terça-feira, 21 de março de 2017

Reflexões Quaresmais

Quaresma – 20ª Reflexão

Entro no meu coração, Senhor, e nada encontro daquilo que queres que eu hoje reflicta neste meu caminho quaresmal.

Chamas-me pelo meu nome e dizes-me para caminhar ao Teu lado:
Hoje, meu filho, quero apenas que passes o dia comigo, gozando da minha companhia e Eu da tua.
Sabes como são importantes aqueles momentos em que os namorados dão as mãos e se ficam a olhar longamente, como para melhor se conhecerem, para melhor se amarem?
Eu já te conheço em tudo e sempre, e já te amo com amor eterno, por isso hoje quero que tu me dês as mãos também, olhes para Mim longamente, que caminhes ao meu lado em silêncio, gozando apenas a Minha presença, e assim Me possas conhecer melhor, agora não pela só razão, mas com o coração, com o sentimento, com a emoção de saberes que Eu estou aqui sempre em ti e contigo.

Faço silêncio, dou-Lhe as mãos e peço baixinho:
Obrigado, Senhor, faz-me sentir a Tua presença na vida que me deste, e mesmo que Eu não Te sinta, (por qualquer razão que agora não posso perceber), aumenta o meu amor por Ti, para que Te ame cada vez mais e cada vez mais melhor Te conheça.

É bom, Senhor, muito bom, caminhar contigo de mãos dadas.

Monte Real, 1 de Março de 2016

Joaquim Mexia Alves na sua página no Facebook

QUARESMA 2017

Sigo o caminho do deserto da Quaresma.

Sempre ao encontro de Cristo em mim, para que o Espírito Santo me vá mostrando caminho no amor do Pai.

A pedra no meu caminho, tem hoje escrito: Perdão!

Tu és um homem de perdão, diz-me o “outro”, não ligues a esta pedra.
Eu sei o que ele quer, por isso não lhe ligo e sento-me na pedra.

Sim, realmente, se pensar na minha vida hoje em dia, tudo faço para perdoar ofensas antigas e para pedir perdão pelas ofensas que cometi, embora nem sempre seja fácil.
O Senhor ensinou-me a rezar por aqueles que me ofenderam ou eu ofendi, e essa tem sido a melhor maneira de perdoar e recordar tudo sem mágoa e ressentimento.

Mas, e o perdão àqueles que não me ofendem directamente, que ofendem, por exemplo, a minha espiritualidade, a fé cristã, ofendem a humanidade, praticando actos terríveis contra outros, contra populações ou comunidades inteiras?
É tão “fácil” classificá-los de inumanos, de “animais irracionais”, de tudo e mais alguma coisa.
É tão “fácil” desejar quase a sua morte, como castigo pelas atrocidades que cometem contra outros.
Mas não são eles homens como eu, criados por Deus também?
E todos eles serão conscientes, verdadeiramente conscientes do mal que fazem?
Só muita oração, por eles, pelo seu encontro com uma consciência humana bem formada, pelas suas vitimas, e por mim próprio, para que Deus consiga que eu veja neles, apesar de todo o mal, a Sua criação, e assim sendo, sempre o possível arrependimento, emenda e salvação, visto que Cristo morreu por todos, mesmo por todos e por cada um em particular.

Ah, Senhor, obrigado por me teres feito sentar nesta pedra do “perdão”, na qual preciso meditar muito tempo, antes de me levantar para prosseguir caminho.

Ajuda-me a perceber e a viver que o “perdão” vem de Ti, mas que também parte da nossa vontade, para podermos perdoar fazendo a Tua vontade.

Monte Real, 21 de Março de 2017

Joaquim Mexia Alves

VIA SACRA

V estação
  
Simão de cirene ajuda jesus a levar a cruz

Nós Vos adoramos e bendizemos oh Jesus!
Que pela Vossa Santa Cruz remistes o mundo.


Onde estava eu, Senhor, onde estava eu quando procuravam alguém para Te ajudar a levar a Cruz?

Deveria estar ali, na primeira fila, à espera de ser chamado.

Mas não, estava muito atrás, disfarçado no meio da turba.

Não quis envolver-me no Teu suplício, tive medo de fazer-me notado.

Porque Tu, Senhor, escolhes quem, quando e como queres.

O Cireneu vinha de um campo, passava, portanto.

Estivera a trabalhar e, agora, de regresso a casa, vê aquele ajuntamento e acerca-se curioso para ver o que se passa.

E é logo "apanhado" por Ti:

- Tu, Simão, vem e ajuda-me a carregar esta Cruz!

Obedecendo, sem o saberem, a este convite Teu, os soldados descobrem o Cireneu e compelem-no a cumprir a tarefa que lhe estava destinada desde sempre.

Simão ainda não o sabe, mas Jesus dá-lhe a maior honra que poderia dar a qualquer homem:

Ajudar o Senhor a carregar a Cruz da salvação da humanidade.

Tinha de ser um desconhecido... porque, os outros, os amigos, os discípulos, até os parentes... não estava ali nenhum.

Eu, que não sou Simão nem estou nunca no momento preciso, na ocasião necessária, disponível para o que Deus quiser de mim; eu que estou apressado, ocupadíssimo com as minhas coisas, às voltas e reviravoltas com a minha cruz, não tenho tempo para ajudar o meu Senhor.

E Ele precisa que O ajudem.

Está cansado, ferido, triste e a Cruz cada vez pesa mais.

Deixa-me pedir-te ajuda para me transformar em Simão de Cirene, disponível e solícito, desprendido de mim mesmo, atento às inspirações que constantemente insinuas na minha alma.

PN, AVM, GLP.


Senhor: Tem piedade de nós

São Josemaría Escrivá nesta data em 1964

Tiram-lhe uma fotografia enquanto celebra a Santa Missa. No ponto 438 de Forja fica expressa a sua devoção na celebração do sacrifício do Altar: “É tanto o amor de Deus pelas suas criaturas, e deveria ser tanta a nossa correspondência que, ao celebrar a Santa Missa deviam parar os relógios”.

O Evangelho do dia 21 de março de 2017

Então, aproximando-se d'Ele Pedro, disse: «Senhor, até quantas vezes poderá pecar meu irmão contra mim, que eu lhe perdoe? Até sete vezes?». Jesus respondeu-lhe: «Não te digo que até sete vezes, mas até setenta vezes sete. «Por isso, o Reino dos Céus é comparável a um rei que quis fazer as contas com os seus servos. Tendo começado a fazer as contas, foi-lhe apresentado um que lhe devia dez mil talentos. Como não tivesse com que pagar, o seu senhor mandou que fosse vendido ele, a mulher, os filhos e tudo o que tinha, e se saldasse a dívida. Porém, o servo, lançando-se-lhe aos pés, suplicou-lhe: “Tem paciência comigo, eu te pagarei tudo”. E o senhor, compadecido daquele servo, deixou-o ir livre e perdoou-lhe a dívida. «Mas este servo, tendo saído, encontrou um dos seus companheiros que lhe devia cem denários e, lançando-lhe a mão, sufocava-o dizendo: “Paga o que me deves”. O companheiro, lançando-se-lhe aos pés, suplicou-lhe: “Tem paciência comigo, eu te pagarei”. Porém ele recusou e foi mandá-lo meter na prisão, até pagar a dívida. «Os outros servos seus companheiros, vendo isto, ficaram muito contristados e foram referir ao seu senhor tudo o que tinha acontecido. Então o senhor chamou-o e disse-lhe: “Servo mau, eu perdoei-te a dívida toda, porque me suplicaste. Não devias tu também compadecer-te do teu companheiro, como eu me compadeci de ti?”. E o seu senhor, irado, entregou-o aos guardas, até que pagasse toda a dívida. «Assim também vos fará Meu Pai celestial, se cada um não perdoar do íntimo do seu coração ao seu irmão»

Mt 18,21-35