DIÁLOGOS COM O MEU EU (10)

Como te sentes?
Sinto-me bem, sinto-me vivo.

Ah, sentes-te vivo porque já não tens febre?
Não! Sinto-me vivo porque comungo da vida d’Ele.

Monte Real, 26 de Abril de 2013

Joaquim Mexia Alves
http://queeaverdade.blogspot.pt/2015/03/dialogos-com-o-meu-eu-10.html

«O teu filho está salvo»

Santo Anastácio de Antioquia (?-599), monge, depois patriarca de Antioquia 
Homilia 5, sobre a Ressurreição de Cristo, 6-9


«Pois foi para isto que Cristo morreu e voltou à vida: para ser Senhor, tanto dos mortos como dos vivos» (Rm 14,9). Mas «Deus não é Deus de mortos, mas de vivos» (Lc 20,38). Portanto, uma vez que este Senhor dos mortos está vivo, os mortos já não são mortos, mas vivos: a vida reina neles, para que eles vivam sem temer a morte. Do mesmo modo que «Cristo, ressuscitado de entre os mortos, já não morrerá» (Rm 6,9), assim também eles, elevados e libertados do estado perecível, nunca mais verão a morte. Participarão da ressurreição de Cristo, como Ele próprio participou da nossa morte. Com efeito, Cristo desceu à terra para fazer «em pedaços as portas de bronze» e quebrar «as barras de ferro» (Sl 107,16) que estavam fechadas desde sempre, para arrancar a nossa vida do seu estado perecível e nos atrair a Ele, chamando-nos da escravatura à liberdade.

Se esse plano de salvação ainda não se concretizou, se os homens continuam a morrer e os seus corpos se dissolvem nos túmulos, que isso não seja obstáculo à fé. Pois, desde agora, recebemos o penhor de todos os bens que nos foram prometidos na pessoa d'Aquele que é o nosso primogénito: através d'Ele subimos ao mais alto dos céus. De facto, estamos sentados junto d'Aquele que nos elevou com Ele às alturas, como diz São Paulo: «Com Ele [Deus] nos ressuscitou e nos sentou no alto do Céu, em Cristo» (Ef 2,6).

O Evangelho do dia 16 de março de 2015

Passados dois dias, partiu Jesus dali para a Galileia. Porque o mesmo Jesus tinha afirmado que um profeta não é respeitado na sua própria pátria. Tendo chegado à Galileia receberam-n'O bem os galileus porque tinham visto todas as coisas que fizera em Jerusalém durante a festa; pois também eles tinham ido à festa. Foi, pois, novamente a Caná da Galileia, onde tinha convertido a água em vinho. Havia em Cafarnaum um funcionário real, cujo filho estava doente. Este, tendo ouvido dizer que Jesus chegara da Judeia à Galileia, foi ter com Ele e pediu-Lhe que fosse a sua casa curar o filho que estava a morrer. Jesus disse-lhe: «Vós, se não virdes milagres e prodígios não acreditais». O funcionário real disse-Lhe: «Senhor, vem antes que o meu filho morra». Jesus disse-lhe: «Vai, o teu filho vive». Deu o homem crédito ao que Jesus lhe disse e partiu. Quando já ia para casa, vieram os criados ao seu encontro dizendo que o filho vivia. Perguntou-lhes a hora em que o doente se sentira melhor. Disseram-lhe: «Ontem, à hora sétima, a febre deixou-o». Reconheceu então o pai ser aquela mesma a hora em que Jesus lhe dissera: «Teu filho vive». Acreditou ele, assim como toda a sua família. Foi este o segundo milagre que Jesus fez depois de ter vindo da Judeia para a Galileia.

Jo 4, 43-54