terça-feira, 19 de maio de 2015

ASCENSÃO E PENTECOSTES

«No decurso de uma refeição que partilhava com eles, ordenou-lhes que não se afastassem de Jerusalém, mas que esperassem lá o Prometido do Pai, «do qual disse Ele me ouvistes falar.
João baptizava em água, mas, dentro de pouco tempo, vós sereis baptizados no Espírito Santo.»
Estavam todos reunidos, quando lhe perguntaram: «Senhor, é agora que vais restaurar o Reino de Israel?»
Respondeu-lhes: «Não vos compete saber os tempos nem os momentos que o Pai fixou com a sua autoridade. Mas ides receber uma força, a do Espírito Santo, que descerá sobre vós, e sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo.»
Dito isto, elevou-se à vista deles e uma nuvem subtraiu-o a seus olhos.
E como estavam com os olhos fixos no céu, para onde Jesus se afastava, surgiram de repente dois homens vestidos de branco, que lhes disseram: «Homens da Galileia, porque estais assim a olhar para o céu? Esse Jesus que vos foi arrebatado para o Céu virá da mesma maneira, como agora o vistes partir para o Céu.» Act 1, 4-11

A força do Espírito Santo, que recebemos no Baptismo, não nos é dada para “olharmos para o Céu”.
A força do Espírito Santo, que recebemos no Baptismo, é-nos dada para sermos testemunhas de Jesus Cristo, nas nossas casas, nos nossos trabalhos, nos nossos lazeres, nas nossas paróquias, nas nossas sociedades, até aos “confins” do mundo a que Deus nos enviar.

Olhar para o Céu tem sentido, apenas como sinónimo de pedir a ajuda de Deus, ou melhor ainda, como sinónimo de entrega a Deus, para sermos essas testemunhas, caminhando, fazendo, falando, abraçando e amando.

Deus não precisa que fiquemos estáticos e olhar para Ele, lá no Alto e nós cá em baixo no “nosso” mundo.
Deus quer que olhemos para Ele em nós e nos outros, e que, revestidos do Espírito Santo sejamos testemunhas de tudo o que Ele fez e faz nas nossas vidas.
Deus quer que sejamos esses Templos do Espírito Santo, em que o Baptismo nos transforma, mas que não são templos estáticos que se fecham em si próprios, mas antes templos que se abrem aos outros e são sempre celebrativos do amor de Deus.
E celebrar o amor de Deus é sempre entrega, acolhimento, partilha, é sempre «amar-nos uns aos outros como Ele nos ama».

Estamos, vivemos, entre a Ascensão de Jesus Cristo aos Céus, e o Pentecostes da descida do Espírito Santo, que transforma os Apóstolos e faz deles as testemunhas fiéis da Revelação de Deus e do Seu infinito amor a todo o homem.
Por isso peçamos continuamente o Espírito Santo, porque só guiados por Ele, iluminados por Ele, fortalecidos n’Ele, podemos ser testemunhas de Deus no mundo, membros do Corpo Místico de Cristo, Igreja Santa de Deus.

«Pois se vós, que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais o Pai do Céu dará o Espírito Santo àqueles que lho pedem!» Lc 11, 13

Marinha Grande, 19 de Maio de 2015

Joaquim Mexia Alves

Maria Nossa Estrela

«No oscilar das vicissitudes deste mundo, mais do que caminhar no chão tens a impressão de ser sacudido entre as vagas e as tempestades; não afastes o olhar do esplendor desta estrela, se não quiseres ser tragado pelas ondas... Olha para a estrela, invoca Maria... Se a segues não erras o caminho... Se ela te protege não sentes receio, se ela te guia não te cansas, se ela te for propícia alcanças a meta»

(S. Bernardo de Claraval – ‘Doutor Mariano’ - Homilia super Missus est, II, 17)

Hierarquia

Pois é, dir-me-ão alguns, é ai “que a porca torce o rabo”, para mim não; basta termos a humildade de a ver e saber constituída por seres humanos e portanto sujeita ao erro e ao pecado, lembrado-nos de S. Pedro, “Darias a vida por mim? Em verdade, em verdade te digo: não cantará o galo, antes de me teres negado três vezes!” (Jo 13,38) e por fim sabermos respeitar, compreender e perdoar “Se te ofender sete vezes ao dia e sete vezes te vier dizer: 'Arrependo-me', perdoa-lhe” (Lc 17,4).

Já repararam que como com fé, humildade, ou seja, sem soberba e arrogância, com respeito e o conhecimento das Sagradas Escrituras encontramos resposta para tudo?

JPR

«Os que mandam servem aqueles que a quem mandam. A razão é que não mandam por afã de poder, mas porque têm o ministério de cuidar dos outros; não são os primeiros por soberba, mas por amor, para os atender»

(Santo Agostinho - De civitate Dei, XIX, 14)

«Amai-os [aos pastores da Igreja] como um filho ao seu pai! Por eles recebeis o sinal da regeneração sobrenatural e divina; eles abrem-nos as portas do céu, e por eles recebeis todos os bens (…). Quem ama a Jesus Cristo, ama o Seu pastor, quem quer que seja, pois pelas suas mãos recebe os sagrados mistérios»

(São João Crisóstomo - Homilia sobre 1 Tessalonicenses, ad loc.)

«Pai, tenho manifestado o Teu nome aos homens»

São Cirilo de Alexandria (380-444), bispo e Doutor da Igreja
Comentário ao evangelho de João, 11, 7; Pg 74, 497-499

O Filho não manifestou o nome do Pai apenas revelando-o e dando-nos uma instrução exacta sobre a Sua divindade, uma vez que que tudo isso tinha sido proclamado antes da vinda do Filho, pela Escritura inspirada. O Filho também nos ensinou, não só que Ele é verdadeiramente Deus, mas que é também verdadeiramente Pai, e que é assim verdadeiramente chamado, pois tem em Si mesmo e produz para fora de Si mesmo o Filho, que é co-eterno com a Sua natureza.

O nome de Pai é mais apropriado a Deus do que o nome de Deus: este é um nome de dignidade, aquele significa uma propriedade substancial. Porque quem diz Deus diz o Senhor do universo. Mas quem nomeia o Pai específica a característica da pessoa: mostra que é Ele que gera. Que o nome de Pai é mais verdadeiro e mais apropriado que o de Deus mostra-no-lo o próprio Filho pelo modo como o usa. Pois Ele não dizia: «Eu e Deus», mas: «Eu e o Pai somos um» (Jo 10, 30). E dizia também: «Foi a Ele, ao Filho, que Deus marcou com o Seu selo» (Jo 6, 27).

Mas, quando mandou os seus discípulos baptizarem todos os povos, ordenou expressamente que o fizessem, não em nome de Deus, mas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo (Mt 28, 19).

Evangelho do dia 19 de maio de 2015

Assim falou Jesus; depois, levantando os olhos ao céu, disse: «Pai, chegou a hora: Glorifica o Teu Filho, para que Teu Filho Te glorifique a Ti e, pelo poder que Lhe deste sobre toda a criatura, dê a vida eterna a todos os que lhe deste. Ora a vida eterna é esta: Que Te conheçam a Ti como o único Deus verdadeiro e a Jesus Cristo a Quem enviaste. Glorifiquei-Te sobre a terra; acabei a obra que Me deste a fazer. E agora, Pai, glorifica-Me junto de Ti mesmo, com aquela glória que tinha em Ti antes que houvesse mundo. «Manifestei o Teu nome aos homens que Me deste do meio do mundo. Eram Teus e Tu Mos deste; e guardaram a Tua palavra. Agora sabem que todas as coisas que Me deste vêm de Ti, porque lhes comuniquei as palavras que Me confiaste; eles as receberam, e conheceram verdadeiramente que Eu saí de Ti e creram que Me enviaste. «É por eles que Eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que Me deste, porque são Teus. Todas as Minhas coisas são Tuas e todas as Tuas coisas são Minhas; e neles sou glorificado. Já não estou no mundo, mas eles estão no mundo, e Eu vou para Ti. Pai Santo, guarda em Teu nome aqueles que Me deste para que sejam um, assim como Nós. 

Jo 17, 1-11