sexta-feira, 30 de junho de 2017

DIÁLOGOS COM O SENHOR DEUS

Senhor, de dentro de mim vem esta vontade de escrever, de colocar no papel aquilo que sinto por Ti, ou apenas conversar e ouvir-Te, mas parece que estou “seco”, frio, sem pensamentos ordenados que expressem o que vivo.

Tens-Me procurado na Eucaristia, Joaquim?

Oh, Senhor, não tanto como preciso, não tanto como devo, não tanto como Te amo!

E, no entanto, tens-me ali, a dois passos de tua casa, não é verdade?

Sim, Senhor, é verdade! Conta-se por segundos o tempo que posso demorar a chegar a Ti, na Eucaristia.

Lembras-te do esforço, dos perigos que tantos correm, nos lugares onde são perseguidos, para chegar até Mim na Eucaristia?

Mais uma vez é verdade, Senhor! E eu sem nada que temer, nem caminhos de risco para percorrer!

Meu filho, aqueles que amam precisam de se procurar, de se encontrar, de se entregar, para cada vez mais conhecerem e fortalecerem o amor que os une.
Eu, meu filho, amo-te incondicionalmente, mas tu, fraco como és humanamente, precisas de Me procurar, de Me encontrar, em todo o tempo e espaço, mas sobretudo na Eucaristia, para melhor Me conheceres, sentires, viveres e assim melhor Me amares, para com o meu amor melhor poderes amar os outros.

Baixo a minha cabeça, o meu olhar para Ti, Senhor, porque a minha preguiça me envergonha!
Hoje recomeço, porque em Ti, tudo é sempre novo!
Obrigado, Senhor!

Monte Real, 30 de Junho de 2017

Joaquim Mexia Alves

São Josemaría sobre a comemoração dos primeiros mártires romanos

Comemoração dos primeiros mártires romanos. “Para seguir os passos de Cristo, o apóstolo de hoje não vem reformar nada, e menos ainda desentender-se da realidade histórica que o rodeia… Basta-lhe actuar como os primeiros cristãos, vivificando o ambiente”.

O Evangelho do dia 30 de junho de 2017

Tendo Jesus descido do monte, seguiu-O uma grande multidão. E eis que, aproximando-se um leproso, se prostrou, dizendo: «Senhor, se Tu quiseres, podes curar-me». Jesus, estendendo a mão, tocou-o, dizendo-lhe: «Quero, sê curado». E logo ficou curado da sua lepra. E Jesus disse-lhe: «Vê, não o digas a ninguém, mas vai, mostra-te ao sacerdote, e faz a oferta que Moisés preceituou em testemunho da tua cura».

Mt 8, 1-4

quinta-feira, 29 de junho de 2017

Homilia Eucaristia Solenidade dos Apóstolos S. Pedro e S. Paulo

A liturgia de hoje oferece-nos três palavras que são essenciais para a vida do apóstolo: confissão, perseguição, oração.

A confissão é a que ouvimos dos lábios de Pedro no Evangelho, quando a pergunta do Senhor, de geral, passa a particular. Com efeito Jesus, primeiro, pergunta: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?» (Mt 16, 13). Desta «sondagem» resulta, de vários lados, que o povo considera Jesus um profeta. E então o Mestre coloca aos discípulos a pergunta verdadeiramente decisiva: «E vós, quem dizeis que Eu sou?» (16, 15). Agora responde apenas Pedro: «Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo» (16, 16). Esta é a confissão: reconhecer em Jesus o Messias esperado, o Deus vivo, o Senhor da nossa própria vida.

Hoje, Jesus dirige esta pergunta vital a nós, a todos nós e, de modo particular, a nós Pastores. É a pergunta decisiva, face à qual não valem respostas de circunstância, porque está em jogo a vida: e a pergunta da vida pede uma resposta de vida. Pois, de pouco serve conhecer os artigos de fé, se não se confessa Jesus como Senhor da nossa própria vida. Hoje Ele fixa-nos nos olhos e pergunta: «Quem sou Eu para ti?» Como se dissesse: «Sou ainda Eu o Senhor da tua vida, a direção do teu coração, a razão da tua esperança, a tua confiança inabalável?» Com São Pedro, também nós renovamos hoje a nossa opção de vida como discípulos e apóstolos; passamos novamente da primeira à segunda pergunta de Jesus, para sermos «seus» não só por palavras, mas com os factos e a vida.

Perguntemo-nos se somos cristãos de parlatório, que conversamos sobre como andam as coisas na Igreja e no mundo, ou apóstolos em caminho, que confessam Jesus com a vida, porque O têm no coração. Quem confessa Jesus, sabe que está obrigado não apenas a dar conselhos, mas a dar a vida; sabe que não pode crer de maneira tíbia, mas é chamado a «abrasar» por amor; sabe que, na vida, não pode «flutuar» ou reclinar-se no bem-estar, mas deve arriscar fazendo-se ao largo, apostando dia-a-dia com o dom de si mesmo. Quem confessa Jesus, faz como Pedro e Paulo: segue-O até ao fim; não até um certo ponto, mas até ao fim, e segue-O pelo seu caminho, não pelos nossos caminhos. O seu caminho é o caminho da vida nova, da alegria e da ressurreição, o caminho que passa também através da cruz e das perseguições.

E aqui temos a segunda palavra: perseguições. Não foram só Pedro e Paulo que deram o sangue por Cristo, mas, nos primeiros tempos, toda a comunidade foi perseguida, como nos recordou o livro dos Atos dos Apóstolos (cf. 12, 1). Também hoje, em várias partes do mundo, por vezes num clima de silêncio – e, não raro, um silêncio cúmplice –, muitos cristãos são marginalizados, caluniados, discriminados, vítimas de violências mesmo mortais, e não raro sem o devido empenho de quem poderia fazer respeitar os seus direitos sagrados.

Entretanto queria salientar sobretudo aquilo que o apóstolo Paulo afirma antes: «estou pronto – escreve ele – para oferecer-me como sacrifício» (2 Tim 4, 6). Para ele, viver era Cristo (cf. Flp 1, 21), e Cristo crucificado (cf. 1 Cor 2, 2), que deu a vida por ele (cf. Gal 2, 20). E assim Paulo, como discípulo fiel, seguiu o Mestre, oferecendo também ele a vida. Sem a cruz, não há Cristo; mas, sem a cruz, não há sequer o cristão. De facto, «é próprio da virtude cristã não só fazer o bem, mas também saber suportar os males» (Agostinho, Sermão 46, 13), como Jesus. Suportar o mal não é só ter paciência e prosseguir com resignação; suportar é imitar Jesus: é carregar o peso, levá-lo aos ombros por amor d’Ele e dos outros. É aceitar a cruz, prosseguindo confiadamente porque não estamos sozinhos: o Senhor crucificado e ressuscitado está connosco. Deste modo podemos dizer, com Paulo, que «em tudo somos atribulados, mas não esmagados; confundidos, mas não desesperados; perseguidos, mas não abandonados» (2 Cor 4, 8-9).

Suportar é saber vencer com Jesus e à maneira de Jesus, não à maneira do mundo. É por isso que Paulo se considera – como ouvimos – um vencedor que está prestes a receber a coroa (cf. 2 Tim 4, 8), escrevendo: «Combati o bom combate, terminei a corrida, conservei a fé» (4, 7). A única conduta do seu bom combate foi viver para: não para si próprio, mas para Jesus e para os outros. Viveu «correndo», isto é, sem se poupar, antes pelo contrário consumando-se. Há uma coisa que ele diz que conservou: não a saúde, mas a fé, isto é, a confissão de Cristo. Por amor d’Ele viveu as provações, as humilhações e os sofrimentos, que nunca se devem procurar, mas aceitar. E assim, no mistério do sofrimento oferecido por amor, neste mistério que muitos irmãos perseguidos, pobres e doentes encarnam também hoje, resplandece a força salvífica da cruz de Jesus.

A terceira palavra é oração. A vida do apóstolo, que brota da confissão e desagua na oferta, flui dia-a-dia na oração. A oração é a água indispensável que alimenta a esperança e faz crescer a confiança. A oração faz-nos sentir amados, e permite-nos amar. Faz-nos avançar nos momentos escuros, porque acende a luz de Deus. Na Igreja, é a oração que nos sustenta a todos e nos faz superar as provações. Vemo-lo na primeira Leitura: «Enquanto Pedro estava encerrado na prisão, a Igreja orava a Deus, instantemente, por ele» (At 12, 5). Uma Igreja que ora, é guardada pelo Senhor e caminha na companhia d’Ele. Orar é entregar-Lhe o caminho, para que o tome ao seu cuidado. A oração é a força que nos une e sustenta, o remédio contra o isolamento e a autossuficiência que levam à morte espiritual. Com efeito, o Espírito de vida não sopra, se não se reza; e, sem a oração, não se abrem as prisões interiores que nos mantêm prisioneiros.

Que os Santos Apóstolos nos obtenham um coração como o deles, fatigado e pacificado pela oração: fatigado, porque pede, bate à porta e intercede, carregado com tantas pessoas e situações que deve confiar a Deus; mas, ao mesmo tempo, pacificado, porque o Espírito traz consolação e fortaleza quando se ora. Como é urgente haver, na Igreja, mestres de oração, mas antes de tudo homens e mulheres de oração, que vivem a oração!

O Senhor intervém quando oramos, Ele que é fiel ao amor que Lhe confessamos e está perto de nós nas provações. Ele acompanhou o caminho dos Apóstolos e acompanhar-vos-á também a vós, queridos Irmãos Cardeais, aqui reunidos na caridade dos Apóstolos que confessaram a fé com o sangue. Ele estará perto também de vós, queridos Irmãos Arcebispos que, ao receberdes o pálio, sereis confirmados na opção de viver para o rebanho imitando o Bom Pastor, que vos sustenta carregando-vos aos ombros. O próprio Senhor, que deseja ardentemente ver todo o seu rebanho reunido, abençoe e guarde também a Delegação do Patriarcado Ecuménico, e o querido Irmão Bartolomeu que a enviou aqui em sinal de comunhão apostólica.

O Evangelho do dia 29 de junho de 2017

Tendo chegado à região de Cesareia de Filipe, Jesus interrogou os Seus discípulos, dizendo: «Quem dizem os homens que é o Filho do Homem?». Eles responderam: «Uns dizem que é João Batista, outros que é Elias, outros que é Jeremias ou algum dos profetas». Jesus disse-lhes: «E vós quem dizeis que Eu sou?». Respondendo Simão Pedro, disse: «Tu és o Cristo, o Filho de Deus vivo». Respondendo Jesus, disse-lhe: «Bem-aventurado és, Simão filho de João, porque não foi a carne e o sangue que to revelaram, mas Meu Pai que está nos céus. E Eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus; e tudo o que ligares sobre a terra, será ligado também nos céus, e tudo o que desatares sobre a terra, será desatado também nos céus».

Mt 16, 13-19

Consistório alocução do Santo Padre

«Jesus seguia à frente deles». Esta é a imagem oferecida pelo Evangelho que escutamos (Mc 10, 32-45) e que serve de cenário também ao ato que estamos a realizar: um Consistório para a criação de alguns novos Cardeais.

Jesus caminha, decididamente, para Jerusalém. Sabe bem o que lá O espera, tendo-o referido várias vezes aos seus discípulos. Mas, entre o coração de Jesus e os corações dos discípulos, há uma distância, que só o Espírito Santo poderá preencher. E Jesus sabe-o; por isso é paciente com eles, conversa abertamente com eles e sobretudo precede-os, segue à frente deles.

Ao longo do caminho, os próprios discípulos estão distraídos por interesses não condizentes com a «direção» de Jesus, com a sua vontade que se identifica com a vontade do Pai. Por exemplo, como escutamos, os dois irmãos, Tiago e João, pensam como seria bom sentar-se à direita e à esquerda do rei de Israel (cf. 10, 37). Não olham para a realidade! Pensam que veem e não veem, que sabem e não sabem, que entendem melhor do que os outros e não entendem…

A realidade, porém, é muito diferente! É a realidade que Jesus tem presente e que guia os seus passos. A realidade é a cruz, é o pecado do mundo que veio tomar sobre Si e extirpar da terra dos homens e das mulheres. A realidade são os inocentes que sofrem e morrem por causa das guerras e do terrorismo; são as escravidões que não cessam de negar a dignidade, mesmo na era dos direitos humanos; a realidade é a dos campos de refugiados, que às vezes lembram mais um inferno do que um purgatório; a realidade é o descarte sistemático de tudo o que já não é útil, incluindo as pessoas.

É isto que Jesus vê, enquanto caminha para Jerusalém. Durante a sua vida pública, manifestou a ternura do Pai, curando todos os que eram oprimidos pelo maligno (cf. At 10, 38). Agora sabe que chegou o momento de Se empenhar a fundo, de arrancar a raiz do mal, e por isso segue resolutamente para a cruz.

Também nós, irmãos e irmãs, caminhamos com Jesus por esta estrada. Falo particularmente para vós, amados novos Cardeais. Jesus «segue à frente de vós» e pede-vos que O sigais decididamente pelo seu caminho. Chama-vos a olhar para a realidade, não vos deixando distrair por outros interesses, por outras perspetivas. Não vos chamou para vos tornardes «príncipes» na Igreja, para vos «sentardes à sua direita ou à sua esquerda». Chama-vos para servir como Ele e com Ele. Para servir ao Pai e aos irmãos. Chama-vos a enfrentar, com um procedimento igual ao d’Ele, o pecado do mundo e as suas consequências na humanidade atual. Seguindo-O a Ele, também vós ides à frente do povo santo de Deus, mantendo o olhar fixo na Cruz e na Ressurreição do Senhor.

Assim, por intercessão da Virgem Mãe, invoquemos com fé o Espírito Santo, para que preencha toda a distância entre os nossos corações e o coração de Cristo, e toda a nossa vida se torne serviço a Deus e aos irmãos.

Audiência (resumo) - Esperança a fortaleza dos mártires

Locutor: Quando lemos a vida dos mártires, de ontem e de hoje, ficamos maravilhados ao ver a fortaleza com que enfrentam as provações. Esta fortaleza é sinal da grande esperança que os animava: nada e ninguém poderia separá-los do amor de Deus que lhes foi dado em Cristo Jesus. Nos tempos de tribulação, devemos crer que Jesus vai à nossa frente e não cessa de acompanhar os seus discípulos. A perseguição não está em contradição com o Evangelho; antes pelo contrário, faz parte dele: se perseguiram o divino Mestre, como podemos esperar que nos seja poupada a luta? Assim, mesmo no meio do turbilhão, o cristão não deve perder a esperança, julgando-se abandonado. Jesus assegura-nos: «Até os cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais!» Como se dissesse: Nenhum dos sofrimentos do homem, nem mesmo os mais íntimos e ocultos, passam despercebidos ou são invisíveis aos olhos de Deus. Deus vê; e, seguramente, protege e resgata-nos do mal. De facto, no nosso meio, há Alguém que é mais forte do que o mal; Alguém que sempre ouve a voz do sangue de Abel que clama da terra. Com esta certeza, os mártires não vivem para si, não combatem para afirmar as próprias ideias e aceitam morrer apenas por fidelidade ao Evangelho. A única forma de vida do cristão é o Evangelho. O martírio não é sequer o ideal supremo da vida cristã, porque, como diz o apóstolo Paulo, acima dele está a caridade, o amor a Deus e ao próximo. Repugna aos cristãos a ideia de que, nos atentados suicidas, aqueles que os fazem se possam chamar «mártires»: naquele desfecho final, não há nada que lembre a atitude dos filhos de Deus. A lógica evangélica aceita, nos cristãos, a prudência e até a esperteza, mas nunca a violência. Para derrotar o mal, não se podem adotar os métodos do mal.

Santo Padre:
Cari pellegrini provenienti dal Brasile e da altri Paesi di lingua portoghese, vi saluto tutti, riconoscente per l’affetto e le preghiere con le quali quotidianamente sorreggete il mio ministero di Successore di Pietro. Alla nostra comune Madre, la Vergine Maria, affido le vostre vite e le vostre famiglie, chiedendo per loro la grazia di crescere nell’intimità col suo divin Figlio, fonte della vera vita.

Locutor: Amados peregrinos vindos do Brasil e doutros países lusófonos, a todos saúdo, agradecido pelo afeto e as orações com que diariamente sustentais o meu ministério de Sucessor de Pedro. À nossa Mãe comum, a Virgem Maria, confio as vossas vidas e famílias, para elas implorando a graça de crescerem na intimidade com o seu divino Filho, fonte da verdadeira vida.

São Josemaría Escrivá nesta data em 1937

“Jesus fala e dos seus lábios sai a parábola da vide e dos sarmentos: o sarmento separado da vide seca, e será deitado ao fogo; e o que está unido à vide sofrerá a poda, “ut fructum plus afferas” - para que dês mais fruto”, diz hoje, comentando uma passagem do Evangelho. No dia seguinte acrescenta: “Porque me lamento também de tudo o que me rodeia e me sucede, das pessoas que estão comigo, dos seus modos, das suas fraquezas, das minhas…? Não sucede assim para meu bem?”

Homilia do Prelado do Opus Dei na Festa de São Josemaria Escrivá

O Prelado do Opus Dei na Basílica de Santo Eugénio (Roma)
HOMILIA NA FESTA DE SÃO JOSEMARIA
Mons. Fernando Ocáriz, prelado do Opus Dei
Basílica de Santo Eugênio, Roma, 26-VI-2017
Nosso coração se enche de alegria e de agradecimento a Nosso Senhor ao recordarmos hoje a mensagem da chamada universal à santidade e ao apostolado, da qual São Josemaria foi porta-voz durante sua vida terrena.
A oração do dia proposta pela liturgia destaca esta verdade proclamada pelo Concílio Vaticano II e, fazendo referência a São Josemaria, acrescenta: “Concedei-nos, por sua intercessão e exemplo, que através do trabalho cotidiano nos identifiquemos com Cristo, vosso Filho”. Esta petição resume, em certo sentido, nosso caminho na terra: parecer-nos cada dia mais com Jesus, por meio de uma atividade tão familiar para nós, que é o trabalho.
O ESPÍRITO SANTO É, NA REALIDADE, O GRANDE PROTAGONISTA DESTE ITINERÁRIO DE SANTIDADE NO COTIDIANO
A luz da fé amplia os horizontes de nosso trabalho: faz-nos ver que o homem foi criado por Deus e colocado “no jardim do Éden para o cultivar e guardar.” (Gen 2,15). A terra é confiada aos homens como um jardim que deve ser cultivado e cuidado cada dia, um ambiente cheio de potencialidades que devemos descobrir e desenvolver para a glória de Deus e para o serviço de nossos irmãos.
O Espírito Santo é, na realidade, o grande protagonista deste itinerário de santidade no cotidiano. Como diz São Paulo aos Romanos: “Recebestes um espírito de filhos adotivos, no qual todos nós clamamos: ‘Abba, ó Pai!'” É um grito, uma oração, que o Espírito Santo põe em nossos lábios e que podemos repetir ao longo do dia, por exemplo quando experimentamos o cansaço em nossa atividade profissional e, ao mesmo tempo, temos que continuar trabalhando. O saber que somos filhos de Deus nos anima a rezar e servir a todos, a não permanecer indiferentes diante de quem sofre por diversas situações como o desemprego ou um trabalho em condições precárias.
ELE ENTRA EM NOSSAS VIDAS DA MESMA FORMA COMO SUBIU À BARCA DE PEDRO E DE SEUS COMPANHEIROS
A luz do Espírito Santo faz com que encontremos Jesus, que sai ao nosso encontro, como saiu para procurar os primeiros discípulos junto ao lago de Genesaré. Ele entra em nossas vidas da mesma forma como subiu à barca de Pedro e de seus companheiros. E a mesma barca, que tinha sido testemunha de um fracasso profissional – uma pesca da que não puderam levar nada – se converte na cátedra do Mestre, no lugar a partir do qual Ele revela os mistérios do Reino de Deus. Mais ainda: nessa mesma barca começa uma aventura sobrenatural, prefigurada pela pesca milagrosa. A presença de Cristo transforma o nosso trabalho, nossa barca velha, no lugar da ação de Deus. E isto pode ser feito com gestos simples mas cheios de caridade: ajudar um colega com que não simpatizamos tanto, mas que precisa de um conselho prático para terminar bem o que está fazendo. Ou, talvez, dedicar uns minutos a uma pessoa, se sabemos que tem necessidade de conversar porque seu rosto reflete certa preocupação.
A PRESENÇA DE CRISTO TRANSFORMA O NOSSO TRABALHO, NOSSA BARCA VELHA, NO LUGAR DA AÇÃO DE DEUS
O Senhor pede que sejamos instrumentos em suas mãos para levar alegria e felicidade a este mundo que tanto o necessita. Dirige-nos o mesmo convite que fez a Pedro: “Avança para águas mais profundas e lança as redes para a pesca” (Lc 5, 4). Desta vez, as redes são jogadas naquele trabalho impregnado pela graça divina para que se transforme num lugar de testemunho cristão, de ajuda sincera a nossos colegas e a todas as pessoas com quem nos relacionamos. Neste sentido, podemos recordar o convite do Papa Francisco: “Quando os esforços para despertar a fé entre os seus amigos parecem inúteis, como a fadiga noturna dos pescadores, lembrem-se que com Jesus tudo muda. A Palavra do Senhor encheu as redes, e a Palavra do Senhor faz eficaz o trabalho missionário dos discípulos”. (Discurso, 22-IX-2013).
O Espírito Santo que habita em nós, se permitirmos a sua ação, nos moverá a remar mar adentro, isto é, a penetrar nesses horizontes apostólicos que são descobertos a cada dia: na família, no ambiente profissional, na relação com nossos amigos e conhecidos. Milagres voltarão a acontecer, como aponta São Josemaria: “Ao sair para o mar com os seus discípulos, Jesus não pensava só nessa pesca, porque, quando Pedro se lança aos seus pés e confessa com humildade: Afasta-te de mim, Senhor, que sou um pecador, Nosso Senhor responde-lhe: Não temas; de hoje em diante, serás pescador de homens. E também nesta nova pesca não há de falhar a plena eficácia divina, pois todo o apóstolo é instrumento de grandes prodígios, apesar das suas misérias pessoais” (Amigos de Deus, n. 261). Porque também nós devemos ser apóstolos, apóstolos no meio do trabalho e de todas as realidades humanas que procuramos levar a Deus.
Nossa Senhora é a Rainha dos Apóstolos. Assim a invocamos na ladainha do Rosário. Peçamos a Ela que nos ensine a colaborar ativamente na missão da Igreja para a salvação do mundo. Este era o desejo que são Josemaria atesourava em seu coração: colocar Cristo no centro e na raiz de cada atividade humana, em união com toda a Igreja: “omnes cum Petro ad Iesum per Mariam!”, todos com Pedro, a Jesus, por Maria!
(Fonte: site do Opus Dei - Brasil)

Relativismo e ética

Prescindir da questão da verdade também liquida a norma ética.

Se não sabemos o que é verdade, também não podemos saber o que é bom e muito menos o que é o bem em sentido absoluto. O bem é substituído pelo "melhor", isto é, pelo cálculo das consequências de uma ação. Na realidade, para dizê-lo sem enfeites, isto significa que o bem é posto de lado, favorecendo-se em seu lugar a categoria do "útil". O homem vive, por assim dizer, com os olhos e os ouvidos fechados à mensagem de Deus no mundo. Mas se compreendermos que a verdade e o bem constituem o coração de toda a cultura, é fácil deduzir as consequências que se seguem da progressiva difusão de semelhante atitude.

(Cardeal Joseph Ratzinger in entrevista a Jaime Antúnez Aldunate)

O Evangelho do dia 28 de junho de 2017

«Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós vestidos de ovelhas, mas por dentro são lobos ferozes. Pelos seus frutos os conhecereis. Porventura se colhem uvas dos espinhos, ou figos dos abrolhos? Assim toda a árvore boa dá bons frutos, e toda a árvore má dá maus frutos. Não pode uma árvore boa dar maus frutos, nem uma árvore má dar bons frutos. Toda a árvore que não dá bons frutos será cortada e lançada ao fogo. Vós os conhecereis, pois, pelos seus frutos.

Mt 7, 15-20

terça-feira, 27 de junho de 2017

São Josemaría Escrivá nesta data em 1933

Escreve durante um retiro espiritual: “Jesus… calado. - Jesus autem tacebat. – Porque falo eu, para contar as minhas penas? Calo-me. – Procurarei a alegria nos desprezos; sempre serão menos daqueles que mereço. Porventura posso perguntar: Quid enim mali feci? - que mal fiz eu?” 

Relativismo

O relativismo converteu-se no problema central da fé na hora atual.

Sem dúvida, já não se apresenta apenas com a sua veste de renúncia resignada ante a imensidão da verdade, mas também como uma posição definida positivamente pelos conceitos de tolerância, conhecimento dialógico e liberdade, conceitos que ficariam limitados se se afirmasse a existência de uma verdade válida para todos.

Por sua vez, apresenta-se como fundamento filosófico da democracia. Esta se edificaria sobre a base de que ninguém pode ter a pretensão de conhecer a verdadeira via, e se alimentaria do facto de que todos os caminhos se reconhecem mutuamente como fragmentos do esforço por atingir o que é melhor. Por isso, esses caminhos teriam de buscar no diálogo algum elemento comum e competir entre si quanto às afirmações que não podem integrar-se numa crença comum a todos. Um sistema de liberdades – dizem-nos - deveria, em essência, ser um sistema de posições que se relacionassem entre si como relativas, e além disso dependentes de situações históricas abertas a novos desenvolvimentos. Uma sociedade liberal seria, assim, uma sociedade relativista; só com essa condição poderia permanecer livre e aberta ao futuro.

(Cardeal Joseph Ratzinger in Conferência durante o encontro de presidentes de comissões episcopais da América Latina para a doutrina da fé, Guadalajara (México), nov. 1996)

O Evangelho do dia 27 de junho de 2017

«Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para que não suceda que eles as calquem com os seus pés, e que, voltando-se contra vós, vos despedacem. «Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles; esta é a Lei e os Profetas. «Entrai pela porta estreita, porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que leva à perdição, e muitos são os que entram por ele. Que estreita é a porta, e que apertado o caminho que leva à Vida, e quão poucos são os que dão com ele! 

Mt 7, 6.12-14

segunda-feira, 26 de junho de 2017

Ser Santo

«Ser santo não significa ser superior aos outros; antes, o santo pode ser muito débil, pode ter cometido tantos erros na sua vida. A santidade é este contacto profundo com Deus, fazer-se amigo de Deus: é deixar agir o Outro, o Único que realmente pode fazer com que o mundo seja bom e feliz. Por conseguinte, se São Josemaría Escrivá fala da chamada de todos a ser santos, parece-me que, em última análise, está a haurir desta sua experiência pessoal de não ter feito sozinho coisas incríveis, mas de ter deixado agir Deus».

(
Joseph Ratzinger - Artigo “L’Osservatore Romano”, 6-X-2002)

Apaixonado…

«O Senhor concede aos santos uma grande humildade. Eles sabem-se pecadores enquanto levam a cabo grandes obras ao serviço da Igreja e das almas. Muitas almas aprenderam de São Josemaría a ter um apaixonado amor à Igreja, aplicando-o às suas situações pessoais».

(D. Javier Echevarría - Homilia no Santuário de Loreto – Março 2008)

O Evangelho do dia 26 de junho de 2017

«Não julgueis, para que não sejais julgados; pois, segundo o juízo com que julgardes, sereis julgados; e com a medida com que medirdes, vos medirão também a vós. Porque olhas tu para a palha que está no olho de teu irmão, e não notas a trave no teu olho? Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar-te do olho uma palha, tendo tu uma trave no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e então verás para tirar a palha do olho de teu irmão.

Mt 7, 1-5

domingo, 25 de junho de 2017

São Josemaría Escrivá nesta data em 1944

Ordenação dos três primeiros sacerdotes do Opus Dei: Álvaro del Portillo, José Luis Músquiz e José María Hernández de Garnica. Neste dia comenta com os seus filhos: “Irão perguntar: o que dizia o Padre no dia da ordenação dos três primeiros? E hão-de responder-lhes: disse-nos: sede homens de oração; homens de oração e homens de oração”.

sábado, 24 de junho de 2017

O Evangelho de Domingo dia 25 de junho de 2017

«Não os temais, pois, porque nada há encoberto que não se venha a descobrir, nem oculto que não venha a saber-se. O que Eu vos digo às escuras, dizei-o às claras e o que é dito ao ouvido, pregai-o sobre os telhados. «Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma. Temei antes aquele que pode lançar a alma e o corpo na Geena. Porventura não se vendem dois passarinhos por uns tostões? E, todavia, nem um só deles cairá no chão sem a permissão de vosso Pai. Até os próprios cabelos da vossa cabeça estão todos contados. Não temais, pois: vós valeis mais que muitos passaritos. «Todo aquele, portanto, que Me confessar diante dos homens, também Eu o confessarei diante do Meu Pai que está nos céus. Porém, quem Me negar diante dos homens, também Eu o negarei diante do Meu Pai, que está nos céus.

Mt 10, 26-33

São Josemaría Escrivá nesta data em 1974

D. Javier Echevarría ajuda-o a colocar o microfone antes de começar um encontro com numerosas pessoas na Argentina. Noutro desses encontros, no dia seguinte, diz: “Semeai a paz e a alegria por toda a parte; não digais nenhuma palavra desagradável a ninguém; recebei bem os que não pensam como vós. Não os maltrateis nunca; sede irmãos de todas as criaturas, semeadores de paz e de alegria”.

O Evangelho do dia 24 de junho de 2017

Completou-se para Isabel o tempo de dar à luz e deu à luz um filho. Os seus vizinhos e parentes ouviram falar da graça que o Senhor lhe tinha feito e congratulavam-se com ela. Aconteceu que, ao oitavo dia, foram circuncidar o menino e chamavam-lhe Zacarias, do nome do pai. Interveio, porém, sua mãe e disse: «Não; mas será chamado João». Disseram-lhe: «Ninguém há na tua família que tenha este nome». E perguntavam por acenos ao pai como queria que se chamasse. Ele, pedindo uma tabuinha, escreveu assim: «O seu nome é João». Todos ficaram admirados. E logo se abriu a sua boca, soltou-se a língua e falava bendizendo a Deus. O temor se apoderou de todos os seus vizinhos, e divulgaram-se todas estas maravilhas por todas as montanhas da Judeia. Todos os que as ouviram as ponderavam no seu coração, dizendo: «Quem virá a ser este menino?». Porque a mão do Senhor estava com ele. Ora o menino crescia e se fortificava no espírito. E habitou nos desertos até ao dia da sua manifestação a Israel.

Lc 1, 57-66.80

sexta-feira, 23 de junho de 2017

São Josemaría Escrivá nesta data em 1946


Chega a Roma pela primeira vez. Conta D. Álvaro del Portillo: “Quando avistou pela primeira vez a cúpula de São Pedro da Via Aurélia, rezou muito comovido um Credo. Tínhamos subalugado alguns quartos de um apartamento no último andar de um edifício da praça de Città Leonina, n. 9, que tinha um terraço de onde se via a Basílica de São Pedro e o Palácio pontifício. Levado pelo seu amor ao Papa, e emocionado por estar tão perto dos seus aposentos, o Padre permaneceu no terraço toda a noite, rezando, sem se importar do cansaço da viagem nem com o seu estado de saúde, nem da tremenda sede que a doença lhe causava, nem com os contratempos da viagem de barco”.

O Evangelho do dia 23 de junho de 2017

Então Jesus, falando novamente, disse: «Eu Te louvo ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e aos prudentes, e as revelaste aos pequeninos. Assim é, ó Pai, porque assim foi do Teu agrado. «Todas as coisas Me foram entregues por Meu Pai; e ninguém conhece o Filho senão o Pai; nem ninguém conhece o Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar. O «Vinde a Mim todos os que estais fatigados e oprimidos, e Eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o Meu jugo, e aprendei de Mim, que sou manso e humilde de coração, e achareis descanso para as vossas almas. Porque o Meu jugo é suave, e o Meu fardo leve».

Mt 11, 25-30

quinta-feira, 22 de junho de 2017

São Josemaría Escrivá nesta data em 1933

Apercebe-se de uma intervenção directa de Deus na sua alma. Numa nota manuscrita deixa escrito o sucedido: “Só, numa tribuna desta igreja do Perpétuo Socorro, procurava fazer oração diante de Jesus Sacramentado exposto na custódia, quando, por um instante e sem chegar a concretizar-se nenhuma razão – não existem -, veio à minha consideração este pensamento muito doloroso: «e se tudo isto é uma mentira, ilusão tua, e estás a perder o tempo… e – o que é pior ainda – o fazes perder a tantos outros?». Foi coisa de segundos, mas como se sofre! Então falei a Jesus, dizendo-lhe: «Senhor (não à letra), se a Obra não é tua, destrói-a agora mesmo, neste momento, de maneira que eu o saiba».

O Evangelho do dia 22 de junho de 2017

Nas vossas orações não useis muitas palavras como os gentios, os quais julgam que serão ouvidos à força de palavras. Não os imiteis, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes que vós Lho peçais. «Vós, pois, orai assim: Pai nosso, que estás nos céus, santificado seja o Teu nome. «Venha o Teu reino. Seja feita a Tua vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso supersubstancial nos dá hoje. Perdoa-nos as nossas dívidas assim como nós perdoamos aos nossos devedores. E não nos deixes cair em tentação, mas livra-nos do mal. «Porque, se vós perdoardes aos homens as suas ofensas, também o vosso Pai celeste vos perdoará. Mas, se não perdoardes aos homens, também o vosso Pai não perdoará as vossas ofensas.

Mt 6, 7-15

quarta-feira, 21 de junho de 2017

Audiência (resumo) - Os Santos companheiros e testemunhas de Esperança

Locutor Os santos são, para nós, testemunhas e companheiros de esperança mostrando-nos que a vida cristã não é um ideal inatingível. São companheiros de nossa peregrinação nesta vida. Compartilharam as nossas lutas e fortalecem a nossa esperança de que o ódio e a morte não têm a última palavra na existência humana. Por isso, invocamos o auxílio dos santos nos sacramentos. No Batismo, os invocamos como irmãos mais velhos que já cruzaram a estrada fatigosa desta vida e encontram-se no abraço de Deus por toda a eternidade. No Matrimônio, eles vêm em socorro dos noivos que, ao assumirem um compromisso por toda a vida, sabem que precisam da graça de Deus para se manterem fiéis. Na Ordenação Sacerdotal, o candidato sabe que conta com a ajuda de todos os que estão no Paraíso para poder suportar o peso da missão que lhe é confiada. De fato, os santos nos lembram que, apesar das nossas fraquezas, a graça de Deus é maior nas nossas vidas. Por isso, devemos manter sempre viva a esperança de ser santos, pois este é o maior presente que podemos dar ao mundo.

Santo Padre Rivolgo un cordiale saluto a tutti i pellegrini di lingua portoghese, in particolare ai fedeli di Jundiaí, São Carlos e Santo André. Cari amici, il mondo ha bisogno di santi e tutti noi, senza eccezioni, siamo chiamati alla santità. Non abbiamo paura! Con l’aiuto di quelli che sono già nel cielo, lasciamoci trasformare dalla grazia misericordiosa di Dio che è più potente di qualsiasi peccato. Iddio vi benedica sempre.

Locutor Saúdo cordialmente todos os peregrinos de língua portuguesa, de modo particular os fiéis de Jundiaí, São Carlos e Santo André. Queridos amigos, o mundo precisa de santos e todos nós, sem exceção, somos chamados à santidade. Não tenhamos medo! Com a ajuda daqueles que já estão no céu, deixemo-nos transformar pela graça misericordiosa de Deus que é mais forte do que qualquer pecado. E que Ele sempre vos abençoe!

São Josemaría Escrivá nesta data em 1946

Vai pela primeira vez a Roma. Sai do porto de Barcelona no “J.J. Sister”. Anos mais tarde recordará esta viagem: “Vim a Roma, com a alma posta na minha Mãe a Virgem Santíssima e com uma fé ardente em Deus Nosso Senhor, a quem confiadamente invocava, dizendo: ecce nos reliquimus omnia, et secuti sumus te: quid ergo erit nobis?. Que será de nós, meu Pai?”.

O Evangelho do dia 21 de junho de 2017

«Guardai-vos de fazer as boas obras diante dos homens, com o fim de serdes vistos por eles. De contrário não tereis direito à recompensa do vosso Pai que está nos céus. «Quando, pois, dás esmola, não faças tocar a trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem louvados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas, quando dás esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, para que a tua esmola fique em segredo, e teu Pai, que vê o que fazes em segredo, te pagará. «Quando orardes, não sejais como os hipócritas, que gostam de orar em pé nas sinagogas e nos cantos das praças, a fim de serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, ora a teu Pai; e teu Pai, que vê o que se passa em segredo, te dará a recompensa.  «Quando jejuais, não vos mostreis tristes como os hipócritas que desfiguram o rosto para mostrar aos homens que jejuam. Na verdade vos digo que já receberam a sua recompensa. Mas tu, quando jejuares, unge a tua cabeça e lava o teu rosto, a fim de que não pareça aos homens que jejuas, mas sim a teu Pai, que está presente no oculto, e teu Pai, que vê no oculto, te dará a recompensa.

Mt 6, 1-6.16-18

terça-feira, 20 de junho de 2017

São Josemaría Escrivá nesta data em 1957

Morre em Roma Cármen Escrivá, irmã do Fundador do Opus Dei, a quem ajudou incondicionalmente desde o princípio: “Acabaram-se as lágrimas no momento em que morreu: agora estou contente, meus filhos, agradecido ao Senhor que a levou para o Céu: com o gozo do Espírito Santo. Tendes de me dar os parabéns, porque está no Céu. Estava entusiasmada por ir para o Céu, entusiasmadíssima. Agora já está a pedir por nós a Deus”

O Evangelho do dia 20 de junho de 2017

«Ouvistes que foi dito: “Amarás o teu próximo e odiarás o teu inimigo”. Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem. Deste modo sereis filhos do vosso Pai que está nos céus, o qual faz nascer o sol sobre maus e bons, e manda a chuva sobre justos e injustos. Porque, se amais somente os que vos amam, que recompensa haveis de ter? Não fazem os publicanos também o mesmo? E se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis de especial? Não fazem também assim os próprios gentios? Sede, pois, perfeitos, como vosso Pai celestial é perfeito.

Mt 5, 43-48

segunda-feira, 19 de junho de 2017

O número da Besta (texto de 2016)

A «Scholas Occurrentes» é uma fundação de direito pontifício dedicada a actividades desportivas e artísticas que fomentem a integração social. Começou na Argentina, mas hoje colabora com 400 mil escolas de uma centena de países.

A 29 de Maio, no dia da sessão de encerramento do congresso mundial da Scholas, em Roma, o Governo argentino anunciou um donativo (soube-se depois) de 16.666 mil pesos. Passado pouco tempo, os responsáveis da organização escreviam ao Governo, a devolver a oferta. Que aconteceu?

Esta carta do Papa Francisco aos responsáveis de Scholas Occurrentes, que a imprensa argentina acaba de divulgar:

«Queridos irmãos, no meio de tanto trabalho, quase não tivemos tempo de nos despedirmos... ao menos, o telefonema compensou.

»Agradeço-vos todo o esforço para realizar este Congresso e, como sempre, o conselho: cuidem a saúde, não passem das marcas no trabalho (sobretudo tu, José María, com o enfarte que já tiveste). “Soldado que foge, serve para outra guerra”, dizem no campo. A “rapidização” põe a alma em progressão geométrica e isso é perigoso. Descansemos (...). Novamente, obrigado pelo trabalho».

O Papa passa ao tal congresso mundial, em Roma:

«Houve uma coisa que me inquietou e quero partilhar convosco. Já me tinham dito que o Governo Nacional tinha feito um Decreto de reconhecimento da Scholas, que seria lido na sessão de encerramento (diverti-me quando o funcionário [do Governo] se dispôs a ler o Decreto... e o Decreto não aparecia). O reconhecimento oficial da Scholas alegrou-me, porque lhe confere estabilidade e legalidade na Argentina. (...) Já no final, de passagem, tu, Quique, disseste-me que o Governo tinha atribuído à Scholas um andar numa escola pobre.

»Perguntei-te o que isso significava e disseste-me que era o orçamento de uma escola pobre de bairro. Não fiquei tranquilo, mas não era o momento para pedir explicações. Ontem, soube que a ajuda ou subsídio atinge o montante colossal de 16.666.000 pesos (um milhão de dólares). E a inquietação transformou-se em preocupação e zanga (não o 666).

»A mística da Scholas é de serviço e gratuidade. Necessitam de ajuda e está bem que a peçam às instituições e ONGs que a possam dar, (...) mas não ao Governo».

A carta de Francisco pede aos dirigentes da Scholas que devolvam o dinheiro e lhe façam chegar uma cópia do comprovativo da devolução, acrescentando: «Sei que vocês não actuaram com má vontade, foi só um descuido».

E continua:

«Porquê tanta complicação com esses “666”? Não se assustem com a expressão mas, como pai e irmão e porque vos quero, falo claramente. Tenho medo de que comecem a escorregar pelo caminho da corrupção. Desculpem-me, se vos ofendo... mas tenho medo. É um escorregar suave, quase sem a pessoa se dar conta, e que depois continua como todas as tentações: cresce, contagia e justifica-se... e no final ficamos pior que no princípio».

A carta acrescenta a referência a Lucas 11, 26. É aquela passagem em que Jesus previne os discípulos acerca da actuação do demónio. E continua:

«É um caminho resvaladiço, suave e cómodo... e teremos mil razões para o justificar, mas é um caminho que mata. Prefiro um jogo de futebol improvisado pelos rapazes num pátio do bairro, com uma bola comum e com alegria limpa, a um grande campeonato num estádio famoso, encharcado de corrupção (lembrem-se da FIFA do ano passado)».

O final da carta, resume: «para fugir do risco da corrupção é preciso austeridade, pobreza e trabalho nobre. Sois apóstolos de uma mensagem e não “executivos” de organizações internacionais».

«Queridos José María e Quique, obrigado por escutarem isto que vos digo. Rezo por vocês e pela Scholas. Por favor, peço-vos que rezem e façam rezar por mim. Jesus vos abençoe e a Virgem Santa vos cuide. Fraternalmente, Francisco».

Os dirigentes da Scholas confirmaram, em comunicado, que cumpriram imediatamente o que o Papa pediu.
José Maria C.S. André
Spe Deus
19-VI-2016