quinta-feira, 6 de agosto de 2015

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Leia o texto integral da intervenção do Papa na Audiência geral de ontem e acredite que não se arrependerá e mais uma vez verá o que é a manipulação

Amados irmãos e irmãs, bom dia!

Com esta catequese retomemos a nossa reflexão sobre a família. Depois de ter falado, na última vez, das famílias feridas por causa da incompreensão dos cônjuges, hoje gostaria de chamar a nossa atenção para outra realidade: como ocupar-nos daqueles que, depois do fracasso irreversível do seu vínculo matrimonial, empreenderam uma nova união.

A Igreja sabe bem que tal situação contradiz o Sacramento cristão. Contudo, o seu olhar de mestra haure sempre de um coração de mãe; um coração que, animado pelo Espírito Santo, procura sempre o bem e a salvação das pessoas. Eis o motivo pelo qual sente o dever, «por amor à verdade», de «discernir bem as situações». Assim se expressava João Paulo II, na Exortação apostólica Familiaris consortio (n. 84), dando como exemplo a diferença entre quem sofreu a separação em relação a quem a causou. Este discernimento deve ser feito.

Se considerarmos depois também estes novos vínculos com o olhar dos filhos pequenos — e os pequeninos vêem — com o olhar das crianças, vermos ainda mais a urgência de desenvolver nas nossas comunidades um acolhimento real para com as pessoas que vivem essas situações. Por isso é importante que o estilo da comunidade, a sua linguagem, as suas atitudes, estejam sempre atentas às pessoas, a partir dos pequeninos. São eles que mais sofrem, nestas situações. De resto, como poderíamos recomendar a estes pais que façam de tudo para educar os filhos na vida cristã, dando-lhes o exemplo de uma fé convicta e praticada, se os mantivéssemos à distância da vida da comunidade, como se estivessem excomungados? Devemos fazer de maneira que não se acrescentem outros pesos além dos que os filhos, nestas situações, já se encontram a ter que suportar! Infelizmente, o número destas crianças e jovens é deveras grande. É importante que eles sintam a Igreja como mãe atenta a todos, sempre disposta à escuta e ao encontro.

Na realidade, nestes decénios a Igreja não foi nem insensível nem indolente. Graças ao aprofundamento realizado pelos Pastores, guiado e confirmado pelos meus Predecessores, aumentou muito a consciência de que é necessário um acolhimento fraterno e atento, no amor e na verdade, em relação aos baptizados que estabeleceram uma nova convivência depois da falência do matrimónio sacramental: não estão excomungados; com efeito, estas pessoas não devem absolutamente ser tratadas como tais: elas fazem parte da Igreja.

O Papa Bento XVI interveio sobre esta questão, solicitando um discernimento atento e um acompanhamento pastoral sábio, consciente que não existem «receitas simples » (Discurso no VII Encontro Mundial das Famílias, Milão, 2 de Junho de 2012, resposta n. 5).

Eis o motivo do repetido convite dos Pastores a manifestar aberta e coerentemente a disponibilidade da comunidade a acolhê-los e a encorajá-los, para que vivam e desenvolvam cada vez mais a sua pertença a Cristo e à Igreja com a oração, com a escuta da Palavra de Deus, com a frequência da liturgia, com a educação cristã dos filhos, com a caridade e o serviço aos pobres, com o compromisso pela justiça e a paz.

O ícone bíblico do Bom Pastor (Jo 10, 11-18) resume a missão que Jesus recebeu do Pai: dar a vida pelas ovelhas. Esta atitude é um modelo também para a Igreja, que acolhe os seus filhos como uma mãe que oferece a sua vida por elas. «A Igreja está chamada a ser sempre a casa aberta do Pai [...]» — Não às portas fechadas! Não às portas fechadas! — «todos podem participar de alguma forma na vida eclesial, todos podem fazer parte da comunidade. A Igreja [...] é a casa paterna, onde há lugar para todos com a sua vida fatigante» (Exort. ap. Evangelii gaudium, 47).

Do mesmo modo todos os cristãos estão chamados a imitar o Bom Pastor. Sobretudo as famílias cristãs podem colaborar com Ele ocupando-se das famílias feridas, acompanhando-as na vida de fé da comunidade. Cada qual faça a sua parte assumindo a atitude do Bom Pastor, o qual conhece cada uma das suas ovelhas e não exclui nenhuma do seu amor infinito!

Educar para a castidade

A maior parte dos homens e mulheres, recebe do Senhor a chamada para santificarem-se no estado matrimonial; outros, também muitos, recebem o dom do celibato, com o qual servem à Igreja e às almas indivíso corde [2], com o coração indiviso. Em qualquer caso – seja no casamento, seja no celibato – trata-se sempre de uma vocação divina, um chamamento que o Senhor dirige a cada criatura.

Já desde os anos 30 do século passado, São Josemaria pregava com plena convicção esta realidade; tempos, nos quais a vocação à santidade era considerada quase exclusiva dos sacerdotes e daqueles que escolhiam a vida religiosa. No entanto, nosso Padre insistiu, na sua pregação e na direção espiritual com as pessoas jovens: Estás rindo porque te digo que tens “vocação matrimonial”? - Pois é verdade: isso mesmo, vocação[3].

Para a boa educação dos filhos, é preciso ajudar-lhes a adquirir a preparação adequada para escolher livremente o caminho que lhes levará a Deus. Também é uma tarefa muito própria dos pais. A Igreja sempre insistiu que os pais e mães não podem delegar esta obrigação a outras pessoas. Já Pio XI denunciou os males desse «naturalismo que (...) invade o campo da educação em matéria delicadíssima como é a honestidade dos costumes»[4]. E São João Paulo II, na exortação apostólica Familiaris consortio, reafirma que «A educação para o amor como dom de si constitui também a premissa indispensável para os pais (...). Diante de uma cultura que «banaliza» em grande parte a sexualidade humana, porque a interpreta e a vive de maneira limitada e empobrecida coligando-a unicamente ao corpo e ao prazer egoístico»[5], aqueles que são responsáveis do lar devem considerar muito seriamente, nesse papel, a dignidade da pessoa, criada a imagem e semelhança de Deus.

Neste contexto, é irrenunciável a educação para a castidade, como virtude que desenvolve a autêntica maturidade de cada homem, de cada mulher, e lhes tornam capazes de respeitar e promover a verdade de que o corpo pertence a Deus. Por isso, aqueles que presidem a família devem ter uma atenção e um cuidado especial, para discernir os sinais da chamada de Deus à educação para a virgindade, como forma suprema do dom de si mesmo que constitui o sentido intrínseco da sexualidade humana [6].

Certamente, os pais e mães podem e – em alguns casos – devem buscar o conselho de pessoas bem formadas, mas a iniciativa e a responsabilidade pertencem sempre a eles. Não devem mostrar escrúpulos ou medos de abordar estes temas. Dirijo-me especialmente aos fiéis e os Cooperadores da Obra chamados ao estado matrimonial. Com sentido sobrenatural e carinho humano, com muita liberdade, advertireis as preocupações que surgem em vossos filhos, e atuareis então com delicadeza, apoiados na oração.

[2] Cf. 1 Cor 7, 32-34.
[3] São Josemaria, Caminho, n. 27.
[4] Pio XI, Litt. enc. Divini illius Magistri, 31-XII-1929, n. 49.
[5] São João Paulo II, Exhort. ap. Familiaris consortio, 22-XI-1981, n. 37.
[6] Cf. Ibid.

(D. Javier Echevarría, Prelado do Opus Dei na carta do mês de agosto de 2015, excerto a partir do site do Opus Dei no Brasil)
© Prælatura Sanctæ Crucis et Operis Dei

O Evangelho do dia 6 de agosto de 2015

Seis dias depois, tomou Jesus consigo Pedro, Tiago e João, seu irmão, e levou-os à parte a um monte alto, e transfigurou-Se diante deles. O Seu rosto ficou refulgente como o sol, e as Suas vestes tornaram-se luminosas de brancas que estavam. Eis que lhes apareceram Moisés e Elias falando com Ele. Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: «Senhor, que bom é nós estarmos aqui; se queres, farei aqui três tendas, uma para Ti, uma para Moisés, e outra para Elias». Estando ele ainda a falar, eis que uma nuvem resplandecente os envolveu; e saiu da nuvem uma voz que dizia: «Este é o Meu Filho muito amado em Quem pus toda a Minha complacência; ouvi-O». Ouvindo isto, os discípulos caíram de bruços, e tiveram grande medo. Porém, Jesus aproximou-Se deles, tocou-os e disse-lhes: «Levantai-vos, não temais». Eles, então, levantando os olhos, não viram ninguém, excepto só Jesus. Quando desciam do monte, Jesus fez-lhes a seguinte proibição: «Não digais a ninguém o que vistes, até que o Filho do Homem ressuscite dos mortos».

Mt 17, 1-9