Aproximo-me de Ti
e sinto o frio das lajes do chão,
nos meus pés,
mas não me importa,
porque Tu
me aqueces o coração.
Olho-Te,
no Santíssimo Sacramento do altar,
eTu,
devolves-me o olhar,
tão intensa e profundamente,
que me sinto o único alvo do teu amor,
no meio da multidão.
Sinto-me um nada,
Senhor,
um grão de areia,
na imensa praia do teu amor.
Lenta,
mas inexoravelmente,
a tua presença toca-me,
e,
cada um daqueles que ali estão,
tornam-se em mim,
ou eu neles,
tornamos todos em Ti,
ou Tu,
Um só em nós,
na mais perfeita união.
Abro-me todo,
entrego-me,
confio,
sou teu,
somos teus,
neste único Corpo que é o teu,
que se faz assim,
vivo e verdadeiro,
para quem de coração O deseja,
e àqueles a quem for dado ver,
na imensa e única Igreja,
Santa,
com o seu Único Pastor,
que és Tu,
meu Deus e meu Senhor,
o vivo Pão,
causa única,
desta total comunhão.
Do altar,
onde Te fazes presença viva,
para quem Te ama na Fé,
os anjos recolhem a oração,
o sacrifício,
a intercessão,
e nas suas asas de pura inocência,
levam tudo ao Céu,
ao Pai,
ao Filho,
ao Espírito Santo,
infinito mistério,
para toda e qualquer ciência,
e cantam,
num infinito louvor:
Santo, Santo, Santo…
Da minha boca sai um grito mudo!
Não posso falar,
porque o momento me cala,
porque o amor me avassala,
porque sou todo um sorriso imenso,
repassado de alegria.
Do meu grato coração,
sai apenas,
esta muda oração:
Obrigado, Senhor,
pela eterna Eucaristia!
Solenidade de Pentecostes
Marinha Grande, 24 de Maio de 2015
Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.pt/2015/05/sacramento-de-unidade.html
segunda-feira, 25 de maio de 2015
Deus é exigente…
Mas infinitamente misericordioso e ama-nos mais do que nós na nossa pequena dimensão terrena conseguimos imaginar, ainda assim, se Lhe remetermos todas as graças que nos concede, poderemos vislumbrar uma ínfima parte da Sua bondade e generosidade, tudo quanto Lhe oferecermos e dedicarmos será sempre pouco, mas Ele, apesar disso, compreende as nossas fraquezas e debilidades e continua a amar-nos.
JPR
Não vos contenteis com uma religiosidade externa. Deus não Se contenta com um povo que O venera com os lábios. Ele quer o coração e, em troca, dá-nos a sua graça, desde que não nos afastemos ou separemos d’Ele.
(Bento XVI - Discurso aos Bispos da Áustria em visita ‘ad limina’ – 02/XI/2005)
JPR
Não vos contenteis com uma religiosidade externa. Deus não Se contenta com um povo que O venera com os lábios. Ele quer o coração e, em troca, dá-nos a sua graça, desde que não nos afastemos ou separemos d’Ele.
(Bento XVI - Discurso aos Bispos da Áustria em visita ‘ad limina’ – 02/XI/2005)
«Ao ouvir estas palavras [...], retirou-se pesaroso.»
São Basílio (c. 330-379), monge e bispo de Cesareia na Capadócia, Doutor da Igreja
Homilia 7, sobre a riqueza; PG 31, 278
O caso do jovem rico e dos seus semelhantes faz-me pensar no de um viajante que, pretendendo visitar uma cidade, chega junto das muralhas, encontra aí uma estalagem, hospeda-se nela e, desencorajado pelos últimos passos que ainda lhe falta dar, perde o benefício das fadigas da sua viagem e acaba por não ir visitar as belezas da cidade. Assim são estes que cumprem os mandamentos mas se revoltam com a ideia de perderem os seus bens. Conheço muitos que jejuam, rezam, fazem penitência e praticam todo o tipo de obras de caridade, mas não dão uma esmola aos pobres. De que lhes servem as outras virtudes?
Homilia 7, sobre a riqueza; PG 31, 278
O caso do jovem rico e dos seus semelhantes faz-me pensar no de um viajante que, pretendendo visitar uma cidade, chega junto das muralhas, encontra aí uma estalagem, hospeda-se nela e, desencorajado pelos últimos passos que ainda lhe falta dar, perde o benefício das fadigas da sua viagem e acaba por não ir visitar as belezas da cidade. Assim são estes que cumprem os mandamentos mas se revoltam com a ideia de perderem os seus bens. Conheço muitos que jejuam, rezam, fazem penitência e praticam todo o tipo de obras de caridade, mas não dão uma esmola aos pobres. De que lhes servem as outras virtudes?
Eles não entrarão no Reino dos Céus porque «é mais fácil um camelo passar pelo fundo de uma agulha do que um rico entrar no Reino dos Céus». São palavras claras e o seu Autor não mente, mas raros são aqueles que se deixam tocar por elas. «Como viveremos quando estivermos despojados de tudo?» exclamam. «Que existência levaremos quando tudo for vendido e já não tivermos propriedades?» Não me perguntem qual é o desígnio profundo que está subjacente aos mandamentos de Deus. Aquele que estabeleceu as nossas leis conhece igualmente a arte de conciliar o impossível com a lei.
O Evangelho do dia 25 de maio de 2015
Tendo saido para Se pôr a caminho, veio um homem a correr e, ajoelhando-se diante d'Ele, perguntou-Lhe: «Bom Mestre, que devo fazer para alcançar a vida eterna?». Jesus disse-lhe: «Porque Me chamas bom? Ninguém é bom senão Deus. Tu conheces os mandamentos: “Não mates, não cometas adultério, não roubes, não digas falso testemunho, não cometas fraudes, honra teu pai e tua mãe”». Ele respondeu: «Mestre, todas estas coisas tenho observado desde a minha mocidade». Jesus olhou para ele com afecto, e disse-lhe: «Uma coisa te falta: vende tudo quanto tens, dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu; depois, vem e segue-Me». Mas ele, entristecido por estas palavras, retirou-se desgostoso, porque tinha muitos bens. Jesus, olhando em volta, disse aos discípulos: «Quão dificilmente entrarão no reino de Deus os que têm riquezas!». Os discípulos ficaram atónitos com estas palavras. Mas, Jesus de novo lhes disse: «Meus filhos, como é difícil entrarem no reino de Deus os que confiam nas riquezas! Mais fácil é passar um camelo pelo fundo de uma agulha, do que entrar um rico no reino de Deus». Eles, cada vez mais admirados, diziam uns para os outros: «Então quem pode salvar-se?». Jesus, olhando para eles, disse: «Para os homens isto é impossível, mas não para Deus, porque a Deus tudo é possível».
Mc 10, 17-27