sábado, 24 de dezembro de 2016

O Evangelho do Natal do Senhor - 25 de dezembro de 2016

No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o Verbo era Deus. No princípio Ele estava em Deus. Por Ele é que tudo começou a existir; e sem Ele nada veio à existência. Nele é que estava a Vida de tudo o que veio a existir. E a Vida era a Luz dos homens. A Luz brilhou nas trevas, mas as trevas não a receberam. Apareceu um homem, enviado por Deus, que se chamava João. Este vinha como testemunha, para dar testemunho da Luz e todos crerem por meio dele. Ele não era a Luz, mas vinha para dar testemunho da Luz. O Verbo era a Luz verdadeira, que, ao vir ao mundo, a todo o homem ilumina. Ele estava no mundo e por Ele o mundo veio à existência, mas o mundo não o reconheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a quantos o receberam, aos que nele crêem, deu-lhes o poder de se tornarem filhos de Deus. Estes não nasceram de laços de sangue, nem de um impulso da carne, nem da vontade de um homem, mas sim de Deus. E o Verbo fez-se homem e veio habitar connosco. E nós contemplámos a sua glória, a glória que possui como Filho Unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade. João deu testemunho dele ao clamar: «Este era aquele de quem eu disse: 'O que vem depois de mim passou-me à frente, porque existia antes de mim.'» Sim, todos nós participamos da sua plenitude, recebendo graças sobre graças. É que a Lei foi dada por Moisés, mas a graça e a verdade vieram-nos por Jesus Cristo. A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer.

Jo 1, 1-18

‘O canto dos Anjos na Noite de Natal’ pelo Pe. Rodrigo Lynce de Faria

«Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens de boa vontade» (Lc 2, 14). É assim que São Lucas nos narra como os Anjos naquela Noite louvaram o Menino Jesus, que acabava de nascer. A Igreja, disse o Papa, ampliou este hino de júbilo sobre a glória de Deus. «Nós vos damos graças pela vossa imensa glória». Nós vos damos graças pela vossa beleza. E pela vossa grandeza. E pela vossa imensa bondade, que nesta Noite se torna especialmente visível para nós.

A manifestação do que é belo torna-nos felizes. Exactamente por isso, diante da beleza — ao contrário de outras coisas — não nos interrogamos pela sua utilidade. «A glória de Deus, da qual provém toda a beleza — continuava Bento XVI — faz explodir em nós o deslumbramento e a alegria». Aquele que contempla a Deus — recém-nascido, indefeso, envolto em panos, deitado numa manjedoura — sente-se feliz. E não sabe muito bem explicar porquê.

São Lucas não nos diz que os Anjos cantaram. Diz-nos, isso sim, que eles louvaram a Deus (cfr. Lc 2, 13). Mas desde sempre os homens souberam que a linguagem dos Anjos é diferente da nossa. Nesta Noite, tal louvor dos espíritos celestes foi um canto no qual brilhou a glória, a bondade e a beleza do nosso Deus. É uma música que nos convida a aderir ao louvor da milícia celeste com o coração fascinado: Deus fez-se homem e veio habitar no meio de nós!

Os cânticos de Natal estão presentes nos quatro cantos da Terra. Porque cantam os homens na Noite de Natal? Porque experimentam uma grande alegria. E também porque não querem guardar essa alegria somente para si. Algo parecido aconteceu com os Anjos. Cantar é uma nova dimensão da fala. É um modo novo de comunicar-se. Uma comunicação que possui características magníficas e inefáveis.

Com o cântico o amor torna-se audível. Com o cântico suportamos com mais facilidade as aflições. Crescemos na esperança no meio das dificuldades. Permanecemos no amor mesmo quando ele é posto à prova. Cantamos — mesmo que seja somente no nosso interior — porque sentimos alegria e queremos comunicá-la. Ninguém canta com o coração amargurado.

Esta Noite convida-nos a cantar com os Anjos. Oxalá se recupere em muitas famílias cristãs o costume de cantar na Noite de Natal! Onde? Primeiro, na Missa do Galo. Depois, lá em casa, ao redor do presépio, antes de abrir os presentes. Não nos esqueçamos — pelo amor de Deus — de Quem é que faz anos nesta Noite!

Um cântico de Natal provém de uma alegria simples e profunda — não do excesso de álcool! E de onde vem essa alegria? A alegria genuína — ao contrário da “alegria mundana” — procede sempre do Amor. E o Amor — com letra maiúscula — é a mensagem principal da Noite de Natal. Somos amados por Deus! Veio à Terra para nos salvar! E também veio à Terra para nos animar a cantar com os Anjos na Noite de Natal.

Pe. Rodrigo Lynce de Faria

O Evangelho do dia 24 de dezembro de 2016 - NATAL DE NOSSO SENHOR JESUS CRISTO

Naqueles dias, saiu um édito de César Augusto, prescrevendo o recenseamento de toda a terra. Este recenseamento foi anterior ao que se realizou quando Quirino era governador da Síria. Iam todos recensear-se, cada um à sua cidade. José foi também da Galileia, da cidade de Nazaré, à Judeia, à cidade de David, que se chamava Belém, porque era da casa e família de David, para se recensear juntamente com Maria, sua esposa, que estava grávida. Ora, estando ali, aconteceu completarem-se os dias em que devia dar à luz, e deu à luz o seu filho primogénito, e O enfaixou, e O reclinou numa manjedoura, porque não havia lugar para eles na hospedaria. Naquela mesma região, havia uns pastores que velavam e faziam de noite a guarda ao seu rebanho. Apareceu-lhes um anjo do Senhor e a glória do Senhor os envolveu com a sua luz e tiveram grande temor. Porém, o anjo disse-lhes: «Não temais, porque vos anuncio uma boa nova, que será de grande alegria para todo o povo: Nasceu-vos hoje na cidade de David um Salvador, que é o Cristo, o Senhor. Eis o que vos servirá de sinal: Encontrareis um Menino envolto em panos e deitado numa manjedoura». E subitamente apareceu com o anjo uma multidão da milícia celeste louvando a Deus e dizendo: «Glória a Deus no mais alto dos céus, e paz na terra aos homens, objecto da boa vontade de Deus».

Lc 2, 1-14