quarta-feira, 19 de agosto de 2015

Papa Francisco na Audiência geral (resumo em português)

Locutor: O trabalho, como a festa, é parte do desígnio de Deus para o homem. É na família que se aprende o valor do trabalho, da sua importância para garantir uma vida digna para as pessoas caras. O trabalho também tem uma dimensão espiritual. Oração e trabalho devem coexistir em harmonia, pois uma inspira e dá sentido ao outro. Jesus nasceu no seio de uma família de trabalhadores; era chamado “o filho do carpinteiro”. De facto, o trabalho exprime a dignidade do homem criado à imagem de Deus e, por isso, enfrentar a questão do desemprego é uma grande responsabilidade humana e social. Por outro lado, através do trabalho, o homem colabora na obra da criação e, quando se perde de vista a aliança entre Deus e o homem, o trabalho torna-se um elemento de escravidão e destruição: do meio ambiente e da própria família. Os cristãos estão chamados a dar uma resposta a este desafio gigantesco, com a fé e coragem com que David enfrentou Golias, e assim consertar as rachaduras presentes na nossa casa comum.

Santo Padre:
Rivolgo un cordiale saluto a tutti i pellegrini di lingua portoghese, in particolare ai fedeli del Portogallo e del Brasile. Vi auguro che questo pellegrinaggio rinforzi in voi la fede in Gesù Cristo che chiama ogni famiglia a collaborare alla costruzione di un mondo più giusto e bello. Iddio benedica ciascuno di voi!

Locutor: Dirijo uma saudação cordial a todos os peregrinos de língua portuguesa, particularmente os fiéis de Portugal e do Brasil. Faço votos de que esta peregrinação possa reforçar em vós a fé em Jesus Cristo, que chama todas as famílias a colaborarem na construção de um mundo mais justo e belo. Que Deus abençoe a cada um de vós!

«Ide também para a minha vinha»

São Gregório Magno (c. 540-604), papa e doutor da Igreja
Homilias sobre o Evangelho, n°19

O Senhor não pára, em tempo algum, de enviar trabalhadores para cultivar a Sua vinha [...]: através dos patriarcas, dos doutores da Lei e dos profetas e, finalmente, através dos apóstolos, Ele procurava, por assim dizer, que a Sua vinha fosse cultivada por intermédio dos Seus trabalhadores. Todos aqueles que, a uma fé firme, acrescentaram boas obras, foram os trabalhadores dessa vinha [...].

Os trabalhadores contratados desde o nascer do dia, da hora terceira, da sexta e da nona designam portanto o antigo povo hebreu que, aplicando-se [...], desde o começo do mundo, a prestar culto a Deus com fé firme, não parou, por assim dizer, de se empenhar na cultura da vinha. Mas à décima-primeira hora os pagãos foram chamados, tendo-lhes sido dirigidas estas palavras: «Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?» De facto, ao longo de todo aquele lapso de tempo por que o mundo passou, os pagãos tinham negligenciado o trabalho que leva à vida eterna, e ali estavam, daquela maneira, o dia inteiro sem nada fazer. Mas reparai bem, irmãos, o que respondem à pergunta que lhes é feita: «É que ninguém nos contratou.» De facto, patriarca algum ou profeta se acercara deles. E que quererão estas palavras dizer: «Ninguém nos contratou para trabalhar», a não ser: «Ninguém nos pregou os caminhos da vida»?

Mas nós, que invocaremos então em desculpa própria, se nos abstivermos de realizar boas obras? Pensai bem: recebemos a fé ao sair do seio de nossa mãe, escutámos as palavras de vida desde o berço e fomos alimentados ao peito da Santa Igreja, dela bebendo, ao mesmo tempo que o leite materno, o néctar da doutrina celeste.

O Evangelho do dia 19 de agosto de 2015

«O Reino dos Céus é semelhante a um pai de família que, ao romper da manhã, saiu a contratar operários para a sua vinha. Tendo ajustado com os operários um denário por dia, mandou-os para a sua vinha. Tendo saído cerca da terceira hora, viu outros, que estavam na praça ociosos, e disse-lhes: “Ide vós também para a minha vinha, e dar-vos-ei o que for justo”. Eles foram. Saiu outra vez cerca da hora sexta e da nona, e fez o mesmo. Cerca da undécima, saiu, e encontrou outros que estavam sem fazer nada, e disse-lhes: “Porque estais aqui todo o dia sem trabalhar?”. Eles responderam: “Porque ninguém nos contratou”. Ele disse-lhes: “Ide vós também para a minha vinha”. «No fim da tarde, o senhor da vinha disse ao seu feitor: “Chama os operários e paga-lhes o salário, começando pelos últimos até aos primeiros”. Tendo chegado os que tinham ido à hora undécima, recebeu cada qual um denário. Chegando também os primeiros, julgaram que haviam de receber mais; porém, tam eles receberam um denário cada um. Mas, ao receberem, murmuravam contra o pai de família, dizendo: “Estes últimos trabalharam somente uma hora, e os igualaste connosco, que suportamos o peso do dia e o calor”. Porém, ele, respondendo a um deles, disse: “Amigo, eu não te faço injustiça. Não ajustaste comigo um denário? Toma o que é teu, e vai-te. Eu quero dar também a este último tanto como a ti. Ou não me é lícito fazer dos meus bens o que quero? Porventura o teu olho é mau porque eu sou bom?”. Assim os últimos serão os primeiros, e os primeiros serão os últimos».

Mt 20, 1-16