sexta-feira, 7 de abril de 2017

Reflexões Quaresmais

Quaresma – 37ª Reflexão

Chego-me a Ti, Senhor, e pergunto-Te:
Senhor, porque é que à medida que me vou aproximando de Ti, o caminho não me parece mais fácil, mas sempre mais exigente?

Dás-me o braço e, caminhando comigo, vais-me dizendo:
Sabes, meu filho, não é uma questão de ser mais fácil ou difícil, de ser mais ou menos exigente.
Repara que Eu nada te exijo, pois dou-te inteira liberdade. És tu mesmo que vais constatando as tuas fraquezas, os teus problemas, os teus vícios, sobretudo aqueles que antes para ti nada significavam e agora incomodam a tua vida, e o caminho que queres fazer.
Se vires uma obra de arte na escuridão ou na penumbra, não consegues perceber se ela tem imperfeições ou defeitos, mas se a aproximares da luz, se a expuseres à luz, vais perceber todas as imperfeições, todos os defeitos que ela contém, até porque a vais conhecendo cada vez melhor.
Assim acontece contigo. À medida que te vais aproximando de Mim, que sou a Luz, vais-te conhecendo cada vez melhor e assim vais descobrindo todas as fraquezas, todos os problemas, todos os vícios, que antes não conseguias ver.
E, por isso mesmo, porque percebes que é em Mim que encontras a vida e a felicidade, vais exigindo de ti cada vez mais, para corrigires, (por Minha graça), por vezes com grande luta e sacrifício, o caminho para a perfeição, para assim praticares a Minha Palavra: «Sede perfeitos, como o vosso Pai Celeste é perfeito».
Porque sabes, meu filho, todos os outros e tu, são as minhas “obras de arte “!

Achego-me ainda mais a Ti e peço-Te:
Dá-me força, Senhor, e discernimento, para encontrar e corrigir todas as minhas fraquezas, todos os meus problemas, todos os meus vícios.
E muda, Senhor, transforma, converte, abate as barreiras, as incertezas, a incredulidade, que existam na vida que me deste e modela-a segundo a Tua vontade.
Eu quero ser, Senhor, uma Tua “obra de arte”, não para meu orgulho ou vaidade, mas para Te servir melhor, sempre para a Tua maior glória.

Obrigado, Senhor, pela “obra de arte” que fizeste de cada um de nós, frutos do Teu infinito amor.

Monte Real, 18 de Março de 2016

Joaquim Mexia Alves na sua página no Facebook

Carta do Prelado (5 de abril de 2017)

Queridíssimos: que Jesus me guarde as minhas filhas e os meus filhos!
Aproxima-se a Semana Santa. Procuremos viver intensamente os próximos dias, de modo a podermos dizer sempre de novo com S. Paulo: mihi vivere Christus est! para mim, viver é Cristo! (cfr. Fl 1, 21). O Senhor não é apenas um exemplo para nós. Lembro-me de um comentário do Papa: «Sempre me chamou muito a atenção que o Papa Bento XVI dissesse que a fé não é uma teoria, uma filosofia, uma ideia: é um encontro. Um encontro com Jesus»[1]. Para nós, viver é Cristo. E se às vezes, por debilidade, cansaço, ou por tantas circunstâncias da vida, perdemos de vista esta realidade, Ele está sempre à nossa espera e até Se faz encontrar pelos que não O procuram[2].
Ler o Evangelho com afeto ajuda-nos a crescer na amizade com Jesus, «da qual tudo depende»[3]a procurá-Lo, encontrá-Lo, ganhar intimidade com Ele, amá-Lo[4]. Ao contemplar a vida do Senhor, Deus sempre nos surpreenderá com luzes novas. Mesmo que às vezes possa parecer que essa leitura não deixa rasto, hão de vir mais tarde aos lábios ou ao pensamento as palavras de Jesus, as Suas reações e os Seus gestos, que iluminam as situações comuns ou menos comuns da nossa vida. Trata-se de – e é um dom que peço ao Senhor para todos – respirarmos com o Evangelho, com a Palavra de Deus. Para isso, ajudam-nos tantos bons comentários sobre a Sagrada Escritura, nos escritos de S. Josemaria, e também em muitos outros textos: vidas de Cristo, escritos dos Padres da Igreja, etc.
O recente Congresso Geral insistiu na centralidade de Jesus Cristo: apaixona-nos que, nesta grande catequese que a Obra é, tudo gire cada vez mais à volta da Sua Pessoa[5]. Com o desejo de nos metermos a fundo no Evangelho, ao dar palestras, aulas, meditações, ou ao falar sobre a vida cristã com as pessoas amigas, haveis de transmitir com mais clareza a grande notícia do amor de Deus por cada um. S. Ambrósio dizia: «Recolhe a água de Cristo (...). Enche o teu interior com essa água, para que o teu solo fique bem humedecido (...). E uma vez repleto, regarás os outros»[6]. Peço a Santa Maria que nos ensine a guardar e a ponderar no nosso coração, como ela, tudo o que se refere a Jesus (cfr. Lc 2, 19), para que caminhemos e ajudemos os outros a caminhar, cada um onde Deus o chama por caminhos de contemplação.
Embora ainda seja recente a carta que vos escrevi com as conclusões do Congresso Geral, talvez tenhais sentido a falta, no mês passado, de uma carta do Padre. Depois de o considerar com calma e de consultar a Assessoria Central e o Conselho Geral, pareceu-me oportuno comunicar-me convosco alternando cartas com mensagens mais breves, que vos farei chegar através do site da Obra, agora que a internet é mais um meio para estarmos unidos.
Na semana da Páscoa vou fazer uma breve viagem pastoral à Irlanda: acompanhai-me com a vossa oração. E não deixeis de rezar pelos 31 fiéis da Prelatura que vão receber a ordenação sacerdotal no próximo dia 29. Por último, quero agradecer-vos a proximidade que me manifestais com as vossas cartas e com a vossa oração. Também a minha, por cada uma e cada um, vos acompanha sempre.
Desejando-vos uma feliz Páscoa da Ressurreição, abençoa-vos com todo o afeto o vosso Padre,

Roma, 5 de abril de 2017


[1] Francisco, Homilia, 28-XI-2016.
[2] S. Josemaria, Homilia «Sacerdote para a eternidade» (13-IV-1973), em Amar a Igreja, Edições Prumo 1990, p. 73.
[3] Bento XVI, Jesus de Nazaré, A Esfera dos Livros 2007, p. 13.
[4] S. Josemaria, Amigos de Deus, n. 300.
[5] Cfr. Carta, 14-II-2017, n. 8.
[6] S. Ambrósio, Epístola 2, 4 (PL 16, 880).

VIA SACRA

IX ESTAÇÃO

jesus cai pela terceira vez

Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!

Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.

Mais uma vez as Tuas forças cederam e Tu, o Rei dos Reis, cais por terra.

Estás tão débil, tão esgotado que os soldados temem que não consigas chegar ao local da Crucifixão. E ajudam-te a levantar.

Não por compaixão ou piedade mas porque têm pressa de acabar com tudo antes do entardecer.

E Tu, num esforço tremendo, levantas-te outra vez.

Pouco falta agora. Em breve tudo se consumará.

Estes últimos metros que Te separam ainda do local do supremo sacrifício, parecem desmedidos.

Cada passo é um espasmo de dor; mas Tu, sempre sem um queixume, segues o Teu Caminho.

Também eu caí outra vez... e outra ainda.

Não três vezes, como Tu, meu Deus, mas muitas vezes.

Ah Senhor! Eu não quero cair mais nenhuma vez, mas conhecendo-me fraco e pusilânime, peço-te o Teu auxílio para me levantar sempre, custe o que custar.

A minha cruz também é pesada, mas com o peso das minhas próprias faltas, dos meus pecados, das minhas desistências, do meu orgulho, dos meus excessos, da minha concupiscência.

A Tua Cruz pesa muitíssimo mais e, no entanto, não há nela nada que seja Teu, todo, mas todo o seu peso esmagador, é o resultado dos pecados de toda a humanidade.

Quiseste que Te visse cair sob o seu peso, para me ensinares que posso levar a minha cruz, não obstante as quedas frequentes, as dificuldades e o esforço que implica.

No fim, estarás Tu para me tomares a cruz definitivamente e acolheres-me junto de Ti para todo o sempre.

PN, AVM, GLP.

Senhor: Tem piedade de nós

São Josemaría Escrivá nesta data em 1970

Reza ante a imagem de Nossa Senhora de Torreciudad, onde o haviam levado os pais quando tinha dois anos, em acção de graças por ter sido curado de uma grave doença. No livro de visitantes escreve: “Minha Mãe e minha Senhora de Torreciudad, Rainha dos Anjos, monstra te esse Matrem e torna-nos bons filhos, filhos fiéis”.

A oração arma de conversão mesmo quando nos parece uma ilusão

Compreensivelmente estamos mais atentos aos cristão martirizados, mas infelizmente o EI e seus seguidores exercem a sua brutal e horrenda violência sobre muitos outros seres humanos que não são cristãos.

Chegam-nos diariamente notícias terríveis de enorme violência sobre mulheres, idosos e crianças e é tal o volume de informação sobre a violência exercida que momentaneamente chegamos a interrogarmo-nos sobre a sua autenticidade.

O Papa Francisco alerta-nos para o risco da indiferença que devemos combater com oração e nunca deixarmos a nossa indignação transformar-se em ódio. Não que seja fácil, mas não o tenhamos dúvidas que é isso que Deus nos pede, que rezemos, que nos preocupemos, que Lhe peçamos pelas vítimas e pelo arrependimento dos seus algozes e não nos pede que o façamos "já agora", não definitivamente não devemos fazê-lo com ardor, veemência e sobretudo com muita fé.

Termino reafirmando a mais profunda e sincera convicção, que as nossas orações, as nossas ações e forma de viver testemunhando a retidão, a ética e a verdade são o melhor antídoto e a melhor forma para travar tantas atrocidades, parece utópico, mas como Jesus nos ensinou com a fé conseguimos mover montanhas (cfr. Mt 17, 20).

Paz!

JPR

O Evangelho do dia 7 de abril de 2017

Os judeus, então, pegaram em pedras para O apedrejarem. Jesus disse-lhes: «Tenho-vos mostrado muitas obras boas que fiz por virtude de Meu Pai; por qual destas obras Me apedrejais?». Os judeus responderam-Lhe: «Não é por causa de nenhuma obra boa que Te apedrejamos, mas pela blasfémia, porque sendo homem, Te fazes Deus». Jesus respondeu-lhes: «Não está escrito na vossa Lei: “Eu disse: Vós sois deuses”? Se ela chamou deuses àqueles a quem a palavra de Deus foi dirigida, e a Escritura não pode ser anulada, a Mim, a Quem o Pai santificou e enviou ao mundo, vós dizeis: Tu blasfemas!, por Eu ter dito: Sou Filho de Deus? Se Eu não faço as obras de Meu Pai, não Me acrediteis; mas se as faço, mesmo que não queirais crer em Mim, crede nas Minhas obras, para que saibais e reconheçais que o Pai está em Mim, e Eu no Pai». Então os judeus procuravam novamente prendê-l'O, mas Ele escapou-Se das suas mãos. Retirou-Se novamente para o outro lado do Jordão, para o lugar em que João tinha começado a baptizar; e ficou lá. Foram muitos ter com Ele e diziam: «João não fez nenhum milagre, mas tudo o que disse d'Este era verdade». E muitos acreditaram n'Ele.

Jo 10, 31-42