quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Dores e alegrias de S. José

A Igreja, seguindo um costume antigo, prepara a festa de S. José, dia 19 de março, dedicando ao Santo Patriarca os sete domingos anteriores a essa festa, lembrando as principais alegrias e dores da vida de S. José. Mais precisamente, foi o Papa Gregório XVI que fomentou a devoção dos sete domingos de São José, concedendo-lhe muitas indulgências, mas o Santo Padre Pio IX outorgou-lhes atualidade perene com o seu desejo de que se recorresse a S. José para acudir à então situação aflitiva da Igreja universal.
Primeira dor: Estando Maria, sua mãe, desposada com José, achou-se ter concebido por obra do Espírito Santo (Mt1,18). Primeira alegria: Um anjo do senhor lhe apareceu em sonhos, e lhe disse: José, filho de David, não temas receber em tua casa Maria, tua esposa, porque o que nela foi concebido é obra do Espírito Santo. Dará à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus (Mt 1, 20-21).
Como é que S. Josemaria imaginava S. José

Eu imagino-o jovem, forte, talvez com alguns anos mais do que a Virgem, mas na pujança da vida e das forças humanas. Sabemos que não era uma pessoa rica; era um trabalhador como milhões de homens no mundo. Exercia o ofício fatigante e humilde que Deus escolheu também para Si quando tomou a nossa carne e viveu trinta anos como uma pessoa mais entre nós.

A Sagrada Escritura diz que José era artesão. Vários Padres acrescentam que foi carpinteiro. Das narrações evangélicas depreende-se a grande personalidade humana de José: em nenhum momento nos aparece como um homem diminuído ou assustado perante a vida; pelo contrário, sabe enfrentar-se com os problemas, superar as situações difíceis, assumir com responsabilidade e iniciativa os trabalhos que lhe são encomendados (Cristo que passa, n. 40).

Papa Francisco na Audiência geral (resumo em português)

Locutor: Na catequese de hoje, refletimos sobre a figura do pai. Trata-se de uma palavra que possui um sentido universal e que é muito cara aos cristãos, pois Jesus nos ensinou a chamar assim a Deus. Hoje, porém, sobretudo na cultura ocidental, o conceito de pai parece estar em crise. Se no passado a paternidade estava ligada ao autoritarismo, agora se passou ao outro estremo: a ausência da figura paterna. Muitos são os jovens que experimentam um sentido de orfandade, não porque não tenham um pai, mas porque está ausente: seja porque se encontra tão concentrado sobre si mesmo e sobre a sua realização pessoal, que acaba se esquecendo da família, seja porque não é capaz de cumprir com o seu papel educativo. Tal ausência é muito nociva aos jovens, pois sem perspectivas e valores, ficam vazios e propensos a buscarem ídolos que preencham os seus corações. Por isso, mais do que nunca, é preciso lembrar a promessa de Jesus: «Não vos deixarei órfãos». Somente através de Cristo a paternidade pode realizar todas as suas potencialidades segundo o plano de Deus, nosso Pai.

Santo Padre:
Rivolgo un cordiale saluto a tutti i pellegrini di lingua portoghese, in particolare al gruppo del Collegio São José, di Coimbra, e ai fedeli dell’Arcidiocesi di Brasilia, accompagnati dai loro pastori. Preghiamo per tutte le famiglie, specialmente per quelle che si trovano in difficoltà, certi che esse sono un dono di Dio nelle nostre comunità cristiane! Dio vi benedica!

Locutor: Saúdo cordialmente todos os peregrinos de língua portuguesa, de modo particular ao grupo do Colégio São José, de Coimbra, e aos fiéis da Arquidiocese de Brasília, acompanhados pelos seus pastores. Rezemos por todas as famílias, especialmente por aquelas que passam por dificuldades, na certeza de que elas são um dom de Deus nas nossas comunidades cristãs. Que Deus vos abençoe!

«Produziu a trinta, a sessenta e a cem por um»

São Cesário de Arles (470-543), monge, bispo 
Sermões ao povo, n°6 passim; SC 175


Irmãos bem amados, quando vos apresentamos uma coisa útil para a vossa alma, que ninguém tente desculpar-se dizendo: «Não tenho tempo para ler, e é por isso que não posso conhecer os mandamentos de Deus nem observá-los.» […] Evitemos as vãs tagarelices e as brincadeiras corrosivas […], e veremos se não temos tempo para consagrar à leitura da Sagrada Escritura. […] Quando as noites são mais longas, haverá alguém capaz de tanto de dormir, que não possa ler ou ouvir ler as Escrituras? […] Pois a luz da alma e seu alimento eterno não é senão a Palavra de Deus, sem a qual o coração não pode nem viver nem ver. […]

O cuidado da nossa alma é semelhante ao cultivo da terra. Assim como para cultivar a terra se arranca de um lado e se extirpa do outro até à raiz para semear o bom grão, o mesmo se deve fazer à nossa alma: arrancar o que é mau e plantar o que é bom; extirpar o que é prejudicial, transplantar o que é útil; desenraizar o orgulho e plantar a humildade; deitar fora a avareza e guardar a misericórdia; desprezar a imoralidade e amar a castidade. […]

Efectivamente, vós sabeis como se cultiva a terra. Em primeiro lugar, arrancam-se as silvas e atiram-se as pedras para longe, seguidamente lavra-se a própria terra, recomeça-se uma segunda vez, uma terceira, e finalmente […] semeia-se. Que seja assim na nossa alma: em primeiro lugar, arranquemos as silvas, ou seja os maus pensamentos; seguidamente retiremos as pedras, isto é, a malícia e a dureza. Por último, lavremos o nosso coração com o arado do Evangelho e a relha da cruz e, quebrado pela penitência, amolecido pela esmola e pela caridade, preparemo-lo para a semente do Senhor […], para que possa receber com alegria a semente da palavra divina e não dar apenas trinta, mas sessenta e cem vezes o seu fruto.

(Fonte: Evangelho Quotidiano)

O Evangelho de dia 28 de janeiro de 2015

Começou de novo a ensinar à beira-mar; e juntou-se à Sua volta tão grande multidão que teve de subir para uma barca e sentar-Se dentro dela, no mar, enquanto toda a multidão estava em terra na margem. E ensinava-lhes muitas coisas por meio de parábolas. Dizia-lhes segundo o Seu modo de ensinar: «Ouvi: Eis que o semeador saiu a semear. E ao semear, uma parte da semente caiu ao longo do caminho, e vieram as aves do céu e comeram-na. Outra parte caiu entre pedregulhos, onde tinha pouca terra, e logo nasceu, por não ter profundidade a terra; mas, quando saiu o sol, foi queimada pelo calor e, como não tinha raíz, secou. Outra parte caiu entre espinhos; e os espinhos cresceram e sufocaram-na e não deu fruto. Outra caiu em terra boa; e deu fruto que vingou e cresceu, e um grão deu trinta, outro sessenta e outro cem». E acrescentava: «Quem tem ouvidos para ouvir, oiça». Quando Se encontrou só, os doze, que estavam com Ele, interrogaram-n'O sobre a parábola. Disse-lhes: «A vós é concedido conhecer o mistério do reino de Deus; porém, aos que são de fora, tudo se lhes propõe em parábolas, para que, olhando não vejam, e ouvindo não entendam; não aconteça que se convertam, e lhes sejam perdoados os pecados». E acrescentou: «Não entendeis esta parábola? Então como entendereis todas as outras? O que o semeador semeia é a palavra. Uns encontram-se ao longo do caminho onde ela é semeada; mas logo que a ouvem vem Satanás tirar a palavra semeada neles. Outros recebem a semente em terreno pedregoso; ouvem a palavra, logo a recebem com alegria, mas não têm raízes em si mesmos, são inconstantes; depois, levantando-se a tribulação ou a perseguição por causa da palavra, sucumbem imediatamente. Outros recebem a semente entre espinhos; ouvem a palavra, mas os cuidados mundanos, a sedução das riquezas e as outras paixões, entrando, afogam a palavra, e ela fica infrutuosa. Aqueles que recebem a semente em terra boa, são os que ouvem a palavra, recebem-na, e dão fruto, um a trinta, outro a sessenta, e outro a cem por um».

Mc 4, 1-20