sexta-feira, 11 de setembro de 2015

«O discípulo bem formado será como o mestre»

São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo, doutor da Igreja 
Comentário sobre o Evangelho de Lucas, 6; PG 72, 601


«O discípulo não está acima do seu mestre.» Porque julgas, se o Mestre não o faz? Ele não veio para condenar o mundo mas para o salvar (Jo 12,47). Entendida neste sentido, a palavra de Cristo significa: «Se Eu não julgo, não julgues tu também, que és meu discípulo. Pode ser que tenhas culpas mais graves do que aquele que estás a julgar, e como te sentirás envergonhado ao tomares consciência disso!»

O Senhor ensina-nos o mesmo na parábola em que diz: «Porque reparas no argueiro que está na vista do teu irmão?», aconselhando-nos com argumentos irrefutáveis a não julgarmos os outros, mas a perscrutarmos o nosso coração. Seguidamente incentiva-nos a libertarmo-nos dos desejos desregrados que nele estão instalados, pedindo a Deus essa graça. Efectivamente, é Ele que cura os que têm o coração abalado e nos liberta das nossas doenças espirituais. Porque, se os pecados que te esmagam são maiores e mais graves do que os dos demais, porque os censuras sem te preocupares com os teus?

Todos os que desejam viver devotamente, e sobretudo aqueles que estão encarregados de formar os outros, tirarão certamente proveito deste preceito. Se forem virtuosos e sóbrios, vivendo de acordo com o Evangelho, acolherão com brandura os que ainda não agem do mesmo modo.

Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho do dia 11 de setembro de 2015

Dizia-lhes também esta comparação: «Pode, porventura, um cego guiar outro cego? Não cairão ambos nalguma cova? O discípulo não é mais que o mestre; mas todo o discípulo será perfeito, se for como o seu mestre. «Porque vês tu a palha no olho do teu irmão, e não notas a trave que tens no teu? Ou como podes tu dizer a teu irmão: “Deixa, irmão, que eu tire do teu olho a palha”, não vendo tu mesmo a trave que tens no teu? Hipócrita, tira primeiro a trave do teu olho, e depois verás bem para tirar a palha do olho de teu irmão.

Lc 6, 39-42