruz

Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!

Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.


Finalmente chegou o momento para o qual nasceste em Belém, naquela gruta.

O meu Senhor, é estendido sobre o madeiro que transportou sobre os ombros em chaga.

As pancadas do martelo soam, cavas e terríveis, no coração de quantos as ouvem, diariamente, desde há dois mil anos.

Debruçam-se curiosos, alguns dos que, desde a casa de Pilatos, Te seguiram pela Via Dolorosa.

Esperam em vão um queixume, um gesto de revolta, ou talvez, uma súbita reacção do homem que ainda há poucos dias, sabiam-no, imperava aos ventos e às tempestades ou alimentava multidões com uns poucos de pães e alguns peixes.

O Senhor, abre gentilmente os braços ao madeiro que O espera.
Todo o Seu corpo estremece quando os grossos pregos Lhe trespassam a carne, mas, da Sua boca, não sai um lamento.

E o meu Senhor ali fica; todo o Seu Corpo distendido, preso pelos cravos dos pulsos e dos pés, de braços abertos entre o Céu e a Terra.

Todos têm de O ver, de todos atrai o olhar.[1]

Aos Seus pés, Sua Mãe, esmagada pela dor; João o discípulo amado, as amigas de sempre: Marta, Madalena, Maria, olham sem acreditar, por entre as lágrimas, o seu doce Rabi, exangue e morrendo.

Oh Senhor!

Como é possível que tal aconteça?

Quem pôde fazer tal coisa?

Os meus pecados, as minhas faltas levaram-te até aí, a esse lugar onde agora estás, a esse madeiro pregado.

Não mais, Senhor, não mais voltarei a ofender-te não mais Te farei reviver tal imolação.

Com o coração a sangrar de dor e profundamente agradecido aceito o Teu sublime sacrifício, beijo os Teus pés chagados e abraço-me a essa Cruz onde me redimes e me salvas.

PN, AVM, GLP.
Senhor: Tem piedade de nós



[1] Cfr. Jo 12,32, Et ego, si exaltatus fuero a terra, omnia traham ad meipsum

São Josemaría Escrivá nesta data em 1932

“Um pequeno ato, feito por Amor, quanto não vale!”, escreve nesta data.

O Evangelho do dia 10 de abril de 2017

Seis dias antes da Páscoa, Jesus foi a Betânia, onde se encontrava Lázaro, que Jesus tinha ressuscitado. Ofereceram-Lhe lá uma ceia. Marta servia, e Lázaro era um dos que estavam à mesa com Ele. Então, Maria tomou uma libra de perfume feito de nardo puro de grande preço, ungiu os pés de Jesus e Os enxugou com os seus cabelos; e a casa encheu-se com o cheiro do perfume. Judas Iscariotes, um dos Seus discípulos, aquele que O havia de entregar, disse: «Porque não se vendeu este perfume por trezentos denários para se dar aos pobres?». Disse isto, não porque se importasse com os pobres, mas porque era ladrão e, tendo a bolsa, roubava o que nela se deitava. Mas Jesus respondeu: «Deixa-a; ela reservou este perfume para o dia da Minha sepultura; porque pobres sempre os tereis convosco, mas a Mim nem sempre Me tereis». Uma grande multidão de judeus soube que Jesus estava ali e foi lá, não somente por causa de Jesus, mas também para ver Lázaro, a quem Ele tinha ressuscitado dos mortos. Os príncipes dos sacerdotes deliberaram então matar também Lázaro, porque muitos judeus, por causa dele, se afastavam e acreditavam em Jesus. 

Jo 12, 1-11