domingo, 11 de janeiro de 2015

DIÁLOGOS COM O MEU EU (20)

Perante as notícias sentes vontade de pegar em armas e resolveres tudo de uma vez não é?

Sim, sem dúvida, aqueles criminosos mereciam o pior, ou seja, a morte!

E tu, se fosse preciso, ajudavas a isso, não é quase o que te apetece?

É verdade, mas alguma coisa me impede de aderir totalmente a essa ideia.

Sabes porquê?

Não.

Lembras-te da história? Jesus Cristo foi ofendido, insultado, cuspido, ultrajado, torturado e no fim foi horrorosamente crucificado!

É verdade!

E lembras-te do que Ele disse, perante tais coisas? «Perdoa-lhes Pai, que não sabem o que fazem.»

É verdade!

Vês o paralelo com as notícias? Uns insultaram-no e aos seus também, (com desenhos e graças degradantes), e outros depois mataram-nO, naqueles que antes O tinham ofendido.

É difícil pensar assim!
Pois é, mas não achas que Jesus Cristo, perante uns e outros, não diz na mesma: «Perdoa-lhes Pai, que não sabem o que fazem.»?

Acredito que sim.

Então faz tu também na mesma, no intimo do teu coração e reza por todos eles.

Marinha Grande, 10 de Janeiro de 2015

Joaquim Mexia Alves

Bom Domingo do Senhor!

Tenhamos a humildade de João Batista de que nos fala o Evangelho de hoje (Mc 1, 7-11) e tenhamos sempre presente que Jesus Cristo merece a nossa total entrega e que Ele é o nosso Redentor e Salvador.

Louvado seja Jesus Cristo Nosso Senhor!

«Tu és o Meu Filho muito amado; em Ti pus todo o Meu agrado»

Junto do Jordão, Jesus manifesta-Se com uma extraordinária humildade, que recorda a pobreza e a simplicidade do Menino colocado na manjedoura e antecipa os sentimentos pelos quais, no final dos Seus dias terrenos, chegará a lavar os pés dos discípulos e sofrerá a humilhação terrível da cruz. O Filho de Deus, Aquele que é sem pecado, coloca-Se entre os pecadores, mostra a proximidade de Deus em relação ao caminho de conversão do homem. Jesus carrega sobre os Seus ombros o peso da culpa da humanidade inteira, inicia a Sua missão pondo-Se no nosso lugar, no lugar dos pecadores, na perspectiva da cruz.

Quando, recolhido em oração depois do baptismo, sai da água, abrem-se os céus. É o momento esperado pela multidão dos profetas: «Se rasgásseis os céus e descêsseis!», tinha invocado Isaías (64, 1). Neste momento, parecia sugerir São Lucas, esse pedido é satisfeito. De facto, «o céu abriu-se e o Espírito Santo desceu»; ouviram-se palavras nunca anteriormente pronunciadas: «Tu és o Meu Filho muito amado; em Ti pus todo o Meu agrado». [...] O Pai, o Filho e o Espírito Santo descem entre os homens e revelam-nos o Seu amor que salva. Se foram os anjos que levaram aos pastores o anúncio do nascimento do Salvador e a estrela que o levou aos Magos vindos do Oriente, presentemente é a própria voz do Pai que indica aos homens a presença do Seu Filho no mundo, e que nos convida a voltarmo-nos para a ressurreição, para a vitória de Cristo sobre o pecado e sobre a morte.

Bento XVI
Homilia de 10/01/2010