sábado, 26 de dezembro de 2015

«Três dias depois, encontraram-n'O no templo»

Orígenes (c. 185-253), presbítero, teólogo
Homilias sobre o evangelho de São Lucas, n°18; SC 87

Com doze anos, Jesus ficou em Jerusalém. Não o sabendo, Seus pais começam a procurá-Lo, inquietos, e não O encontram. Procuram «entre os parentes», procuram «entre os seus companheiros de viagem», procuram «entre os seus conhecidos», mas não O encontram. [...] O meu Jesus não quer ser encontrado no meio da multidão.

Ficai a saber onde O encontraram [...] para que também vós O possais encontrar: «Depois de muito procurar, encontraram-n'O no templo». Não num sítio qualquer mas «no templo», e não apenas no templo mas «sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas». Procurai vós também Jesus no templo de Deus, procurai-O na Igreja, procurai-O junto dos mestres que estão nesse templo e que não saem dali. Se o procurardes desta maneira, encontrá-l'O-eis. [...]

Eles encontram-n'O «sentado entre os doutores, a ouvi-los e a fazer-lhes perguntas». Ainda hoje Jesus está aqui; interroga-nos e ouve-nos falar. «Estavam todos estupefactos», afirma Lucas. Estupefactos com quê? Não com as Suas perguntas, que, no entanto, eram admiráveis, mas com as Suas respostas. [...] «Moisés falava, dizem as Escrituras, e Deus respondia-lhe através de uma voz» (Ex 19,19). Era assim que o Senhor ensinava a Moisés o que este ignorava. Jesus tanto pergunta como responde [...] e, por mais admiráveis que sejam as Suas perguntas, as Suas respostas ainda o são mais. 

Para que também nós O possamos ouvir e para que Ele nos possa fazer perguntas a que Ele próprio responderá, supliquemos-Lhe, façamos um esforço intenso e doloroso por procurá-Lo, e poderemos encontrar Aquele que procuramos. Não é em vão que está escrito nas Escrituras: «O Teu pai e eu andávamos aflitos à Tua procura». De facto, é preciso que aquele que procura Jesus não o faça com negligência e moleza, de uma maneira intermitente, como fazem alguns [...] que por esse motivo não O encontram. Nós dizemos: «Procuramos-Te com esforço».

O Evangelho de Domingo dia 27 de dezembro de 2015 - Festa da Sagrada Família

Seus pais iam todos os anos a Jerusalém pela festa da Páscoa. Quando chegou aos doze anos, indo eles a Jerusalém segundo o costume daquela festa, acabados os dias que ela durava, quando voltaram, o Menino ficou em Jerusalém, sem que os Seus pais o advertissem. Julgando que Ele fosse na comitiva, caminharam uma jornada, e depois procuraram-n'O entre os parentes e conhecidos. Não O encontrando, voltaram a Jerusalém à procura d'Ele. Aconteceu que, três dias depois, encontraram-n'O no templo sentado no meio dos doutores, ouvindo-os e interrogando-os. E todos os que O ouviam estavam maravilhados da Sua sabedoria e das Suas respostas. Quando O viram, admiraram-se. E Sua mãe disse-Lhe: «Filho, porque procedeste assim connosco? Eis que Teu pai e eu Te procurávamos cheios de aflição». Ele disse-lhes: «Porque Me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-Me nas coisas de Meu Pai?». Eles, porém, não entenderam o que lhes disse. Depois desceu com eles e foi para Nazaré; e era-lhes submisso. A Sua mãe conservava todas estas coisas no seu coração. Jesus crescia em sabedoria, em estatura e em graça, diante de Deus e dos homens.

Lc 2, 41-52

O Evangelho do dia 26 de dezembro de 2015

Acautelai-vos dos homens, porque vos farão comparecer nos seus tribunais e vos açoitarão nas sinagogas. Sereis levados por Minha causa à presença dos governadores e dos reis, para dar testemunho diante deles e diante dos gentios. Quando vos entregarem, não cuideis como ou o que haveis de falar, porque naquela hora vos será inspirado o que haveis de dizer. Porque não sereis vós que falais, mas o Espírito de vosso Pai é o que falará em vós. O irmão entregará à morte o seu irmão e o pai o seu filho; os filhos se levantarão contra os pais e lhes darão a morte. Vós, por causa do Meu nome, sereis odiados por todos; aquele, porém, que perseverar até ao fim será salvo.

Mt 10, 17-22